10 Dezembro 2017
ANO B
2º DOMINGO DO ADVENTO
2º DOMINGO DO ADVENTO
Tema do 2º
Domingo do Advento
A liturgia
do segundo domingo de Advento constitui um veemente apelo ao reencontro do
homem com Deus, à conversão. Por sua parte, Deus está sempre disposto a
oferecer ao homem um mundo novo de liberdade, de justiça e de paz; mas esse
mundo só se tornará uma realidade quando o homem aceitar reformar o seu
coração, abrindo-o aos valores de Deus.
Na primeira leitura, um profeta anónimo da época do Exílio garante aos exilados a fidelidade de Jahwéh e a sua vontade de conduzir o Povo – através de um caminho fácil e direito – em direcção à terra da liberdade e da paz. Ao Povo, por sua vez, é pedido que dispa os seus hábitos de comodismo, de egoísmo e de auto-suficiência e aceite, outra vez, confrontar-se com os desafios de Deus.
No Evangelho, João Baptista convida os seus contemporâneos (e, claro, os homens de todas as épocas) a acolher o Messias libertador. A missão do Messias – diz João – será oferecer a todos os homens esse Espírito de Deus que gera vida nova e permite ao homem viver numa dinâmica de amor e de liberdade. No entanto, só poderá estar aberto à proposta do Messias quem tiver percorrido um autêntico caminho de conversão, de transformação, de mudança de vida e de mentalidade.
A segunda leitura aponta para a parusia, a segunda vinda de Jesus. Convida-nos à vigilância – isto é, a vivermos dia a dia de acordo com os ensinamentos de Jesus, empenhando-nos na transformação do mundo e na construção do Reino. Se os crentes pautarem a sua vida por esta dinâmica de contínua conversão, encontrarão no final da sua caminhada terrena “os novos céus e a nova terra onde habita a justiça”.
LEITURA I – Is 40,1-5.9-11
Na primeira leitura, um profeta anónimo da época do Exílio garante aos exilados a fidelidade de Jahwéh e a sua vontade de conduzir o Povo – através de um caminho fácil e direito – em direcção à terra da liberdade e da paz. Ao Povo, por sua vez, é pedido que dispa os seus hábitos de comodismo, de egoísmo e de auto-suficiência e aceite, outra vez, confrontar-se com os desafios de Deus.
No Evangelho, João Baptista convida os seus contemporâneos (e, claro, os homens de todas as épocas) a acolher o Messias libertador. A missão do Messias – diz João – será oferecer a todos os homens esse Espírito de Deus que gera vida nova e permite ao homem viver numa dinâmica de amor e de liberdade. No entanto, só poderá estar aberto à proposta do Messias quem tiver percorrido um autêntico caminho de conversão, de transformação, de mudança de vida e de mentalidade.
A segunda leitura aponta para a parusia, a segunda vinda de Jesus. Convida-nos à vigilância – isto é, a vivermos dia a dia de acordo com os ensinamentos de Jesus, empenhando-nos na transformação do mundo e na construção do Reino. Se os crentes pautarem a sua vida por esta dinâmica de contínua conversão, encontrarão no final da sua caminhada terrena “os novos céus e a nova terra onde habita a justiça”.
LEITURA I – Is 40,1-5.9-11
Leitura do
Livro de Isaías
Consolai,
consolai o meu povo, diz o vosso Deus.
Falai ao coração de Jerusalém e dizei-lhe em alta voz
que terminaram os seus trabalhos
e está perdoada a sua culpa,
porque recebeu da mão do Senhor
duplo castigo por todos os seus pecados.
Uma voz clama:
«Preparai no deserto o caminho do Senhor,
abri na estepe uma estrada para o nosso Deus.
Sejam alteados todos os vales
e abatidos os montes e as colinas;
endireitem-se os caminhos tortuosos
e aplanem-se as veredas escarpadas.
Então se manifestará a glória do Senhor
e todo o homem verá a sua magnificência,
porque a boca do Senhor falou».
Sobe ao alto dum monte, arauto de Sião!
Grita com voz forte, arauto de Jerusalém!
Levanta sem temor a tua voz e diz às cidades de Judá:
«Eis o vosso Deus.
O Senhor Deus vem com poder,
o seu braço dominará.
Com Ele vem o seu prémio,
precede-O a sua recompensa.
Como um pastor apascentará o seu rebanho
e reunirá os animais dispersos;
tomará os cordeiros em seus braços,
conduzirá as ovelhas ao seu descanso».
Falai ao coração de Jerusalém e dizei-lhe em alta voz
que terminaram os seus trabalhos
e está perdoada a sua culpa,
porque recebeu da mão do Senhor
duplo castigo por todos os seus pecados.
Uma voz clama:
«Preparai no deserto o caminho do Senhor,
abri na estepe uma estrada para o nosso Deus.
Sejam alteados todos os vales
e abatidos os montes e as colinas;
endireitem-se os caminhos tortuosos
e aplanem-se as veredas escarpadas.
Então se manifestará a glória do Senhor
e todo o homem verá a sua magnificência,
porque a boca do Senhor falou».
Sobe ao alto dum monte, arauto de Sião!
Grita com voz forte, arauto de Jerusalém!
Levanta sem temor a tua voz e diz às cidades de Judá:
«Eis o vosso Deus.
O Senhor Deus vem com poder,
o seu braço dominará.
Com Ele vem o seu prémio,
precede-O a sua recompensa.
Como um pastor apascentará o seu rebanho
e reunirá os animais dispersos;
tomará os cordeiros em seus braços,
conduzirá as ovelhas ao seu descanso».
AMBIENTE
O nosso
texto pertence ao “Livro da Consolação” do Deutero-Isaías (cf. Is 40-55).
“Deutero-Isaías” é um nome convencional com que os biblistas designam um
profeta anónimo da escola de Isaías que, provavelmente, cumpriu a sua missão
profética na Babilónia, entre os exilados judeus (embora alguns situem a sua
actividade profética em Jerusalém). Estamos na fase final do Exílio, entre 550
e 539 a.C.
O tempo do Deutero-Isaías é uma época peculiar, com problemas muito próprios. Muitos dos exilados estão frustrados e desorientados, sem entender porque é que Deus permitiu o drama da derrota e do Exílio… Outros estão instalados e acomodados e já não pensam em regressar à sua terra nem esperam nada de Deus.
Na fase final desta época, as notícias das vitórias de Ciro, o persa, sobre os babilónios, fazem esperar um rápido desmoronar do império babilónico e a libertação dos judeus exilados… Mas, se essa libertação chegar – perguntam os exilados – a quem é que deve ser atribuída: a Jahwéh, ou aos deuses persas? Se é a Jahwéh, porque é que Ele escolheu um estrangeiro e não um membro do Povo de Deus para realizar a obra maravilhosa da libertação? No caso de a libertação acontecer, valerá a pena arriscar o regresso e enfrentar as dificuldades do recomeço? Haverá, ainda, um futuro para esse Povo de Deus que parece ter sido abandonado por Jahwéh?
