30
Julho 2017
Ano
A
17º DOMINGO DO TEMPO COMUM
17º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Tema
do 17º Domingo do Tempo Comum
A
liturgia deste domingo convida-nos a reflectir nas nossas prioridades, nos
valores sobre os quais fundamentamos a nossa existência. Sugere, especialmente,
que o cristão deve construir a sua vida sobre os valores propostos por Jesus.
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, rei de Israel. Ele é o protótipo do homem “sábio”, que consegue perceber e escolher o que é importante e que não se deixa seduzir e alienar por valores efémeros.
No Evangelho, recorrendo à linguagem das parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem passar para segundo plano, face a esse “tesouro” supremo que é o Reino.
A segunda leitura convida-nos a seguir o caminho e a proposta de Jesus. Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas.
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, rei de Israel. Ele é o protótipo do homem “sábio”, que consegue perceber e escolher o que é importante e que não se deixa seduzir e alienar por valores efémeros.
No Evangelho, recorrendo à linguagem das parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem passar para segundo plano, face a esse “tesouro” supremo que é o Reino.
A segunda leitura convida-nos a seguir o caminho e a proposta de Jesus. Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas.
LEITURA
I – 1 Reis 3,5.7-12
Leitura
do Primeiro Livro dos Reis
Naqueles
dias,
O Senhor apareceu em sonhos a Salomão durante a noite e disse-lhe:
“Pede o que quiseres”.
Salomão respondeu:
“Senhor, meu Deus,
Vós fizestes reinar o vosso servo em lugar do meu pai David
e eu sou muito novo e não sei como proceder.
Este vosso servo está no meio do povo escolhido,
um povo imenso, inumerável,
que não se pode contar nem calcular.
Dai, portanto, ao vosso servo um coração inteligente,
para saber distinguir o bem do mal;
pois, quem poderia governar este vosso povo tão numeroso?”
Agradou ao Senhor esta súplica de Salomão e disse-lhe:
“Porque foi este o teu pedido,
e já que não pediste longa vida, nem riqueza,
nem a morte dos teus inimigos,
mas sabedoria para praticar a justiça,
vou satisfazer o teu desejo.
Dou-te um coração sábio e esclarecido,
como nunca houve antes de ti nem haverá depois de ti”.
O Senhor apareceu em sonhos a Salomão durante a noite e disse-lhe:
“Pede o que quiseres”.
Salomão respondeu:
“Senhor, meu Deus,
Vós fizestes reinar o vosso servo em lugar do meu pai David
e eu sou muito novo e não sei como proceder.
Este vosso servo está no meio do povo escolhido,
um povo imenso, inumerável,
que não se pode contar nem calcular.
Dai, portanto, ao vosso servo um coração inteligente,
para saber distinguir o bem do mal;
pois, quem poderia governar este vosso povo tão numeroso?”
Agradou ao Senhor esta súplica de Salomão e disse-lhe:
“Porque foi este o teu pedido,
e já que não pediste longa vida, nem riqueza,
nem a morte dos teus inimigos,
mas sabedoria para praticar a justiça,
vou satisfazer o teu desejo.
Dou-te um coração sábio e esclarecido,
como nunca houve antes de ti nem haverá depois de ti”.
AMBIENTE
O
grande rei David morreu por volta de 972 a.C., após um reinado longo e fecundo,
ocupado a expandir as fronteiras do reino, a consolidar a união entre as tribos
do norte e do sul e a conquistar a paz e a tranquilidade para o Povo de Deus.
Sucedeu-lhe no trono o filho, Salomão.
Salomão desenvolveu um trabalho meritório na estruturação do reino que o pai lhe legou. Organizou a divisão administrativa do território que herdou, dotou-o de grandes construções (das quais a mais emblemática é o Templo de Jerusalém), fortificou as cidades mais importantes, potenciou o intercâmbio cultural e comercial com os países da zona, incentivou e apoiou a cultura e as artes.
Preocupado com a constituição de uma classe política preparada para as tarefas da governação, Salomão recrutou “sábios” estrangeiros (sobretudo egípcios) para a sua corte e rodeou-se de homens que se distinguiam pelo seu “saber”, pela sua justiça e prudência. Esses “quadros”, além de aconselharem o rei, tinham também a tarefa de preparar os futuros “funcionários” para desempenharem funções no aparelho governativo montado por Salomão.
A corte de Salomão tornou-se, assim, um “viveiro” de “sabedoria”. Os “sábios” de Salomão coligiram provérbios, redigiram “máximas” de carácter sapiencial, deram “instruções” (sobre as virtudes que deviam ser cultivadas para ter êxito e para ser feliz). Nesta fase, também redigiram-se crónicas sobre os reinados anteriores e publicaram-se textos sobre as tradições dos antepassados (provavelmente, é nesta época que a “escola jahwista” dá à luz algumas das tradições que irão ocupar um lugar fundamental no Pentateuco). Não admira, portanto, que Salomão tenha ficado na memória histórica de Israel como o protótipo do rei sábio, “cuja sabedoria excedia a todos os orientais e egípcios” (1 Re 4,30).
Salomão é também, historicamente, o primeiro rei que “herda” o trono. Até agora, os seus predecessores não chegaram ao trono por herança, mas receberam-no das mãos de Deus (segundo a visão “religiosa” dos catequistas bíblicos). Os teólogos de Israel vão, pois, esforçar-se por sacralizar o poder de Salomão e demonstrar que, se Salomão chegou a governar o Povo de Deus, não foi apenas por um direito hereditário (sempre contestável), mas pela vontade de Deus.
O texto que hoje nos é proposto supõe todo este enquadramento. O chamado “sonho de Gabaon” (cf. 1 Re 3,5) é uma ficção literária montada pelos teólogos deuteronomistas (esse grupo que reflecte a vida e a história na linha das grandes ideias teológicas apresentadas no Livro do Deuteronómio) com uma dupla finalidade: apresentar Salomão como o escolhido de Jahwéh e justificar a sua proverbial “sabedoria”.
Salomão desenvolveu um trabalho meritório na estruturação do reino que o pai lhe legou. Organizou a divisão administrativa do território que herdou, dotou-o de grandes construções (das quais a mais emblemática é o Templo de Jerusalém), fortificou as cidades mais importantes, potenciou o intercâmbio cultural e comercial com os países da zona, incentivou e apoiou a cultura e as artes.
Preocupado com a constituição de uma classe política preparada para as tarefas da governação, Salomão recrutou “sábios” estrangeiros (sobretudo egípcios) para a sua corte e rodeou-se de homens que se distinguiam pelo seu “saber”, pela sua justiça e prudência. Esses “quadros”, além de aconselharem o rei, tinham também a tarefa de preparar os futuros “funcionários” para desempenharem funções no aparelho governativo montado por Salomão.
A corte de Salomão tornou-se, assim, um “viveiro” de “sabedoria”. Os “sábios” de Salomão coligiram provérbios, redigiram “máximas” de carácter sapiencial, deram “instruções” (sobre as virtudes que deviam ser cultivadas para ter êxito e para ser feliz). Nesta fase, também redigiram-se crónicas sobre os reinados anteriores e publicaram-se textos sobre as tradições dos antepassados (provavelmente, é nesta época que a “escola jahwista” dá à luz algumas das tradições que irão ocupar um lugar fundamental no Pentateuco). Não admira, portanto, que Salomão tenha ficado na memória histórica de Israel como o protótipo do rei sábio, “cuja sabedoria excedia a todos os orientais e egípcios” (1 Re 4,30).
Salomão é também, historicamente, o primeiro rei que “herda” o trono. Até agora, os seus predecessores não chegaram ao trono por herança, mas receberam-no das mãos de Deus (segundo a visão “religiosa” dos catequistas bíblicos). Os teólogos de Israel vão, pois, esforçar-se por sacralizar o poder de Salomão e demonstrar que, se Salomão chegou a governar o Povo de Deus, não foi apenas por um direito hereditário (sempre contestável), mas pela vontade de Deus.
O texto que hoje nos é proposto supõe todo este enquadramento. O chamado “sonho de Gabaon” (cf. 1 Re 3,5) é uma ficção literária montada pelos teólogos deuteronomistas (esse grupo que reflecte a vida e a história na linha das grandes ideias teológicas apresentadas no Livro do Deuteronómio) com uma dupla finalidade: apresentar Salomão como o escolhido de Jahwéh e justificar a sua proverbial “sabedoria”.
MENSAGEM
No
Antigo Testamento, o “sonho” aparece, com alguma frequência, como uma forma
privilegiada de Deus comunicar com os homens e de lhes indicar os seus
caminhos. No nosso texto, aparece-nos também um sonho: os catequistas
deuteronomistas vão utilizar este recurso literário para apresentar Salomão
como “o escolhido” de Deus, a quem Jahwéh comunica os seus projectos e a quem
confia a condução do seu Povo.
O “sonho” de Salomão está estruturado na forma de um diálogo entre Deus e Salomão. Há, em primeiro lugar, uma interpelação de Deus (“que posso Eu dar-te?”); e há, depois, uma resposta de Salomão: consciente da grandeza da sua tarefa e das suas próprias limitações, o jovem rei pede a Deus que lhe dê um coração “sábio” para governar com justiça. A prece do rei é atendida e Deus concede a Salomão uma “sabedoria” inigualável (na continuação – que, todavia, o nosso texto de hoje já não apresenta – Deus acrescenta ainda outros três dons: a riqueza, a glória e a longa vida – cf. 1 Re 3,13-14).
Em termos religiosos, qual a mensagem que os autores deuteronomistas pretendem deixar com esta “ficção”?
Antes de mais, o nosso texto deixa claro que, em Israel, o rei é o “instrumento de Deus”, o intermediário entre Deus e o seu Povo. É através da pessoa do rei que Deus governa, que intervém na vida do seu Povo e o conduz pela história.
Depois, o texto mostra que Salomão não concebeu o seu papel como um privilégio pessoal que podia ser usado em benefício próprio, mas sim como um ministério que lhe foi confiado por Deus. Salomão tinha consciência de que a autoridade é um serviço que deve ser exercido com “sabedoria” e que o objectivo final desse serviço é a realização do bem comum.
Finalmente (e é talvez o aspecto mais significativo para o tema da liturgia deste domingo), os autores deuteronomistas sublinham a “qualidade” da resposta de Salomão: ele não pede riqueza nem glória, mas pede as aptidões necessárias e a capacidade para cumprir bem a missão que Deus lhe confiou. Salomão aparece aqui como o modelo do homem que sabe escolher as coisas importantes e que não se deixa distrair por valores efémeros.
Dizer que a súplica de Salomão “agradou ao Senhor” (vers. 10) é propor aos israelitas que optem pelos valores eternos, duradouros e essenciais.
O “sonho” de Salomão está estruturado na forma de um diálogo entre Deus e Salomão. Há, em primeiro lugar, uma interpelação de Deus (“que posso Eu dar-te?”); e há, depois, uma resposta de Salomão: consciente da grandeza da sua tarefa e das suas próprias limitações, o jovem rei pede a Deus que lhe dê um coração “sábio” para governar com justiça. A prece do rei é atendida e Deus concede a Salomão uma “sabedoria” inigualável (na continuação – que, todavia, o nosso texto de hoje já não apresenta – Deus acrescenta ainda outros três dons: a riqueza, a glória e a longa vida – cf. 1 Re 3,13-14).
Em termos religiosos, qual a mensagem que os autores deuteronomistas pretendem deixar com esta “ficção”?
Antes de mais, o nosso texto deixa claro que, em Israel, o rei é o “instrumento de Deus”, o intermediário entre Deus e o seu Povo. É através da pessoa do rei que Deus governa, que intervém na vida do seu Povo e o conduz pela história.
Depois, o texto mostra que Salomão não concebeu o seu papel como um privilégio pessoal que podia ser usado em benefício próprio, mas sim como um ministério que lhe foi confiado por Deus. Salomão tinha consciência de que a autoridade é um serviço que deve ser exercido com “sabedoria” e que o objectivo final desse serviço é a realização do bem comum.
Finalmente (e é talvez o aspecto mais significativo para o tema da liturgia deste domingo), os autores deuteronomistas sublinham a “qualidade” da resposta de Salomão: ele não pede riqueza nem glória, mas pede as aptidões necessárias e a capacidade para cumprir bem a missão que Deus lhe confiou. Salomão aparece aqui como o modelo do homem que sabe escolher as coisas importantes e que não se deixa distrair por valores efémeros.
Dizer que a súplica de Salomão “agradou ao Senhor” (vers. 10) é propor aos israelitas que optem pelos valores eternos, duradouros e essenciais.
ACTUALIZAÇÃO
Considerar
as seguintes questões:
•
Algumas pessoas e grupos com um peso significativo na opinião pública procuram
vender a ideia de que a realização plena do indivíduo está num conjunto de
valores que decidem quem pertence à elite dos vencedores, dos que estão na
moda, dos que têm êxito… Em muitos casos, esses valores propostos são
realidades efémeras, materiais, secundárias, relativas. Quase sempre, por
detrás da proposição de certos valores, estão interesses particulares e
egoístas, a tentativa de vender determinada ideologia ou a preocupação em tornar
o mercado dependente dos produtos comerciais de determinada marca… O “sábio”,
contudo, é aquele que está consciente destes mecanismos, que sabe ver com olhar
crítico os valores que a moda propõe, que sabe discernir o verdadeiro do falso,
que distingue o que apenas tem um brilho doirado daquilo que, na essência, é um
tesouro que importa conservar. O “sábio” é aquele que consegue perceber o que
efectivamente o realiza e lhe permite levar a cabo, dentro da comunidade, a
missão que lhe foi confiada. Como é que eu me situo face a isto? O que me seduz
e que eu abraço é o imediato, o brilhante, o sedutor, ainda que efémero, ou é o
que é exigente e radical mas que me permite conquistar uma felicidade duradoura
e concretizar o meu papel no mundo, na empresa, na família ou na minha
comunidade cristã?
•
A figura de Salomão interpela também todos aqueles que detêm responsabilidades
na comunidade (seja em termos civis, seja em termos religiosos). Convida-os a
uma verdadeira atitude de serviço: o seu objectivo não deve nunca ser a
realização dos próprios esquemas pessoais, mas sim o benefício de toda a
comunidade, a concretização do bem comum.
SALMO
RESPONSORIAL – Salmo 118 (119)
Refrão:
Quanto amo, Senhor, a vossa lei!
Senhor,
eu disse: A minha herança
é cumprir as vossas palavras.
Para mim vale mais a lei da vossa boca
do que milhões em ouro e prata.
é cumprir as vossas palavras.
Para mim vale mais a lei da vossa boca
do que milhões em ouro e prata.
Console-me
a vossa bondade,
segundo a promessa feita ao vosso servo.
Desçam sobre mim as vossas misericórdias e viverei,
porque a vossa lei faz as minhas delícias.
segundo a promessa feita ao vosso servo.
Desçam sobre mim as vossas misericórdias e viverei,
porque a vossa lei faz as minhas delícias.
Por
isso, eu amo os vossos mandamentos,
mais que o ouro, o ouro mais fino.
Por isso, eu sigo todos os vossos preceitos
e detesto todo o caminho da mentira.
mais que o ouro, o ouro mais fino.
Por isso, eu sigo todos os vossos preceitos
e detesto todo o caminho da mentira.
São
admiráveis as vossas ordens,
por isso, a minha alma as observa.
A manifestação das vossas palavras ilumina
e dá inteligência aos simples.
por isso, a minha alma as observa.
A manifestação das vossas palavras ilumina
e dá inteligência aos simples.
LEITURA
II – Rom 8,28-30
Leitura
da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos:
Nós sabemos que Deus concorre em tudo
para o bem daqueles que O amam,
dos que são chamados, segundo o seu desígnio.
Porque os que Ele de antemão conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho,
a fim de que Ele seja o Primogénito de muitos irmãos.
E àqueles que predestinou, também os chamou;
àqueles que chamou, também os justificou;
e àqueles que justificou, também os glorificou.
Nós sabemos que Deus concorre em tudo
para o bem daqueles que O amam,
dos que são chamados, segundo o seu desígnio.
Porque os que Ele de antemão conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho,
a fim de que Ele seja o Primogénito de muitos irmãos.
E àqueles que predestinou, também os chamou;
àqueles que chamou, também os justificou;
e àqueles que justificou, também os glorificou.
AMBIENTE
O
texto que nos é proposto como segunda leitura continua a reflexão de Paulo
sobre o projecto de salvação que Deus tem para oferecer aos homens.
Já vimos nos domingos anteriores que, na perspectiva de Paulo, todo o homem que chega a este mundo mergulha num contexto de pecado que o marca e condiciona (cf. Rom 1,18-3,20); no entanto, Deus, na sua bondade, oferece gratuitamente ao homem pecador a sua graça e dá-lhe a possibilidade de chegar à salvação (cf. Rom 3,21-4,25); e é em Jesus Cristo que esse dom de Deus se comunica ao homem (cf. Rom 5,1-7,25). É o Espírito Santo que permite ao homem acolher esse dom e viver na fidelidade à graça que Deus oferece (cf. Rom 8,1-39).
Depois de assegurar aos cristãos de Roma (e, através deles, aos cristãos de todas as épocas e lugares) que o Espírito “vem em auxílio da nossa fraqueza” e “intercede por nós” (cf. Rom 8,26-27), Paulo relembra – no texto que nos é proposto como segunda leitura – que Deus tem um projecto de amor que se traduz no oferecimento da salvação ao homem.
Já vimos nos domingos anteriores que, na perspectiva de Paulo, todo o homem que chega a este mundo mergulha num contexto de pecado que o marca e condiciona (cf. Rom 1,18-3,20); no entanto, Deus, na sua bondade, oferece gratuitamente ao homem pecador a sua graça e dá-lhe a possibilidade de chegar à salvação (cf. Rom 3,21-4,25); e é em Jesus Cristo que esse dom de Deus se comunica ao homem (cf. Rom 5,1-7,25). É o Espírito Santo que permite ao homem acolher esse dom e viver na fidelidade à graça que Deus oferece (cf. Rom 8,1-39).
Depois de assegurar aos cristãos de Roma (e, através deles, aos cristãos de todas as épocas e lugares) que o Espírito “vem em auxílio da nossa fraqueza” e “intercede por nós” (cf. Rom 8,26-27), Paulo relembra – no texto que nos é proposto como segunda leitura – que Deus tem um projecto de amor que se traduz no oferecimento da salvação ao homem.
MENSAGEM
Esse
projecto não é um acontecimento casual, mas algo que, desde sempre, está
previsto nos planos de Deus.
Aos que aderem a esse projecto, Deus chama-os a identificarem-se com o seu filho Jesus, liberta-os do egoísmo e do pecado e fá-los, com Jesus, chegar à vida nova e plena (justificação).
Neste contexto, Paulo fala “daqueles” que Deus “conheceu” de antemão, que “predestinou” para viverem à imagem de Jesus, que “chamou”, que “justificou” e que “glorificou”. No entanto, estes versículos não devem ser entendidos no sentido de que a salvação que Deus oferece se destine apenas a um grupo de predestinados, que Deus escolheu de entre os homens de acordo com critérios que nos escapam… A teologia paulina é clara a este respeito: o projecto salvador de Deus está aberto a todos aqueles que querem acolhê-l’O. O que Paulo sublinha aqui é que se trata de um dom gratuito de Deus e que esse dom está previsto desde toda a eternidade.
Aos que aderem a esse projecto, Deus chama-os a identificarem-se com o seu filho Jesus, liberta-os do egoísmo e do pecado e fá-los, com Jesus, chegar à vida nova e plena (justificação).
Neste contexto, Paulo fala “daqueles” que Deus “conheceu” de antemão, que “predestinou” para viverem à imagem de Jesus, que “chamou”, que “justificou” e que “glorificou”. No entanto, estes versículos não devem ser entendidos no sentido de que a salvação que Deus oferece se destine apenas a um grupo de predestinados, que Deus escolheu de entre os homens de acordo com critérios que nos escapam… A teologia paulina é clara a este respeito: o projecto salvador de Deus está aberto a todos aqueles que querem acolhê-l’O. O que Paulo sublinha aqui é que se trata de um dom gratuito de Deus e que esse dom está previsto desde toda a eternidade.
ACTUALIZAÇÃO
A
reflexão pode partir dos seguintes dados:
•
Em todas as cartas de Paulo transparece o espanto que o apóstolo sente diante
do amor de Deus pelo homem. Este tema está, contudo, especialmente presente na
Carta aos Romanos. O nosso texto convida-nos a dar conta – outra vez – desse
facto extraordinário que é o amor de Deus (amor que o homem não merece, mas que
Deus, com ternura, insiste em oferecer, de forma gratuita e incondicional),
traduzido num projecto de salvação preparado desde sempre, e que leva Deus a
enviar ao mundo o seu próprio Filho para conduzir todos os homens e mulheres a
uma nova condição. Numa época marcada por uma certa indiferença face a Deus,
este texto convida-nos a tomar consciência de que Deus nos ama, vem
continuamente ao nosso encontro, aponta-nos o caminho da vida plena e
verdadeira, desafia-nos à identificação com Jesus, convida-nos a integrar a sua
família. Nós, os crentes, somos convidados a conduzir a nossa vid
a à luz desta realidade; e somos convocados a testemunhar, com palavras, com acções, com a vida, no meio dos irmãos que dia a dia percorrem connosco o caminho da vida, o amor e o projecto de salvação que Deus tem.
a à luz desta realidade; e somos convocados a testemunhar, com palavras, com acções, com a vida, no meio dos irmãos que dia a dia percorrem connosco o caminho da vida, o amor e o projecto de salvação que Deus tem.
•
Diante da oferta de Deus, somos livres de fazer as nossas opções – opções que
Deus respeita de forma absoluta. No entanto, a vida plena está no acolhimento
desse “valor mais alto” que é o seguimento de Jesus e a identificação com Ele.
É esse o “valor mais alto”, o “tesouro” pelo qual eu optei de forma decidida no
dia do meu baptismo? Tenho sido, na caminhada da vida, coerente com essa
escolha?
ALELUIA
– cf. Mt 11,25
Aleluia.
Aleluia.
Bendito
sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino.
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino.
EVANGELHO
– Mt 13,44-52
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo,
disse Jesus às multidões:
“O reino dos Céus é semelhante
a um tesouro escondido num campo.
O homem que o encontrou tornou a escondê-lo
e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía
e comprou aquele campo.
O reino dos Céus é semelhante
a um negociante que procura pérolas preciosas.
Ao encontrar uma de grande valor,
foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola.
O reino dos Céus é semelhante
a uma rede que, lançada ao mar,
apanha toda a espécie de peixes.
Logo que se enche, puxam-na para a praia
e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos
e o que não presta deitam-no fora.
Assim será no fim do mundo:
os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos
e a lançá-los na fornalha ardente.
Aí haverá choro e ranger de dentes.
Entendestes tudo isto?”
Eles responderam-Lhe: “Entendemos”.
Disse-lhes então Jesus:
“Por isso, todo o escriba instruído sobre o reino dos Céus
é semelhante a um pai de família
que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas”.
disse Jesus às multidões:
“O reino dos Céus é semelhante
a um tesouro escondido num campo.
O homem que o encontrou tornou a escondê-lo
e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía
e comprou aquele campo.
O reino dos Céus é semelhante
a um negociante que procura pérolas preciosas.
Ao encontrar uma de grande valor,
foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola.
O reino dos Céus é semelhante
a uma rede que, lançada ao mar,
apanha toda a espécie de peixes.
Logo que se enche, puxam-na para a praia
e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos
e o que não presta deitam-no fora.
Assim será no fim do mundo:
os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos
e a lançá-los na fornalha ardente.
Aí haverá choro e ranger de dentes.
Entendestes tudo isto?”
Eles responderam-Lhe: “Entendemos”.
Disse-lhes então Jesus:
“Por isso, todo o escriba instruído sobre o reino dos Céus
é semelhante a um pai de família
que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas”.
AMBIENTE
Concluímos,
neste domingo, a leitura do capítulo dedicado às “parábolas do Reino” (cf. Mt
13). Nele, recorrendo a imagens e comparações simples, sugestivas e
questionantes (“parábolas”), Jesus apresenta esse mundo novo de liberdade e de
vida nova que Ele veio propor aos homens e ao qual Ele chamava Reino de Deus.
Concretamente, o nosso texto apresenta-nos três parábolas que são exclusivas de Mateus (nenhuma delas aparece nos outros três evangelhos considerados canónicos. No entanto, as três aparecem num texto não canónico – o Evangelho de Tomé – embora aí apresentem notáveis variantes em relação à versão mateana): a parábola do tesouro, a parábola da pérola e a parábola da rede e dos peixes.
Para enquadrarmos melhor a mensagem aqui proposta por Mateus, devemos ter em conta a realidade da comunidade a quem o Evangelho se destina… Estamos no final do primeiro século (anos oitenta). Passaram-se mais de trinta anos após a morte de Jesus. O entusiasmo inicial deu lugar à monotonia, à falta de empenho, a uma vivência “morna”, pouco exigente e pouco comprometida. No horizonte próximo das comunidades cristãs perfilam-se tempos difíceis de perseguição e de hostilidade e os cristãos parecem pouco preparados para enfrentar as dificuldades. Mateus sente que é preciso renovar o compromisso cristão e chamar a atenção dos crentes para o Reino, para as suas exigências e para os seus valores. As parábolas do Reino que hoje nos são propostas devem ser lidas neste contexto.
Concretamente, o nosso texto apresenta-nos três parábolas que são exclusivas de Mateus (nenhuma delas aparece nos outros três evangelhos considerados canónicos. No entanto, as três aparecem num texto não canónico – o Evangelho de Tomé – embora aí apresentem notáveis variantes em relação à versão mateana): a parábola do tesouro, a parábola da pérola e a parábola da rede e dos peixes.
Para enquadrarmos melhor a mensagem aqui proposta por Mateus, devemos ter em conta a realidade da comunidade a quem o Evangelho se destina… Estamos no final do primeiro século (anos oitenta). Passaram-se mais de trinta anos após a morte de Jesus. O entusiasmo inicial deu lugar à monotonia, à falta de empenho, a uma vivência “morna”, pouco exigente e pouco comprometida. No horizonte próximo das comunidades cristãs perfilam-se tempos difíceis de perseguição e de hostilidade e os cristãos parecem pouco preparados para enfrentar as dificuldades. Mateus sente que é preciso renovar o compromisso cristão e chamar a atenção dos crentes para o Reino, para as suas exigências e para os seus valores. As parábolas do Reino que hoje nos são propostas devem ser lidas neste contexto.
MENSAGEM
O
texto do Evangelho deste domingo pode ser dividido em três partes. Em cada uma
delas, há aspectos e questões que convém pôr em relevo e ter em conta.
Na primeira parte, temos duas parábolas – a parábola do tesouro escondido no campo e a parábola da pérola preciosa (vers. 44-46). Ambas desenvolvem o mesmo tema e apresentam ensinamentos semelhantes.
A questão principal abordada nesta primeira parte é a da descoberta do valor e da importância do Reino. Quer a parábola do tesouro escondido, quer a parábola da pérola preciosa, sugerem que o Reino proposto por Jesus (esse mundo de paz, de amor, de fraternidade, de serviço, de reconciliação que Jesus veio anunciar e oferecer) é um “tesouro” precioso, que os seguidores de Jesus devem abraçar, antes de qualquer outro valor ou proposta. Os cristãos são, antes de mais, aqueles que encontraram algo de único, de fundamental, de decisivo: o Reino. Ora, quando alguém encontra um “tesouro” como esse, deve elegê-lo como a riqueza mais preciosa, o fim último da própria existência, o valor fundamental pelo qual se renuncia a tudo o resto e pelo qual se está disposto a pagar qualquer preço. Provavelmente, Mateus está a sugerir a esses cristãos a quem o seu Evangelho se destina (adormecidos numa fé morna, inconsequente, pouco exigente) que é preciso redescobrir e optar decisivamente por esse valor mais alto, que deve dar sentido às suas vidas – o Reino. O cristão é confrontado, a par e passo, com muitos valores e opções; mas deve aperceber-se de que o Reino é o valor mais importante.
Na segunda parte, Mateus apresenta o Reino na imagem de uma rede que, lançada ao mar, apanha diversos tipos de peixes (vers. 47-50). Na versão apresentada por Mateus, a parábola apresenta um ensinamento semelhante ao da parábola do trigo e do joio (sobre a qual meditamos no passado domingo): o Reino não é um condomínio fechado, onde só há gente escolhida e santa, mas é uma realidade onde o mal e o bem crescem simultaneamente. Deus não tem pressa de condenar e destruir. Ele não quer a morte do pecador; por isso, dá ao homem o tempo necessário e suficiente para amadurecer as suas opções e para fazer as suas escolhas (no Evangelho de Tomé, a versão é diferente: conta a história de um pescador “sábio” que pesca vários peixes, mas fica só com o maior e lança os outros ao mar. Aí, portanto, a parábola da rede e dos peixes apresenta uma mensagem que vai na linha das parábolas do tesouro descoberto no campo e da pérola preciosa. Alguns autores pensam que a versão apresentada no Evangelho de Tomé constitui a versão primitiva da parábola da rede e dos peixes).
A referência que Mateus faz (mais uma vez) ao juízo final é uma forma de exortar os irmãos da sua comunidade no sentido de escolherem decididamente o Reino e porem em prática as propostas de Jesus.
Na terceira parte do Evangelho que nos é proposto, Mateus apresenta um breve diálogo entre Jesus e os discípulos (vers. 51-52).
Neste diálogo temos uma espécie de conclusão de todo o capítulo. Mateus sugere que o verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que &
ldquo;compreende”. Ora, “compreender”, na teologia mateana, significa “prestar atenção” e comprometer-se com o ensinamento proposto. Os cristãos são, pois, convidados a descobrir a realidade do Reino, a entender as suas exigências, a comprometerem-se com os seus valores. A referência ao “escriba” que “tira do seu tesouro coisas novas e velhas” pode referir-se aos judeus, conhecedores profundos do Antigo Testamento (o “velho”), convidados agora a reflectirem essas velhas promessas à luz das propostas de Jesus (o “novo”). É nessa dialéctica sempre exigente e questionante que o verdadeiro discípulo encontra o caminho para o Reino; e, depois de encontrar esse caminho, deve comprometer-se com ele de forma decisiva, exigente, empenhada.
Na primeira parte, temos duas parábolas – a parábola do tesouro escondido no campo e a parábola da pérola preciosa (vers. 44-46). Ambas desenvolvem o mesmo tema e apresentam ensinamentos semelhantes.
