Domingo, 8 de
janeiro de 2016.
Evangelho segundo
São Mateus 2, 1-12.
Deus amável e
misericordioso manifesta seu plano de amor a toda à humanidade. Jesus, o rosto
misericordioso do Pai, vem nos mostrar a face do Pai, quem é o Pai. Ninguém
está excluído do plano de Deus, mas é preciso entender o modo como Deus se
mostra, se manifesta a nós. “Deus é
Salvador, mas se manifesta na fragilidade de um recém-nascido! Deus é luz, mas
se apresenta no meio de nós na escuridão de uma manjedoura! Só podemos nos
incluir no projeto do Pai se aprendermos a Amar. Somente assim a luz brilhará
em nós. Nossas comunidades acenderão suas luzes de fraternidade e justiça
quando acolherem a luz!”
A Liturgia de hoje
nos fala da Epifania do Senhor. Epifania é a manifestação de Deus ao povo, ao
mundo todo. Ele se dá a conhecer.
O profeta Isaías já
havia anunciado a luz em meio às trevas. “Levanta-te, sê radiosa, eis a tua
luz! A glória do Senhor se levanta sobre ti. Vê, a noite cobre a terra e a
escuridão, os povos, mas sobre ti levanta-se o Senhor, e sua glória te ilumina.
As nações se encaminharão à tua luz, e os reis, ao brilho de tua
aurora”.(Is60,1-3)
Neste contexto as
trevas, a noite, a escuridão é Herodes e suas ações, o violento, o assassino, o
prepotente, o politiqueiro, o opressor. O menino Jesus pobre, simples, humilde,
reclinado na manjedoura, esse sim, é a verdadeira luz que vindo ao mundo
ilumina a todos. Podemos perceber que o evangelista Mateus quer mostrar com
força que a salvação não vem de Jerusalém, onde está o tirano Herodes, mas de
Belém, cidade do pastor Davi.
No tempo do rei Herodes era muito
difícil, de profunda escuridão para o povo. Viver nessa época era enfrentar nuvens
negras, vales profundos, abismos sem fim. Mas nada pode ofuscar a luz divina, a
estrela do menino Jesus, ela brilhou no oriente e trouxe os reis magos para
adorar o menino Deus, que nascera.
Os magos eram
pagãos, conhecem as estrelas, mas não as Escrituras Sagradas. Eles seguem a
estrela, em busca do menino Deus para adorá-Lo. Os magos, assim chamados, eram
os sábios em todas as áreas do conhecimento como astrologia, medicina, ciências
naturais, etc. Mas principalmente eram chamados magos as pessoas que se
dedicavam à ciência dos astros. Tinham muita instrução e exerciam muita
influência em seu país.
A estrela que eles
viram já tinha sido anunciada pelo profeta e o povo a esperava como sinal do
nascimento do novo rei. Os magos se guiam pela estrela brilhante. Ao chegar
perto do palácio de Herodes, a estrela deixa de brilhar e eles perdem a direção
a seguir. Deixa de brilhar porque em Jerusalém é o centro do poder, onde
predominam as trevas como perseguição, morte, corrupção, toda espécie de
desonestidades, porque para não perder o poder, o status tudo vale, tudo pode!
Podemos entender a
estrela como símbolo da fé. Quando nos deixamos guiar pela fé, encontramos
Jesus, pois ela sempre nos conduz a Ele.
Os magos sem saber para onde ir, sem a estrela, buscam informações
a respeito do nascimento do novo rei. Onde estaria o rei dos judeus que acabara
de nascer? Essa notícia se espalha e chega aos ouvidos de Herodes que o deixa
perturbado, notícia que pega de surpresa Herodes e o poder religioso. Quem
estaria ameaçando o seu reinado? Outro rei? Quem?
Herodes reúne os sumos sacerdotes e os mestres da Lei para saber se
a informação era verdadeira. Eles confirmam a profecia de Miqueias 5,1-3, que o
rei nasceria em Belém. "E tu, Belém Éfrata, posto que pequena entre
milhares de Judá, de ti sairá o que será Senhor em Israel, cujas saídas são
desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade".
Belém não é tão
insignificante quanto Herodes imaginava. Desse lugar, desconhecido, pequeno, os
profetas diziam que nasceria um chefe
que iria ser pastor de Israel, que iria governar o mundo.
Confirmada a profecia
para Herodes, ele chama os magos e pede que eles confirmem o endereço onde está
esse novo rei, porque ele, Herodes, quer também ir adorá-lo. Sabemos bem qual adoração
ele queria fazer!
Tão logo os magos se
afastam do palácio, de Jerusalém a estrela voltou a brilhar, e os conduziu até
o local onde se encontrava o menino. Reconheceram o menino e se prostraram
diante dele, como diziam as profecias. Diante de Maria e do menino eles se
ajoelharam, abriram seus cofres e retiraram três presentes: ouro, incenso e
mirra, que simbolizavam o tipo de rei que ali estava. Um rei diferente de todos
que já existiram. O ouro simbolizava a realeza de Jesus, um rei diferente. O incenso
a divindade e a mirra (amarga) a humanidade do Messias, sua fragilidade como
homem na paixão, e o reconhecimento de Jesus como Deus e homem. A mirra era
usada para embalsamar os corpos na ocasião da morte. Oferecer mirra significou
o reconhecimento da doação da vida de Jesus até as últimas consequências.
Depois que homenagearam o novo Rei, os magos retornaram para suas
casas por outro caminho, que não passava por Herodes.
Amados irmãos, a lição que podemos aprender com os magos é que uma
vez percebida a manifestação de Deus na nossa vida, não seremos mais os mesmos.
Mudaremos o nosso caminho, queremos o caminho que nos leva a Jesus, e deixamos
para traz os caminhos que não são de Deus. Vamos aprender com os magos a buscar
a estrela de Belém, segui-la, mesmo que tenhamos de enfrentar os Herodes da
vida.
Como os magos, vamos adorar Jesus e abrir o cofre do nosso coração,
para oferecer belos presentes a Ele, como o amor, a justiça e a paz. É isso que
Deus quer de nós. Saibamos reconhecer as manifestações de Deus na nossa vida e
que ela provoque em nós, mudanças significativas para melhor.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
texto interessante... traz uma ótima reflexão e bom exemplo dos magos...:)
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