O Deutero-Isaías aparece neste contexto. A sua mensagem destina-se a consolar os exilados (os capítulos 40-55 do Livro do Profeta Isaías chamam-se, precisamente, “Livro da Consolação”) e apontar-lhes novas razões para ter esperança. O profeta começa por anunciar a iminência da libertação e por comparar a saída da Babilónia ao antigo êxodo, quando Deus libertou o seu Povo da escravidão do Egipto (cf. Is 40-48)… Ciro é apresentado como “o escolhido de Jahwéh”, o instrumento de Deus na libertação de Judá. Na segunda parte do livro, o profeta anuncia a reconstrução de Jerusalém, essa cidade que a guerra reduziu a cinzas, mas à qual Deus vai fazer regressar a alegria e a paz sem fim (cf. Is 49-55).
A primeira leitura deste domingo apresenta-nos, precisamente, o prólogo do “Livro da Consolação”.
O tempo do Deutero-Isaías é uma época peculiar, com problemas muito próprios. Muitos dos exilados estão frustrados e desorientados, sem entender porque é que Deus permitiu o drama da derrota e do Exílio… Outros estão instalados e acomodados e já não pensam em regressar à sua terra nem esperam nada de Deus.
Na fase final desta época, as notícias das vitórias de Ciro, o persa, sobre os babilónios, fazem esperar um rápido desmoronar do império babilónico e a libertação dos judeus exilados… Mas, se essa libertação chegar – perguntam os exilados – a quem é que deve ser atribuída: a Jahwéh, ou aos deuses persas? Se é a Jahwéh, porque é que Ele escolheu um estrangeiro e não um membro do Povo de Deus para realizar a obra maravilhosa da libertação? No caso de a libertação acontecer, valerá a pena arriscar o regresso e enfrentar as dificuldades do recomeço? Haverá, ainda, um futuro para esse Povo de Deus que parece ter sido abandonado por Jahwéh?
O Deutero-Isaías aparece neste contexto. A sua mensagem destina-se a consolar os exilados (os capítulos 40-55 do Livro do Profeta Isaías chamam-se, precisamente, “Livro da Consolação”) e apontar-lhes novas razões para ter esperança. O profeta começa por anunciar a iminência da libertação e por comparar a saída da Babilónia ao antigo êxodo, quando Deus libertou o seu Povo da escravidão do Egipto (cf. Is 40-48)… Ciro é apresentado como “o escolhido de Jahwéh”, o instrumento de Deus na libertação de Judá. Na segunda parte do livro, o profeta anuncia a reconstrução de Jerusalém, essa cidade que a guerra reduziu a cinzas, mas à qual Deus vai fazer regressar a alegria e a paz sem fim (cf. Is 49-55).
A primeira leitura deste domingo apresenta-nos, precisamente, o prólogo do “Livro da Consolação”.
MENSAGEM
O profeta é,
pois, enviado por Deus a anunciar “ao coração de Jerusalém” que a “consolação”
do Senhor está próxima (vers. 1). A imagem do “falar ao coração” sugere a relação
de amor entre Jahwéh e o seu Povo, entre o amado e a amada… Deus “fala ao
coração” do seu Povo, com amor e ternura, a fim de o consolar.
Em que consiste essa “consolação”?
Consiste, em primeiro lugar, no anúncio do perdão de Deus (vers. 2). Os exilados estavam convencidos de que a dolorosa experiência do Exílio era o castigo para os pecados cometidos pelo Povo de Judá. Viviam angustiados, afogados em sentimentos de culpa, sentindo-se em transgressão, indignos, pecadores e afastados de Deus. Neste contexto, Deus diz-lhes: o tempo da ruptura e do afastamento terminou e chegou o tempo do reencontro, o tempo de refazer a comunhão e a Aliança.
O profeta utiliza, para expressar esta mensagem de perdão, duas imagens… A primeira é uma imagem ligada ao universo militar: o tempo de serviço que o Povo foi obrigado a cumprir já terminou (a palavra utilizada pelo profeta designa com frequência, na língua hebraica, o tempo de vassalagem forçada, o tempo obrigatório de serviço no exército); a segunda é uma imagem ligada ao universo cultual: o castigo que o Povo sofreu foi aceite pelo Senhor, como se se tratasse de um sacrifício de expiação (esses sacrifícios de expiação que a liturgia de Israel tão bem conhecia e que serviam para refazer a comunhão com Deus, depois do pecado do Povo).
Ainda neste enquadramento de “consolação”, o autor do nosso texto apresenta uma misteriosa voz que convida a preparar “no deserto o caminho do Senhor”, a abrir “na estepe uma estrada para o nosso Deus” (vers. 3-5). O que é que isto significa?
O tema do deserto leva-nos, evidentemente, ao Êxodo… Recorda esse acontecimento fundamental da história e da fé de Israel que foi a libertação do Egipto e a viagem da terra da escravidão para a terra da liberdade (viagem que não foi apenas o percorrer um determinado percurso geográfico mas foi sobretudo uma viagem espiritual, durante a qual o Povo fez uma experiência de encontro com Deus, amadureceu a sua fé e passou de uma mentalidade de egoísmo e de escravidão para uma mentalidade de comunhão e de liberdade).
A referência ao caminho pelo deserto sugere claramente que Deus prepara um Novo Êxodo para o seu Povo. O profeta anuncia aos exilados que Deus vai traçar um caminho fácil, direito, glorioso, triunfal, pelo qual os exilados irão passar da terra da escravidão à terra da liberdade, numa espécie de “reedição melhorada” do antigo Êxodo. Trata-se de um “caminho” geográfico, ou de um caminho espiritual? Provavelmente, o profeta não distingue uma coisa da outra… Ele quererá dizer aos exilados que Deus vai tornar fácil esse percurso geográfico que eles devem percorrer, alimentando-os, salvando-os dos perigos, ajudando-os a vencer a fadiga da caminhada; mas, sobretudo, o profeta quererá dizer aos exilados que Deus lhes vai oferecer, outra vez, a possibilidade de uma “caminhada espiritual”, durante a qual eles poderão fazer uma nova experiência do amor e da bondade de Deus e redescobrir os caminhos da comunhão e da aliança. Naturalmente, é preciso que os exilados preparem o espírito para acolher esta nova possibilidade que Deus oferece, aceitem confiar em Deus, aceitem o desafio de retornar à Aliança, aceitem renunciar à escravidão para correr o risco da liberdade.
Na terceira parte, o nosso texto coloca-nos diante de uma nova cena… Um “mensageiro” (em grego: um “evangelista”) eleva a sua voz sobre uma alta montanha e proclama uma “boa notícia” a Jerusalém e às outras cidades de Judá: o Deus poderoso do Êxodo (“vem com poder, o seu braço dominará”) conduz pessoalmente o seu Povo de regresso à Terra Prometida… Ele é o Pastor que reúne o seu rebanho, que o apascenta, que cuida das ovelhas mais frágeis e as conduz “ao seu descanso”, que oferece de novo ao seu Povo a vida e a fecundidade. A referência às ovelhas mais fracas e às ovelhas recém-nascidas (objecto de um especial cuidado de Deus, o Pastor) sublinha o amor, a ternura e a solicitude de Jahwéh pelo seu Povo. Trata-se, sem dúvida, de uma mensagem de “consolação” destinada a acordar nos exilados a fé e a esperança.
Em que consiste essa “consolação”?
Consiste, em primeiro lugar, no anúncio do perdão de Deus (vers. 2). Os exilados estavam convencidos de que a dolorosa experiência do Exílio era o castigo para os pecados cometidos pelo Povo de Judá. Viviam angustiados, afogados em sentimentos de culpa, sentindo-se em transgressão, indignos, pecadores e afastados de Deus. Neste contexto, Deus diz-lhes: o tempo da ruptura e do afastamento terminou e chegou o tempo do reencontro, o tempo de refazer a comunhão e a Aliança.
O profeta utiliza, para expressar esta mensagem de perdão, duas imagens… A primeira é uma imagem ligada ao universo militar: o tempo de serviço que o Povo foi obrigado a cumprir já terminou (a palavra utilizada pelo profeta designa com frequência, na língua hebraica, o tempo de vassalagem forçada, o tempo obrigatório de serviço no exército); a segunda é uma imagem ligada ao universo cultual: o castigo que o Povo sofreu foi aceite pelo Senhor, como se se tratasse de um sacrifício de expiação (esses sacrifícios de expiação que a liturgia de Israel tão bem conhecia e que serviam para refazer a comunhão com Deus, depois do pecado do Povo).
Ainda neste enquadramento de “consolação”, o autor do nosso texto apresenta uma misteriosa voz que convida a preparar “no deserto o caminho do Senhor”, a abrir “na estepe uma estrada para o nosso Deus” (vers. 3-5). O que é que isto significa?
O tema do deserto leva-nos, evidentemente, ao Êxodo… Recorda esse acontecimento fundamental da história e da fé de Israel que foi a libertação do Egipto e a viagem da terra da escravidão para a terra da liberdade (viagem que não foi apenas o percorrer um determinado percurso geográfico mas foi sobretudo uma viagem espiritual, durante a qual o Povo fez uma experiência de encontro com Deus, amadureceu a sua fé e passou de uma mentalidade de egoísmo e de escravidão para uma mentalidade de comunhão e de liberdade).
A referência ao caminho pelo deserto sugere claramente que Deus prepara um Novo Êxodo para o seu Povo. O profeta anuncia aos exilados que Deus vai traçar um caminho fácil, direito, glorioso, triunfal, pelo qual os exilados irão passar da terra da escravidão à terra da liberdade, numa espécie de “reedição melhorada” do antigo Êxodo. Trata-se de um “caminho” geográfico, ou de um caminho espiritual? Provavelmente, o profeta não distingue uma coisa da outra… Ele quererá dizer aos exilados que Deus vai tornar fácil esse percurso geográfico que eles devem percorrer, alimentando-os, salvando-os dos perigos, ajudando-os a vencer a fadiga da caminhada; mas, sobretudo, o profeta quererá dizer aos exilados que Deus lhes vai oferecer, outra vez, a possibilidade de uma “caminhada espiritual”, durante a qual eles poderão fazer uma nova experiência do amor e da bondade de Deus e redescobrir os caminhos da comunhão e da aliança. Naturalmente, é preciso que os exilados preparem o espírito para acolher esta nova possibilidade que Deus oferece, aceitem confiar em Deus, aceitem o desafio de retornar à Aliança, aceitem renunciar à escravidão para correr o risco da liberdade.
Na terceira parte, o nosso texto coloca-nos diante de uma nova cena… Um “mensageiro” (em grego: um “evangelista”) eleva a sua voz sobre uma alta montanha e proclama uma “boa notícia” a Jerusalém e às outras cidades de Judá: o Deus poderoso do Êxodo (“vem com poder, o seu braço dominará”) conduz pessoalmente o seu Povo de regresso à Terra Prometida… Ele é o Pastor que reúne o seu rebanho, que o apascenta, que cuida das ovelhas mais frágeis e as conduz “ao seu descanso”, que oferece de novo ao seu Povo a vida e a fecundidade. A referência às ovelhas mais fracas e às ovelhas recém-nascidas (objecto de um especial cuidado de Deus, o Pastor) sublinha o amor, a ternura e a solicitude de Jahwéh pelo seu Povo. Trata-se, sem dúvida, de uma mensagem de “consolação” destinada a acordar nos exilados a fé e a esperança.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão,
considerar as seguintes linhas:
• A mensagem
de “consolação” que a primeira leitura nos apresenta anuncia a esse povo
amargurado, desiludido e frustrado que Deus não o abandonou nem esqueceu e que
vai actuar no sentido de oferecer-lhe de novo a vida e a liberdade. Esta mensagem
representa um extraordinário “capital de esperança”, oferecido ao Povo de Deus
de todas as épocas e lugares… Hoje, sentimo-nos esmagados e frustrados porque a
violência e o terrorismo marcam com sangue e sofrimento a vida de tantos dos
nossos irmãos, ou porque os pobres e os fracos são esquecidos e colocados à
margem da história, ou porque parece que a sociedade global se constrói com
egoísmo, com indiferença e com exclusão… O profeta garante-nos que Deus – esse
Deus que é eternamente fiel aos compromissos que assumiu para com os seus
filhos – não está alheado da nossa história, que Ele continua a vir ao nosso
encontro e a oferecer-Se para nos conduzir com amor e solicitude ao encontro da
verdadeira vida e da verdadeira liberdade.
• A mensagem
do profeta é particularmente questionadora para esses exilados que já não
pensavam em regressar à sua terra nem se esforçavam minimamente por escutar os
apelos e os desafios de Deus. Instalados e acomodados, eles haviam perdido a
capacidade de arriscar e a vontade de começar um novo caminho com Deus. A mesma
mensagem interpela todos os homens e mulheres que vivem acomodados nos seus
espaços seguros e protegidos ou resignados a uma vida banal, vazia, cinzenta,
insípida, e convida-os a abrir o coração à novidade de Deus. È preciso correr
riscos, aceitar despojar-se do egoísmo, do comodismo, do materialismo, da
escravidão dos bens, dos preconceitos para percorrer, com Deus, esse caminho de
regresso à vida nova da liberdade.
• Em
concreto, o que é que nos impede de percorrer o caminho que Deus nos propõe e
de nascer para uma vida mais livre e mais feliz? Os bens materiais? A posição
social? O comodismo? O medo? O Advento é o tempo favorável para limparmos os
caminhos da nossa vida, de forma a que Deus possa nascer em nós e, através de
nós, libertar o mundo… Quais são os vales que precisam de ser alteados, os
montes que precisam de ser abatidos, os caminhos que precisam de ser
endireitados para que Deus possa vir ao nosso encontro?
• A figura
profética do Deutero-Isaías recorda-nos que é através dos seus mensageiros que
Deus continua a oferecer ao mundo e aos homens a vida, a esperança, a
liberdade, a salvação. Sentimo-nos sinais vivos de Deus e testemunhas da sua
proposta libertadora diante dos nossos irmãos, ou preferimos esconder-nos atrás
de uma vida egoísta, cómoda, instalada, sem compromissos?
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 84 (85)
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 84 (85)
Refrão 1:
Mostrai-nos o vosso amor e dai-nos a vossa salvação.
Refrão 2:
Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia.
Escutemos o
que diz o Senhor:
Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis.
A sua salvação está perto dos que O temem
e a sua glória habitará na nossa terra.
Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis.
A sua salvação está perto dos que O temem
e a sua glória habitará na nossa terra.
Encontraram-se
a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu.
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu.
O Senhor
dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos.
LEITURA II – 2 Pedro 3,8-14
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos.
LEITURA II – 2 Pedro 3,8-14
Leitura da
Segunda Epístola de São Pedro
Há uma
coisa, caríssimos, que não deveis esquecer:
um dia diante do Senhor é como mil anos
e mil anos como um dia.
O Senhor não tardará em cumprir a sua promessa,
como pensam alguns.
Mas usa de paciência para convosco
e não quer que ninguém pereça,
mas que todos possam arrepender-se.
Entretanto, o dia do Senhor virá como um ladrão:
nesse dia, os céus desaparecerão com fragor,
os elementos dissolver-se-ão nas chamas
e a terra será consumida com todas as obras que nela existem.
Uma vez que todas as coisas serão assim dissolvidas,
como deve ser santa a vossa vida e grande a vossa piedade,
esperando e apressando a vinda do dia de Deus,
em que os céus se dissolverão em chamas
e os elementos se fundirão no ardor do fogo!
Nós esperamos, segundo a promessa do Senhor,
os novos céus e a nova terra,
onde habitará a justiça.
Portanto, caríssimos, enquanto esperais tudo isto,
empenhai-vos, sem pecado nem motivo algum de censura,
para que o Senhor vos encontre na paz.
um dia diante do Senhor é como mil anos
e mil anos como um dia.
O Senhor não tardará em cumprir a sua promessa,
como pensam alguns.
Mas usa de paciência para convosco
e não quer que ninguém pereça,
mas que todos possam arrepender-se.
Entretanto, o dia do Senhor virá como um ladrão:
nesse dia, os céus desaparecerão com fragor,
os elementos dissolver-se-ão nas chamas
e a terra será consumida com todas as obras que nela existem.
Uma vez que todas as coisas serão assim dissolvidas,
como deve ser santa a vossa vida e grande a vossa piedade,
esperando e apressando a vinda do dia de Deus,
em que os céus se dissolverão em chamas
e os elementos se fundirão no ardor do fogo!
Nós esperamos, segundo a promessa do Senhor,
os novos céus e a nova terra,
onde habitará a justiça.
Portanto, caríssimos, enquanto esperais tudo isto,
empenhai-vos, sem pecado nem motivo algum de censura,
para que o Senhor vos encontre na paz.
AMBIENTE
A Segunda
Carta de Pedro apresenta todas as características de uma “carta testamento”,
como se o autor, sentindo aproximar-se a morte, quisesse transmitir uma última
e decisiva mensagem a um grupo de pessoas a quem se sente particularmente
ligado (habitualmente, familiares, amigos ou discípulos).
Em concreto, o autor da Segunda Carta de Pedro dirige o seu “testamento” aos irmãos da sua comunidade cristã e convida-os a conservarem-se fiéis aos ensinamentos recebidos, evitando deixarem-se confundir pelas doutrinas dos alguns falsos mestres. Os crentes devem esforçar-se, segundo este “testamento”, por preparar adequadamente a segunda vinda de Jesus Cristo, sem se deixarem manipular por doutrinas contrárias ao Evangelho e ao ensinamento recebido da tradição apostólica.
O autor apresenta-se a si próprio como Simão Pedro, servidor e apóstolo de Jesus Cristo (cf. 2 Ped 1,1), testemunha da transfiguração (cf. 2 Pe 1,16); no entanto, é praticamente consensual entre os estudiosos da Bíblia que este escrito é bem posterior ao apóstolo Pedro. Tudo indica que o autor desta carta não pertenceu à primeira geração cristã; contudo, é um judeo-cristão com sólida formação helénica e que conhece bem a vida e a catequese do apóstolo Pedro. Alguns autores costumam situar a redacção desta carta por volta do ano 125.
Em concreto, o autor da Segunda Carta de Pedro dirige o seu “testamento” aos irmãos da sua comunidade cristã e convida-os a conservarem-se fiéis aos ensinamentos recebidos, evitando deixarem-se confundir pelas doutrinas dos alguns falsos mestres. Os crentes devem esforçar-se, segundo este “testamento”, por preparar adequadamente a segunda vinda de Jesus Cristo, sem se deixarem manipular por doutrinas contrárias ao Evangelho e ao ensinamento recebido da tradição apostólica.
O autor apresenta-se a si próprio como Simão Pedro, servidor e apóstolo de Jesus Cristo (cf. 2 Ped 1,1), testemunha da transfiguração (cf. 2 Pe 1,16); no entanto, é praticamente consensual entre os estudiosos da Bíblia que este escrito é bem posterior ao apóstolo Pedro. Tudo indica que o autor desta carta não pertenceu à primeira geração cristã; contudo, é um judeo-cristão com sólida formação helénica e que conhece bem a vida e a catequese do apóstolo Pedro. Alguns autores costumam situar a redacção desta carta por volta do ano 125.
MENSAGEM
O texto que
hoje nos é proposto apresenta duas partes, embora estreitamente ligadas uma à
outra pelo tema da parusia (a “segunda vinda” do Senhor Jesus, no final dos
tempos). A primeira integra uma reflexão (cf. 2 Pe 3,1-10) sobre o “dia do
Senhor”; a segunda integra uma exortação (cf. 2 Pe 3,11-16) aos cristãos no
sentido de levarem uma vida santa.
Os cristãos dos primeiros tempos estavam convencidos da iminência da chegada de Jesus para eliminar definitivamente o mal e para instaurar definitivamente o Reino de Deus. No entanto, o tempo passava e a segunda vinda do Senhor não acontecia. Os crentes estavam decepcionados e eram objecto da irrisão dos adversários. É neste contexto que a leitura de hoje nos situa… O autor explica sumariamente aos membros da sua comunidade cristã as razões pelas quais o Senhor ainda não veio… A primeira é que Deus não está dependente do tempo, como nós que vivemos na história (“um dia diante do Senhor é como mil anos e mil anos como um dia” – vers. 8); a segunda é que Deus é paciente e pretende prorrogar o tempo da história para dar a todos a oportunidade de acolherem a salvação que Ele oferece (vers. 9). De resto, não é possível definir o momento exacto da segunda vinda de Jesus: será algo inesperado e surpreendente, que os crentes devem esperar vigilantes e preparados.
O que é que significa estar vigilante e preparado? O nosso autor responde a esta questão na segunda parte do nosso texto (vers. 11-14). Os crentes devem viver uma vida consentânea com a vocação a que foram chamados – isto é, uma vida irrepreensível, “santa” (isto é, ao serviço de Deus), cheia de “piedade”, “sem pecado nem motivo algum de censura”. Essa conduta apressará, na opinião do autor da carta, a segunda vinda do Senhor e, consequentemente, a concretização da promessa desses “novos céus e nova terra onde habitará a justiça”.
Os cristãos dos primeiros tempos estavam convencidos da iminência da chegada de Jesus para eliminar definitivamente o mal e para instaurar definitivamente o Reino de Deus. No entanto, o tempo passava e a segunda vinda do Senhor não acontecia. Os crentes estavam decepcionados e eram objecto da irrisão dos adversários. É neste contexto que a leitura de hoje nos situa… O autor explica sumariamente aos membros da sua comunidade cristã as razões pelas quais o Senhor ainda não veio… A primeira é que Deus não está dependente do tempo, como nós que vivemos na história (“um dia diante do Senhor é como mil anos e mil anos como um dia” – vers. 8); a segunda é que Deus é paciente e pretende prorrogar o tempo da história para dar a todos a oportunidade de acolherem a salvação que Ele oferece (vers. 9). De resto, não é possível definir o momento exacto da segunda vinda de Jesus: será algo inesperado e surpreendente, que os crentes devem esperar vigilantes e preparados.
