Domingo, 12 de março de 2017.
Evangelho de Mt 17, 1-9
Jesus estava preparando seus discípulos para a sua paixão, morte e
ressurreição. Para eles era difícil entender e aceitar essa condição, pois
haviam deixado tudo para segui-lo. Deixaram casa, família, trabalho porque
viram nele uma grande esperança de dias melhores. Jesus exercia em todos uma
enorme atração, cativava todos que se aproximavam dele. Agora Jesus falava em
morte, sofrimento, dor, partida... Jesus ensinou-lhes o caminho do sacrifício
que deveriam seguir para alcançar o céu. Jesus conhecia a dificuldade deles em
assimilar essas ideias, que poderiam ser loucas aos olhos dos discípulos e de
qualquer ser humano.
Passado uns dias depois de ter falado de sua paixão e morte, Jesus chamou
Pedro, Tiago e seu irmão João, foi com eles para um lugar afastado, a um monte bem
alto. E diante deles transfigurou-se, manifestando assim a sua glória, para que
eles tivessem certeza de que ele era realmente o Messias e para terem esperança
que depois da morte viria o céu, o encontro com o Pai, a vida eterna.
Lá na montanha, que é símbolo do encontro com Deus Jesus revelou
para eles a sua verdadeira identidade: que além de homem, ele também é Deus.
Jesus se transfigurou, se transformou, deixou transparecer a sua
divindade, possibilitando aos discípulos enxergar além da cruz, além da morte,
isto é, o que aconteceria depois da morte, existe uma outra vida. Que a morte
não seria o fim, mas o começo de uma nova vida. De uma vida gloriosa, bela,
feliz, sem sofrimento, sem tristeza, sem angústia. Seu corpo mortal, sujeito ao
sofrimento, semelhante em tudo a nós e por nós sofrer, se revestiu do corpo
glorioso e que nós também poderemos ter um dia.
Nisso apareceram dois homens e começaram a conversar com Ele sobre
sua morte. Eram Moisés e Elias, representantes do Antigo Testamento. Moisés, o
grande legislador, o libertador e guia do povo escolhido por Deus, que se curva
na presença de Cristo, dando testemunho da missão divina do Messias, que veio
completar e aperfeiçoar a Lei.
Elias representa os
profetas, Jesus é o motivo das profecias. Elias foi o restaurador da fé em Javé,
no Reino do Norte, no tempo do rei Acab. Elias libertou o povo da opressão e da
idolatria. Sua presença na transfiguração de Jesus vem dar testemunho que Jesus
é o libertador definitivo, prometido e prefigurado nos líderes do passado. O
Antigo Testamento, nas pessoas de Moisés e Elias, testemunha que Jesus veio
para libertar a humanidade por meio da entrega total de sua vida.
No momento sublime da transfiguração, em que Jesus se revela divino,
que Ele deixa transparecer sua divindade, momento de muita intimidade com o
Pai, suas vestes ficaram resplandecentes, brancas, iluminadas, e de uma nuvem
que se formou ouviu-se a voz do Pai: “Este é o meu Filho muito amado,
escutai-o”.
Era uma situação tão boa, tão bela, tão feliz, que Pedro sugeriu
fazer três tendas para ficarem lá. Estes três discípulos tiveram a felicidade
de experimentar antecipadamente o céu, a glória, o esplendor de Jesus e por
isso queriam ficar lá. Queriam permanecer para sempre no alto do monte com o
Filho de Deus transfigurado. Não queriam voltar ao cotidiano, ao dia-a-dia, à
luta, ao trabalho. . .
Eles contemplaram e experimentaram a glória de Jesus, o seu
esplendor. Para Pedro, João e Tiago foi uma experiência fascinante. Era desse
jeito que eles queriam Jesus! Jesus glorioso, divino, sem sofrimento, sem
tristezas, sem dor, sem cruz! Entretanto, era necessário descer o monte. Era
necessário continuar a vida, passar pela cruz, para chegar à ressurreição, à
glória eterna.
