24 de Fevereiro - Sexta
- Evangelho - Mc 10,1-12
Bom dia!
Uma realidade dura e sensível ao toque. Como assim? Falar, comentar,
tecer linhas sobre o matrimônio e sobre o divórcio geram apreensão, mas é
preciso falar sobre eles.
O casamento ainda é muito procurado, mas devemos investir mais no
matrimônio. Não é a mesma coisa? Não! O casamento é o ritual e o matrimônio é o
sacramento. Muitos irmãos fazem e investem em grandiosos rituais e muito pouco
no sacramento.
O matrimonio é um “contrato” de amor entre duas pessoas cuja
amizade e o amor entre eles os elevam a mais que simples amigos ou namorados:
“(…) Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua
mulher, e os dois se tornam uma só pessoa”. Uma amizade, que aos poucos se
transforma em cumplicidade, parceria, um complemento, um tesouro… Reparemos o
que diz a primeira leitura:
“(…) Se queres adquirir um amigo, adquire-o na provação; e não te
apresses em confiar nele. Porque há amigo de ocasião, que não persevera no dia
da aflição. Há amigo que passa para a inimizade, e que revela as desavenças
para te envergonhar. Há amigo que é companheiro de mesa e que não persevera no
dia da necessidade. Quando fores bem sucedido, ele será como teu igual e, sem
cerimônia, dará ordens a teus criados. Mas, se fores humilhado, ele estará
contra ti e se esconderá da tua presença. Afasta-te dos teus inimigos e toma
cuidado com os amigos. Um amigo fiel é poderosa proteção: quem o encontrou,
encontrou um tesouro. Ao amigo fiel não há nada que se compare, é um bem
inestimável. Um amigo fiel é um bálsamo de vida; os que temem o Senhor vão
encontrá-lo. Quem teme o Senhor, conduz bem a sua amizade: como ele é, tal será
o seu amigo”. (Eclesiástico 6, 7-17)
O parceiro, o cônjuge, vai além da amizade e quando isso acontece
buscam selar esse voto através do matrimônio e talvez seja essa o grande “X” da
questão: Os casais hoje procuram realmente o matrimônio, a cumplicidade, a
amizade ou as fotos da celebração, da festa, da lua de mel, morar juntos?
Porque ainda vemos pessoas incentivando jovens de 15 e 16 anos a “casar”? Por
que ainda vemos pais “empurrando” suas filhas, escolhendo parceiros (as) que
tenham poder aquisitivo em detrimento ao caráter? Por que ainda vemos pessoas
“tentando” resolver um assunto casando seus filhos?
Estranho dizer isso, mas o que acabei de citar é passível de
nulidade, mas nem tudo que vemos poderá ser desfeito. Um casal que ao tentar
todos os meios não viu outra solução a não ser se respeitar vivendo longe um do
outro, deve entender que o ritual pode ser apagado ou deletado do HD, mas o
sacramento ainda vive.
Um homem longe de sua esposa, uma esposa longe do seu marido: é
assim que a igreja os vê, portanto não os vê como pagãos e sim como filhos de
Deus, pois acima de tudo são batizados e por Ele muito amados e se mesmo longe
preservam cristo como seus nortes, mesmo não alimentando a esperança de uma
reconciliação, devem perseverar na fé e pelos frutos que surgiram.
“(…) A respeito dos cristãos que vivem nesta situação E GERALMENTE
CONSERVAM A FÉ e desejam educar cristãmente seus filhos, os sacerdotes e toda a
comunidade devem dar prova de uma solicitude atenta, a fim de NÃO SE
CONSIDERAREM SEPARADOS DA IGREJA, pois, como batizados, podem e devem
participar da vida da Igreja: Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a
freqüentar o sacrifício da missa, a perseverar na oração, a dar sua
contribuição às obras de caridade e às iniciativas da comunidade em favor da
justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de
penitência para assim implorar, dia a dia, a graça de Deus” (CIC §1652)
Devemos investir mais na formação dos jovens, pois o curso de
noivos não vai ajudar a aumentar a amizade e o respeito entre eles; o padre não
tem como adivinhar se os motivos que levaram os nubentes ao altar são recheados
de amor ou “fogo de palha”
Um imenso abraço fraterno.
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