XXIX Semana – Sexta-feira – Tempo Comum
– Anos Pares
21 Outubro 2016
Tempo Comum – Anos
Pares
XXIX Semana –
Sexta-feira
Lectio
Lectio
Primeira leitura:
Efésios 4, 1-6
Irmãos: 1Eu, o
prisioneiro no Senhor, exorto-vos a que procedais de um modo digno do
chamamento que recebestes; 2com toda a humildade e mansidão, com paciência:
suportando-vos uns aos outros no amor, 3esforçando-vos por manter a unidade do
Espírito, mediante o vínculo da paz. 4Há um só Corpo e um só Espírito, assim
como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança; 5um só Senhor, uma só fé,um
só baptismo; 6um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por todos e
permanece em todos.
Depois da contemplação
admirada do mistério de Deus, realizado em Jesus Cristo, em favor dos homens,
Paulo passa à exortação. Tem autoridade para o fazer, não só porque é apóstolo,
mas também porque está «prisioneiro» por causa da sua obediência às exigências
da vocação cristã.
Desta vez, a exortação não vai ao encontro de situações concretas. Trata-se de um apelo genérico ao cristão como tal, em qualquer situação sociopolítica e temporal em que se encontre. É também para nós, hoje. Paulo convida a uma resposta total e coerente à vocação que acabara de descrever. Notemos que as qualidades de uma vida empenhada na realização da vocação cristã têm em vista a unidade. A humildade, a mansidão, a paciência, a aceitação recíproca e cordial (v. 2) são elementos necessários na caminhada que é a obra de unificação realizada pelo Espírito em cada um e em todos, a todos os níveis: pessoal, comunitário e eclesial.
O Apóstolo insiste no tema do «uno» em perspectiva trinitária, e não dos filósofos neoplatónicos. Uno é «o corpo» místico (= a Igreja); una é «a esperança» – horizonte de luz aberto em nós pela vocação -; uno é «o baptismo» e una é «a fé»; uno é «o Senhor» Jesus, uno é «o Espírito» e um só é «o Pai de todos», fonte de amor que actua em todos e por meio de todos. A unidade na Trindade é fundamento e exigência da unidade visível a que devem tender todos os cristãos, em todo o tempo e lugar.
Desta vez, a exortação não vai ao encontro de situações concretas. Trata-se de um apelo genérico ao cristão como tal, em qualquer situação sociopolítica e temporal em que se encontre. É também para nós, hoje. Paulo convida a uma resposta total e coerente à vocação que acabara de descrever. Notemos que as qualidades de uma vida empenhada na realização da vocação cristã têm em vista a unidade. A humildade, a mansidão, a paciência, a aceitação recíproca e cordial (v. 2) são elementos necessários na caminhada que é a obra de unificação realizada pelo Espírito em cada um e em todos, a todos os níveis: pessoal, comunitário e eclesial.
O Apóstolo insiste no tema do «uno» em perspectiva trinitária, e não dos filósofos neoplatónicos. Uno é «o corpo» místico (= a Igreja); una é «a esperança» – horizonte de luz aberto em nós pela vocação -; uno é «o baptismo» e una é «a fé»; uno é «o Senhor» Jesus, uno é «o Espírito» e um só é «o Pai de todos», fonte de amor que actua em todos e por meio de todos. A unidade na Trindade é fundamento e exigência da unidade visível a que devem tender todos os cristãos, em todo o tempo e lugar.
Evangelho: Lucas 12,
54-59
Naquele tempo dizia
Jesus às multidões: 54«Quando vedes uma nuvem levantar-se do poente, dizeis
logo: ‘Vem lá a chuva’; e assim sucede. 55E quando sopra o vento sul, dizeis:
‘Vai haver muito calor’; e assim acontece. 56Hipócritas, sabeis interpretar o
aspecto da terra e do céu; como é que não sabeis reconhecer o tempo presente?»
57«Porque não julgais por vós mesmos, o que é justo? 58Por isso, quando fores
com o teu adversário ao magistrado, procura resolver o assunto no caminho, não
vá ele entregar-te ao juiz, o juiz entregar-te ao oficial de justiça e o
oficial de justiça meter-te na prisão. 59Digo-te que não sairás de lá, antes de
pagares até ao último centavo.»