Pedro sugeriu para Jesus ficar no monte. Por quê? É muito bom estar na glória, no céu, na paz,
na felicidade. Naquele momento, Pedro representava todo o ser humano, isto é,
todos nós, que queremos viver a alegria da ressurreição, da páscoa, sem passar
pela entrega e pela morte, sem passar pela dor, pelo sofrimento, pela cruz. Nós
temos medo do sofrimento, da dor, da cruz, da morte, da tristeza, da
contrariedade.
Também nossa natureza humana nos puxa para o comodismo, não
queremos ter trabalhos ou dificuldades, queremos tudo que é fácil e prazeroso.
Fugimos das situações difíceis e das que requerem esforço, sacrifício, doação.
Nós não queremos cruz, sofrimentos, tristezas, compromissos, responsabilidades,
morte.
Jesus nos ensina que não podemos ficar no monte, isto é, só na
contemplação, no bem bom, desfrutando da glória de Deus. Mas é preciso descer
do monte. É aqui embaixo, na planície,
que temos de brilhar como Jesus, de ser luz para os irmãos, ser resplandecente
para os nossos irmãos na nossa comunidade, através dos nossos gestos concretos
de amor, de justiça, fraternidade, sinceridade.
Brilhar, apesar das tribulações da vida, das dores, dos
sofrimentos, das decepções. Quem transforma o seu coração pela presença de
Jesus apaga todo o ódio, todo o pecado e todo o rancor. É missão do discípulo
de Jesus transfigurar o mundo, ser luz para o mundo.
A transfiguração de Jesus é sinal da sua vitória sobre a morte e a
vitória do seu projeto. Jesus quis mostrar para os discípulos, que ele está
além da cruz, do sofrimento, além da morte.
Ele quis mostrar o grande amor de Deus pela humanidade e o que Deus
preparou para esperar o homem depois da morte, todavia, para aqueles que ouviram
Jesus, para aqueles que seguem a pessoa de Jesus, que atendem o Pai, ouvindo
Jesus. E ouvir Jesus é viver de acordo com sua Palavra, com o Evangelho, dando
credibilidade aos seus ensinamentos. Sendo perseverante, firme, tendo uma vida exemplar.
A transfiguração de Jesus nos mostra que todo aquele que se esforça
para ser outro Cristo, também irá ressuscitar para a vida eterna e vai viver
glorioso com Jesus e como Jesus. Isto é uma grande esperança para todos nós, é
uma imensa alegria, é motivo de perseverança é a grande recompensa que Deus nos
dará.
Vamos ser outro Cristo glorioso para nossos irmãos, transfigurado,
através dos nossos gestos de amor, de paz, de compreensão, de solidariedade. Vamos
brilhar, vamos ser luz, ser transparentes, vamos ter roupas alvas, claras,
limpas, resplandecentes como as de Jesus.
Com a ajuda do Espírito Santo que Jesus já nos enviou, podemos nos
transfigurar, nos transformar e conseguir inverter a situação atual do mundo em
que vivemos, mundo de crimes, de violência, de ganância, de exploração,
opressão, injustiça, de falsidade, de egoísmo, de inveja, corrupção, enfim, um
mundo afastado de Jesus e que O
despreza.
Com muita fé e confiança peçamos a Jesus ressuscitado: Jesus,
transfigura o nosso coração. Ajuda-nos, Senhor, descer do monte, para
brilharmos aqui embaixo, ser luz na planície, no meio dos nossos irmãos e da
nossa comunidade. Ajuda-nos, Senhor, porque nós sabemos e cremos que o Senhor
está vivo e presente no meio de nós.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
MARIA DE LOURDES; Bela reflexão, que Deus continue te iluminando.
ResponderExcluirTenha um bom fim de semana na paz de DEUS.
Reflexão maravilhosa.
ResponderExcluirAmém!! Agradecida!
ResponderExcluirTudo para maior honra e glória de Deus!
Maria de Lourdes