4 Setembro 2017
Lectio
Primeira leitura: 1 Tessalonicenses 4, 13-18
Irmãos, 13 não queremos deixar-vos na ignorância
a respeito dos que faleceram, para não andardes tristes como os outros, que não
têm esperança. 14De facto, se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, assim
também Deus reunirá com Jesus os que em Jesus adormeceram. 15Eis o que vos
dizemos, baseando-nos numa palavra do Senhor: nós, os vivos, os que ficarmos
para a vinda do Senhor, não precederemos os que faleceram; 16pois o próprio
Senhor, à ordem dada, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, descerá do
Céu, e os mortos em Cristo ressurgirão primeiro. 17Em seguida nós, os vivos, os
que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens, para
irmos ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
18Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.
Com uma linguagem simples e cheia de imagens,
Paulo entra na questão escatológica, para a qual tende toda a carta. O Apóstolo
tinha anunciado insistentemente a parusia de Cristo, e os Tessalonicenses
julgavam que se tratava de algo iminente, um acontecimento em que já não
tomariam parte os membros da comunidade falecidos depois de Paulo ter ido
embora. Mas o Apóstolo não podia garantir se se tratava de um acontecimento
iminente ou longínquo: «Irmãos, quanto aos tempos e aos momentos, não precisais
que vos escreva. Com efeito, vós próprios sabeis perfeitamente que o Dia do
Senhor chega de noite como um ladrão.» (5, 1-2). Conscientes da incerteza do
momento, há que estar sempre vigilantes, unidos a Cristo na fé, na esperança e
na caridade. Assim estão preparados para receber a salvação que Jesus lhes
alcançou pela sua morte e ressurreição (cf. 5, 1-11).
Paulo recorre à linguagem apocalíptica para dizer que o tempo da vinda de Cristo é um tempo fixado, um kairòs, que intervirá na história segundo um preciso desígnio. Esse desígnio pode ser entrevisto por inspiração divina, mas, em última análise, permanece escondido nas profundidades de Deus: «o próprio Senhor» (v. 16), Jesus, deverá esperar pelo sinal celeste para iniciar o seu regresso ao meio dos homens.
Paulo recorre à linguagem apocalíptica para dizer que o tempo da vinda de Cristo é um tempo fixado, um kairòs, que intervirá na história segundo um preciso desígnio. Esse desígnio pode ser entrevisto por inspiração divina, mas, em última análise, permanece escondido nas profundidades de Deus: «o próprio Senhor» (v. 16), Jesus, deverá esperar pelo sinal celeste para iniciar o seu regresso ao meio dos homens.
Evangelho: Lucas 4, 16-30
Naquele tempo, Jesus 16Veio a Nazaré, onde tinha
sido criado. Segundo o seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e
levantou-se para ler. 17Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, desenrolando-o,
deparou com a passagem em que está escrito: 18«O Espírito do Senhor está sobre
mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar
a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em
liberdade os oprimidos, 19a proclamar um ano favorável da parte do Senhor.»
20Depois, enrolou o livro, entregou-o ao responsável e sentou-se. Todos os que
estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Começou, então, a dizer-lhes:
«Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.» 22Todos
davam testemunho em seu favor e se admiravam com as palavras repletas de graça
que saíam da sua boca. Diziam: «Não é este o filho de José?» 23Disse-lhes,
então: «Certamente, ides citar-me o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo.’
Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaúm, fá-lo também aqui na tua
terra.» 24Acrescentou, depois: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem
recebido na sua pátria. 25Posso assegurar-vos, também, que havia muitas viúvas
em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis
meses e houve uma grande fome em toda a terra; 26contudo, Elias não foi enviado
a nenhuma delas, mas sim a uma viúva que vivia em Sarepta de Sídon. 27Havia
muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi
purificado senão o sírio Naaman.» 28Ao ouvirem estas palavras, todos, na
sinagoga, se encheram de furor. 29E, erguendo-se, lançaram-no fora da cidade e
levaram-no ao cimo do monte sobre o qual a cidade estava edificada, a fim de o
precipitarem dali abaixo. 30Mas, passando pelo meio deles, Jesus seguiu o seu
caminho.
A pregação de Jesus começa com um rito na
sinagoga: levanta-se, vai ler, é-Lhe dado o rolo, abre-o… É um momento solene
que Lucas sublinha. Jesus proclama a página profética e interpreta-a: «Cum¬priu
se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.» Jesus é o profeta
prometido. O tempo presente é o kairós – o tempo providencial – que é preciso
acolher. Os ouvintes reagem manifestando espanto pelas palavras de Jesus e pelo
modo como as pronuncia: palavras repletas de graça. Alguns reagem
negativamente, de modo crítico e mesmo agressivo contra Jesus. A proposta da
salvação provoca reacções diferentes e, por vezes, opostas.
Meditatio
O tempo de Deus foi anunciado pelos Profetas
como tempo de salvação, especialmente para os oprimidos e para os que andam
longe da graça do Senhor. A vinda de Cristo inaugurou esse tempo, o kairòs, que
dá início à realização das promessas, ao último acto da história da salvação.
