sexta-feira, 29 de setembro de 2017

DEUS ESPERA QUE ATENDAMOS AO SEU CHAMADO – Maria de Lourdes Cury Macedo.


Domingo, 1º de outubro de 2017.
Evangelho de Mt 21, 28-32.

Deus não desiste do ser humano, constantemente Ele nos chama à conversão. Deus passa pela nossa vida em várias etapas dela, exortando- nos a rever a nossa vida e voltarmos para Ele, que é o Caminho, a Verdade e a Vida, que é o AMOR!
Jesus conta mais uma parábola porque tem a intensão de levar o povo a aceitar sua mensagem. São muitos os motivos que afastam o povo das Palavras de Jesus, fazendo não O reconhecerem como o Salvador enviado por Deus. Nessa parábola mostra um dos motivos porque muitos não O aceitaram – a falsa ideia que tinham da religião.
Jesus conta uma parábola que entre nós acontece muito. Assumir um compromisso e não cumprir ou não assumir e cumprir. Há uma grande diferença entre falar e fazer, entre a teoria e a prática. As palavras e as promessas não resolvem nada, não valem nada. Essa história Jesus conta para os sumos sacerdotes e anciãos do povo, porque de alguma forma tinham dado um sim para Deus pela missão que assumiram e, no entanto, não desempenhavam como era preciso.
Por isso Jesus conta a parábola do pai que tinha dois filhos e convidou os dois para trabalharem na sua vinha. Um disse que não ia, mas foi, o outro disse que ia, mas não foi. Qual dos dois filhos fez a vontade do pai. Os sumos sacerdotes responderam que foi o primeiro, acertaram. Apesar de ter falado não para o pai, mudou de ideia e foi. O pai ficou feliz com esse filho. Esse filho representa os cobradores de impostos e as prostitutas, por viverem no pecado diziam não a Deus, mas escutaram as palavras de Jesus quando foram chamados por Ele e mudaram de vida. Muitos pecadores mudaram de vida quando se sentiram amados por Jesus e convidados a segui-Lo.
O segundo filho representa os fariseus, doutores da Lei, sumos sacerdotes e ancião do povo que se sentiam puros, santos, perfeitos, mas não aceitaram Jesus. Viviam apontando o dedo para os pecadores, excluindo-os, marginalizando-os porque não agiam como eles. São esses que abraçaram a mensagem de Jesus e mudaram de vida. Jesus veio ao mundo para mudar essa ordem injusta e mostrar que quem se sente pecador e indigno é que precisa de conversão e salvação, assim Jesus fala que esses são seus preferidos.
Jesus fala claramente para os fariseus, sacerdotes e escribas que viviam dizendo “sim senhor”, conheciam perfeitamente as Escrituras, eram mestres de religião, viviam anunciando a salvação, eram considerados como os justos e honestos, mas quando chegou o Salvador prometido, não quiseram aceitá-Lo. Quando ouviram sua doutrina do amor e do perdão não tiveram coragem de acreditar. Eram orgulhosos, estavam confiantes em si mesmos, estavam interessados somente em seu prestígio religioso e social. Para eles tudo estava bem, para que mudar? Perder seu posto, prestígio, seu status?
Todos eles ouviram a salvação anunciada por João Batista, o precursor de Jesus, enviado por Deus, que ensinava o caminho da justiça, não aceitaram suas palavras, fizeram como o filho que disse que iria trabalhar na vinha, mas não foi. Muitos pecadores públicos aceitaram os ensinamentos do precursor João Batista e fizeram penitência. Esses são comparados ao filho que disse não vou, mas foi cumprindo a ordem do pai. De todas as pessoas João exigia as mesmas atitudes – convidava à fé, ao arrependimento, à mudança de vida. Recebeu a salvação quem de fato acreditou, reconheceu seu pecado, mudou de vida, converteu-se.
Os ensinamentos de Jesus são sempre os mesmos, em todas as oportunidades ele convida para entrar no Reino dos céus, Reino de amor, misericórdia, fé, justiça, compaixão, com uma condição, vai entrar apenas quem fizer a vontade do meu Pai que está nos céus. (Mt 7, 21) Não basta ouvir a pregação, o anuncio da salvação e dizer que é bom e certo, o importante é viver a vida nova que Cristo trouxe para todos.
Ser cristão, pertencer a uma comunidade, participar de reuniões não basta, é preciso realizar obras dignas de um cristão, de um discípulo missionário de Jesus. Se isso não acontecer veremos com grande desilusão que muitos outros, que pareciam menos dignos, nos precederão no Reino dos céus.
É muito fácil acumular bons propósitos. O mundo está cheio deles, promessas e mais promessas. O difícil é cumpri-las fielmente. E é isso que interessa.
É melhor que nossos propósitos sejam pequenos, insignificantes até, mas que sejam cumpridos de fato. Assim estaremos dando o primeiro passo para a perfeição. Isso nos dá esperança de entrar no Reino de Deus.

Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
        


        

          

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

“OS COBRADORES DE IMPOSTOS E AS PROSTITUTAS VOS PRECEDEM NO REINO DE DEUS.”- Olivia Coutinho


 26º DOMINGO DO TEMPO COMUM  

Dia 01 de Outubro de 2017 

Evangelho de Mt21,28-32

         Estamos iniciando o mês de outubro, mês, em que a Igreja nos convida a refletir sobre a importância de nos tornarmos missionários do Senhor, propagadores da Boa Nova do Reino!
O espírito missionário se fundamenta na experiência com Jesus. Quando  fazemos  esta experiência, sentimos necessidade de partilhá-la com o outro, no desejo de que ele possa  também, fazer a mesma experiência que fazemos. É a partir daí, que nos tornamos missionários.
 Nossa missão, não se limita em somente levar algo ao outro, pois no exercício da missão, é comum, descobrirmos algo no outro, que nos faz crescer.
A missão nos ajuda a crescer, nos  permite criar novos laços, novas relações, a ter um  jeito novo de olhar a vida e de ser igreja!
Fazer com que Jesus se torne mais conhecido, é compromisso de toda a comunidade que vive e que quer transmitir a sua fé, no Cristo ressuscitado. Uma comunidade cristã, só é fiel à sua vocação, se ela for missionária.
O Evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta, nos adverte sobre o perigo que corremos, quando ficamos somente na interpretação da palavra de Deus, e não a trazemos para a nossa vida!
A palavra de Deus, é fonte de vida, quando embebedamos desta fonte, dizemos "sim" a Ele, e é a partir do nosso "sim" sincero, que  Ele  vai agindo no mundo, através de nós!
Conhecer a palavra de Deus, e não vivê-la, é conhecer a verdade e optar pela mentira. Era o que acontecia com os líderes religiosos do tempo de Jesus, eles conheciam bem as escrituras, mas não viviam o que pregavam, colocavam pesados fardos nos ombros das pessoas, e eles mesmos, ficavam somente no discurso, não viviam o que falavam.
Jesus desmascara estas autoridades dizendo: “Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no reino dos céus.” Isto é, este povo excluído, vistos por eles, como pecadores, ouviram a pregação de João e se converteram, endireitando suas vidas, enquanto que estes líderes, não deram crédito a pregação de João, não buscaram a conversão.
Para despertar nestes líderes, e hoje em nós, a importância de uma revisão de vida, Jesus conta  a parábola dos dois filhos convocados pelo pai a trabalhar na vinha.
O pai representa Deus, e os dois filhos, representam duas posturas diferentes diante o chamado de Deus. 
Esta parábola, chama a nossa atenção, para a responsabilidade do nosso "sim." Quantas vezes dizemos sim, a Deus, mas não cumprimos o que assumimos! O “não” do primeiro filho, representa os cobradores de impostos e as prostitutas, estes, a princípio, disseram não a Deus, optando por caminhos contrários, mas depois, se arrependeram e se converteram. Já o “sim” do segundo filho, representa os líderes religiosos daquele tempo e  muitos de nós, que dizemos "sim"  a Deus, mas  um "sim" que fica somente na palavra.
Com qual dos filhos nos identificamos? Com aquele que  disse não, mas que depois se arrependeu e foi trabalhar na vinha? Ou com aquele que disse "sim" mas que o seu sim, ficou somente na palavra?
O operário da vinha do Senhor, não  fica somente no discurso, ditando o que o outro deve fazer, ele põe a mão na massa,  ensina fazendo, como Jesus ensinava!
O nosso "sim" a Deus, deve ser sincero, deve ser um "sim" que brote do coração, um "sim" sincero, que nos coloque a serviço do Reino, como foi o "sim" de Maria.

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olivia Coutinho
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“RABI, TU ÉS O FILHO DE DEUS, TU ÉS O REI DE ISRAEL” – Olivia Coutinho.

