DOMINGO
– DIA 10 - Evangelho - Mt 18,15-20
Quero
lembrar-te que o fato de sermos “irmãos”, não nos isenta da possibilidade de
enfrentarmos divergências nos relacionamentos da família da fé, pois a
irmandade não elimina a nossa individualidade: temos diferenças de criação,
formação, visão, doutrina, teologia, liturgia, estratégia e outras que, sem
desejarmos, colocam-nos na situação de ofendidos por algum de nossos irmãos.
Por isso, como o pastor que procura a ovelha perdida, a justiça do Reino não se
cansa e tenta outra forma de aproximar quem errou: se ele não lhe der ouvidos,
tome consigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida
sob a palavra de duas ou três testemunhas. À primeira vista, tem-se a impressão
de que estaríamos fazendo um cerco em torno de quem errou. Mas essa atitude
pode ser vista sob a ótica da justiça do Reino, que tem como princípio fazer de
tudo para que o irmão não se perca. E se isso não der certo, toda a comunidade
é chamada a se pronunciar: caso não dê ouvidos, comunique à Igreja. E se,
depois de esgotados todos os recursos, depois de ter dado a quem errou a
oportunidade de ouvir o parecer de toda a comunidade é que a pessoa, por
decisão de todos, é excluída: se nem mesmo à Igreja ele der ouvidos, seja
tratado como se fosse um pagão ou um cobrador de impostos. Mesmo nesse caso a
comunidade deve manter-se em atitude prudente, dando uma chance em longo prazo
a fim de que a pessoa se arrependa e volte a ela. Antes de condenar ou excluir
alguém, é preciso aprender a justiça do Reino. E ter consciência de que os
passos aconselhados por Jesus não são normas rígidas, e sim um modo de agir que
tempera com justiça as relações entre pessoas. Em outras palavras, é preciso
ser criativo no esforço de recuperar quem erra e se afasta da comunidade. E o
espírito que anima essa tarefa não é o da exclusão, mas o da busca para
reintegrar.
Tomar
decisão de incluir ou excluir pessoas da comunidade não é tarefa fácil, como
pretendiam e faziam os chefes de sinagoga daquele tempo. É necessário que
tenhamos sempre em conta a advertência de Jesus: se a justiça de vocês não
superar a dos doutores da Lei e a dos fariseus, vocês não entrarão no Reino do
Céu. Para tanto, Ele dá algumas indicações, que passam pela necessidade das
pessoas se reunirem em nome dele, a fim de, mediante a oração, chegarem a um
consenso: se dois de vocês estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa
que queiram pedir, isto lhes será concedido por meu Pai que está no céu. Pois
onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles.
É
urgente que a comunidade esteja sempre ligada à Cristo pelo fato de na
comunidade existirem tensões entre os diversos grupos e problemas de
convivência: há irmãos que se julgam superiores aos outros e que querem ocupar os
primeiros lugares; há irmãos que tomam atitudes prepotentes e que escandalizam
os pobres e os débeis; há irmãos que magoam e ofendem outros membros da
comunidade; há irmãos que têm dificuldade em perdoar as falhas e os erros dos
outros. Somente estando em permanente sintonia com Jesus que nos convida à
simplicidade e humildade, ao acolhimento dos pequenos, dos pobres e dos
excluídos, ao perdão e ao amor que conseguiremos vencer. Aliás, com Jesus e
pela força da oração tudo pode ser mudado. Só assim seremos uma comunidade
verdadeiramente família de irmãos, que vive em harmonia, que dá atenção aos
pequenos e aos débeis, que escuta os apelos e os conselhos do Pai e que vive no
amor do Filho, animada pelo Espírito Santo.
Ninguém
pode viver a fé de qualquer modo ou abandoná-la quando passar por aflições. As
primeiras comunidades cristãs enfrentavam algumas dificuldades de correção
fraterna, onde os mais humildes eram vítimas da falta de tolerância. E Jesus
vem ensinar o jeito de nos reconciliar com os outros e ajudá-los a se
reconciliar. Esse é o caminho que todos nós e nossa comunidade devemos
percorrer. Não existe comunidade sem diversidade, nem diversidade sem
divergência. Quando esta for detectada, os passos pessoais e comunitários
precisam ser responsavelmente tomados na certeza de que é possível construir
uma convergência em Deus que proporciona: unidade para ligar como discípulos da
comunidade de Jesus somos autorizados a ligar a “terra ao céu”, tudo fazendo
para que a vontade de Deus prevaleça sobre a vontade do homem; unidade para
acordar a autoridade que deve estar associada a uma espiritualidade que nos
impulsiona a estabelecer parcerias de oração e acordos sobre dificuldades no
relacionamento para as quais creremos sinceramente que o Pai seja capaz de
sanar. Isto exige de nós a unidade para experimentar a presença de Jesus.
Construído e vivenciado o acordo terapêutico pela oração, Jesus assegura a Sua
presença em nosso meio.
A
experiência cristã evidencia que, muitas vezes, não temos nenhum controle sobre
o que fazem conosco, mas temos o controle sobre como reagiremos ao que nos foi
feito. Percorrer o caminho que vai da tristeza da ofensa para a experiência da
plenitude da presença restauradora de Jesus, este é o grande desafio da
comunhão da Igreja que precisamos buscar diligentemente! Assim haverá harmonia
e paz, concórdia e vida abundante entre nós.
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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