segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

4o Domingo do Tempo Comum-Jorge Lorente

Evangelhos Dominicais Comentados

28/janeiro/2018  --  4o Domingo do Tempo Comum

Evangelho: (Mc 1, 21-28)


Em Cafarnaum, no sábado, Jesus foi à sinagoga e se pôs a ensinar. Todos ficavam admirados de sua doutrina, pois ele os ensinava como quem possui autoridade e não como os escribas. Havia na sinagoga um homem com um espírito impuro, que gritou: “O que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Sei quem tu és: o Santo de Deus!” Mas Jesus o intimou, dizendo: “Cala-te e sai deste homem”. Agitando-o violentamente, o espírito impuro deu um grande grito e saiu. Ficaram todos tão espantados que perguntavam uns aos outros: “O que é isso? Uma doutrina nova, dada com autoridade! Ele manda até nos espíritos impuros e eles lhe obedecem”. E sua fama se espalhou logo por toda parte, em todas as regiões da Galiléia.

COMENTÁRIO

Mais uma vez nos reunimos para meditarmos a Palavra de Deus, neste quarto domingo do tempo comum. No evangelho de hoje encontramos Jesus na cidade de Cafarnaum, bem no início de sua missão evangelizadora. Era sábado, Jesus entra na sinagoga e se põe a ensinar todos que ali se encontravam. 

Para tudo existe uma primeira vez. Com Jesus também foi assim, Ele quis experimentar, passo a passo, todas nossas dificuldades. Assumiu a natureza humana com todos seus problemas e limitações.

O evangelista ressalta que Jesus ensina de forma diferente. Os ouvintes ficam admirados, pois Ele fala com autoridade. Não fala só da boca para fora, Jesus fala com o coração.

Falar com o coração é falar com convicção. Jesus não se limita a repetir as belas palavras usadas pelos doutores da lei. Fala com naturalidade, porém, com calor, com vibração e entusiasmo. Deixa transparecer que conhece o assunto.

Esse é o segredo. Essa é a primeira lição que Jesus nos deixa no evangelho de hoje. Precisamos estar preparados para evangelizar. Frases fabricadas, frases de efeito, palavras bonitas, podem até provocar lágrimas momentâneas, mas não convencem nem convertem.


Mais dias ou menos dias, as palavras desacompanhadas de exemplos caem no descrédito e no esquecimento. Mais do que falar, é preciso viver o que se diz. Neste evangelho, Marcos não se preocupou em relatar o que Jesus ensina, mas sim, sua pedagogia, seu modo revolucionário de ensinar.

Marcos ficou entusiasmado com esse novo método de Jesus que fez até o espírito do mal tremer. Todos os presentes ouviram o próprio demônio testemunhando que, ali se encontrava Jesus Nazareno, o Santo de Deus que tinha poderes para destruí-lo. 

Cheio de ódio, tomado pelo medo de ser destronado e de perder o seu poder no mundo, o príncipe do mal tentou discutir com Jesus. Outra lição que aprendemos hoje é como reagir diante da provocação do demônio.

Precisamos estar preparados, pois no serviço voltado para o bem, o mal está sempre presente. O evangelizador é seu inimigo mortal. Para não perder seus súditos, o demônio usa de artimanhas para atrapalhar e desencorajar. A oração é o escudo protetor, é o remédio que liberta da preguiça e do medo.

Neste evangelho Jesus ensina como evangelizar através de novos métodos e com renovado ardor missionário. O novo método de evangelização é falar com o coração, é lutar por justiça e paz, é viver a partilha e a fraternidade. Ardor missionário é viver o evangelho, é viver o amor.

Veja que boa notícia! Quem vive a Palavra de Deus tem poder para expulsar o maligno de seu caminho. Basta acreditar, basta ordenar que desapareça dizendo-lhe, com muita convicção: "Eu estou com Jesus, nada pode me abalar, por isso, cala-te e saia!"

(2019)





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