 
Dia 29 de Setembro de 2017
 
Evangelho de Jo1,47-51

O nosso encontro com Jesus é transformador, muda-nos por inteiros, torna-nos mais flexíveis, mais amáveis, mais tolerantes, a ponto das pessoas do nosso convívio perceberem de imediato essa nossa  mudança!
Quando abrimos o nosso coração,  para acolher Jesus, Ele vai entrando lentamente na nossa vida, realizando grandes maravilhas em nós, e quando nos damos conta, já estamos totalmente envolvidos com Ele, Jesus já tomou conta de todo o nosso ser!
Quando deixamos nos Impregnar pelo o amor de Jesus, vamos ficando parecidos com Ele, na gratuidade, nos gestos concretos de amor, no modo simples de viver...
Quem faz a experiência de Jesus em sua vida, não consegue guardar esta alegria só para si, sente necessidade de partilha-la, no desejo de que o outro também possa fazer esta experiência.
Como discípulo, que encontrou no Mestre, o verdadeiro sentido do seu existir, não podemos esquecer, de que o nosso compromisso com Jesus, é  compromisso com a vida!
Não somos verdadeiros, quando dizemos que amamos Jesus, mas não cuidamos do que é mais precioso para Ele, que é a vida humana.
O evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta, narra o encontro de Natanael com Jesus,  a convite de Felipe! “Jesus viu Natanael que vinha ao seu encontro e declarou a respeito dele”: "Este é um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade"! Natanael disse a Jesus: "De onde me conheces?" E Jesus respondeu: "Antes que Filipe te chamasse, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi". 
Antes do seu encontro com Jesus, Natanael se mostrou incrédulo: “De Nazaré pode sair coisa boa?”  Mas a partir do seu encontro pessoal com Jesus, ele proclama veemente: "Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!" 
Este episódio chama a nossa atenção, sobre a importância do nosso encontro pessoal com Jesus, é a partir deste encontro, que acontece uma mudança radical no nosso modo de viver, passamos a ver o irmão que antes não víamos, a partilhar a vida que pensávamos pertencer somente a nós...
Em algum momento da nossa vida, alguém nos falou de Jesus, como  Felipe,  falou Dele com Natanael, mas é no nosso encontro pessoal com Jesus, que temos a mais bela certeza: Jesus é o nosso tudo! 
Que nós sejamos cristãos autênticos, sem falsidade, como Natanael, pois a Jesus,  ninguém engana, Ele nos conhece por dentro, nos conhece muito antes do nosso encontro primeiro com Ele! 
Em Jesus, o céu se abre e o rosto do Pai se faz visível! Jesus é a única ligação entre o céu e a terra, Nele está Deus de forma humana e o humano de forma divina! 
Proporcionemos ao outro, a alegria de conhecer Jesus, como Felipe proporcionou a Natanael: “Vem ver!”

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
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Como é possível o Filho do dono da vida morrer?-Canção Nova

SÁBADO – DIA 30 Evangelho - Lc 9,43b-45



Diante de tanta gente que procurava Jesus por causa das coisas que Ele fazia e das palavras que saíam de sua boca, Ele adverte aos seus discípulos que não ficassem com os olhos e as mentes na admiração e não se deixassem levar pela correnteza do povo que a Ele fluía.

Aquele que o povo procura ver, o homem que faz milagres, que alimenta o povo como que por “mágica” e não o Filho do Homem, o Filho do dono de tudo quanto existe, mas que para salvar os homens seus irmãos, deveria morrer numa cruz.

Cristo insiste em anunciar a Sua Paixão e Morte. Primeiro veladamente à multidão, e depois com mais clareza aos discípulos no Evangelho de hoje. Estes, porém, não entendem as Suas palavras, não porque não sejam claras, mas pela falta das disposições adequadas, pela falta de fé.

Talvez você também fique chocado: como é possível o Filho do dono da vida morrer? Se isso tiver de acontecer contigo é sinal de que ainda não chegou para ti o entendimento pleno do mistério do sofrimento, o significado da cruz. E então deves escutar o comentário de São João Crisóstomo: “Ninguém se escandalize ao contemplar uns Apóstolos tão imperfeitos, porque ainda não tinha chegado a Cruz nem tinha sido dado o Espírito Santo.”

Os discípulos tinham uma admiração e carinho extraordinários por Jesus. Percebendo isso, Jesus avisou-os: O Filho do Homem será entregue aos homens. Para nós, que sabemos o que Jesus passou da Quinta-feira Santa até a Crucificação, essa frase de Jesus é muito clara, mas o que tem de mais interessante no Evangelho de hoje é fazer o exercício de se colocar no lugar dos discípulos, e tentar entender o que se passava em seus corações e mentes.

