Tempo Comum – Anos Ímpares – I Semana –
Quarta-feira
11 Janeiro 2017
Tempo Comum – Anos
Ímpares – I Semana – Quarta-feira
Lectio
Primeira leitura:
Hebreus 2, 14-18
Uma vez que os filhos
dos homens têm a mesma carne e o mesmo sangue, também Jesus partilhou a
condição deles, a fim de destruir, pela sua morte, aquele que tinha o poder da
morte, isto é, o diabo, 15e libertar aqueles que, por medo da morte, passavam
toda a vida dominados pela escravidão. 16Ele, de facto, não veio em auxílio dos
anjos, mas veio em auxílio da descendência de Abraão. 17Por isso, Ele teve de
assemelhar-se em tudo aos seus irmãos, para se tornar um Sumo Sacerdote
misericordioso e fiel em relação a Deus, a fim de expiar os pecados do povo.
18É precisamente porque Ele mesmo sofreu e foi posto à prova, que pode socorrer
os que são postos à prova.
O autor da Carta aos
Hebreus aprofunda o significado da solidariedade de Cristo connosco, explorando
o âmbito da misericórdia divina. Jesus assumiu plenamente a realidade humana,
marcada pela fragilidade e pela morte, por causa do pecado. Embora não tenha
conhecido pecado (cf. 4, 5), Jesus tomou sobre si as consequências dele. Assim
libertou a humanidade – sujeita ao domínio do demónio, artífice do pecado e da
morte – não a partir de fora dela, ou do alto, mas a partir de dentro dela: uma
libertação “imposta” não seria verdadeira e eficaz. O Filho, pelo contrário,
tornou-se participante da nossa condição, para que pudéssemos participar da
sua! Bom samaritano, inclinou-se sobre quem precisava dos seus cuidados: não os
anjos, mas a raça de Abraão (v. 16), isto é, todos quantos peregrinam na fé por
este vale de lágrimas.
Uma vez que esta semelhança de Cristo connosco nos resgata do pecado, Ele cumpre perfeitamente a função sacerdotal: Ele é o verdadeiro sumo sacerdote, «misericordioso» para com os homens – de quem conhece por experiência pessoal o sofrimento – e «fiel» nas coisas que se referem a Deus, porque foi enviado pelo Pai para nossa salvação.
Uma vez que esta semelhança de Cristo connosco nos resgata do pecado, Ele cumpre perfeitamente a função sacerdotal: Ele é o verdadeiro sumo sacerdote, «misericordioso» para com os homens – de quem conhece por experiência pessoal o sofrimento – e «fiel» nas coisas que se referem a Deus, porque foi enviado pelo Pai para nossa salvação.
Evangelho: Marcos 1,
29-39
Naquele tempo, 29Jesus
saiu da sinagoga e foi para casa de Simão e André, com Tiago e João. 30A sogra
de Simão estava de cama com febre, e logo lhe falaram dela. 31Aproximando-se,
tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. 32À
noitinha, depois do sol-pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos, 33e a
cidade inteira estava reunida junto à porta. 34Curou muitos enfermos
atormentados por toda a espécie de males e expulsou muitos demónios; mas não
deixava falar os demónios, porque sabiam quem Ele era. 35De madrugada, ainda
escuro, levantou-se e saiu; foi para um lugar solitário e ali se pôs em oração.
36Simão e os que estavam com Ele seguiram-no. 37E, tendo-o encontrado,
disseram-lhe: «Todos te procuram.» 38Mas Ele respondeu-lhes: «Vamos para outra
parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu
vim.» 39E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expulsando os
demónios.
A vida pública de
Jesus é extremamente ocupada. Mas o Senhor não deixa de dar atenção às pessoas
concretas que encontra. Para Ele, cada pessoa é única. É o que vemos no
primeiro milagre, depois do primeiro exorcismo (vv. 30ss.). Rompendo com o
estilo dos rabinos, na sua relação com as mulheres, o Senhor aproxima-se da
sogra de Pedro, toma-a pela mão, cura-a e, maior novidade ainda, deixa-se
servir por ela. A Misericórdia inverte todos os parâmetros das relações
sociais. Ao aproximar-se da sogra de Pedro, «levanta-a», tomando-a pela mão.
Com a ternura desse gesto, Jesus restitui-lhe a saúde, mas também a capacidade
de servir, isto é, de amar com humildade. A notícia espalha-se e Jesus vê-se
sobrecarregado de trabalho. Concluído o repouso sabático, rodeia-o uma multidão
de carenciados. E a Misericórdia chega a todos como braço do rio de graça que
Deus suscitou no mundo.
Depois de um dia cheio de trabalho e de êxitos apostólicos, Jesus não se deixa levar pelo entusiasmo do povo, mas refugia-se no deserto para se encontrar a sós com o Pai e orar, isto é, beber, também Ele, no rio da graça do Pai, para a poder derramar sobre todos. A sua oração, solitária e prolongada, é o segredo que anima o seu ministério, porque O mantém em relação com o Pai e na fidelidade ao seu projecto. Saiu do seio do Pai para manifestar o seu rosto aos homens. Por isso, continua a sua peregrinação no meio de nós, alargando os confins do Reino e vencendo as forças do mal.
