7 Setembro 2017
Lectio
Primeira leitura: Colossenses 1, 9b-14
Irmãos: não cessamos de orar por vós e de pedir a Deus que vos
encha do conhecimento da sua vontade, com toda a sabedoria e inteligência
espiritual, 10a fim de caminhardes de modo digno do Senhor, para seu total
agrado: dai frutos em toda a espécie de boas obras e progredi no conhecimento
de Deus; 11deixai-vos fortalecer plenamente pelo poder da sua glória, para
chegardes a uma constância e paciência total com alegria; 12dai graças ao Pai,
que vos tornou capazes de tomar parte na herança dos santos na luz. 13Foi Ele
que nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o Reino do seu amado
Filho, 14no qual temos a redenção, o perdão dos pecados.
Paulo dirige-se aos Colossenses num tom de oração que irá
desembocar no hino cristológico (vv. 15-20. Por agora, pede para a comunidade o
dom de um profundo conhecimento da vontade de Deus. A linguagem, à primeira
vista, pode fazer lembrar a dos gnósticos, mas, depois, Paulo especifica melhor
de que conhecimento se trata, caracterizando-o definitivamente em sentido
cristão: caminhar de modo digno do Senhor, agradar-lhe em tudo, dar frutos de
boas obras, ser fortes e pacientes. Trata-se de um caminho de conversão, que
exige adesão da vontade do homem e compromisso em perseverar no bem, realizando
as obras agradáveis a Deus, as obras do Evangelho.
O cristão não é chamado apenas a um saber, mas a entrar num novo êxodo que estabelece a pertença ao povo de Deus: a «tomar parte na herança dos santos na luz» (v. 12), a luz que é Cristo ressuscitado, libertador do pecado e da morte.
O cristão não é chamado apenas a um saber, mas a entrar num novo êxodo que estabelece a pertença ao povo de Deus: a «tomar parte na herança dos santos na luz» (v. 12), a luz que é Cristo ressuscitado, libertador do pecado e da morte.
Evangelho: Lucas 5, 1-11
Naquele tempo, 1encontrando-se junto do lago de Genesaré, e
comprimindo-se à volta dele a multidão para escutar a palavra de Deus, 2Jesus
viu dois barcos que se encontravam junto do lago. Os pescadores tinham descido
deles e lavavam as redes. 3Entrou num dos barcos, que era de Simão, pediu-lhe
que se afastasse um pouco da terra e, sentando-se, dali se pôs a ensinar a
multidão. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo; e vós,
lançai as redes para a pesca.» 5Simão respondeu: «Mestre, trabalhámos durante
toda a noite e nada apanhámos; mas, porque Tu o dizes, lançarei as redes.»
6Assim fizeram e apanharam uma grande quantidade de peixe. As redes estavam a
romper-se, 7e eles fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco,
para que os viessem ajudar. Vieram e encheram os dois barcos, a ponto de se
irem afundando. 8Ao ver isto, Simão caiu aos pés de Jesus, dizendo: «Afasta-te
de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.» 9Ele e todos os que com ele estavam
encheram-se de espanto por causa da pesca que tinham feito; o mesmo acontecera
10a Tiago e a João, filhos de Zebedeu e companheiros de Simão. Jesus disse a
Simão: «Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens.» 11E, depois de
terem reconduzido os barcos para terra, deixaram tudo e seguiram Jesus
Lucas realça o modo como a multidão escutava «a palavra de Deus».
Deste modo, remete-nos para a comunidade eclesial que vive a sua fé colocando
no centro de si mesma «a palavra de Deus» e, ao mesmo tempo, Jesus como Palavra
da revelação e a pregação apostólica. Lucas também realça que Jesus, «sentando
se, dali se pôs a ensinar a multidão». Também este pormenor nos leva a
considerar a narração evangélica como intimamente ligada à vida da primitiva
comunidade cristã, em que a passagem da evangelização à catequese era normal e
permanente.
«Porque Tu o dizes, lançarei as redes»: Lucas sublinha a autoridade da palavra de Jesus. Sabemos que toda a palavra que saía da boca de Jesus, para os Apóstolos ou para a multidão, estava carregada de especial autoridade: «Que palavra é esta? Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos, e eles saem!» (4, 36).
«Depois de terem reconduzido as barcas para terra, dei¬xaram tudo e seguiram no». Esta expressão alerta para o radicalismo evangélico. Lucas quer indicar que o seguimento de Jesus implica, não só uma opção pessoal, mas também a decisão de se desapegar de tudo aquilo que, de algum modo, possa enfraquecer a adesão a Jesus.
«Porque Tu o dizes, lançarei as redes»: Lucas sublinha a autoridade da palavra de Jesus. Sabemos que toda a palavra que saía da boca de Jesus, para os Apóstolos ou para a multidão, estava carregada de especial autoridade: «Que palavra é esta? Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos, e eles saem!» (4, 36).
«Depois de terem reconduzido as barcas para terra, dei¬xaram tudo e seguiram no». Esta expressão alerta para o radicalismo evangélico. Lucas quer indicar que o seguimento de Jesus implica, não só uma opção pessoal, mas também a decisão de se desapegar de tudo aquilo que, de algum modo, possa enfraquecer a adesão a Jesus.