Jesus repreende os
seus contemporâneos, que sabem distinguir os sinais meteorológicos, mas não o
sinal que Ele mesmo é: o Filho unigénito enviado pelo Pai para salvação de
todos. Compreender o tempo que vivemos é compreender as intenções de Deus que,
em todo o tempo, sobretudo pelo mistério da Igreja e dos sacramentos, torna
actual o mistério de Jesus com toda a sua eficácia salvífica.
Saber fazer previsões do tempo, analisando os dados da meteorologia, implica uma atenção interessada. Se não estivermos realmente interessados e atentos para nos darmos conta da importância do tempo como tempo para exercer a justiça e a caridade, corremos sério risco. Há que reconciliar-se radialmente com aqueles com que estamos em conflito. Caso contrário, podemos cair no remoinho do não-perdão, donde não sairemos indemnes. É como se Jesus apontasse o sinal do tempo por excelência, que é Ele mesmo, como sinal de salvação, mas só para quem se compromete a viver como reconciliado, isto é, na paz, na justiça e na bondade.
Saber fazer previsões do tempo, analisando os dados da meteorologia, implica uma atenção interessada. Se não estivermos realmente interessados e atentos para nos darmos conta da importância do tempo como tempo para exercer a justiça e a caridade, corremos sério risco. Há que reconciliar-se radialmente com aqueles com que estamos em conflito. Caso contrário, podemos cair no remoinho do não-perdão, donde não sairemos indemnes. É como se Jesus apontasse o sinal do tempo por excelência, que é Ele mesmo, como sinal de salvação, mas só para quem se compromete a viver como reconciliado, isto é, na paz, na justiça e na bondade.
Meditatio
É na história que
podemos compreender as intenções de Deus, e não fora dela. Daí a atenção que
devemos dar aos sinais dos tempos. Deus actua dentro do tempo. É também no
tempo que responde às nossas interrogações. Quantas vezes Lhe fazemos perguntas
na oração, e encontramos as respostas na vida.
É, pois, no tempo que havemos de ler os sinais de salvação e de perdição. O sinal de salvação por excelência é sempre Cristo, com o seu mistério pascal. Ele salva-nos à medida que, lendo os sinais dos tempos e confrontando-os com a Palavra, deixamos que ela mesma, a Palavra, produza frutos em nós e no nosso tempo. Pondo em prática a Palavra, permitimos a Deus fazer muito mais do que podemos esperar.
Um dos sinais do nosso tempo é a chamada globalização, em que passamos de um mundo dividido e fragmentado, àquilo a que M. McLuhan chamou a «aldeia global». Os meios de comunicação, que podem ser instrumentos de divisão e guerra, também podem e devem tornar-se instrumentos de união e de paz. Para isso, todos os homens de boa vontade, e particularmente nós, os crentes, havemos de superar a tentação do individualismo, que fragmenta, e dar espaço à unificação da nossa pessoa, e à união entre os homens. Como crentes, temos a certeza de que Cristo habita no nosso coração e que, fundados e radicados na sua caridade, podemos ser repletos da plenitude de Deus, e alcançar a unificação do coração e de todas as nossas faculdades e forças, a unificação da nossa pessoa. S. Paulo indica-nos os meios para isso: a humildade, a mansidão, a paciência, e a suportação amorosa dos nossos caracteres.
A chave que temos ao alcance da mão, para contribuirmos para a unidade entre os homens, é procurar tudo o que une e deixar de parte tudo o que divide, como dizia e fazia João XXIII. Com essa chave chegaremos à unificação pessoal, comunitária, eclesial, social e… planetária. Vivendo e realizando esse projecto, o nosso tempo, que está sob o signo de Jesus, tornar-se-á um tempo de claridade, iluminado pela luz da salvação. E, com Cristo e como Cristo, tornar-nos-emos instrumentos de unidade e de paz. «A exemplo do Fundador, sintonizando com os sinais dos tempos e em comunhão com a vida da Igreja, queremos contribuir para instaurar o reino da justiça e da caridade cristã no mundo» (Cst n. 32); queremos participar «na construção da cidade terrena e na edificação do Corpo de Cristo… empenhando-nos sem reserva, no advento da nova humanidade…» (Cst nn. 38.39; cf. Cst nn. 35-37).
É, pois, no tempo que havemos de ler os sinais de salvação e de perdição. O sinal de salvação por excelência é sempre Cristo, com o seu mistério pascal. Ele salva-nos à medida que, lendo os sinais dos tempos e confrontando-os com a Palavra, deixamos que ela mesma, a Palavra, produza frutos em nós e no nosso tempo. Pondo em prática a Palavra, permitimos a Deus fazer muito mais do que podemos esperar.
