Domingo, 24 de
dezembro de 2017.(missa da noite)
Evangelho: Lc 2,1-14
“Eu vos trago a
boa-nova de uma grande alegria: é que hoje vos nasceu o Salvador, Cristo, o
Senhor” (Lc 2,10s).
Chegou o grande
dia. Nasceu Jesus, filho de Maria, para
cumprir os desígnios de Deus. O momento era oportuno, pois o povo precisava de
uma Luz para não andar nas trevas. E Jesus, o Emanuel, trazia em seu bojo a
vivacidade de um reino libertador que contemplava a unidade, a paz, a
harmonia e a felicidade.
Deus se fez
carne e habitou entre os homens de boa vontade para apresentar a salvação. O
povo de Deus não poderia viver na amargura de uma infelicidade constante. O
povo do Pai Abraão merecia uma vida entorno da solicitude. Jesus, o remédio, a
solução estava ali, de corpo e alma, para dirimir a benfazeja, no sentido
horizontal e vertical, a fim de apresentar a Graça e a bondade para quem o
temem.
Nesta noite
linda, inspirada no Espírito Renovador, alcançamos a graça de viver na
plenitude nos céus e iluminado pela Luz resplandecente dê-nos o entendimento
para compreendermos o mistério da salvação. Fortalecei a esperança de um mundo
melhor e acolhedor, onde todos possam viver dignamente, sem a necessidade da
mendicância.
Que a presença
do Menino Jesus abra os corações de cada cristão para revigorar a luz do Santo
Batismo e motiva-lo para cumprir a missão de levar o conforto àqueles que
necessitam. A servidão para com as coisas do Pai deverá estar no zelo do seu
nome e no zelo do convívio com o diferente.
Foi neste
contexto de preparação do nascimento de Jesus que o anjo apresentou aos
pastores noturnos. Todos ficaram com medo, pois nunca tinham visto algo tão
admirado. O anjo nada mais queria dizer que havia nascido e estava na manjedoura entre os animais o salvador. O
mundo precisava saber da façanha. O menino Deus não poderia ficar escondido das
garras dos governantes que estavam à espreita. Assim, ao perceber que numa região distante do povoado a Luz estava
clareando a “escuridão”, dando seguimento à vida sem percalço, os pastores
veneraram a grandeza do Criador nas palavras do anjo: “Eu vos anuncio uma grande
alegria, que será para todo povo”. Essa alegria era Jesus.
Todo humanidade poderia contar com a presença
santificante e transformadora de um Deus presente. Capaz de colocar-se ao
lado e caminha junto, mostrando o
caminho a ser seguido. Retirando da frente todo o mal que poderia derrubar e
confortando para a luta diária.
Esse menino
Deus que forçou seus pais a buscarem um lugar diferente para vir ao mundo
sinalizou uma realidade comprometido com a justiça e a misericórdia. Tanto que os visitantes
vieram de longe para oferecer os presentes. Não eram homens ricos, mas pessoas
simples de um coração imenso. Capaz de perceber a Luz e caminhar dias para
estar ao lado por pouco tempo.
Foi na
simplicidade e continua sendo o encontro com Deus. Perceber os sinais de um
tempo que provoca o bem estar de cada cristão está no olhar do espírito. Na
humildade de cada pessoa que busca uma vida com o Cristo, capaz de elevar seus
pensamentos para ações de cumplicidade.
Os louvores da
coorte celeste junto ao anjo era a manifestação da alegria de um novo tempo.
Nos louvores dando “gloria a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos
homens por ele amados” era o reconhecimento da afeição do Criador com seu povo.
Deus jamais deixaria seu povo a mercê da violência e dos desejos das “raposas” vorazes. Deus tem imensa alegria de contentar
seus filhos, mesmo que precisasse enviar seu precioso Primogênito para ser
exemplo de vida a ser seguido. Deus mostra-se presente, preocupado e dedicado
com seu povo.
O filho de Deus, Jesus, enfrentou as durezas da vida terrena já no seu
nascimento. Escolhido uma família pobre, mas de um coração generoso, batalhou para inculcar nas pessoas a
verdadeira ação libertadora. Não fraquejou. Lutou com veemência. Enfrentou os
doutores e as leis que definhavam os pobres e humildes. Tudo para ver uma
sociedade perfeita. Uma sociedade igualitária que dava oportunidade para todos.
O menino Deus
nasceu! Que este menino traga a luz da paz e do discernimento nos corações de
cada pessoa que almeja o encanto da felicidade. Que seu exemplo possa suscitar
em cada filho de Deus a vontade fazer o melhor para os irmãos. Que o coração de
cada ser vivo possa estar aberto para receber a bondade e o amor. Que, também,
crie a cumplicidade de comprometer-se com a construção do Reino solidário e
apaziguador.
Não façamos um
natal “destemperado”, sem sentido, um
natal individual e regrado a luxuria. Mas façamos um natal fraternal,
solidário, a contento com o princípio da alegria, familiar e amigos, onde o
menino Deus possa focar a luz e irradiar
o espírito. Um natal que comemora o nascimento do Príncipe da paz numa
noite feliz de afável coração limpo e livre de qualquer sujeira do pecado.
Um natal para
ser vivido na luz, longe da escuridão e das sombras da morte. Onde a alegria e
a felicidade avolumam-se com tenacidade,
que regozijam-se na presença do Transformador
Jesus como fartura de grande
colheita, porque o amor zeloso do Senhor há de realizar tudo isso com muito
carinho.
Como esta escrito no livro de Tito palavras de
motivação para homens corajosos e destemidos: “a graça de Deus se manifestou,
trazendo a salvação para todos” (...) “Ela nos ensina a abandonar a impiedade e
as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade,
aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso Deus e
salvador, Jesus Cristo”. Esperamos tudo isso no Natal, um dia festivo porque
temos a certeza de que o filho de Deus está operando e transformando as vidas
de cada pessoa de fé. Em meio a tanta tribulação, aguardamos a salvação porque
gostaríamos de viver ao lado de nosso irmão na eternidade no paraíso celestial.
Feliz
Natal
Claudinei M. Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário