quinta-feira, 20 de julho de 2017

Vinde a mim todos vós que estais cansados-Reflexão do falecido Padre Antonio Queiroz

20 de julho -- Quinta - Evangelho - Mt 11,28-30


Vinde a mim todos vós que estais cansados.
No Evangelho de hoje, Jesus nos faz um maravilhoso convite: para nos aproximarmos dele quando estivermos cansados ou desanimados. Ele nos confortará, prometeu. Jesus é um amigo de todas as horas, mas especialmente das nossas horas mais difíceis. Um amigo que quer ajudar, e pode porque é Deus.
“Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração.” Como que é uma pessoa mansa e humilde: é pacífica, acolhedora, paciente, compreensiva, alegre e serviçal. As pessoas não precisam se preparar para se aproximar delas, porque sabem que sempre serão bem acolhidas e compreendidas. As crianças são as primeiras a conhecerem essas pessoas, e logo as procuram.
Por outro lado, há pessoas que são de difícil relacionamento. Você ensaia, ensaia, para falar algo com elas, e mesmo assim se dá mal às vezes.
“O meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” Quando estamos cansados de carregar o pesado jugo do mundo, Jesus nos convida a nos aproximarmos dele. Além de suave, o seu jugo nos leva para o céu. Alias, o Evangelho nem é jugo, nós é que temos essa impressão, devido à nossa inclinação ao pecado.
“O Senhor corrige a quem ama e castiga a quem aceita como filho” (Hb 12,4). “Eu repreendo e educo aos que amo” (Ap 3,10). É justamente o amor que Deus tem por nós que o leva a nos impor o seu suave jugo.
E Jesus não mudou este seu comportamento, mesmo nas suas horas mais difíceis, que foram a condenação e a morte. “Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).
“Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e assumiu os nossos sofrimentos. Foi castigado por nossos crimes. Nós fomos curados, graças aos seus padecimentos. O justo justificou a muitos” (Is 53,4). A nossa salvação foi o principal gesto de amor de Jesus.
“Cristo morreu pelos pecadores, o justo pelos injustos, a fim de os conduzir a Deus” (1Pd 3,18). Amar quem é bom, até que não é muito difícil. Mas amar um inimigo e um injusto é difícil. Jesus nos amou quando éramos ruins, e este seu amor nos tornou bons.
E ele nos pede para imitá-lo: “Irmãos, tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus que, sendo rico se fez pobre por amor de vós!” (Fl 2,5). “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso.” Queremos imitar o Senhor, tendo a virtude da benignidade, que é o amor às pessoas fracas, que cometem erros ou que nos ofendem.
Ninguém é totalmente ruim, nem totalmente bom. Só do demônio é totalmente ruim, e só Deus é totalmente bom. Mas a nossa benignidade para com os ruins é um forte convite a se tornarem melhores. E assim o mundo vai melhorando ao nosso redor.
Certa vez, uma moça da roça foi para a cidade grande estudar. Lá começou a andar com más companhias e a sua cabeça começou a mudar. Não era mais aquela jovem de olhos brilhantes e sorriso estampado no rosto, como antes.
Os pais perceberam tudo e começaram a escrever freqüentemente a ela. Eram cartas com palavras de carinho e orientação. A menina foi guardando as cartas, mas estava difícil deixar o mau caminho.
Preocupados, os pais pediram ao filho mais velho, ainda solteiro, que fosse morar com ela. Ela deixou a república onde morava e os dois foram morar num pequeno apartamento.
Com a ajuda do irmão, a jovem logo abandonou as más companhias e recuperou a felicidade. Alguns colegas do grupo de jovens da paróquia começaram a freqüentar o apartamento, aprofundando uma amizade saudável e gostosa. E os pais continuaram escrevendo cartas, pois naquele tempo o telefone era difícil.
Quando terminou a faculdade, na festa de formatura, aquela moça fez uma surpresa para seus pais. Entregou a eles um belo álbum, onde estavam todas as cartas que eles lhe tinham escrito durante o curso. Ao lhes entregar o presente, ela lhes disse emocionada: “Aqui está o meu caminho”.
Deus também não nos abandona, quando erramos. Ele mandou para a humanidade pecadora inúmeras cartas, que são os livros da Bíblia. Depois nos mandou seu próprio Filho, que veio morar conosco. E ele nos convida: Vinde a mim!
O fardo imposto pelo amor e acolhido com amor, não pesa. A mãe não vê como peso o seu trabalho, que começa de manhã e termina à noite. Que Maria Santíssima nos aproxime mais do seu Filho, para carregar o seu suave jugo.
Vinde a mim todos vós que estais cansados.


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