29 Setembro 2017
Lectio
Primeira
leitura: Ageu 1, 15b – 3, 9
No segundo
ano do rei Dario, no vigésimo primeiro dia do sétimo mês, a palavra do Senhor
fez-se ouvir por meio do profeta Ageu, nestes termos: 2«Fala ao governador de
Judá, Zorobabel, filho de Salatiel, ao Sumo Sacerdote Josué, filho de Joçadac,
e ao resto do povo: 3Quem é que resta entre vós que tenha visto este templo na
sua glória passada? E como o vedes agora? Não vos parece que não é nada? 4Mas
agora coragem, Zorobabel! Coragem, Josué, Sumo Sacerdote, filho de Joçadac!
Coragem, povo todo do país! Mãos à obra! Pois Eu estou convosco – oráculo do
Senhor do universo. 5Segundo a aliança que fiz convosco quando saístes do
Egipto, o meu espírito permanece no meio de vós. Não temais. 6Porque assim fala
o Senhor do universo: Ainda um pouco de tempo e Eu abalarei o céu e a terra, os
mares e os continentes. 7Sacudirei todas as nações para que afluam os tesouros
de todas as nações e encherei de glória este templo – diz o Senhor do universo.
8A prata e o ouro me pertencem – diz o Senhor do universo. 9O esplendor futuro
deste templo será maior que o primeiro – oráculo do Senhor do universo, e neste
lugar Eu darei a paz» – diz o Senhor do universo.
O primeiro
oráculo de Ageu parece ter surtido efeito. O povo retomou a reconstrução do
templo, que tinha sido abandonada. Mas, para aqueles que tinham visto o
anterior templo, como parece ter sido o caso de Ageu, o novo templo parecia bem
pouca coisa. Então o profeta, talvez durante a Festa dos Tabernáculos, em que
se festejava a dedicação do primeiro templo, proclama um novo oráculo de
incitação a uma boa conclusão da obra: «Coragem, Zorobabel! Coragem, Josué,
Sumo Sacerdote, filho de Joçadac! Coragem, povo todo do país! Mãos à obra! Pois
Eu estou convosco- oráculo do Senhor do universo» (v. 4). A coragem a que
convida o profeta fundamenta-se na promessa de Deus, que sempre está com os
seus: «Eu estou convosco».
Depois de reafirmar a presença de Deus, o profeta acrescenta outra promessa: haverá uma grande mudança no universo e entre as nações; os povos olharão para Jerusalém como centro da sua vida. Aí afluirão com os seus dons e materiais preciosos, que tornarão o actual templo mais sumptuoso que o de Salomão. Deus será reconhecido como senhor de toda a terra e como dador de paz para todos os povos.
Depois de reafirmar a presença de Deus, o profeta acrescenta outra promessa: haverá uma grande mudança no universo e entre as nações; os povos olharão para Jerusalém como centro da sua vida. Aí afluirão com os seus dons e materiais preciosos, que tornarão o actual templo mais sumptuoso que o de Salomão. Deus será reconhecido como senhor de toda a terra e como dador de paz para todos os povos.
Evangelho:
Lucas 9, 18-22
18Um dia,
quando Jesus orava em particular, estando com Ele apenas os discípulos,
perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» 19Responderam-lhe: «João
Baptista; outros, Elias; outros, um dos antigos profetas ressuscitado.»
20Disse-lhes Ele: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e
respondeu: «O Messias de Deus.»
Lucas
apresenta-nos um dos relatos mais centrais da tradição cristã. Para isso,
retoma o tema do evangelho de ontem. A pergunta é idêntica. Agora, porém, é o
próprio Jesus que a faz aos discípulos. Quem é Jesus? A resposta do povo é
variada: anda no ar a suspeita de um qualquer “mistério”, mas não há quem
consiga sair dos esquemas religiosos comuns. Também os discípulos respondem de
modo incompleto: pelo menos, a sua resposta pode ser mal entendida; por isso,
Jesus lhes proíbe falar cf. V. 21). De facto, não é suficiente reconhecer Jesus
como Messias. Que Messias? Só a cruz afastará qualquer mal-entendido. «O Filho
do Homem tem de sofrer muito» (v. 22): a cruz não foi um acidente de percurso,
mas de querido, de planeado por Deus. É esta a novidade inesperada e que
escandalizará tanta gente. A presença de Deus manifestou no caminho da cruz,
isto é, no dom de Si mesmo, não por uma qualquer imposição, mas por um amor que
aceita ser contradito e derrotado. Se esse dom de Si tivesse sido inútil e
definitivamente derrotado, não seria certamente um sinal de Deus. Mas a
ressurreição fez dele esse sinal. É no dom de Si mesmo, que não recua perante o
sofrimento e a morte, que está encerrada a vitória de Deus.
