segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Quem tem ouvidos, ouve-Helena Serpa


24 DE JANEIRO DE 2018 - 4ª. FEIRA DA 3ª. SEMANA DO
TEMPO COMUM - 1ª. Leitura – II Sam 7,4-17 - “no tempo de Deus”

Na leitura, nós vemos o Senhor reafirmar a Davi a assistência e proteção ao seu reinado, lembrando-lhe de que sempre esteve perto dele e do povo de Israel, quando lhe retirou do Egito. Garantiu-lhe uma vida tranquila e confirmou a sua realeza, no filho que viria depois dele. Assim, pois, lhe revelou: “Será ele que construirá uma casa pra o meu nome e eu firmarei pra sempre o seu trono real.” Fez-lhe ver, então, que embora tivesse habitado em tendas e abrigos improvisados, nem por isso, Ele cobrara de ninguém a construção de um templo onde pudesse morar. Deus tem um tempo determinado para que as coisas que Ele quer estabelecer aconteçam. Portanto, não depende da nossa boa vontade nem tampouco do nosso entusiasmo. Às vezes, nós também colocamos algumas ideias na nossa cabeça e queremos “construir templos para Deus” de acordo com o que admiramos ou no modelo que imaginamos segundo o nosso querer. O Senhor hoje nos adverte: “porventura és tu que me construirás uma casa para eu habitar?” A morada do Senhor é construída por Ele mesmo, no tempo previsto, dentro do nosso coração. O Senhor nos atrai, chama e nos consagra, mas trabalha com a nossa humanidade e com o material que nós fornecemos a Ele. Não compete a nenhum de nós, por mais que nos esforcemos adiantar a obra que Ele realiza. Ele nos capacita e nos exercita com o Seu amor e a nós compete apenas  nos abandonar e deixar que Ele construa a Sua morada do jeito que lhe aprouver. Coloquemo-nos, hoje, no lugar de Davi e ouçamos também de Deus as Suas palavras promissoras: “tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim e teu trono será firme para sempre”. Ninguém nos tirará do lugar que o Senhor nos coloca. O nosso lugar no coração de Deus está firme e a Sua morada em nós já foi estabelecida por Ele mesmo. Ele não nos retirará a Sua graça e nossos descendentes serão também templos edificados a fim de que sejam, também, uma morada do Senhor. – Você tem deixado que o Senhor construa uma morada para Ele no seu coração? – Será que você está querendo construir esta casa em outro lugar? – Será que você tem se antecipado em fazer algo que ainda não está no tempo determinado pelo Senhor? – Pense sobre isso!

Salmo - Sl 88, 4-5. 27-28. 29-30 (R. 29a)

R. Guardarei eternamente para ele a minha graça.

Assim como fez a Davi, o Senhor também firmou com cada um de nós, seus servos e servas, uma aliança e jurou consolidar a nossa linhagem, isto é, nossa família, de geração em geração garantindo o nosso lugar no Seu reinado. Por isso, nós também podemos invocá-lo e chamá-Lo de Pai, pois Ele é nosso Deus, nosso rochedo e Salvação! Se mantivermos a nossa confiança nas promessas do Senhor, com certeza nós teremos uma vida mais tranquila e sem temor.

Evangelho - Mc 4,1-20 - “Quem tem ouvidos, ouve”


Meditando mais uma vez com a Parábola do Semeador, ressalta aos nossos olhos o verbo imperativo que Jesus usou para chamar a atenção da multidão, “Escutai”, assim como também a afirmação que fez quando terminou de contar a Parábola: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!” Chegamos, então, à conclusão de que o entendimento à Palavra do Senhor depende muito do modo como nós a escutamos e de como concentramos a nossa atenção e o nosso zelo, colocando ou não o nosso coração à disposição de Deus e em intimidade com Ele.  Jesus usa figuras simples da vida corriqueira do homem para explicar o reino dos céus. O semeador é Ele mesmo! O terreno é o nosso coração! A semente é a Sua Palavra! É o próprio Jesus quem, por meio de um ou de outro sai espalhando a semente da Sua Palavra.  Há os que “escutam” a Palavra de modo muito superficial e, por isso, facilmente ela é arrancada da sua mente.  Por causa da falta de atenção e concentração, ela é esquecida – “é a semente plantada à beira do caminho”. Outros há que “escutam” a Palavra com mais aplicação e ela encontra guarida no coração, porém, lhes faltam perseverança e determinação. Desse modo, por qualquer coisa e diante da primeira dificuldade desistem e começam a desconfiar das promessas de Deus. Sucumbem diante dos desafios que a Palavra lhes propõe – “é a semente que cai em terreno pedregoso”. Acontece também que existem aqueles que “ouvem” a palavra e a assimilam dando demonstração de que ela fecundará, no entanto, o trabalho, a família, os planos, os bens, o amor à riqueza, intervêm e eles entram na rotina da vida consentindo que as preocupações os sufoquem e deixem de lado a mensagem da Palavra de Deus e os Seus ensinamentos – “é a semente que caiu no meio dos espinhos”. Há outros, no entanto, a quem a mesma Palavra foi lançada, porém, ao contrário dos demais, escutaram-na com decisão e com consciência de acolher os ensinamentos de Deus. Não opõem resistência, despojam-se dos seus conceitos e dão a devida importância ao que “escutam”, assim, colhem frutos de uma vida fecunda. – “é a parte que caiu em terra boa e deu fruto” como o próprio Jesus conta no Evangelho. Jesus também nos dá a chave do mistério do reino de Deus quando diz: “Para os que estão fora, tudo acontece em parábolas”!  A multidão que acompanhava Jesus fazia-o de longe, às margens, na praia, e, por isso, não compreendia o que Ele lhe falava. Os seus discípulos, porém, subiam com Ele na barca, estavam perto Dele, O escutavam e tinham a chance de apreender melhor porque Jesus lhes explicava. Quem está longe das coisas de Deus, longe da Igreja, vê, mas não enxerga, escuta, mas não compreende, por isso, não se converte e permanece na escuridão. Tanto na Igreja como em comunidade nós temos a oportunidade de escutar melhor para entender os ensinamentos de Jesus. Assim sendo, nós temos a chance de sondar o terreno do nosso coração e perceber se a Palavra está ou não dando frutos na nossa vida ou se estamos apenas ouvindo falar, porém, sem escutar e pôr em prática. Esta avaliação, nós a fazemos nas horas em que enfrentamos a tribulação, nos momentos de preocupações, diante da ilusão das riquezas e outros empecilhos que nos desafiam. O nosso coração é um terreno fértil quando a Palavra se faz vida na nossa vida e, mesmo no meio das provocações nós damos testemunho da nossa fé. -  Como está o terreno do seu coração? – Você tem colocado zelo em escutar a Palavra do Senhor?  -  Aonde você tem buscado o entendimento das coisas de Deus? – Quando “escuta” a Palavra de Deus você tem o propósito de vivenciá-la?  - Você tem acolhido a semente da Palavra ou tem desistido Dela por qualquer motivo?

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