O Evangelho de Lucas diz que os discípulos não alcançaram o sentido, e tinham medo de perguntá-lo a respeito. Eles não alcançaram o sentido porque não se passava em suas cabeças que Jesus poderia ser entregue à morte! E tinham medo de perguntá-lo porque sabiam que não iriam gostar do que iriam ouvir.

Os discípulos admitiram a fragilidade de não fazerem perguntas a Jesus sobre esse assunto porque tinham medo. Será que nós também não temos medo de saber sobre algum assunto desagradável?

Se os discípulos tivessem perguntado a Jesus sobre o que Ele estava falando, certamente poderiam ter se preparado melhor para os acontecimentos… Se o exame tivesse sido analisado a tempo, uma vida poderia ter sido salva… Se o assunto delicado tivesse sido conversado com calma, talvez muitos aborrecimentos pudessem ter sido evitados…

É preciso que o Filho do Homem seja entregue nas mãos dos homens para que nós tenhamos a vida e vida em plenitude. E quem no-lo confirma é o próprio Jesus: se o grão de trigo caído na terra não morre, permanece só. Mas se morre dá muito fruto. Permita que te diga meu irmão, a vida autêntica vai ser entregue nas mãos dos homens, para que os homens a possuam. Pois, na lógica humana, só é vivo quem tem a vida e para nós a termos é necessário que alguém a conceda. E então se justifica a entrega da vida de Jesus aos homens. No Evangelho segundo João 10,10 Jesus diz: eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância. Como a teríamos em plenitude se Ele não morresse na cruz?

Senhor, dá-me a graça de entender que a vida autêntica de fé e de missão é entrega e doação plena como vós mesmos fizestes. Que eu seja um dom, uma doação para os meus irmãos e irmãs. O mistério da Cruz, que não é outro senão o mistério Pascal da salvação do mundo em Cristo morto e ressuscitado domina toda a vida de Jesus. Para os discípulos de todos os tempos, ele será sempre uma realidade misteriosa, difícil de ser acreditada. No entanto, é nele que se revela todo o mistério de Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.


Vocês verão o céu aberto...Alexandre Soledade

SEXTA – DIA 29 - Evangelho - Jo 1,47-51


Alexandre Soledade
 Bom dia!
Primeiro ponto: Quem era Natanael? Nada mais que Bartolomeu, aquele que viria a ser um dos discípulos de Jesus. Sua lembrança é comemorada dia 24 de agosto. Então por que esse evangelho esta sendo visto hoje? Não é pelo dia, mas pela promessa feita por Jesus.
“(…) Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
Segundo ponto: Temos ainda muita dificuldade em acreditar no que ainda não vimos. Ou será que vimos, mas não reconhecemos?
Hoje a igreja celebra o dia dos “mensageiros dos decretos divinos” ou Arcanjos. Celebramos Miguel (Ninguém é como Deus), Rafael (Deus te cura) e Gabriel (Deus é meu protetor). Será que concebemos nos dias de hoje “repletos” de bruxinhos, vampiros bonzinhos (risos), a idéia de anjos ao nosso redor? Concebemos a idéia de seres iluminados e alados a nos guardar por intermédio da vontade divina?
Esse fato chega a ser intrigante… Até pouco tempo atrás a concepção de anjos ou foi por muitos esquecida, em especial pelos jovens, ou banalizada pelos exotéricos. Era anjo da sorte, da prosperidade, da saúde (e não era o Rafael não)… Vimos aos poucos o comércio, a mídia, os oportunistas transformar o “agente sob as ordens de Deus” em um empregado dos nossos desejos. Talvez essa “popularização” tenha surtido o efeito contrário e ter colaborado para que  tenhamos a dificuldade de imaginá-los no cotidiano de nossas ações. Eles estão presentes, mas sensíveis aos olhos e sentimentos dos mais simples e abertos ao projeto e ao amor de Deus.
Essa sensibilidade provavelmente advenha do reconhecimento (ou fé) que Deus nos ama e cuida de nós.
Podemos notar esse pelas coisas que inexplicavelmente acontecem em nossas vidas e daqueles que nos cercam. Prefiro chamar essa teia de coincidências de cumprimento irrestrito da aliança.
“(…) Reconhece, pois, que o Senhor, teu Deus, é verdadeiramente Deus, um Deus fiel, que guarda a sua aliança e a sua misericórdia até a milésima geração para com aqueles que o amam e observam os seus mandamentos, mas castiga diretamente aqueles que o odeiam, exterminando-os, e infligindo sem demora o castigo direto àquele que o odeia… Se ouvirdes esses preceitos e os praticardes fielmente, o Senhor, teu Deus, guardará para contigo a aliança de misericórdia que jurou a teus pais, amando-te, abençoando-te e multiplicando-te: abençoará o fruto de teu ventre e o fruto do teu solo, teu trigo, teu vinho e teu óleo, as crias de tuas vacas e de tuas ovelhas, na terra que jurou a teus pais dar-te. Serás bendito mais que todos os povos. Não haverá no meio de ti quem seja estéril, macho ou fêmea, tanto entre os homens como entre os animais”. (Deuteronômio 7, 9-10; 12-14)
Rafael andava ao lado de Tobias, mas ele não o via assim, talvez essa seja a manifestação mais comum dos arcanjos, pois uma das suas funções seja orientar aqueles que mais precisam de ajuda e mesmo assim passar despercebido. Talvez outros “anjos”, no entanto sem asas, estejam nos acompanhando e não os notamos. Provavelmente não tenham o glamour dos arcanjos, mas é certo que sempre estão presentes quando mais precisamos.  São pais, mães, irmãos, namorados (as), amigos (as), (…); de certa forma, são anjos orientados pelos anjos de Deus.
São Miguel, São Rafael, São Gabriel rogai por nós e defendei-nos do combate!
Zelemos por nossos anjos! Rezemos por aqueles que nos rodeiam, principalmente os da minha casa, do meu trabalho, da minha rua…

Um imenso abraço fraterno

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O Filho do Homem vai ser entregue-Dehonianos

30 Setembro 2017
Lectio
Primeira leitura: Zacarias 2, 5-9.14-15a
Levantei os olhos e tive uma visão: Era um homem que tinha na mão um cordel de medir. 6Eu disse-lhe: «Para onde vais?» Ele respondeu-me: «Vou medir Jerusalém, para ver qual é a sua largura e qual é o seu comprimento.» 7Então o anjo que falava comigo mantinha-se imóvel, quando veio ao seu encontro outro anjo 8que lhe disse: «Corre, fala àquele jovem e diz-lhe: ‘Jerusalém ficará sem muros, por causa da multidão de homens e de animais que haverá no meio dela. 9Mas eu serei para ela – oráculo do Senhor – como um muro de fogo à sua volta e serei no meio dela a sua glória.’» 14Rejubila e alegra-te, filha de Sião, porque eis que Eu venho para morar no meio de ti – oráculo do Senhor. 15Naqueles dias, muitas nações se unirão ao Senhor e serão meu povo
Zacarias é um profeta contemporâneo de Ageu, mas bastante mais novo. Ambos colaboraram com a sua pregação para a reconstrução do templo. Desaparecido Ageu, Zacarias continuou o seu ministério por bastante mais tempo.
Hoje escutamos a terceira visão do profeta Zacarias, que nos mostra um homem com um cordel de medir na mão. Esta imagem sugere imediatamente o regresso dos exilados, que começam a reconstruir a cidade santa, mas a mensagem alarga-se e torna-se uma profecia do tempo messiânico, em que Jerusalém não é simplesmente uma cidade como as outras, mas uma cidade muito florescente que vive sob a protecção de Deus, glória da cidade, isto é, Aquele que lhe dá verdadeiro valor.
Temos novamente o motivo da presença fiel de Deus no meio do seu povo. Essa presença atrai os outros povos, que também experimentam a salvação. Zacarias sonha com a adesão de todos os homens ao Senhor. Essa adesão realiza a unidade dos homens num só povo, o povo de Deus.
Evangelho: Lucas 9, 43b-45
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: 44«Prestai bem atenção ao que vou dizer-vos: o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.» 45Eles, porém, não entendiam aquela linguagem, porque lhes estava velada, de modo que não compreendiam e tinham receio de o interrogar a esse respeito.
O povo, e os próprios discípulos, estão admirados com as maravilhas que Jesus faz. Mas Ele interrompe a euforia dos mais próximos, os Apóstolos, para lhes falar novamente da cruz que O espera. A diferença é clamorosa: o que deve interessar aos discípulos não é a glória do Mestre, mas o seu «ser entregue nas mãos dos homens» (v. 44). É isso que devem compreender, sob pena de não perceberem correctamente a identidade de Jesus e a verdade da sua revelação. Compreender a cruz significa compreender o lado mais luminoso, novo e imprevisível do rosto de Deus revelado em Jesus. Não se trata de um qualquer pormenor, mas do centro, do essencial.
Meditatio
As leituras de hoje lembram os dois aspectos do mistério de Cristo, que celebramos na Eucaristia. O evangelho lembra-nos o sofrimento de Cristo: «O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens» (v. 44). Os Apóstolos não conseguem aceitar este aspecto, porque é contrário aos seus sonhos de glória sem sofrimentos. Mas esses sonhos andam longe do plano de Deus. Deus glorifica o homem através da provação que o transforma e conduz à união com Ele. A primeira leitura lembra-nos a glória. Zacarias, como Ageu, pregou a reconstrução do templo e da cidade de Jerusalém. É preciso reconstruir o templo. Mas também é preciso reconstruir a cidade, que