Meditatio
«Coragem,
Zorobabel! Coragem, Josué, Sumo Sacerdote, filho de Joçadac! Coragem, povo todo
do país! Mãos à obra! Pois Eu estou convosco… o meu espírito permanece no meio
de vós. Não temais» (v. 4). Como devem ter sido encorajantes estas palavras
para os desanimados reconstrutores do templo e da cidade de Jerusalém. Os
Judeus tinham regressado à pátria com grandes sonhos e projectos. A
reconstrução do templo era, sem dúvida, uma tarefa prioritária. Mas surgiram
muitas dificuldades, seja pela falta de meios para uma tão grande obra, seja
por causa dos comentários dos saudosos do antigo templo, que sessenta e tantos
anos antes tinham contemplado a sua magnificência e o esplendor das suas
liturgias. O actual parecia-lhes pouca coisa. Nesta situação de desânimo, ecoa
a Palavra do Senhor: «coragem… Eu estou convosco… o meu espírito permanece no
meio de vós. Não temais» (v. 4).
Para sabermos as condições em que o Senhor trabalha connosco, precisamos de dar atenção às duas leituras de hoje. A. Vanhoye diz que elas lembram as regras de S. Inácio para os momentos de desolação e de consolação: quando nos sentimentos consolados, cheios de coragem e de optimismo, havemos de pensar nas dificuldades que hão-de vir, na desolação que há-de chegar e preparar-nos para ela. O evangelho vai nesse sentido. É um evangelho de consolação, porque é revelação do Messias. Jesus provoca a declaração entusiasta dos seus discípulos: «Tu és o Messias de Deus» (v. 20). Mas, logo a seguir, proíbe-lhes falar disso e, pelo caminho, fala-lhes do sofrimento e da morte que O esperam em Jerusalém. A mesma regra de S. Inácio diz que, no tempo da desolação, é preciso pensar na consolação que há-de vir, saber que não durará muito, que Deus nos ajudará, ou melhor, que já nos está a ajudar e que, por isso, podemos avançar com confiança e perseverança.
O Evangelho dá-nos outra pista para bem compreendermos o oráculo de Ageu, segundo o qual o templo tinha de ser reconstruído com humildade e com uma certa angústia. De facto, Jesus diz aos discípulos: «O Filho do Homem tem de sofrer muito» (Lc 9, 22). É uma necessidade. Jesus tinha de ser recusado e morto, para ressuscitar no terceiro dia. N´Ele realiza-se verdadeiramente a profecia de Ageu, porque o seu corpo é o verdadeiro templo de Deus. No corpo de Cristo podemos encontrar a Deus. No corpo de Cristo, podemos todos formar o verdadeiro templo de Deus.
Na nossa vida pessoal, e na vida da Igreja, não podemos esquecer estas realidades. Precisamos de períodos de sofrimento, e até de humilhação, para que o nosso espírito seja purificado, e a nossa oferta seja digna de Deus. Em vez de desanimarmos nas provações, temos que aumentar a nossa confi
ança, porque elas são sinal que Deus trabalha em nós.
Para sabermos as condições em que o Senhor trabalha connosco, precisamos de dar atenção às duas leituras de hoje. A. Vanhoye diz que elas lembram as regras de S. Inácio para os momentos de desolação e de consolação: quando nos sentimentos consolados, cheios de coragem e de optimismo, havemos de pensar nas dificuldades que hão-de vir, na desolação que há-de chegar e preparar-nos para ela. O evangelho vai nesse sentido. É um evangelho de consolação, porque é revelação do Messias. Jesus provoca a declaração entusiasta dos seus discípulos: «Tu és o Messias de Deus» (v. 20). Mas, logo a seguir, proíbe-lhes falar disso e, pelo caminho, fala-lhes do sofrimento e da morte que O esperam em Jerusalém. A mesma regra de S. Inácio diz que, no tempo da desolação, é preciso pensar na consolação que há-de vir, saber que não durará muito, que Deus nos ajudará, ou melhor, que já nos está a ajudar e que, por isso, podemos avançar com confiança e perseverança.