Quem acolher o anúncio de Jesus de Nazaré, quem reconhecer na sua pessoa a
aproximação do reino de Deus, toma parte, desde já, na graça prometida na
antiga aliança, no Jubileu da história, que se realiza uma vez por todas. Para
quem não rejeitar a humilde revelação do filho do carpinteiro, a libertação
acontece hoje, no dia da salvação, que Cristo fez raiar. Desde o advento do
Senhor, os homens vivem no único dia, que tem por aurora o seu nascimento na
gruta de Belém, e, por pôr-do-sol, a Parusia, a sua vinda gloriosa. Este é o
hoje da fé. Quando o Senhor voltar, e formos levados com Ele, o hoje da fé dará
lugar ao para sempre da visão beatífica, em que Ele será Emanuel, Deus connosco.
Se quisermos estar com Jesus, precisamos de escutar a lição do evangelho: abrir o coração com disponibilidade e gratuidade. Isto significa não amar, nem sequer a Jesus, de modo possessivo, pedindo-lhe as suas graças, os seus favores, só para nós, pedindo-lhe privilégios. Se quisermos estar com Ele, temos de O acompanhar quando se dirige a outra gente e, portanto, acolher as grandes intenções missionárias da Igreja. Somente assim estaremos unidos ao seu Coração, ao Coração de Jesus, sem estarmos presos pelo egoísmo espiritual, que, por muito espiritual que seja, é contrário à caridade de Cristo.
Escreve S. Paulo: “Conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo: que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer pela sua pobreza" (2 Cor 8,9). Esta convicção conforta e sustenta atitudes fundamentais para nós, como é a disponibilidade, o abandono, o amor oblativo na nossa relação com Deus e na «nossa vida comunitária» (Cst 63).
Se quisermos estar com Jesus, precisamos de escutar a lição do evangelho: abrir o coração com disponibilidade e gratuidade. Isto significa não amar, nem sequer a Jesus, de modo possessivo, pedindo-lhe as suas graças, os seus favores, só para nós, pedindo-lhe privilégios. Se quisermos estar com Ele, temos de O acompanhar quando se dirige a outra gente e, portanto, acolher as grandes intenções missionárias da Igreja. Somente assim estaremos unidos ao seu Coração, ao Coração de Jesus, sem estarmos presos pelo egoísmo espiritual, que, por muito espiritual que seja, é contrário à caridade de Cristo.
Escreve S. Paulo: “Conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo: que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer pela sua pobreza" (2 Cor 8,9). Esta convicção conforta e sustenta atitudes fundamentais para nós, como é a disponibilidade, o abandono, o amor oblativo na nossa relação com Deus e na «nossa vida comunitária» (Cst 63).
Oratio
Louvado sejas, Senhor, por tudo quanto
realizaste e realizas em nosso favor. Louvado sejas por, tantas
vezes, nos teres libertado da nossa pobreza de filhos do bem-estar, das nossas prisões de vítimas dos sistemas que nós mesmos criámos, da cegueira da nossa incapacidade para Te reconhecermos como Senhor da história, da opressão de vivermos curvados, sem ver a morada onde nos esperas.
Pai santo e bom, faz-nos, mais uma vez, ouvir o anúncio da salvação, faz-nos ouvir as palavras do teu Filho: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura», para que, ponde de parte as nossas fracas seguranças humanas, e libertados de todo o peso, possamos ir ao teu encontro, no teu eterno hoje. Amen.
vezes, nos teres libertado da nossa pobreza de filhos do bem-estar, das nossas prisões de vítimas dos sistemas que nós mesmos criámos, da cegueira da nossa incapacidade para Te reconhecermos como Senhor da história, da opressão de vivermos curvados, sem ver a morada onde nos esperas.
Pai santo e bom, faz-nos, mais uma vez, ouvir o anúncio da salvação, faz-nos ouvir as palavras do teu Filho: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura», para que, ponde de parte as nossas fracas seguranças humanas, e libertados de todo o peso, possamos ir ao teu encontro, no teu eterno hoje. Amen.
Contemplatio
A consolação começa na terra. É inspirada pela
fé. É uma consolação nas nossas mágoas, nos nossos sofrimentos, nas nossas
provações, pensar que a nossa paciência apaga as nossas faltas e nos prepara
graças e uma recompensa sempre crescente. A paciência é sempre encorajada pela
esperança, diz S. Paulo: um ligeiro sofrimento prepara uma grande recompensa
(2Cor 4, 17). – Se sofremos, se morremos com Jesus, diz-nos muitas vezes,
havemos de ressuscitar e seremos glorificados com Ele (Rm 8, 17). Esta santa
esperança dá uma verdadeira alegria, um começo de beatitude celeste às almas
generosas no sofrimento: «Bendito seja o Pai das misericórdias e o Deus de toda
a consolação, diz S. Paulo; consola-nos em todas as nossas tribulações, a fim
de que também nós possamos consolar aqueles que estão nas angústias, pelos
mesmos motivos de encorajamento que Deus nos dá; porque à medida em que os
sofrimentos de Cristo abundam em nós, Cristo faz abundar em nós a consolação»
(2Cor 1, 3). Mas a consolação definitiva será no céu: «Deus, diz S. João,
enxugará todas as lágrimas dos seus eleitos» (Ap 7, 17). Já não haverá
incomodidades da terra, da fome, da sede e das intempéries; mas o Cordeiro que
reina lá provirá a tudo e abrirá a todos as fontes da vida e da alegria (Ap 7;
Is 49). (Leão Dehon, OSP 3, p. 40s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«Surgiu entre nós um grande profeta e Deus visitou o seu povo!» (Lc 7, 16).
«Surgiu entre nós um grande profeta e Deus visitou o seu povo!» (Lc 7, 16).
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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