SEGUNDA FEIRA DA 2ª SEMANA DO TEMPO
COMUM 15/01/2018
1ª Leitura 1 Samuel 15, 16-23]
Salmo 49/50 “A todo homem que
procede retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus”
Evangelho Marcos 2, 18-22
" Quando se perde o melhor da
Festa..."
Jejum no contexto desse evangelho
significa uma interiorização para aquilo que há de vir, significa guardar toda
a alegria para exultar-se quando vier Aquele que o nosso coração sonha e
alimenta a esperança. Na Bíblia, que conta a experiência de Vida de um Povo com
seu Deus, vira e mexe se compara o Reino com um grande banquete. Para o povo
simples de Israel, principalmente os mais pobres, que tinham apenas uma
refeição principal ao dia, imaginar um banquete já trazia alegria no coração
além de água na boca. Banquetear-se é comer "até ficar triste" como
diz o povo. Pois o Reino era assim anunciado, muita comida e bebida, carnes
gordas e vinhos nobres.
Não podemos interpretar
literalmente o texto Bíblico que faz essa comparação, senão vamos pensar que o
Deus Cristão é aquele que enche o nosso estômago. Não é isso! Deus manifestado
em Jesus é aquele que sacia toda nossa fome, preenche totalmente todo nosso ser
fazendo-nos realizar plenamente a ponto de não sentirmos falta de nada nesta
vida quando vivemos com ele a comunhão. Não é assim que saímos de um banquete?
Barriga cheia totalmente satisfeita....Dizem até que na cultura judaica, o
convidado, em um gesto de gratidão e delicadeza deveria, ao final da refeição
"arrotar" demonstrando assim a sua plena satisfação...
Pois os discípulos de Jesus já
estavam comendo e se arregalando em uma festança danada de boa, com a presença
entre eles, do próprio Senhor, o Messias esperado por todos enquanto que os de
João e os Fariseus, ainda estavam á espera, fazendo jejum á espera do noivo e
assim perdendo o melhor da festa....Enquanto estes vinham com o milho, os de
Jesus já retornavam com o Fubá...
Por que isso acontecia? Não é
porque os discípulos de Jesus eram mais espertos ou mais inteligentes, mas sim
porque abriram o coração para acolher com alegria o Mestre Jesus que trazia
algo de novo e inédito, que a velha religião não tinha para oferecer. Crer em
Jesus de Nazaré e tornar-se discípulo exigia um desprendimento de todo
pensamento antigo, da tradição religiosa do passado. E daí, os que se julgavam
muito entendidos em religião, os Fariseus, não queriam abrir mão de suas
convicções religiosas, era melhor ficar com o legalismo e o religiosamente
correto do que correr o risco de perder a salvação.
Hoje o recado é muito válido a todos
nós cristão, a essência da verdadeira relação com Deus é o amor, a busca da
justiça e da igualdade, o respeito e a valorização da vida humana, se não nos
abrirmos e nos adequarmos para o método novo de evangelização e de anuncio do
Reino na pós-modernidade, ficando fechados em nossas velharias religiosas, com
a mente e o coração trancados para os que pensa diferente, estamos pregando
retalho de pano novo em roupa velha, o tecido não irá resistir.
A essência do Cristianismo é sempre
a mesma, anunciamos Jesus Cristo, o mesmo de Ontem, de hoje e de sempre, mas
precisamos usar os novos métodos nessa missão, senão vamos todos
"mofar" em nossas igrejas, pastorais e movimentos, com nossas
práticas espirituais que não levam a lugar nenhum repetindo assim o comportamento
farisaico. (Diácono José da Cruz – E-mail jotacruz3051@gmail.com)
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