5 de Março- DOMINGO - Evangelho - Mt 4,1-11
Bom dia!
Gostaria de partilhar um texto que escrevi no ano passado, que
creio que ainda é profundamente reflexivo e atual…
(…)Deus nos conhece e isso é bem claro em nossas vidas. Antes
mesmos de nascermos ela já nos chamava pelo nome. O “Pai Nosso”, ou oração
dominical, sintetiza todo o Evangelho. Ele denota simplicidade e ao mesmo tempo
profundidade. Não são somente palavras, mas declarações diárias que Deus pode
entrar e fazer Seu reino em minha vida.
“(…). Quando dizemos Pai «nosso», reconhecemos, antes de mais nada,
que todas as suas promessas de amor, anunciadas pelos profetas, se cumpriram na
Nova e eterna Aliança no seu Cristo: nós tornámo-nos o «seu» povo e Ele é
doravante o «nosso» Deus. Esta relação nova é uma pertença mútua, dada
gratuitamente: é por amor e fidelidade (36) que temos de responder «à graça e à
verdade» que nos foram dadas em Cristo Jesus (37)”. (Catecismo da Igreja
Católica § 2787)
Ao pedir que Deus entre em nossas vidas, precisamos aprender a
“responder à graça e à verdade”, que se reportam aos nos dez mandamentos, em
especial no empenho em amar o próximo como a mim mesmo. É preciso ver que a
nossa contextualização ou entendimento de amar, muitas vezes se confunde ou é
banalizado. Entender o amor é ver algo profundo e pouco explicável. É talvez,
querer bem sem nada querer em troca.
Nosso coração, onde habita o amor poético, não é fechado as ações
do mundo e das pessoas que nos cercam. Ele possui brechas pequenas por onde
gestos pequenos de misericórdia, compaixão, esperança e temor de Deus passam
facilmente se devidamente lubrificados com o exercício do perdão.
“(…) Ora, e isso é temível, esta onda de misericórdia não pode
penetrar nos nossos corações enquanto não tivermos perdoado àqueles que nos
ofenderam. O amor, como o corpo de Cristo, é indivisível: nós não podemos amar
a Deus, a quem não vemos, se não amarmos o irmão ou a irmã, que vemos (121).
Recusando perdoar aos nossos irmãos ou irmãs, o nosso coração fecha-se, a sua
dureza torna-o impermeável ao amor misericordioso do Pai. Na confissão do nosso
pecado, o nosso coração abre-se à sua graça” (Catecismo da Igreja Católica §
2840)
O “Pai Nosso” mais que um conjunto de versos, é a evocação do
próprio Jesus ao Pai. É uma forma sintática de agradecer, reconhecer e aceitar
a vontade de Deus em nossas vidas. Reconhecer as vezes que não estamos ainda
prontos para perdoar quem nos feriu, mas que existe em mim, a vontade
verdadeira que um dia isso ocorra. Essa nossa eterna procura em sermos cada vez
melhores
“(…) Assim ganham vida as palavras do Senhor sobre o perdão, sobre
este amor que ama até ao extremo do amor (124). A parábola do servo
desapiedado, que conclui o ensinamento do Senhor sobre a comunhão eclesial
(125), termina com estas palavras: «Assim procederá convosco o meu Pai celeste,
se cada um de vós não perdoar a seu irmão do fundo do coração». É aí, de fato,
«no fundo do coração», que tudo se ata e desata. Não está no nosso poder deixar
de sentir e esquecer a ofensa; mas o coração que se entrega ao Espírito Santo
muda a ferida em compaixão e purifica a memória, transformando a ofensa em
intercessão”. (Catecismo da Igreja Católica § 2843)
Portanto, proclamar o “Pai Nosso” é trazer a nossa memória e ao
nosso dia-a-dia, o compromisso com o zelo com que é de Deus; é atestar que
concordamos e acreditamos em suas promessas; é afirmar que sou um dos que
seguem o Nazareno.
Um compromisso: Hoje no silencio do nosso quarto, pausadamente,
reafirmemos essa oração em nosso coração
“(…) Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu
Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á”. (Mateus
6, 6)
Um imenso abraço fraterno!
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