A questão principal abordada nesta primeira parte é a da descoberta do valor e da importância do Reino. Quer a parábola do tesouro escondido, quer a parábola da pérola preciosa, sugerem que o Reino proposto por Jesus (esse mundo de paz, de amor, de fraternidade, de serviço, de reconciliação que Jesus veio anunciar e oferecer) é um “tesouro” precioso, que os seguidores de Jesus devem abraçar, antes de qualquer outro valor ou proposta. Os cristãos são, antes de mais, aqueles que encontraram algo de único, de fundamental, de decisivo: o Reino. Ora, quando alguém encontra um “tesouro” como esse, deve elegê-lo como a riqueza mais preciosa, o fim último da própria existência, o valor fundamental pelo qual se renuncia a tudo o resto e pelo qual se está disposto a pagar qualquer preço. Provavelmente, Mateus está a sugerir a esses cristãos a quem o seu Evangelho se destina (adormecidos numa fé morna, inconsequente, pouco exigente) que é preciso redescobrir e optar decisivamente por esse valor mais alto, que deve dar sentido às suas vidas – o Reino. O cristão é confrontado, a par e passo, com muitos valores e opções; mas deve aperceber-se de que o Reino é o valor mais importante.
Na segunda parte, Mateus apresenta o Reino na imagem de uma rede que, lançada ao mar, apanha diversos tipos de peixes (vers. 47-50). Na versão apresentada por Mateus, a parábola apresenta um ensinamento semelhante ao da parábola do trigo e do joio (sobre a qual meditamos no passado domingo): o Reino não é um condomínio fechado, onde só há gente escolhida e santa, mas é uma realidade onde o mal e o bem crescem simultaneamente. Deus não tem pressa de condenar e destruir. Ele não quer a morte do pecador; por isso, dá ao homem o tempo necessário e suficiente para amadurecer as suas opções e para fazer as suas escolhas (no Evangelho de Tomé, a versão é diferente: conta a história de um pescador “sábio” que pesca vários peixes, mas fica só com o maior e lança os outros ao mar. Aí, portanto, a parábola da rede e dos peixes apresenta uma mensagem que vai na linha das parábolas do tesouro descoberto no campo e da pérola preciosa. Alguns autores pensam que a versão apresentada no Evangelho de Tomé constitui a versão primitiva da parábola da rede e dos peixes).
A referência que Mateus faz (mais uma vez) ao juízo final é uma forma de exortar os irmãos da sua comunidade no sentido de escolherem decididamente o Reino e porem em prática as propostas de Jesus.
Na terceira parte do Evangelho que nos é proposto, Mateus apresenta um breve diálogo entre Jesus e os discípulos (vers. 51-52).
Neste diálogo temos uma espécie de conclusão de todo o capítulo. Mateus sugere que o verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que &
ldquo;compreende”. Ora, “compreender”, na teologia mateana, significa “prestar atenção” e comprometer-se com o ensinamento proposto. Os cristãos são, pois, convidados a descobrir a realidade do Reino, a entender as suas exigências, a comprometerem-se com os seus valores. A referência ao “escriba” que “tira do seu tesouro coisas novas e velhas” pode referir-se aos judeus, conhecedores profundos do Antigo Testamento (o “velho”), convidados agora a reflectirem essas velhas promessas à luz das propostas de Jesus (o “novo”). É nessa dialéctica sempre exigente e questionante que o verdadeiro discípulo encontra o caminho para o Reino; e, depois de encontrar esse caminho, deve comprometer-se com ele de forma decisiva, exigente, empenhada.
ACTUALIZAÇÃO
Ter
em conta, na reflexão, os seguintes elementos:
•
A primeira e mais importante questão abordada neste texto é a das nossas
prioridades. Para Mateus, não há qualquer dúvida: ser cristão é ter como
prioridade, como objectivo mais importante, como valor fundamental, o Reino. O
cristão vive no meio do mundo e é todos os dias desafiado pelos esquemas e
valores do mundo; mas não pode deixar que a procura dos bens seja o objectivo
número um da sua vida, pois o Reino é partilha. O cristão está permanentemente
mergulhado num ambiente em que a força e o poder aparecem como o grande ideal;
mas ele não pode deixar que o poder seja o seu objectivo fundamental, porque o
Reino é serviço. O cristão é todos os dias convencido de que o êxito
profissional, a fama a qualquer preço são condições essenciais para triunfar e
para deixar a sua marca na história; mas ele não pode deixar-se seduzir por
esses esquemas, pois a realidade do Reino vive-se na humildade e na
simplicidade. O cristão faz a sua caminhada num mundo que exalta o orgulho, a
auto-suficiência, a independência; mas ele já aprendeu, com Jesus, que o Reino
é perdão, tolerância, encontro, fraternidade… O que é que comanda a minha vida?
Quais são os valores pelos quais eu sou capaz de deixar tudo? Que significado
têm as propostas de Jesus na minha escala de valores?
•
A decisão pelo Reino, uma vez tomada, não admite meias tintas, tibiezas,
hesitações, jogos duplos. Escolher o Reino não é agradar a Deus e ao diabo,
pactuar com realidades que mutuamente se excluem; mas é optar radicalmente por
Deus e pelos valores do Evangelho. A minha opção pelo Reino é uma opção
radical, sincera, que não pactua com desvios, com compromissos a “meio gás”,
com hipocrisias e incoerências?
