21-05-2017
Jo 14,15-21
O TEU ESPÍRITO ME CONSOLA E ENCORAJA
A uma semana da Solenidade da Ascensão do Senhor a Igreja nos
convida com a liturgia deste domingo, que é continuidade da liturgia do domingo
passado, a prepararmo-nos para sua partida física de nosso mundo.
O trecho do Evangelho de hoje é a segunda parte do primeiro
discurso de despedida e tem como ponto central o amor dos discípulos a Jesus,
expresso através da observância dos seus mandamentos. Jesus promete a eles o
dom do Espírito da Verdade e assegura a sua presença a todo aquele que observar
seus mandamentos. Essa notícia foi motivo de consolo e encorajamento para os
discípulos e o é, hoje, para nós pois sabemos que Jesus nunca nos deixará sem
rumo. Tal como o Povo de Israel que, no deserto, diante de si levava a arca da
aliança com as tábuas dos mandamentos, representação da Presença de Deus em seu
meio, a Igreja e cada um de nós, ao guardarmos e observarmos os mandamentos do
Senhor, poderemos contar com a certeza da sua presença em nós e entre nós, não
mais apenas sensível (física), mas espiritual e interior, pela fé. É uma
presença tremenda que nos enche de coragem e ânimo para enfrentarmos os
obstáculos e dificuldades. Mas, para desfrutarmos dessa graça é preciso que
antes, observemos seus mandamentos. Já ouvi muitas pessoas queixando-se (eu
mesmo já fiz isso) de não sentir Jesus atuando em sua vida diária, a tal ponto
de chegarem a afirmar que Deus tem coisa muito mais importante a fazer do que
se preocupar com seus problemas. Julgam que Deus está afastado delas. Será
mesmo assim ou será que elas é que estão afastadas de Deus? Todas as vezes que
não observamos os mandamentos de Jesus, o afastamos de nossa vida. Não é Ele
quem se afasta! Todas as vezes que nosso comportamento contraria a vontade de
Deus trazendo prejuízos aos nossos irmaos e à nós mesmos, somos nós que dizemos
a Ele: "sai fora, vou fazer ou vou agir do jeito que eu quero!"
Veja o que nos diz Paulo
em Efésios 4:
25.
Por isso, renunciai à mentira. Fale cada um a seu próximo a
verdade, pois somos membros uns dos outros.
26.
Mesmo em cólera, não pequeis. Não se ponha o sol sobre o vosso
ressentimento.
27.
Não deis lugar ao demônio.
28.
Quem era ladrão não torne a roubar, antes trabalhe seriamente por
realizar o bem com as suas próprias mãos, para ter com que socorrer os
necessitados.
29.
Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a
edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem.
30.
Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, com o qual estais
selados para o dia da Redenção.
Assim, se quisermos sentir a presença de Jesus e o consolo do seu
Espírito, precisamos, antes, viver como Ele deseja que vivamos. E viver como
Jesus é aceitar que teremos tribulações, muito mais com Ele do que sem Ele,
porque nosso modo de vida começará a incomodar e denunciar o modo de viver de
outras pessoas. Pedro, em sua primeira carta diz:
15Santificai em vossos corações o Senhor Jesus Cristo, e estai
sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pedir.
16Fazei-o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência.
Então, se em alguma coisa fordes difamados, ficarão com vergonha aqueles que
ultrajam o vosso bom procedimento em Cristo. 17Pois será melhor sofrer
praticando o bem, se esta for a vontade de Deus, do que praticando o mal.
Por isso, Jesus nos envia o Espírito Santo, como Advogado, nosso
Defensor, que nos dará palavras e comportamentos acertados nos momentos de
maior necessidade. Mas precisamos permitir sua ajuda! Quantas vezes diante de
uma atitude o Espírito nos constrange, fala dentro de nós e não lhe damos
ouvidos? Aproveitemos suas moções e deixemo-nos guiar para transpareça este
poder que Deus tem de modificar nossa vida e a vida daqueles que estão à nossa
volta. A caminhada com Cristo não é fácil. O terreno é íngreme e a passagem
estreita. Ademais não somos perfeitos e muitas vezes derramamos lágrimas e
caímos. Mas nosso Deus não nos condena, nos ajuda enviando-nos seu Espírito,
para nos provar que é na nossa fraqueza que Ele revela sua força
transformadora. Assim, seguindo a luz de sua Ressurreição e não afastando de
nós o seu Espírito de Verdade, nós mesmos passaremos a brilhar para que mais
irmãos o descubram e a Ele se entreguem.
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