O Canto de Maria-Helena Serpa

22 de Dezembro de 2017 - 6ª. Feira – 3ª. Semana do Advento

 1ª Leitura - 1Sm 1,24-28  -  “alegria e gratidão ”

Ana foi até à casa de Deus e ofereceu a Ele o pequeno Samuel, dádiva que havia recebido das Suas mãos quando, mesmo sendo estéril, lhe deu a graça de conceber um filho. Com o coração cheio de alegria e gratidão Ana veio agradecer ao Senhor o milagre da maternidade, que antes lhe suplicara em oração. Ana é, portanto, o protótipo de uma pessoa que tem o coração agradecido ao Senhor pelos benefícios que recebeu em razão da sua oração por algo que ela considerava impossível. Ao longo da nossa vida e de acordo com as diversas situações pelas quais atravessamos, nós também temos feito pedidos ao Senhor.  Podemos, então, avaliar se já tivemos a coragem de orar pedindo ao Senhor por coisas impossíveis de acontecer. Coisas que, talvez, nunca esperamos, mas que por força da nossa oração podem ser alcançadas pelo poder de Deus. Com o exemplo de Ana aprendemos que o Senhor ouve as nossas súplicas, por isso, precisamos ousar em pedir coisas que para nós parecem impossíveis, mas que, conforme a vontade de Deus pode concretizar-se. Precisamos, não somente agradecer ao Senhor pelos Seus benefícios, mas também, como Ana, ofertar a Ele o fruto das conquistas que obtivemos pelas Suas mãos prodigiosas. No final de mais um ano todos nós temos a oportunidade de louvar ao Senhor pela Sua providência, pela Sua proteção, pelo Seu consolo e, principalmente, pela Sua misericórdia. – Durante o ano que está findando você fez muitos pedidos a Deus? – Você teve a ousadia de pedir coisas impossíveis? – Você já reconheceu os favores que Ele lhe concedeu? - Você já agradeceu e ofereceu a Deus o que Dele recebeu? – Aproveite este momento único e faça-o, agora!

Salmo - 1Sm 2, 1. 4-5. 6-7. 8abcd (R. 1a)

Meu coração exultou no meu Senhor, Salvador

O Cântico de Ana para nós é um modelo de oração e de reconhecimento ao Senhor que vem em nosso socorro e nos sacia na hora da necessidade. Ela nos ensina a exultar o coração e elevar a Deus o nosso rosto alegre pela Sua intervenção. Reconhecer a nossa pequenez e aclamar a Deus pela Sua onipotência é uma necessidade da nossa alma. Quando assim fazemos, nós nos sentimos fortes e nos tornamos pessoas nobres que ocupam um lugar de honra e distinção no coração do Pai.

 

Evangelho - Lc 1,46-56 -  “O Canto de Maria” 

Inspirada no cântico de Ana, Maria Santíssima exaltou a Deus pelos Seus grandes feitos na sua vida reconhecendo a sua pobreza e enaltecendo o poder do Deus Salvador. Assim, ela expressou a alegria da alma e do espírito, assumindo a Palavra de Deus por meio dos profetas, se denominando a Bem-Aventurada!  O canto de Maria é o canto da humildade e serve de modelo para que reconheçamos também o amor e a misericórdia do Senhor ao nos tirar da nossa insignificância e nos fazer homens e mulheres bem-aventurados. A humildade é a demonstração da verdade, por isso, quando reconhecemos o poderio do Senhor e a nossa limitação, nós estamos assumindo o nosso ser verdadeiro e podemos, também, nos proclamar, humildes e bem-aventurados (as). “A misericórdia do Senhor se estende de geração em geração a todos os que o temem”! Portanto, todos (as) que temem o Senhor, isto é, que respeitam e obedecem à Sua Palavra, que têm horror ao pecado, que experimentam o Seu amor e confiam na sua misericórdia, são bem-aventurados, apesar de muitas vezes, permanecerem, aparentemente, subordinados ao “poder” dos homens. Que o Magnificat seja para nós, todos os dias, o hino que os nossos lábios cantem para que assim também possamos, como Ana, como Maria e tantos homens e mulheres da Bíblia exultar de alegria, no corpo, na alma e no espírito. – Você já experimentou fazer a oração do Magnificat assumindo o lugar de Maria? – Faça a experiência e perceba a grande graça que pode acontecer na sua vida!