O que é que significa estar vigilante e preparado? O nosso autor responde a esta questão na segunda parte do nosso texto (vers. 11-14). Os crentes devem viver uma vida consentânea com a vocação a que foram chamados – isto é, uma vida irrepreensível, “santa” (isto é, ao serviço de Deus), cheia de “piedade”, “sem pecado nem motivo algum de censura”. Essa conduta apressará, na opinião do autor da carta, a segunda vinda do Senhor e, consequentemente, a concretização da promessa desses “novos céus e nova terra onde habitará a justiça”.
ACTUALIZAÇÃO
Considerar,
para a reflexão e actualização, os seguintes elementos:
• A certeza
da ressurreição garante-nos que Deus tem um projecto de salvação e de vida para
cada homem; e que esse projecto está a realizar-se continuamente em nós, até à
sua concretização plena, quando nos encontrarmos definitivamente com Deus. A
nossa vida presente não é, pois, um drama absurdo, sem sentido e sem
finalidade; é uma caminhada tranquila, confiante em direcção a esse desabrochar
pleno, a essa vida total em que se revelará o Homem Novo.
• A questão
fundamental que os cristãos devem pôr, a propósito da segunda vinda do Senhor,
não é a questão da data, mas é a questão de como esperar e preparar esse momento.
O autor do nosso texto deixa claro que o que é preciso é estar vigilante.
“Estar vigilante” não significa ficar a olhar para o céu à espera do Senhor,
esquecendo e negligenciando as questões do mundo e os problemas dos homens; mas
significa viver, no dia a dia, de acordo com os ensinamentos de Jesus,
empenhando-se na transformação do mundo e na construção do Reino.
• A certeza
da segunda vinda do Senhor dá aos crentes uma perspectiva diferente da vida, do
seu sentido e da sua finalidade… Para os não crentes, a vida encerra-se dentro
dos limites estreitos deste mundo e, por isso, só interessam os valores deste
mundo; para os crentes, a verdadeira vida, a vida em plenitude, está para além
dos horizontes da história e, por isso, é preciso viver de acordo com os
valores eternos, os valores de Deus. Assim, na perspectiva dos crentes, não são
os valores efémeros, os valores deste mundo (o dinheiro, o poder, os êxitos
humanos) que devem constituir a prioridade e que devem dominar a existência,
mas sim os valores de Deus. Quais são os valores que eu considero prioritários
e que condicionam as minhas opções?
• A certeza
da segunda vinda do Senhor aponta também no sentido da esperança. Os cristãos
esperam, em serena expectativa, a salvação que já receberam antecipadamente com
a morte de Cristo, mas que irá consumar-se no “dia do Senhor”. Os crentes são,
pois, homens e mulheres de esperança, abertos ao futuro – um futuro a
conquistar, já nesta terra, com fé e com amor, mas sobretudo um futuro a
esperar, como dom de Deus.
ALELUIA – Lc 3,4.6
ALELUIA – Lc 3,4.6
Aleluia.
Aleluia.
Preparai o
caminho do Senhor, endireitai as suas veredas
e toda a criatura verá a salvação de Deus.
EVANGELHO – Mc 1,1-8
e toda a criatura verá a salvação de Deus.
EVANGELHO – Mc 1,1-8
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Princípio do
Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.
Está escrito no profeta Isaías:
«Vou enviar à tua frente o meu mensageiro,
que preparará o teu caminho.
Uma voz clama no deserto:
‘Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas’».
Apareceu João Baptista no deserto
a proclamar um baptismo de penitência
para remissão dos pecados.
Acorria a ele toda a gente da região da Judeia
e todos os habitantes de Jerusalém
e eram baptizados por ele no rio Jordão,
confessando os seus pecados.
João vestia-se de pêlos de camelo,
com um cinto de cabedal em volta dos rins,
e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
E, na sua pregação, dizia:
«Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu,
diante do qual eu não sou digno de me inclinar
para desatar as correias das suas sandálias.
Eu baptizo-vos na água,
mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo».
Está escrito no profeta Isaías:
«Vou enviar à tua frente o meu mensageiro,
que preparará o teu caminho.
Uma voz clama no deserto:
‘Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas’».
Apareceu João Baptista no deserto
a proclamar um baptismo de penitência
para remissão dos pecados.
Acorria a ele toda a gente da região da Judeia
e todos os habitantes de Jerusalém
e eram baptizados por ele no rio Jordão,
confessando os seus pecados.
João vestia-se de pêlos de camelo,
com um cinto de cabedal em volta dos rins,
e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
E, na sua pregação, dizia:
«Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu,
diante do qual eu não sou digno de me inclinar
para desatar as correias das suas sandálias.
Eu baptizo-vos na água,
mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo».
AMBIENTE
O Evangelho
segundo Marcos parece ter sido o primeiro dos Evangelhos a ser redigido,
certamente antes do ano 70. A crítica do texto sugere que se trata de uma obra
destinada a uma comunidade maioritariamente composta por cristãos vindos
directamente do paganismo, provavelmente a comunidade cristã de Roma.
O final da década de 60 é uma época difícil para os cristãos em geral e para os cristãos da cidade de Roma em particular. Por volta do ano 66, o imperador Nero organizou uma terrível perseguição contra os cristãos da capital do império. Pedro e Paulo foram mortos nesta altura, juntamente com um número considerável de outros cristãos. A fidelidade no seguimento de Jesus comportava o risco contínuo de ver-se desprezado, perseguido e maltratado.
Nesta situação de perseguição e de crise, era necessário afirmar a fé em Jesus Cristo. Como? Marcos percebeu que era preciso entender correctamente a identidade de Jesus. Se a comunidade descobrisse em Jesus o Filho de Deus que veio ao mundo ao encontro dos homens para lhes transmitir a Boa Nova da salvação, era muito mais fácil manter a fidelidade, mesmo num contexto adverso de perseguição e de sofrimento. O Evangelho segundo Marcos vai nascer, pois, com a preocupação de apresentar aos crentes – de forma clara – a verdadeira identidade de Jesus.
O texto que hoje nos é proposto é o prólogo ao Evangelho segundo Marcos. Nesse prólogo, o autor enuncia as coordenadas fundamentais do seu Evangelho. Trata-se, diz o título da obra, de apresentar uma “Boa Notícia” (“evangelho”) aos crentes mergulhados na crise e na perseguição. Qual é essa “Boa Notícia” que deve dar sentido ao sofrimento dos cristãos? É que esse Jesus, à volta do qual se constrói a vida e a fé da Igreja, é o Messias libertador (“o Cristo”) e o Filho de Deus. Nestes dois títulos fica definida, quer a missão específica, quer a identidade de Jesus.
