segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Quando o Fazer, não corresponde ao Celebrar-Diac. José da Cruz

TERÇA FEIRA DA 3ª SEMANA DO ADVENTO 13/12/2016 
1ª Leitura: Sofonias 3, 1-2 .9-13 
Salmo:  33  “ Vede, este miserável clamou e o Senhor o ouviu...” 
Evangelho: Mateus 21, 28-32 
“Quando o Fazer, não corresponde ao Celebrar” 

No ritual e na liturgia, sempre dizemos nosso SIM a Deus, e de maneira solene, mas na prática do dia a dia o que fazemos com o nosso SIM e o nosso Amém? É esta dicotomia, este divorcio entre a Celebração e a Vida, que o Evangelho de hoje nos alerta.  
Jesus não é contra o ritual ou a Liturgia; ao contrário, ele realça a importância do seu significado, mas se nossas palavras e gestos litúrgicos, não corresponder a uma atitude  interior, a uma abertura generosa á Graça de Deus, será uma liturgia vazia e sem nenhum sentido.  
Haja visto a celebração dos Sacramentos, notavelmente dois deles, o Santo Batismo e o Matrimônio, para os leigos, e ainda o Sacramento da Ordem para os Consagrados e Religiosos, a Vocação tanto dos casais que se casam na Igreja, como dos jovens que recebem o Sacramento da Ordem, acaba esmorecendo, terminando com um rompimento com a Graça  de Deus, chegando ao seu fim de maneira melancólica, exatamente porque não houve decisão, vontade e comprometimento da parte de quem recebeu, por isso multiplicam-se as separações e o afastamento do Ministério, e isso é muito triste. 
É nesse sentido e neste contexto que Jesus conta a parábola desses dois filhos. Um primeiro que disse SIM , diante do convite do Pai, para ir trabalhar na sua vinha, mas não foi, e o segundo que respondeu negativamente ao Pai, mas depois acabou indo, sendo este o que fez a Vontade de Deus, porque traduziu em obras o que trazia em seu coração, o desejo de servir. 
A Vocação do Serviço, a resposta que damos a Deus, que nos chama para tantos serviços e ministérios na nossa Igreja, não deve ser apenas um sentimento que trazemos no coração, mas deve antes de tudo, contar com a nossa decisão e vontade, a Razão e o Coração se unindo para dar uma resposta ao Deus que nos chama. Quando se fica só no coração a nossa prática pode não corresponder aquilo que Deus espera de nós, e quando ficamos apenas na razão, é perigoso cairmos na insensibilidade e perder o entusiasmo da vocação. 
A este respeito, o  Sagrado Magistério da Igreja, nos ensina: “O gesto litúrgico não é autêntico, se não implicar em um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado para ter os sentimentos de Cristo Jesus e para uma contínua conversão” (Medelin) . ´Saint-Exupéry, autor de “O Pequeno Príncipe,” afirma que “Só se vê bem com o coração”.  
Neste tempo do Advento, prestemos mais atenção nos mistérios que celebramos na Sagrada Liturgia, e que olhemos para os Sacramentos que um dia recebemos, aproveitando para renovar diante de Deus o nosso SIM, não com meras palavras, mas com atitudes e gestos concretos, de quem está comprometido com a construção do Novo Reino, a Vinha do Senhor, que Jesus inaugurou em nosso meio. Caso contrário, pessoas de categorias, que nós julgamos inferiores e longe do sistema Religioso, entrarão primeiro no Reino dos Céus, porque sentirão no coração aquilo que o simples Rito não consegue transmitir: a ação de um Deus todo Amoroso e Misericordioso!  Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – E-mail jotacruz3051@gmail.com – Votorantim SP .  
Revisor: Prof. JCBarbosa 


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