quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

FAMÍLIA, PEQUENA IGREJA DOMÉSTICA – Maria de Lourdes Cury Macedo.

FAMÍLIA, PEQUENA IGREJA DOMÉSTICA – Maria de Lourdes Cury Macedo.
Domingo, 31 de dezembro de 2.017.
Evangelho de Lc 2, 22-40.

Nesse domingo, no qual celebramos a Sagrada Família, lembramos que o mundo é a família de Deus, pois Jesus se encarnou em nossa realidade, experimentando o drama de todas as famílias humanas. Celebramos também o sofrimento de todas as famílias, não só as do Brasil, mas as do mundo todo, que estão sofrendo com tantas injustiças e desamor por causa do egoísmo, da ganância, dos desmandos da corrupção generalizada.  
Dentro ainda do espírito do Natal podemos enxergar o valor da nossa família e de todas as famílias, porque ela é a base da sociedade. É na família que aprendemos, ou deveríamos aprender, o respeito, o amor ao próximo, honestidade, generosidade, compaixão pelos que sofrem, etc. A família é sagrada porque dela nascem as pessoas de bem, quando ela está bem estruturada. A família é o retrato da sociedade e olhando para as famílias constatamos que de modo geral ela não vai bem, basta olharmos para a sociedade, quanta violência, roubos em geral, e roubos públicos, prejudicando o povo. O desrespeito para com idosos, para com os diferentes... Os pais deveriam ser os primeiros catequistas dos filhos, deveriam dar bons exemplos de amor, honestidade, bondade, justiça... Mais vale o exemplo diário dos pais do que mil palavras sem o testemunho. A liturgia desse domingo nos leva a refletir sobre “como estão as famílias?”
O evangelho de hoje nos leva a pensar sobre a fidelidade, a obediência de José e Maria à lei do Senhor, uma família que valoriza a Palavra de Deus. Assim que se completaram os dias da purificação de Maria, conforme a lei de Moisés, levaram Jesus a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, o texto nos diz assim: "Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor." Os pais deviam fazer o resgate de seu primogênito, oferecendo em sacrifício um cordeiro e uma pomba, se fosse pobre, oferecia duas rolas ou dois pombinhos.
No Templo Jesus é acolhido por Simeão, homem justo e temente a Deus, piedoso, cheio do Espírito Santo, e por Ana uma piedosa viúva, que já estava com 84 anos. O cântico de Simeão e as palavras de Ana revelam a missão de Jesus.
Simeão e Ana representam o povo de Israel, a esperança pela  chegada do libertador. Um povo sofredor e pobre, que esperava a libertação e a salvação. Simeão e Ana reconhecem no menino, o Messias, que foi enviado por Deus para salvar, libertar e restaurar todos os povos. Simeão toma Jesus nos braços e o apresenta ao mundo como salvação que Deus oferece a todos. Simeão se dirige a Maria com as seguintes palavras: "este menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; e uma espada atravessará a tua alma". Além de Simeão nos dizer quem é Jesus e qual a sua missão, nos alerta também para sua humanidade e divindade. E Jesus é apresentado no Templo e consagrado ao Senhor. A vida de Jesus é entregue desde o início nas mãos do Pai, uma adesão aos mandamentos e ao projeto de Deus.
As palavras de Simeão foram um anúncio da dureza da missão de Maria e de Jesus. Jesus, o Salvador, o Messias, é pobre, Ele encarnou a realidade do seu povo, especialmente os empobrecidos. Eles formaram uma família humilde, pobre, simples, que viveu do próprio trabalho árduo. Desde a infância do menino, seus pais enfrentaram muitas dificuldades, como seu nascimento, a fuga para o Egito. Eles foram migrantes e refugiados, tiveram que atravessar o deserto e a fronteira, viver como exilado, José teve que achar um abrigo e um trabalho para sustentar a família.
Simeão disse que esperava a “consolação de Israel”. Essa consolação tão esperada e anunciada era a felicidade e a tranquilidade que o Messias viria trazer: seu reino eterno e universal, reino de verdade e vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz.
A Simeão foi revelado que ele não morreria sem ver o Salvador, por isso ele diz “que podia ir em paz”, porque já tinha conseguido ver a realização de seu sonho. Já tivera a oportunidade de ver Cristo, a salvação enviada pelo Pai. Com essa oração, Simeão fechava a jornada de sua vida. Ele exprime a Deus, os seus sentimentos de paz e confiança.
“O menino crescia e fortalecia-se, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com ele”. A família é o lugar do crescimento em todos os sentidos, em estatura, sabedoria e graça. Os pais têm o dever de educar os filhos nessas três dimensões. É na família que os filhos vão descobrindo os verdadeiros valores da vida: responsabilidade, amor,  perdão, justiça, compaixão, generosidade e, sobretudo na vivência da Palavra de Deus. O importante é não parar, mas estar sempre buscando o crescimento no acolhimento do Reino de Deus dado a todos nós pela infinita misericórdia de Deus.
Sagrada Família de Nazaré abençoai todas as famílias para que elas possam viver na oração, no amor, no perdão, na fé, na compreensão.
Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias em lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do evangelho e pequenas igrejas domésticas”. ( Papa Francisco)
Abraços em Cristo!

Maria de Lourdes 

Um comentário:

  1. Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.

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