O final da década de 60 é uma época difícil para os cristãos em geral e para os cristãos da cidade de Roma em particular. Por volta do ano 66, o imperador Nero organizou uma terrível perseguição contra os cristãos da capital do império. Pedro e Paulo foram mortos nesta altura, juntamente com um número considerável de outros cristãos. A fidelidade no seguimento de Jesus comportava o risco contínuo de ver-se desprezado, perseguido e maltratado.
Nesta situação de perseguição e de crise, era necessário afirmar a fé em Jesus Cristo. Como? Marcos percebeu que era preciso entender correctamente a identidade de Jesus. Se a comunidade descobrisse em Jesus o Filho de Deus que veio ao mundo ao encontro dos homens para lhes transmitir a Boa Nova da salvação, era muito mais fácil manter a fidelidade, mesmo num contexto adverso de perseguição e de sofrimento. O Evangelho segundo Marcos vai nascer, pois, com a preocupação de apresentar aos crentes – de forma clara – a verdadeira identidade de Jesus.
O texto que hoje nos é proposto é o prólogo ao Evangelho segundo Marcos. Nesse prólogo, o autor enuncia as coordenadas fundamentais do seu Evangelho. Trata-se, diz o título da obra, de apresentar uma “Boa Notícia” (“evangelho”) aos crentes mergulhados na crise e na perseguição. Qual é essa “Boa Notícia” que deve dar sentido ao sofrimento dos cristãos? É que esse Jesus, à volta do qual se constrói a vida e a fé da Igreja, é o Messias libertador (“o Cristo”) e o Filho de Deus. Nestes dois títulos fica definida, quer a missão específica, quer a identidade de Jesus.
MENSAGEM
O corpo
central do nosso texto apresenta-nos a missão de João Baptista (vers. 2-3), a
sua pregação (vers. 4), a reacção dos ouvintes (vers. 5), o seu estilo de vida
(vers. 6) e o testemunho de João sobre Jesus (vers. 7-8).
Qual é, pois, a missão de João? De acordo com o nosso texto, é ser o “mensageiro” que prepara o caminho para o “Messias”, “Filho de Deus” (vers. 2). A propósito da apresentação da missão de João, o autor apresenta uma citação que atribui ao Profeta Isaías mas que é, na realidade, um conjunto de afirmações retiradas do Êxodo (cf. Ex 23,20), de Isaías (cf. Is 40,3) e de Malaquias (cf. Mal 3,1): “Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho. Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. A acumulação de citações tiradas da Torah e dos Profetas sugere que João é esse mensageiro de Deus do qual falavam as promessas antigas, e que devia vir anunciar e preparar o Povo de Deus para acolher a intervenção definitiva de Jahwéh na história dos homens.
Em que consistia a pregação de João? João “apareceu no deserto a proclamar um baptismo de penitência para remissão dos pecados” (vers. 4). De acordo com a catequese judaica, o Messias só chegaria quando Israel fosse, na verdade, a comunidade santa de Deus… Antes de o Messias chegar, o Povo devia, portanto, realizar um caminho de purificação e de conversão, de forma a tornar-se um Povo santo. O “baptismo de penitência” (literalmente, “baptismo de conversão” – ou de “metanoia”) proposto por João deve ser entendido neste contexto e representa um convite à mudança radical de vida, de comportamento, de mentalidade.
Este “baptismo” proposto por João não era, na verdade, uma novidade insólita. O judaísmo conhecia ritos diversos de imersão na água. Era, inclusive, um rito usado na integração dos “prosélitos” (os pagãos que aderiam ao judaísmo) na comunidade do Povo de Deus. Na perspectiva de João, provavelmente, este “baptismo” é um rito de iniciação à comunidade messiânica: quem aceitava este “baptismo” passava a viver uma vida nova e aceitava integrar a comunidade do Messias.
A pregação de João é feita “no deserto”. O “deserto” é, no contexto da catequese judaica, o lugar onde o Povo de Deus realizou uma caminhada de purificação e de conversão. Foi no deserto que os israelitas libertados do Egipto passaram de uma mentalidade de escravos a uma mentalidade de homens livres, de uma mentalidade de egoísmo a uma mentalidade de partilha, de uma atitude descomprometida a uma Aliança com Jahwéh, da desconfiança em relação à proposta libertadora que Moisés lhes apresentou à confiança total num Deus que cumpre as suas promessas e que é fonte de vida e de liberdade para o seu Povo. A pregação de João lembrava aos israelitas a necessidade de voltar ao “deserto” e de percorrer um caminho semelhante àquele que os antepassados tinham percorrido.
Como é que os interlocutores de João reagiam às suas propostas? Marcos diz que “acorria a Ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém” para serem baptizados, confessando os seus pecados (vers. 5). A afirmação de que “toda a gente” acorria ao apelo de João parece manifestamente exagerada… Ao apresentar esta perspectiva ideal da forma como a mensagem foi acolhida pelo Povo, Marcos está, provavelmente, a sugerir o carácter decisivo e determinante da proposta que João faz: não é “mais um” convite à conversão, mas é o último e definitivo apelo de Deus ao seu Povo.
João “vestia-se de pêlos de camelo, com um cinto de cabedal em volta dos rins e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre”. O estilo de vida de João – sóbrio, desprendido, austero, simples – é um convite claro à renúncia aos valores do mundo. É a aplicação prática dessa austeridade de vida e dessa renovação de atitudes, de comportamentos e de mentalidade que João pede aos seus conterrâneos. O estilo de vida de João corrobora a mensagem que ele apresenta.
Além disso, o estilo de vida de João evoca o profeta Elias que, de acordo com 2 Re 1,8, se vestia “de peles” e “trazia um cinto de couro em volta dos rins”. O profeta Elias era, no universo da esperança judaica, o profeta elevado para junto de Deus e destinado a aparecer de novo no meio dos homens para anunciar a chegada iminente da era messiânica (cf. Mal 3,22-24). A identificação física de João com Elias significa que a era messiânica chegou e que João é o mensageiro esperado, cuja mensagem prepara a chegada do Messias libertador.
O que é que João diz sobre esse Messias libertador, do qual ele é o arauto e o mensageiro? João fala da “força” do Messias e define a sua missão como “baptizar no Espírito”. Tanto a fortaleza como o dom do Espírito são prerrogativas do Messias, segundo a catequese profética (cf. Is 9,6; 11,2). O Messias terá, portanto, a força de Deus e a sua missão será comunicar esse Espírito de Deus, que transforma, renova e recria os corações dos homens.
Em resumo: João é o mensageiro, enviado por Deus para preparar os homens para a chegada do Messias. A mensagem transmitida por João – com a palavra e com a própria atitude de vida – é um apelo veemente à mudança de vida e de mentalidade, a fim de que a proposta do Messias libertador encontre lugar no coração dos homens. João deixa claro que a missão do Messias é comunicar o Espírito que transforma o homem.
Qual é, pois, a missão de João? De acordo com o nosso texto, é ser o “mensageiro” que prepara o caminho para o “Messias”, “Filho de Deus” (vers. 2). A propósito da apresentação da missão de João, o autor apresenta uma citação que atribui ao Profeta Isaías mas que é, na realidade, um conjunto de afirmações retiradas do Êxodo (cf. Ex 23,20), de Isaías (cf. Is 40,3) e de Malaquias (cf. Mal 3,1): “Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho. Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. A acumulação de citações tiradas da Torah e dos Profetas sugere que João é esse mensageiro de Deus do qual falavam as promessas antigas, e que devia vir anunciar e preparar o Povo de Deus para acolher a intervenção definitiva de Jahwéh na história dos homens.