•
Porque é que os cristãos apresentam, tantas vezes, um ar amargurado, sofredor,
desolado? Quando a tristeza nos tolda a vista e nos impede de sorrir, quando
apresentamos semblantes carrancudos e preocupados, quando deixamos transparecer
em gestos e em palavras a agitação e o desassossego, quando olhamos para o
mundo com os óculos do pessimismo e do desespero, quando só nos deixamos
impressionar pelo mal que acontece à nossa volta, já teremos descoberto esse
valor fundamental – o Reino – que é paz, esperança, serenidade, alegria,
harmonia?
•
Mais uma vez o Evangelho convida-nos a admirar (e a absorver) os métodos de
Deus, que não tem pressa nenhuma em condenar e destruir, mas dá tempo ao homem
– todo o tempo do mundo – para amadurecer as suas opções e fazer as suas
opções. Sabemos respeitar, com esta tolerância e liberdade, o ritmo de
crescimento e de amadurecimento dos irmãos que nos rodeiam?
ALGUMAS
SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 17º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
1.
A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 17º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 17º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2.
FAVORECER O TEMPO DE SILÊNCIO.
Durante o período estival, procure-se favorecer os tempos de silêncio no início das orações, antes das leituras, depois da homilia, depois da comunhão, para permitir a cada um de se preparar para o acolhimento de Cristo, Palavra e Eucaristia. Procurar o Reino é, antes de mais, fazer silêncio para nos deixarmos tocar pela graça.
Durante o período estival, procure-se favorecer os tempos de silêncio no início das orações, antes das leituras, depois da homilia, depois da comunhão, para permitir a cada um de se preparar para o acolhimento de Cristo, Palavra e Eucaristia. Procurar o Reino é, antes de mais, fazer silêncio para nos deixarmos tocar pela graça.
3.
ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.
No
final da primeira leitura:
Deus, nosso Pai, nós Te bendizemos pelo teu servidor, o rei Salomão, nos dias da sua fidelidade para contigo. Estiveste atento à sua oração e escutaste-o.
Com o rei Salomão, nós Te pedimos pelos dirigentes das nações e das Igrejas: dá-lhes um coração atento, para que conduzam os povos e as comunidades segundo o teu Espírito e saibam discernir o bem do mal.
Deus, nosso Pai, nós Te bendizemos pelo teu servidor, o rei Salomão, nos dias da sua fidelidade para contigo. Estiveste atento à sua oração e escutaste-o.
Com o rei Salomão, nós Te pedimos pelos dirigentes das nações e das Igrejas: dá-lhes um coração atento, para que conduzam os povos e as comunidades segundo o teu Espírito e saibam discernir o bem do mal.
No
final da segunda leitura:
Nós Te damos graças pelo desígnio do teu amor e pelo teu filho Jesus, que estabeleceste no meio de nós como primogénito de uma multidão de irmãos.
Nós Te pedimos: Tu que imprimes em nós a imagem do teu Filho, faz que o teu Espírito nos transforme à sua semelhança.
Nós Te damos graças pelo desígnio do teu amor e pelo teu filho Jesus, que estabeleceste no meio de nós como primogénito de uma multidão de irmãos.
Nós Te pedimos: Tu que imprimes em nós a imagem do teu Filho, faz que o teu Espírito nos transforme à sua semelhança.
No
final do Evangelho:
Nós Te bendizemos pelo Reino dos céus que estabeleceste no coração do nosso mundo como um tesouro escondido e como um laço que nos conduz a Ti.
Nós Te pedimos: dá aos teus fiéis a coragem de procurar em toda a parte o tesouro da tua presença escondida, para aí encontrar a riqueza do teu amor.
Nós Te bendizemos pelo Reino dos céus que estabeleceste no coração do nosso mundo como um tesouro escondido e como um laço que nos conduz a Ti.
Nós Te pedimos: dá aos teus fiéis a coragem de procurar em toda a parte o tesouro da tua presença escondida, para aí encontrar a riqueza do teu amor.
4.
ORAÇÃO EUCARÍSTICA.
Pode-se escolher a Oração Eucarística III que, na sua intercessão, faz eco dos temas da segunda leitura.
Pode-se escolher a Oração Eucarística III que, na sua intercessão, faz eco dos temas da segunda leitura.
5.
PALAVRA PARA O CAMINHO.
“Pede o que quiseres…” Se a mesma questão nos fosse posta hoje, qual seria a nossa resposta? Por que tesouro estamos dispostos a sacrificar tudo? “Um coração que escute e saiba discernir o essencial do acessório!” A oração de Salomão poderia inspirar a nossa oração ao longo da semana…
“Pede o que quiseres…” Se a mesma questão nos fosse posta hoje, qual seria a nossa resposta? Por que tesouro estamos dispostos a sacrificar tudo? “Um coração que escute e saiba discernir o essencial do acessório!” A oração de Salomão poderia inspirar a nossa oração ao longo da semana…
UNIDOS
PELA PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.org
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.org
Como é bom ter estes comentários de vocês para nos orientarmos dentro da Liturgia dominical.
ResponderExcluirEu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
ResponderExcluir