Domingo - 13 de Agosto de 2017- Evangelho
- Mt 14,22-33
Gostaria de comentar o Evangelho de hoje por partes. Não gostaria de
perder a riqueza de detalhes e a ampla quantidade de pessoas que podem ser
tocadas com algum desses pontos...
No início dessa passagem, Jesus diz para os discípulos irem à sua frente
para o outro lado do mar, e vai orar sozinho na montanha. Dois pontos já
despertam a atenção: 1) Será que os discípulos não se questionam como é que
Jesus vai conseguir alcançá-los? Sobre isso, não temos muitos detalhes, mas uma
coisa é certa: os discípulos de Jesus o obedeciam cegamente. 2) A necessidade
que Jesus tinha de subir o monte, sozinho, para ter o seu momento de intimidade
com o Pai. Desde o Antigo Testamento, todos os profetas tiveram o seu momento
de intimidade com o Pai em montanhas, e sozinhos. Por que a montanha? Por que
sozinho?
Eu tenho alguns amigos que, dentre outros esportes, escalam montanhas.
Para quem nunca escalou, é difícil encontrar sentido numa aventura que
aparentemente não traz um retorno palpável. Mas se você perguntar a alguém que
escala montanhas, vai perceber que a vida dele(a) não seria a mesma se lhe fosse
tirado esse prazer. Em uma aventura desse tipo, tudo tem sentido, desde a
preparação, a subida, as paradas, a permanência no topo, a descida, e as
lembranças... Jesus gostava de fazer tudo isso sozinho. Era o momento dEle, já
que todos os outros momentos eram dedicados às outras pessoas... Isso não quer
dizer algo pra você? Não quer dizer que você também precisa ter um tempo só pra
você? Pra você fazer algo que lhe dê prazer, que lhe dê sentido à vida? Mas que
fique bem claro: ter esse tempo só seu, implica dizer que você também deve
reservar o tempo para cuidar dos seus, assim como Jesus fazia.
Na continuação do Evangelho, Jesus caminha sobre as águas em direção ao
barco em que estão os discípulos. E o que chama atenção aqui é a revolta do
mar, que é a mesma para os discípulos e para Jesus, mas quando Jesus entra no
barco, o vento cessa. Quando Jesus segura Pedro pela mão, a coragem e a fé de
Pedro voltam, e ele não afunda mais... Qual a lição que podemos tirar disso?
Que quando Jesus entrar no nosso barco, ou quando Ele segurar a nossa mão, a
revolta do mar da nossa vida vai cessar... e vai se fazer a calmaria.
Uma questão que me intriga nessa passagem é: Por que Pedro queria andar
sobre as águas também? Não poderia ter ficado quieto, no canto dele? Como eu já
disse em outras reflexões, Pedro é aquela pessoa que faz o que nós temos
vontade de fazer, mas não temos coragem de tomar a iniciativa. Pedro era o tipo
de pessoa que não perdia muito tempo pensando, agia logo! No fundo, no fundo,
quem não gostaria ter a sensação de andar sobre as águas? No entanto, só o mais
afoito experimentou! Pedro podia ter medo de muitas coisas, mas um medo ele não
tinha: o medo de errar. E essa é um traço típico da personalidade de quem
cresceu sendo incentivado pelos pais a tomar atitudes, mas sem super-proteção,
e sem omissão. A maioria de nós, se estivéssemos naquela barca, não teríamos a
coragem que Pedro teve... Mas podemos criar os nossos filhos para que eles
tenham essa coragem e iniciativa! Incentive-os a superar seus medos, mas sempre
esteja por perto, pois se ele começar a afundar nas águas, vai precisar da sua
mão para reerguê-lo e encorajá-lo novamente.
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