tem no templo o seu centro, o seu coração. Para Zacarias, Jerusalém reconstruída, com o templo reedificado, será uma cidade maravilhosa, uma cidade grande, a cidade de Deus: «Jerusalém ficará sem muros, por causa da multidão de homens e de animais que haverá no meio dela. Mas eu serei para ela – oráculo do Senhor – como um muro de fogo à sua volta e serei no meio dela a sua glória.’» (v. 8s.). O Senhor está dentro e fora de Jerusalém. Está em todo o lado, na cidade que é sua. Esta imagem da nova Jerusalém irá concretizar-se de vários modos no Novo Testamento.
O profeta diz à nova Jerusalém: «Rejubila e alegra-te, filha de Sião, porque eis que Eu venho para morar no meio de ti – oráculo do Senhor» (v. 14). A profecia de Zacarias evoca a maternidade divina de Maria e, ao mesmo tempo, a sua maternidade humana. Maria é Mãe da Igreja e Mãe dos fiéis: «Muitas nações se unirão ao Senhor e serão meu povo» (v. 15). Nós somos parte dessas numerosas nações. Habitamos a nova cidade que Cristo construiu com a sua ressurreição, a Igreja, cidade cheia de glória. O Senhor está no meio dela.
Oratio
Nós Te adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, que pela tua santa cruz remiste o mundo. Que a contemplação do teu mistério pascal nos renove e torne cada vez mais semelhantes a Ti. Que, pela graça do teu Espírito, cresça em nós o homem novo, à tua imagem e semelhança. Que sejamos membros vivos do Templo que é o teu Corpo e pedras vivas da nova Jerusalém, que ergues no mundo como ser sinal e instrumento de salvação para todos os homens. Amen.
Contemplatio
Jesus quis crescer sem cessar nesta justiça aos olhos dos homens. Dela se alimentava: o seu alimento era fazer a vontade do seu Pai (Jo 4, 34). Avançava cada dia em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e diante dos homens (Lc 2, 52). Deu ao seu Precursor a mesma graça de crescimento quotidiano: o menino crescia e fortificava-se em espírito (Lc 1, 80). Quer que nós cresçamos também cada dia ou antes é Ele que quer crescer em nós como em seu corpo místico. S. Paulo descreve admiravelmente este crescimento de Jesus em nós: «Deu-nos, diz, apóstolos, pastores, doutores, para a consumação dos santos pela obra do ministério sacerdotal, e para a edificação do corpo de Cristo: até que cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento geral do Filho de Deus, à perfeição do cristão e à plena medida de Cristo vivendo na Igreja… para que não sejamos como crianças hesitantes e facilmente enganadas, mas que cumpramos a verdadeira justiça na caridade, e que cresçamos plenamente em Cristo nosso chefe, para nos tornarmos com Ele um só corpo bem compacto, onde circulará a vida segundo a vocação e a medida de cada membro, de maneira a realizar o desenvolvimento harmonioso de Cristo na caridade» (Ef 4, 11-16). Ó Senhor, tenho sede deste crescimento e desta vida, mas para isso é preciso que me alimente assiduamente de vós, da vossa graça, dos vossos ensinamentos, dos vossos mistérios, dos vossos sacramentos; é preciso que eu beba sem cessar nas fontes do amor, nas fontes vivificantes do vosso Coração, que é fruto de vida e fonte de salvação. É preciso que me abstenha de todo o alimento prejudi
cial, de tudo o que é o mundo e a carne, que não toque nem prove isso, sob pena de parar o meu crescimento com este veneno (Cl 2, 21). É só de vós que tenho fé, ó meu Salvador, vinde e saciai o meu coração e a minha alma. (Leão Dehon, OSP 4, p. 42s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«Eu venho para morar no meio de ti» (Zc 2, 14)