Em que consistia a pregação de João? João “apareceu no deserto a proclamar um baptismo de penitência para remissão dos pecados” (vers. 4). De acordo com a catequese judaica, o Messias só chegaria quando Israel fosse, na verdade, a comunidade santa de Deus… Antes de o Messias chegar, o Povo devia, portanto, realizar um caminho de purificação e de conversão, de forma a tornar-se um Povo santo. O “baptismo de penitência” (literalmente, “baptismo de conversão” – ou de “metanoia”) proposto por João deve ser entendido neste contexto e representa um convite à mudança radical de vida, de comportamento, de mentalidade.
Este “baptismo” proposto por João não era, na verdade, uma novidade insólita. O judaísmo conhecia ritos diversos de imersão na água. Era, inclusive, um rito usado na integração dos “prosélitos” (os pagãos que aderiam ao judaísmo) na comunidade do Povo de Deus. Na perspectiva de João, provavelmente, este “baptismo” é um rito de iniciação à comunidade messiânica: quem aceitava este “baptismo” passava a viver uma vida nova e aceitava integrar a comunidade do Messias.
A pregação de João é feita “no deserto”. O “deserto” é, no contexto da catequese judaica, o lugar onde o Povo de Deus realizou uma caminhada de purificação e de conversão. Foi no deserto que os israelitas libertados do Egipto passaram de uma mentalidade de escravos a uma mentalidade de homens livres, de uma mentalidade de egoísmo a uma mentalidade de partilha, de uma atitude descomprometida a uma Aliança com Jahwéh, da desconfiança em relação à proposta libertadora que Moisés lhes apresentou à confiança total num Deus que cumpre as suas promessas e que é fonte de vida e de liberdade para o seu Povo. A pregação de João lembrava aos israelitas a necessidade de voltar ao “deserto” e de percorrer um caminho semelhante àquele que os antepassados tinham percorrido.
Como é que os interlocutores de João reagiam às suas propostas? Marcos diz que “acorria a Ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém” para serem baptizados, confessando os seus pecados (vers. 5). A afirmação de que “toda a gente” acorria ao apelo de João parece manifestamente exagerada… Ao apresentar esta perspectiva ideal da forma como a mensagem foi acolhida pelo Povo, Marcos está, provavelmente, a sugerir o carácter decisivo e determinante da proposta que João faz: não é “mais um” convite à conversão, mas é o último e definitivo apelo de Deus ao seu Povo.
João “vestia-se de pêlos de camelo, com um cinto de cabedal em volta dos rins e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre”. O estilo de vida de João – sóbrio, desprendido, austero, simples – é um convite claro à renúncia aos valores do mundo. É a aplicação prática dessa austeridade de vida e dessa renovação de atitudes, de comportamentos e de mentalidade que João pede aos seus conterrâneos. O estilo de vida de João corrobora a mensagem que ele apresenta.
Além disso, o estilo de vida de João evoca o profeta Elias que, de acordo com 2 Re 1,8, se vestia “de peles” e “trazia um cinto de couro em volta dos rins”. O profeta Elias era, no universo da esperança judaica, o profeta elevado para junto de Deus e destinado a aparecer de novo no meio dos homens para anunciar a chegada iminente da era messiânica (cf. Mal 3,22-24). A identificação física de João com Elias significa que a era messiânica chegou e que João é o mensageiro esperado, cuja mensagem prepara a chegada do Messias libertador.
O que é que João diz sobre esse Messias libertador, do qual ele é o arauto e o mensageiro? João fala da “força” do Messias e define a sua missão como “baptizar no Espírito”. Tanto a fortaleza como o dom do Espírito são prerrogativas do Messias, segundo a catequese profética (cf. Is 9,6; 11,2). O Messias terá, portanto, a força de Deus e a sua missão será comunicar esse Espírito de Deus, que transforma, renova e recria os corações dos homens.
Em resumo: João é o mensageiro, enviado por Deus para preparar os homens para a chegada do Messias. A mensagem transmitida por João – com a palavra e com a própria atitude de vida – é um apelo veemente à mudança de vida e de mentalidade, a fim de que a proposta do Messias libertador encontre lugar no coração dos homens. João deixa claro que a missão do Messias é comunicar o Espírito que transforma o homem.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão,
considerar os seguintes desenvolvimentos:
• Antes de
mais, temos de considerar a mensagem principal do nosso texto… João, o
Baptista, afirma claramente que preparar a vinda do Messias passa pela
“metanoia” – isto é, por uma transformação total do homem, por uma nova atitude
de base, por uma outra escala de valores, por uma radical mudança de pensamento,
por uma postura vital inteiramente nova, por um movimento radical que leve o
homem a reequacionar a sua vida e a colocar Deus no centro da sua existência e
dos seus interesses. Neste tempo de Advento, de preparação para a celebração do
Natal do Senhor, trata-se de uma proposta com sentido: preparar a vinda de
Jesus exige de nós uma transformação radical da nossa vida, dos nossos valores,
da nossa mentalidade… Em concreto, o que é que nos meus pensamentos, nos meus
comportamentos, na minha mentalidade, nos valores que dirigem a minha vida, é
egoísmo, orgulho e auto-suficiência e impede o nascimento de Jesus no meu
coração e na minha vida?
• Deus
convida o homem à transformação e à mudança através desses profetas a quem Ele
chama e a quem confia a missão de questionar o mundo e os homens. Estamos
suficientemente atentos aos profetas que questionam o nosso estilo de vida e os
nossos valores? Damos crédito às suas interpelações, ou consideramo-los figuras
incomodativas, ultrapassadas e dispensáveis? E nós, constituídos profetas desde
o nosso baptismo, sentimo-nos enviados por Deus a interpelar e a questionar o
mundo e os nossos irmãos?
• O “estilo
de vida” de João constitui uma interpelação pelo menos tão forte como as suas
palavras. É o testemunho vivo de um homem que está consciente das prioridades e
não dá importância aos aspectos secundários da vida – como sejam a roupa “de
marca” ou a alimentação cuidada. A nossa vida também está marcada por valores,
nos quais apostamos e à volta dos quais construímos toda a nossa existência…
Quais são os valores fundamentais para mim, os valores que marcam as minhas
decisões e opções? São valores importantes, decisivos, eternos, capazes de me
dar vida e felicidade, ou são valores efémeros, particulares, egoístas e
geradores de dependência e escravidão? Como nos situamos frente a valores e a
um estilo de vida que contradiz, claramente, os valores do Evangelho?
• Ao
acentuar o carácter decisivo e determinante do apelo de João, Marcos
convida-nos a uma resposta objectiva, franca, clara e decidida. Não podem
existir meias tintas ou tentativas de protelar a decisão… Estamos ou não
dispostos a dizer “sim” aos apelos de Deus? Estamos ou não dispostos a aceitar
a sua proposta de “metanoia”? Não chega dizer “talvez” ou “sim, mas…”. Deus
espera uma resposta total, radical, decidida, inequívoca à oferta de salvação
que Ele faz. Isso significa uma renúncia decidida ao nosso comodismo, à nossa
preguiça, ao nosso egoísmo, à nossa auto-suficiência e um embarcar decidido na
aventura do Reino que Jesus, há mais de dois mil anos, veio propor aos homens…
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 2º DOMINGO DO ADVENTO
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 2º DOMINGO DO ADVENTO
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A PALAVRA
MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 2º Domingo do Advento, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 2º Domingo do Advento, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. DURANTE A
CELEBRAÇÃO.
