DOMINGO – DIA 05 Evangelho - Mt 5,1-12ª Canção Nova O chamado “Sermão da Montanha”, discurso
inaugural do ministério público de Jesus, se estende até ao capítulo 7 do
Evangelho de S. Mateus. É o primeiro dos cinco discursos que o evangelista
distribui estrategicamente no seu livro. Neste domingo simplesmente ficamos nas
bem-aventuranças. O Evangelho deste domingo nos traz o Sermão
da Montanha. Falar dele em poucas palavras é uma missão bem difícil para mim,
já que eu olho para ele e vejo uma grande lição em cada versículo. Sempre que o Sermão da Montanha é mostrado
nos filmes, Jesus está andando pelo meio da multidão e falando bem alto. Quando
lemos no Evangelho, descobrimos que não foi bem assim, como nos filmes. Na
verdade, Jesus olhou para a multidão, subiu o monte em silêncio, e sentou. Os
discípulos se aproximaram e sentaram perto d’Ele. Foi então que Jesus abriu a
boca e começou a ensinar-lhes. Então se os discípulos estavam perto, não havia
por que falar alto! Foi uma “aula particular” para os discípulos, e que deve
ter sido bem mais extensa do que as poucas linhas que ficaram registradas no
livro de Mateus. “Bem-aventurados os pobres de espírito,
porque deles é o Reino dos Céus.” Quem são os “pobres de Espírito”? E por que é
deles o Reino dos Céus? Se alguém lhe perguntasse “de quem é o Reino dos Céus?”
você responderia “dos pobres de espírito”? Não? Nem eu. Por isso precisei
pesquisar outras traduções e estudar sobre o assunto para entender o que está
escondido nesse versículo… Pobre em espírito é aquele que tem o espírito vazio
de si próprio, a ponto de reconhecer sua pequenez e pedir humildemente que Deus
ocupe esse vazio do seu espírito. Não importa se a pessoa é rica ou pobre de
dinheiro, pois não é impossível para o pobre ser arrogante, nem para o rico ser
humilde. O Reino dos Céus é destas pessoas porque são estas que se permitem ser
preenchidas, no seu vazio, pelo próprio Deus. São estas pessoas que espalham as
sementes do Reino dos Céus em forma de Amor. “Bem-aventurados os aflitos, porque serão
consolados.” Já começo aqui lembrando que só se aflige quem se importa, quem se
preocupa. Com que/quem você se importa? Quem está aflito de verdade, chora.
Como Jesus chorou no Getsêmani. Você já chorou de arrependimento pelos seus
erros? Pelas dificuldades que você teve (ou está tendo) que enfrentar?
Acredite: elas foram ou estão sendo necessárias. Se Deus as permitiu, existe
uma razão. Você pode até não entender hoje, mas confie em Deus: depois de uma
grande aflição, sempre vem uma grande recompensa. “Bem-aventurados os mansos, porque possuirão
a terra.” O verdadeiro manso é aquele que, mesmo tendo a possibilidade e a
escolha de aniquilar aqueles que se opõem a ele, escolhe a paciência. No
entanto, o verdadeiro manso não é passivo e indiferente ao que é errado, mas
defende a Verdade mesmo que isso lhe custe a vida. Nesse mundo cruel em que
vivemos, o normal é que os mansos sejam “engolidos” pelos violentos. Mas na
lógica de Jesus, quem vai “herdar a terra”, ou seja, quem vai permanecer no
final de tudo, são os mansos. Por quê? Porque os violentos matam-se uns aos
outros. “Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque serão saciados.” Aqui está implícito algo interessante: que
neste mundo a justiça é falha. Mas todos nós já ouvimos a expressão: “a justiça
divina tarda, mas não falha”. Alguém lhe caluniou? Alguém lhe trapaceou? Alguém
lhe condenou e castigou injustamente? Não se preocupe: mais cedo ou mais tarde,
essa pessoa terá de acertar as contas com Deus. E, sem sombra de dúvidas, irá
colher o que plantou. Claudinei M. de Oliveira O amor verdadeiro
Para haver o amor verdadeiro não pode receber nada em troca. O amor não é
mercadoria e nem pode fazer comércio de uma expressão que une e aproxima as
pessoas por querer o bem na totalidade. O amor congrega o mais peculiar
da pessoa: a doação. Doar-se de corpo e alma no projeto de vida é revelar
o imenso amor da pessoa com o outro.
Jesus pede no Santo Evangelho que não convide os amigos próximos e nem parentes
para um banquete. Entretanto, convide alguém que realmente precisa de atenção e
comida. Assim Jesus expressou: convida os pobres, os aleijados, os coxos, os
cegos! Eles são pobres, abandonados, desprovidos de bens e serviços e
clama por amor.
Ao convidar os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos o Reino da Justiça
estará acontecendo no âmbito do amor gratuito, pois eles não pedem nada em
troca e nem vão retribuir com presentes, o que vão fazer e dizer na mais pura
simplicidade e alegria: "Deus lhe pague".
Contudo, as palavras de Jesus não param por ai: quem são os pobres que
precisam ser convidados para o banquete? Respondo: são homens e mulheres
maltratados pela opressão, pessoas distantes da palavra de Deus para a
libertação, indigentes jogados no lixo pelo sistema massacrante do capital, sujeitos
à espera de uma mão amiga para alavancar das sarjetas da vida. Masquem são os
aleijados? São todos aqueles acorrentados, presos pelas injustiças, violentados
pelo domínio de espaço, inertes a espera de aconchego. E os coxos? São os
decepados nas suas entranhas para convir uma realidade de excelência a
outro. E os cegos? São os tapados pelas ideologias dominantes que não enxergam
a realidade de morte, são os adoradores dos interesses alheios que fazem os
caprichos de uma classe que extermina sem piedade. Enfim, são cristãos que
precisam alimentar da palavra de Deus afim de fortalecer na caminhada do
Pai.
Quem ama estas pessoas de coração aprendeu a gratuidade de Nosso Pai. Ele não
mediu esforços para livrar o homem do pecado, enviou seu filho como prova de
amor, enxergou o sofrimento e morte de cruz de seu Amado. Este Deus nos pede a
humildade para acolhermos em nossas casas os necessitados da palavra e da
comida.
Enfim, o amor gratuito revela o tamanho da fé e da esperança que nos envolve.
Sejamos um missionário que convida todos para um banquete especial, um banquete
da alegria, um banquete na casa do Pai. Que sejamos este missionário do Amor,
Amém!
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