Quem dizem as multidões que Eu sou?-Dehonianos

29 Setembro 2017
Lectio
Primeira leitura: Ageu 1, 15b – 3, 9
No segundo ano do rei Dario, no vigésimo primeiro dia do sétimo mês, a palavra do Senhor fez-se ouvir por meio do profeta Ageu, nestes termos: 2«Fala ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Salatiel, ao Sumo Sacerdote Josué, filho de Joçadac, e ao resto do povo: 3Quem é que resta entre vós que tenha visto este templo na sua glória passada? E como o vedes agora? Não vos parece que não é nada? 4Mas agora coragem, Zorobabel! Coragem, Josué, Sumo Sacerdote, filho de Joçadac! Coragem, povo todo do país! Mãos à obra! Pois Eu estou convosco – oráculo do Senhor do universo. 5Segundo a aliança que fiz convosco quando saístes do Egipto, o meu espírito permanece no meio de vós. Não temais. 6Porque assim fala o Senhor do universo: Ainda um pouco de tempo e Eu abalarei o céu e a terra, os mares e os continentes. 7Sacudirei todas as nações para que afluam os tesouros de todas as nações e encherei de glória este templo – diz o Senhor do universo. 8A prata e o ouro me pertencem – diz o Senhor do universo. 9O esplendor futuro deste templo será maior que o primeiro – oráculo do Senhor do universo, e neste lugar Eu darei a paz» – diz o Senhor do universo.
O primeiro oráculo de Ageu parece ter surtido efeito. O povo retomou a reconstrução do templo, que tinha sido abandonada. Mas, para aqueles que tinham visto o anterior templo, como parece ter sido o caso de Ageu, o novo templo parecia bem pouca coisa. Então o profeta, talvez durante a Festa dos Tabernáculos, em que se festejava a dedicação do primeiro templo, proclama um novo oráculo de incitação a uma boa conclusão da obra: «Coragem, Zorobabel! Coragem, Josué, Sumo Sacerdote, filho de Joçadac! Coragem, povo todo do país! Mãos à obra! Pois Eu estou convosco- oráculo do Senhor do universo» (v. 4). A coragem a que convida o profeta fundamenta-se na promessa de Deus, que sempre está com os seus: «Eu estou convosco».
Depois de reafirmar a presença de Deus, o profeta acrescenta outra promessa: haverá uma grande mudança no universo e entre as nações; os povos olharão para Jerusalém como centro da sua vida. Aí afluirão com os seus dons e materiais preciosos, que tornarão o actual templo mais sumptuoso que o de Salomão. Deus será reconhecido como senhor de toda a terra e como dador de paz para todos os povos.
Evangelho: Lucas 9, 18-22
18Um dia, quando Jesus orava em particular, estando com Ele apenas os discípulos, perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» 19Responderam-lhe: «João Baptista; outros, Elias; outros, um dos antigos profetas ressuscitado.» 20Disse-lhes Ele: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e respondeu: «O Messias de Deus.»
Lucas apresenta-nos um dos relatos mais centrais da tradição cristã. Para isso, retoma o tema do evangelho de ontem. A pergunta é idêntica. Agora, porém, é o próprio Jesus que a faz aos discípulos. Quem é Jesus? A resposta do povo é variada: anda no ar a suspeita de um qualquer “mistério”, mas não há quem consiga sair dos esquemas religiosos comuns. Também os discípulos respondem de modo incompleto: pelo menos, a sua resposta pode ser mal entendida; por isso, Jesus lhes proíbe falar cf. V. 21). De facto, não é suficiente reconhecer Jesus como Messias. Que Messias? Só a cruz afastará qualquer mal-entendido. «O Filho do Homem tem de sofrer muito» (v. 22): a cruz não foi um acidente de percurso, mas de querido, de planeado por Deus. É esta a novidade inesperada e que escandalizará tanta gente. A presença de Deus manifestou no caminho da cruz, isto é, no dom de Si mesmo, não por uma qualquer imposição, mas por um amor que aceita ser contradito e derrotado. Se esse dom de Si tivesse sido inútil e definitivamente derrotado, não seria certamente um sinal de Deus. Mas a ressurreição fez dele esse sinal. É no dom de Si mesmo, que não recua perante o sofrimento e a morte, que está encerrada a vitória de Deus.
Meditatio