Depois de um dia cheio de trabalho e de êxitos apostólicos, Jesus não se deixa levar pelo entusiasmo do povo, mas refugia-se no deserto para se encontrar a sós com o Pai e orar, isto é, beber, também Ele, no rio da graça do Pai, para a poder derramar sobre todos. A sua oração, solitária e prolongada, é o segredo que anima o seu ministério, porque O mantém em relação com o Pai e na fidelidade ao seu projecto. Saiu do seio do Pai para manifestar o seu rosto aos homens. Por isso, continua a sua peregrinação no meio de nós, alargando os confins do Reino e vencendo as forças do mal.
Meditatio
A Carta aos Hebreus
afirma que Jesus é «um Sumo Sacerdote misericordioso e fiel em relação a Deus»
(v. 17). É «fiel» pela relação única que existe entre Ele e Deus. É
«misericordioso» para com os homens, particularmente para com os pecadores,
porque veio tirar os pecados, veio dar aos homens a vitória nas provações,
«porque Ele mesmo sofreu e foi posto à prova» e,por isso «pode socorrer os que
são postos à prova» (v. 18). Segundo a carta aos Hebreus, o objectivo da vida
de Jesus na terra é levar à perfeição, no seu coração, a abertura aos outros, a
misericórdia, a união com Deus, que o torna «fiel».
A carta aos Hebreus apresenta-nos uma nova concepção do sacerdócio. Enquanto, no Antigo Testamento, se acentuava a separação – o sacerdote era separado dos homens para estar da parte de Deus -, Jesus, Sumo Sacerdote, pôs-Se ao nosso lado, assumindo a nossa carne e o nosso sangue, com os nossos sofrimentos, as nossas provações, a nossa morte, para nos poder ajudar como somos e estamos. Ele alcança misericórdia pela sua união com Deus. É a grande revelação da Encarnação.
O evangelho que escutamos evidencia estas duas dimensões da vida de Jesus na terra: a sua misericórdia e a sua união com Deus. Revela-se primeiro a sua misericórdia. O Senhor aproxima-se de todas as misérias, de todos os sofrimentos, para lhes levar remédio. Esse remédio começa por ser a compaixão e o interesse. Jesus deixa que os doentes lhe tomem todo o tempo: «À noitinha, depois do sol-pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos, e a cidade inteira estava reunida junto à porta» (v. 32). Toma os doentes pela mão: é o seu corpo que comunica a cura de Deus.
Mas Jesus também se retira do meio das multidões. Logo de madrugada, vai para «um lugar solitário» (v. 35), a fim de rezar. É a outra dimensão da sua existência humana, a busca do Pai. Ele deve tratar das coisas do Pai, deve estar unido a Deus e, por isso, reza demoradamente. Todavia, o desejo da união com Deus não Lhe impede de Se entregar aos outros. Quando vêm procurá-l´O, não diz: «deixem-me em paz, porque devo rezar». Pelo contrário ordena: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim» (v. 38). A oração aumenta-Lhe a
misericórdia e a bondade, porque vai procurá-las no coração do Pai, fonte do amor que deve transmitir aos homens.
Tudo isto nos conforta: o Senhor está sempre perto de nós no sofrimento e nas dificuldades. Com Ele, estas situações não são obstáculo mas meios para nos unirmos cada vez mais a Ele e ao Pai, e para irmos ao encontro dos irmãos que sofrem.
A nossa comunidade-comunhão está reunida à volta do Sumo Sacerdote, que também é vítima, Cristo Jesus. Em força do Baptismo, participamos do sacerdócio de Cristo e do Seu estado de vítima (cf. Heb 10, 14). Nós, oblatos-Sacerdotes do Coração de Jesus, participamos de modo especial, como testemunhas do sacerdócio e do sacrifício de Cristo na Igreja e no mundo, pelo nosso carisma e pela nossa profissão religiosa (cf. Cst 22.24).
Cristo, sacerdote e vítima é o centro da nossa comunidade-comunhão, que nos faz sentir, segundo o desejo e a oração de Cristo uma só coisa: «que sejam uma só coisa» (Jo 17, 21), é o Espírito de amor, o Espírito Santo, que realiza a promessa de Jesus: «Ele há-de ensinar-vos todas as coisas e há-de recordar-vos tudo aquilo que eu vos disse» (Jo 14, 26); «Há-de guiar-vos para a verdade perfeita… Ele há-de glorificar-me, porque tomará do que é Meu e vo-lo anunciará» (Jo 16, 13-14).