– O segundo domingo do Advento é, todos os anos, o de João Baptista. Convite a “preparar o caminho do Senhor”… A nós que andamos quase sempre no activismo, reflectimos imediatamente no que devemos “fazer” para isso… Parece importante ter um sentido penitencial ao longo da celebração. Como não se canta o Glória a Deus, o rito penitencial pode ser mais desenvolvido, com um silêncio mais longo entre as várias invocações.
– O Senhor usa de paciência (segunda leitura), toma os cordeiros em seus braços (primeira leitura). É um Deus cheio de ternura, que nos chama também à ternura. É preciso que nos preparemos para preparar a sua vinda e, ao mesmo tempo, para celebrar e anunciar que Ele é um Deus de amor e de ternura, próximo de cada um. É no amor que Ele é todo-poderoso.
– É sempre para uma conversão (segunda leitura, Evangelho) que somos chamados: conversão consentida no momento do nosso baptismo, conversão revivida em cada dia, necessidade de nos virarmos para este Deus de amor para melhor O ver em Jesus, seu rosto de amor e de ternura. Ao longo da celebração, isso poderá ser sublinhado através das orações e admonições, através da homilia; ou, se uma equipa preparou, pode-se distribuir uma folha que ajude a reflectir, a fazer o ponto, que ajude a uma “exame de consciência” em vista do sacramento da reconciliação.
– O segundo domingo do Advento é, todos os anos, o de João Baptista. Convite a “preparar o caminho do Senhor”… A nós que andamos quase sempre no activismo, reflectimos imediatamente no que devemos “fazer” para isso… Parece importante ter um sentido penitencial ao longo da celebração. Como não se canta o Glória a Deus, o rito penitencial pode ser mais desenvolvido, com um silêncio mais longo entre as várias invocações.
– O Senhor usa de paciência (segunda leitura), toma os cordeiros em seus braços (primeira leitura). É um Deus cheio de ternura, que nos chama também à ternura. É preciso que nos preparemos para preparar a sua vinda e, ao mesmo tempo, para celebrar e anunciar que Ele é um Deus de amor e de ternura, próximo de cada um. É no amor que Ele é todo-poderoso.
– É sempre para uma conversão (segunda leitura, Evangelho) que somos chamados: conversão consentida no momento do nosso baptismo, conversão revivida em cada dia, necessidade de nos virarmos para este Deus de amor para melhor O ver em Jesus, seu rosto de amor e de ternura. Ao longo da celebração, isso poderá ser sublinhado através das orações e admonições, através da homilia; ou, se uma equipa preparou, pode-se distribuir uma folha que ajude a reflectir, a fazer o ponto, que ajude a uma “exame de consciência” em vista do sacramento da reconciliação.
3. PALAVRA
DE VIDA.
Menos pedras… Mais carne… Podemo-nos ferir se formos contra as pedras no caminho, ou se uma queda provocar um acidente. Podemos ferir o outro atirando-lhe pedras. Ficamos feridos no mais profundo de nós mesmos se, em lugar do coração, tivermos uma pedra. No seguimento dos profetas, João Baptista veio convencer os seus contemporâneos a arrancar o seu coração se ele for de pedra, para que um coração de carne aí seja colocado. No deserto ou na margem do Jordão, ele pregava a conversão, isto é, a mudança total do coração por meio de um regresso radical para Deus. Ele era sinal da parte de Deus baptizando na água, gesto de purificação. Ele testemunhava com a sua total disponibilidade para acolher o Enviado de Deus que baptizará no Espírito Santo. O caminho estará pronto para que venha Aquele que falará ao coração do homem pedindo-lhe para amar Deus seu Pai e os homens seus irmãos.
Menos pedras… Mais carne… Podemo-nos ferir se formos contra as pedras no caminho, ou se uma queda provocar um acidente. Podemos ferir o outro atirando-lhe pedras. Ficamos feridos no mais profundo de nós mesmos se, em lugar do coração, tivermos uma pedra. No seguimento dos profetas, João Baptista veio convencer os seus contemporâneos a arrancar o seu coração se ele for de pedra, para que um coração de carne aí seja colocado. No deserto ou na margem do Jordão, ele pregava a conversão, isto é, a mudança total do coração por meio de um regresso radical para Deus. Ele era sinal da parte de Deus baptizando na água, gesto de purificação. Ele testemunhava com a sua total disponibilidade para acolher o Enviado de Deus que baptizará no Espírito Santo. O caminho estará pronto para que venha Aquele que falará ao coração do homem pedindo-lhe para amar Deus seu Pai e os homens seus irmãos.
4. UM PONTO
DE ATENÇÃO.
Preparemos o caminho do Senhor… Podemos preparar um painel de média dimensão com a frase: “Preparemos o caminho do Senhor!”. Esta frase é, de certo modo, a mensagem dos textos de hoje: da oração da entrada ao Evangelho, passando pela primeira leitura e pelo salmo. Este painel deve ser colocado em lugar bem visível. A oração dos fiéis será composta por intenções que respondam à questão: “Como preparar o caminho do Senhor hoje?” Esta questão começa cada intenção e é seguida, em cada vez, do pedido: “Senhor, ajuda-nos a…” No início de cada oração de intercessão, alguém pega no painel e coloca-o diante da assembleia durante a oração.
Preparemos o caminho do Senhor… Podemos preparar um painel de média dimensão com a frase: “Preparemos o caminho do Senhor!”. Esta frase é, de certo modo, a mensagem dos textos de hoje: da oração da entrada ao Evangelho, passando pela primeira leitura e pelo salmo. Este painel deve ser colocado em lugar bem visível. A oração dos fiéis será composta por intenções que respondam à questão: “Como preparar o caminho do Senhor hoje?” Esta questão começa cada intenção e é seguida, em cada vez, do pedido: “Senhor, ajuda-nos a…” No início de cada oração de intercessão, alguém pega no painel e coloca-o diante da assembleia durante a oração.
5. PARA A
SEMANA QUE SE SEGUE…
Dar espaço para o Senhor… A urgência é seguramente dar a Cristo todo o espaço nas nossas vidas: limpar o terreno, em suma… Permitir que Ele nasça no íntimo da nossa vida… O Advento pode ser um tempo de desapropriação, para melhor encontrar Cristo. Ao longo desta segunda semana, é o apelo que nos é dirigido por João Baptista: procurar libertar o espaço para o Senhor. Só assim permitimos que Ele venha!
Dar espaço para o Senhor… A urgência é seguramente dar a Cristo todo o espaço nas nossas vidas: limpar o terreno, em suma… Permitir que Ele nasça no íntimo da nossa vida… O Advento pode ser um tempo de desapropriação, para melhor encontrar Cristo. Ao longo desta segunda semana, é o apelo que nos é dirigido por João Baptista: procurar libertar o espaço para o Senhor. Só assim permitimos que Ele venha!
UNIDOS PELA
PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.pt
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.pt
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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