Meditatio
Pedro já se tinha encontrado com Jesus. Mas o episódio da pesca
milagrosa marca um novo começo, um novo tipo de relação com o Senhor: «Não
tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens» (v. 10). Quando o homem
vacila nas suas convicções mais firmes, fica criada a ocasião para a conversão.
No espaço deixado livre pelo homem, no calar a própria experiência, sempre
limitada, Deus pode agir, o seu poder pode manifestar-se. E tudo muda,
inclusivamente dentro de nós e na nossa relação com Ele. Na extraordinária
pesca, depois de uma noite de trabalho inútil, Pedro reconheceu os seus
limites, e reconheceu, sobretudo, o poder divino de Jesus. Por isso, se rendeu
e ajoelhou diante de Deus: «Ao ver isto, Simão caiu aos pés de Jesus» (v. 8).
Tendo dado espaço ao Senhor, Ele invadiu a sua vida: «de futuro, serás pescador
de homens» (v. 10b). E Pedro viveu uma verdadeira conversão, realizou um
pequeno êxodo, que encheu de significado as suas acções habituais. «Serás
pescador de homens»: Pedro e os companheiros são chamados a partir exactamente
da situação onde se encontravam, da sua experiência de homens do mar, que, de
futuro, olharão com olhos novos, com olhos iluminados pela fé no Senhor Jesus.
A noite de trabalho inútil, transformou-se no dia da abundância de Deus, em que
podem saborear os bens que Ele nos preparou desde toda a eternidade. Permanecer
pescadores, por outro lado, quer dizer continuar a própria experiência no
espaço e no tempo, na cultura e na sociedade a que pertencemos, incarnando nela
a Palavra que salva.
Para o cristão, cada dia há-de ser um novo começo, a partir da Palavra do Senhor, acolhida num coração disponível. Por isso, não há monotonia, não há repetição. Há sempre a novidade da Palavra de Deus, que nos oferece uma pequena luz para cada dia, que nos dá força e coragem para recomeçar. Apoiados nela, o nosso dia será frutuoso para nós e, misteriosamente, para todo o mundo. Os Apóstolos, à palavra de Jesus, lançaram as redes, «e apanharam uma grande quantidade de peixe» (v. 6).
Vivamos cada dia com esta atitude, e o nosso trabalho será tornado fecundo pelo poder da Palavra do Senhor.
Para o cristão, cada dia há-de ser um novo começo, a partir da Palavra do Senhor, acolhida num coração disponível. Por isso, não há monotonia, não há repetição. Há sempre a novidade da Palavra de Deus, que nos oferece uma pequena luz para cada dia, que nos dá força e coragem para recomeçar. Apoiados nela, o nosso dia será frutuoso para nós e, misteriosamente, para todo o mundo. Os Apóstolos, à palavra de Jesus, lançaram as redes, «e apanharam uma grande quantidade de peixe» (v. 6).
Vivamos cada dia com esta atitude, e o nosso trabalho será tornado fecundo pelo poder da Palavra do Senhor.
Oratio
Obrigado, Pai, pelo teu Filho Jesus, revelação da tua sabedoria,
manifestação da tua vida divina. A sua Palavra chama-nos à conversão, ao êxodo
da nossa sabedoria para a tua sabedoria. A sua Palavra é luz que nos tira das
trevas das nossas certezas, que nos permite ir mais além do fracasso da nossa
experiência. A sua Palavra é estímulo a fazer-nos ao largo, a não nos fecharmos
no nosso pequeno mundo, a irmos além da nossa experiência, para aceitarmos uma
só
; evidência, a da sua Palavra. Obrigado, Pai, pelo teu Filho, a Palavra feita carne. Amen.
; evidência, a da sua Palavra. Obrigado, Pai, pelo teu Filho, a Palavra feita carne. Amen.
Contemplatio
O Coração de Maria era o próprio Coração de Jesus durante este
período (da gravidez de Maria). Daí a sua grande santidade, daí a necessidade
da Imaculada Conceição. Este coração que devia ser o de Jesus, não podia ter
pertencido ao demónio. Daí o grande poder de intercessão de Maria. Como é que
Nosso Senhor lhe recusaria dispor do seu sangue e do preço deste sangue, ela
que o pôs nas veias e aí o fez circular, ela que imprimiu ao seu Coração os
seus primeiros batimentos. Recorramos, portanto, a Maria com uma inteira
confiança. Peçamos e havemos de receber. E Jesus, que fazia no seio de Maria?
Era o Verbo divino tornado mudo. O seu discípulo bem amado, João, disse a dupla
geração do Verbo: No princípio era o Verbo e o Verbo era Deus. O Verbo era Deus
como o Pai celeste, que o gerou desde toda a eternidade. Por este Verbo todas
as coisas foram feitas; este Verbo era vida e o princípio da vida; era a luz de
todos os homens. Enfim, este Verbo fez-se carne por amor para com os homens.
Quis ser gerado no seio de uma virgem pela operação do Espírito Santo.
Santificava a sua mãe, como quis santificar-nos habitando espiritualmente em
nós. (Leão Dehon, OSP 4, p. 565)
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«E o Verbo fez-se homem» (Jo 1, 14).
«E o Verbo fez-se homem» (Jo 1, 14).
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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