A carta aos Hebreus apresenta-nos uma nova concepção do sacerdócio. Enquanto, no Antigo Testamento, se acentuava a separação – o sacerdote era separado dos homens para estar da parte de Deus -, Jesus, Sumo Sacerdote, pôs-Se ao nosso lado, assumindo a nossa carne e o nosso sangue, com os nossos sofrimentos, as nossas provações, a nossa morte, para nos poder ajudar como somos e estamos. Ele alcança misericórdia pela sua união com Deus. É a grande revelação da Encarnação.
O evangelho que escutamos evidencia estas duas dimensões da vida de Jesus na terra: a sua misericórdia e a sua união com Deus. Revela-se primeiro a sua misericórdia. O Senhor aproxima-se de todas as misérias, de todos os sofrimentos, para lhes levar remédio. Esse remédio começa por ser a compaixão e o interesse. Jesus deixa que os doentes lhe tomem todo o tempo: «À noitinha, depois do sol-pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos, e a cidade inteira estava reunida junto à porta» (v. 32). Toma os doentes pela mão: é o seu corpo que comunica a cura de Deus.
Mas Jesus também se retira do meio das multidões. Logo de madrugada, vai para «um lugar solitário» (v. 35), a fim de rezar. É a outra dimensão da sua existência humana, a busca do Pai. Ele deve tratar das coisas do Pai, deve estar unido a Deus e, por isso, reza demoradamente. Todavia, o desejo da união com Deus não Lhe impede de Se entregar aos outros. Quando vêm procurá-l´O, não diz: «deixem-me em paz, porque devo rezar». Pelo contrário ordena: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim» (v. 38). A oração aumenta-Lhe a
misericórdia e a bondade, porque vai procurá-las no coração do Pai, fonte do amor que deve transmitir aos homens.
Tudo isto nos conforta: o Senhor está sempre perto de nós no sofrimento e nas dificuldades. Com Ele, estas situações não são obstáculo mas meios para nos unirmos cada vez mais a Ele e ao Pai, e para irmos ao encontro dos irmãos que sofrem.
A nossa comunidade-comunhão está reunida à volta do Sumo Sacerdote, que também é vítima, Cristo Jesus. Em força do Baptismo, participamos do sacerdócio de Cristo e do Seu estado de vítima (cf. Heb 10, 14). Nós, oblatos-Sacerdotes do Coração de Jesus, participamos de modo especial, como testemunhas do sacerdócio e do sacrifício de Cristo na Igreja e no mundo, pelo nosso carisma e pela nossa profissão religiosa (cf. Cst 22.24).
Cristo, sacerdote e vítima é o centro da nossa comunidade-comunhão, que nos faz sentir, segundo o desejo e a oração de Cristo uma só coisa: «que sejam uma só coisa» (Jo 17, 21), é o Espírito de amor, o Espírito Santo, que realiza a promessa de Jesus: «Ele há-de ensinar-vos todas as coisas e há-de recordar-vos tudo aquilo que eu vos disse» (Jo 14, 26); «Há-de guiar-vos para a verdade perfeita… Ele há-de glorificar-me, porque tomará do que é Meu e vo-lo anunciará» (Jo 16, 13-14).
Oratio
Ó Jesus, Sumo
Sacerdote fiel e misericordioso, dá-me a graça de compreender que as
dificuldades, que tantas vezes me fazem desanimar, são excelentes ocasiões para
renovar a minha confiança, porque Tu as acompanhas com uma graça, que me
permite unir-me à tua gloriosa Paixão, e me torna atento e sensível ao
sofrimento dos irmãos. Faz-me compreender que, unindo-me à tua Paixão, posso
ajudar os que sofrem, e ser solidário com quem está no sofrimento, e unir-me
verdadeiramente a Ti, que quiseste sofrer com todos os que sofrem e com os
pecadores. Amen.
Contemplatio
Observai também o
tempo e o lugar da oração. Reza-se melhor de manhã, na calma e no silêncio.
Ninguém reza com fruto senão fazendo valer os méritos de Nosso Senhor. Rezamos
utilmente se nos dirigirmos ao Coração de Jesus. Apresentar o Coração de Jesus
ao seu Pai, é fazer valer um talismã que é todo-poderoso. «Tudo o que pedirdes
ao meu Pai em meu nome, disse Nosso Senhor, ser-vos-á concedido». Em meu nome,
quer dizer «pelos meus méritos, pelo amor que meu Pai tem por mim, pela
consideração que tem pelo meu Coração, pela minha oração, pelo meu amor, pelos
meus sofrimentos…» Se as vossas orações concordarem com os desejos do Coração
de Jesus serão vitoriosas. Marta dizia a Jesus: «Sei que tudo o que pedirdes a
Deus Ele vo-lo concede». Vamos ter com Deus pelo Coração de Jesus e ao Coração
de Jesus por Maria, ser-nos-ão todo-poderosos. (Leão Dehon, OSP 4, p. 70s.)
Actio
Repete frequentemente
e vive hoje a palavra:
«Jesus pode socorrer os que são postos à prova» (cf. Heb 2, 18).
«Jesus pode socorrer os que são postos à prova» (cf. Heb 2, 18).
Nenhum comentário:
Postar um comentário