quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Reunião de emergência.-Diac. José da Cruz

SÁBADO DA 1ª  SEMANA DO ADVENTO 03/12/2016
1ª Leitura Isaías: 30, 19-21.23-26
Salmo: 146  
Evangelho: Mateus 9, 35-10.1,6-8
"Reunião de emergência..."

A situação é de emergência... Jesus vê a multidão enfraquecida e abatida, sem rumo ou direção e, provavelmente, sem esperança. Parece ovelhas sem pastor, sem saber que rumo tomar e à mercê dos lobos vorazes, sem um abrigo seguro e pastagens verdejantes. Jesus poderia, quem sabe, denunciar a situação aos governantes da época, acionar os responsáveis para cuidar do povo; melhor ainda, poderia convocar uma reunião com os Líderes religiosos para alertá-los sobre a situação triste do povo, chamando-os assim às suas responsabilidades...
Mas no Reino de Deus não há departamentos em separado para cada problema a ser resolvido, não há superestruturas para atender as demandas sociais, nem telefones de emergência ou campanhas de conscientização. O jeito é que tem que se virar com que se tem à mão. É proibido ficar esperando dos outros, das instituições responsáveis, das pastorais, das associações, como dizia aquele refrão de Geraldo Vandré "Quem sabe faz a hora não espera acontecer".
Jesus tem em mãos um grupo de doze homens que não foram treinados para situações de emergência, que não são peritos em nada e nem atuam na promoção humana. Jesus primeiro identifica o problema... "A messe é grande e os operários são poucos". Depois lhes ensina uma oração muito eficiente "Pedi ao Senhor da messe que envie operários...”, ou seja, "Olha, Senhor, se precisar a gente está aqui..." E em seguida convoca os doze para uma aula prática emergencial. Primeiro lhes transmite confiança. Conferir-lhes poder significa mostrar do que eles são capazes.  Jesus fez e eles também poderão fazê-lo, promover uma ampla ação libertadora e curar as enfermidades.
Deverão procurar os que se perderam, aqueles que estão no fundo do poço, mas o mais importante é o anúncio de que o Reino já chegou e se o reino está próximo, não mais poderá haver doenças, mortes ou qualquer tipo de alienação ou preconceito (Os leprosos eram considerados impuros). E por fim a mais importante de toda instrução, antes de partirem para esta missão de emergência, a fim de socorrerem a multidão perdida: dar de graça, sem nada querer em troca. Aproveitar do sofrimento do outro, para comprar sua consciência é o mais horroroso de todos os pecados diante de Deus, que pode ser praticado por um Discípulo Missionário. Tirar qualquer vantagem do irmão ou da irmã, que estou ajudando, é crime que merecerá sempre o repúdio do Céu!
Será que os miseráveis de hoje, os infelizes, tristes, deprimidos e desgraçados, os excluídos e marginalizados podem contar com a compaixão das nossas comunidades? A resposta tem que estar no coração de cada um de nós, que estamos hoje em lugar dos primeiros discípulos e que somos constantemente convocados pelo Senhor, que nos envia na direção da grande massa dos Sem Esperança...
Diácono José da Cruz - Paróquia Nossa Senhora Consolata-Votorantim SP
Revisor: Prof. JCBarbosa



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