«Coragem, Zorobabel! Coragem, Josué, Sumo Sacerdote, filho de Joçadac! Coragem, povo todo do país! Mãos à obra! Pois Eu estou convosco… o meu espírito permanece no meio de vós. Não temais» (v. 4). Como devem ter sido encorajantes estas palavras para os desanimados reconstrutores do templo e da cidade de Jerusalém. Os Judeus tinham regressado à pátria com grandes sonhos e projectos. A reconstrução do templo era, sem dúvida, uma tarefa prioritária. Mas surgiram muitas dificuldades, seja pela falta de meios para uma tão grande obra, seja por causa dos comentários dos saudosos do antigo templo, que sessenta e tantos anos antes tinham contemplado a sua magnificência e o esplendor das suas liturgias. O actual parecia-lhes pouca coisa. Nesta situação de desânimo, ecoa a Palavra do Senhor: «coragem… Eu estou convosco… o meu espírito permanece no meio de vós. Não temais» (v. 4).
Para sabermos as condições em que o Senhor trabalha connosco, precisamos de dar atenção às duas leituras de hoje. A. Vanhoye diz que elas lembram as regras de S. Inácio para os momentos de desolação e de consolação: quando nos sentimentos consolados, cheios de coragem e de optimismo, havemos de pensar nas dificuldades que hão-de vir, na desolação que há-de chegar e preparar-nos para ela. O evangelho vai nesse sentido. É um evangelho de consolação, porque é revelação do Messias. Jesus provoca a declaração entusiasta dos seus discípulos: «Tu és o Messias de Deus» (v. 20). Mas, logo a seguir, proíbe-lhes falar disso e, pelo caminho, fala-lhes do sofrimento e da morte que O esperam em Jerusalém. A mesma regra de S. Inácio diz que, no tempo da desolação, é preciso pensar na consolação que há-de vir, saber que não durará muito, que Deus nos ajudará, ou melhor, que já nos está a ajudar e que, por isso, podemos avançar com confiança e perseverança.
O Evangelho dá-nos outra pista para bem compreendermos o oráculo de Ageu, segundo o qual o templo tinha de ser reconstruído com humildade e com uma certa angústia. De facto, Jesus diz aos discípulos: «O Filho do Homem tem de sofrer muito» (Lc 9, 22). É uma necessidade. Jesus tinha de ser recusado e morto, para ressuscitar no terceiro dia. N´Ele realiza-se verdadeiramente a profecia de Ageu, porque o seu corpo é o verdadeiro templo de Deus. No corpo de Cristo podemos encontrar a Deus. No corpo de Cristo, podemos todos formar o verdadeiro templo de Deus.
Na nossa vida pessoal, e na vida da Igreja, não podemos esquecer estas realidades. Precisamos de períodos de sofrimento, e até de humilhação, para que o nosso espírito seja purificado, e a nossa oferta seja digna de Deus. Em vez de desanimarmos nas provações, temos que aumentar a nossa confi
ança, porque elas são sinal que Deus trabalha em nós.
Oratio
Pai santo, não permitais que eu caia naquele tipo de lamentações, que só causam angústia e desânimo: «Antigamente é que era bom! Agora está tudo cada vez pior. Onde é que vai parar a Igreja?» Ajuda-me a viver com humildade e confiança, sabendo que estás connosco, que o teu Espírito está no meio de nós, e que nada temos a temer. Se Tu estás comigo, e com a tua Igreja, como firmemente creio, que eu esteja Contigo, que a tua Igreja esteja Contigo! Que a docilidade do teu povo se traduza no optimismo da fé, no optimismo que adere ao mistério de Cristo, morto e ressuscitado, no concreto da vida. Amen.
Contemplatio
«Um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança». Tudo é mistério na vida e na morte de Jesus. O seu Coração sofreu durante toda a sua vida e especialmente na sua agonia, para expiar todos os pecados do nosso coração, todos as nossas más afeições, todos os nossos desejos maus. Quando o seu coração é aberto, já não sofre fisicamente, no entanto é ainda um ultraje que lhe é feito para completar a expiação. Mas o segredo desta ferida, é a abertura misteriosa do peito e do coração de Jesus; a abertura do peito que manifesta o seu Coração, a abertura deste Coração, que simboliza a efusão do amor.
É doravante um Coração aberto para espalhar o seu amor e os seus benefícios. É o prelúdio longínquo da devoção ao Sagrado Coração. Oh! como esta lança cruel tem um aspecto amável! Abriu-nos o Coração de Jesus. Jesus amou a lança, como amou e abençoou a cruz e os cravos. Invejo a sorte desta lança que penetrou no Coração de Jesus. Quero-o também eu sondar, não como o apóstolo Tomé com um sentimento de dúvida e de curiosidade; quero sondá-lo numa contemplação amante; que perscrutar os seus abismos, as disposições de humildade, de doçura, de amor, de sacrifício. Toda a minha vida não será suficiente para isso. Eternamente sondarei este Coração aberto pela lança e encontrarei sempre nos seus abismos novos motivos de o louvar e de o amar. (Leão Dehon, OSP 3, pp. 242s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«O meu espírito permanece no meio de vós. Não temais» (Ag 4, 4).