O Evangelho dá-nos outra pista para bem compreendermos o oráculo de Ageu, segundo o qual o templo tinha de ser reconstruído com humildade e com uma certa angústia. De facto, Jesus diz aos discípulos: «O Filho do Homem tem de sofrer muito» (Lc 9, 22). É uma necessidade. Jesus tinha de ser recusado e morto, para ressuscitar no terceiro dia. N´Ele realiza-se verdadeiramente a profecia de Ageu, porque o seu corpo é o verdadeiro templo de Deus. No corpo de Cristo podemos encontrar a Deus. No corpo de Cristo, podemos todos formar o verdadeiro templo de Deus.
Na nossa vida pessoal, e na vida da Igreja, não podemos esquecer estas realidades. Precisamos de períodos de sofrimento, e até de humilhação, para que o nosso espírito seja purificado, e a nossa oferta seja digna de Deus. Em vez de desanimarmos nas provações, temos que aumentar a nossa confi
ança, porque elas são sinal que Deus trabalha em nós.
Oratio
Pai santo,
não permitais que eu caia naquele tipo de lamentações, que só causam angústia e
desânimo: «Antigamente é que era bom! Agora está tudo cada vez pior. Onde é que
vai parar a Igreja?» Ajuda-me a viver com humildade e confiança, sabendo que
estás connosco, que o teu Espírito está no meio de nós, e que nada temos a
temer. Se Tu estás comigo, e com a tua Igreja, como firmemente creio, que eu
esteja Contigo, que a tua Igreja esteja Contigo! Que a docilidade do teu povo
se traduza no optimismo da fé, no optimismo que adere ao mistério de Cristo,
morto e ressuscitado, no concreto da vida. Amen.
Contemplatio
«Um dos
soldados abriu-lhe o lado com uma lança». Tudo é mistério na vida e na morte de
Jesus. O seu Coração sofreu durante toda a sua vida e especialmente na sua
agonia, para expiar todos os pecados do nosso coração, todos as nossas más
afeições, todos os nossos desejos maus. Quando o seu coração é aberto, já não
sofre fisicamente, no entanto é ainda um ultraje que lhe é feito para completar
a expiação. Mas o segredo desta ferida, é a abertura misteriosa do peito e do
coração de Jesus; a abertura do peito que manifesta o seu Coração, a abertura
deste Coração, que simboliza a efusão do amor.
É doravante um Coração aberto para espalhar o seu amor e os seus benefícios. É o prelúdio longínquo da devoção ao Sagrado Coração. Oh! como esta lança cruel tem um aspecto amável! Abriu-nos o Coração de Jesus. Jesus amou a lança, como amou e abençoou a cruz e os cravos. Invejo a sorte desta lança que penetrou no Coração de Jesus. Quero-o também eu sondar, não como o apóstolo Tomé com um sentimento de dúvida e de curiosidade; quero sondá-lo numa contemplação amante; que perscrutar os seus abismos, as disposições de humildade, de doçura, de amor, de sacrifício. Toda a minha vida não será suficiente para isso. Eternamente sondarei este Coração aberto pela lança e encontrarei sempre nos seus abismos novos motivos de o louvar e de o amar. (Leão Dehon, OSP 3, pp. 242s.).
É doravante um Coração aberto para espalhar o seu amor e os seus benefícios. É o prelúdio longínquo da devoção ao Sagrado Coração. Oh! como esta lança cruel tem um aspecto amável! Abriu-nos o Coração de Jesus. Jesus amou a lança, como amou e abençoou a cruz e os cravos. Invejo a sorte desta lança que penetrou no Coração de Jesus. Quero-o também eu sondar, não como o apóstolo Tomé com um sentimento de dúvida e de curiosidade; quero sondá-lo numa contemplação amante; que perscrutar os seus abismos, as disposições de humildade, de doçura, de amor, de sacrifício. Toda a minha vida não será suficiente para isso. Eternamente sondarei este Coração aberto pela lança e encontrarei sempre nos seus abismos novos motivos de o louvar e de o amar. (Leão Dehon, OSP 3, pp. 242s.).
Actio
Repete
frequentemente e vive hoje a Palavra:
«O meu espírito permanece no meio de vós. Não temais» (Ag 4, 4).
«O meu espírito permanece no meio de vós. Não temais» (Ag 4, 4).
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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