Um dos sinais do nosso tempo é a chamada globalização, em que passamos de um mundo dividido e fragmentado, àquilo a que M. McLuhan chamou a «aldeia global». Os meios de comunicação, que podem ser instrumentos de divisão e guerra, também podem e devem tornar-se instrumentos de união e de paz. Para isso, todos os homens de boa vontade, e particularmente nós, os crentes, havemos de superar a tentação do individualismo, que fragmenta, e dar espaço à unificação da nossa pessoa, e à união entre os homens. Como crentes, temos a certeza de que Cristo habita no nosso coração e que, fundados e radicados na sua caridade, podemos ser repletos da plenitude de Deus, e alcançar a unificação do coração e de todas as nossas faculdades e forças, a unificação da nossa pessoa. S. Paulo indica-nos os meios para isso: a humildade, a mansidão, a paciência, e a suportação amorosa dos nossos caracteres.
A chave que temos ao alcance da mão, para contribuirmos para a unidade entre os homens, é procurar tudo o que une e deixar de parte tudo o que divide, como dizia e fazia João XXIII. Com essa chave chegaremos à unificação pessoal, comunitária, eclesial, social e… planetária. Vivendo e realizando esse projecto, o nosso tempo, que está sob o signo de Jesus, tornar-se-á um tempo de claridade, iluminado pela luz da salvação. E, com Cristo e como Cristo, tornar-nos-emos instrumentos de unidade e de paz. «A exemplo do Fundador, sintonizando com os sinais dos tempos e em comunhão com a vida da Igreja, queremos contribuir para instaurar o reino da justiça e da caridade cristã no mundo» (Cst n. 32); queremos participar «na construção da cidade terrena e na edificação do Corpo de Cristo… empenhando-nos sem reserva, no advento da nova humanidade…» (Cst nn. 38.39; cf. Cst nn. 35-37).
Oratio
Senhor Jesus, torna-me
atento aos sinais do meu tempo, como o Pe. Dehon esteve atento aos sinais do
seu tempo. Torna-me especialmente atento àquele sinal que é a aspiração à
unidade entre os homens, unidade na diversidade. Torna-me atento, tolerante e
solidário com todos os meus irmãos. Que a celebração e a adoração da Eucaristia
me façam ver o teu amor e fidelidade, presentes no mundo de hoje, para que me
una à tua acção de graças e à tua intercessão, e coloque toda a minha vida ao
serviço da Aliança e da promoção da unidade na Igreja e entre todos os homens.
Ajuda-me a amar a todos em Ti e contigo. Que saiba esquecer tudo o que causa divisão, e acolha e desenvolva tudo o que une no sinal do teu poder de salvação: a tua morte e ressurreição. Amen.
Ajuda-me a amar a todos em Ti e contigo. Que saiba esquecer tudo o que causa divisão, e acolha e desenvolva tudo o que une no sinal do teu poder de salvação: a tua morte e ressurreição. Amen.
Contemplatio
«Não vos deixarei
órfãos, diz Nosso Senhor, deixar-vos-ei outro director, o Espírito de verdade».
– «Iluminados por ele, diz-nos Nosso Senhor, reconhecereis que estou no meu
Pai, que somos um só na unidade da essência divina; e vós estareis em mim,
estareis unidos a mim pela vida da graça, pela docilidade do espírito; e eu
estarei em vós para vos iluminar, para vos dirigir, para vos santificar».
É o Espírito Santo que vos une ao Coração de Jesus.
«Não vos podia dizer tudo por mim mesmo», diz-nos Nosso Senhor. A minha morte, a minha ressurreição, a minha ascensão deviam intervir para darem autoridade à minha palavra. Dou-vos o meu Espírito, para continuar o meu ensinamento. Tem de mim e de meu Pai toda a verdade. Ele há-de introduzir-vos depois de mim no santuário das verdades reveladas. Iluminará o vosso espírito, dar-vos-á a inteligência do que vos ensinei. Não vos há-de ensinar outra doutrina, porque recebe tudo de meu Pai e de mim. Nós somos um. Falo-vos pelo Espírito Santo, como meu Pai vos fala pela minha boca. Dará testemunho de mim. Ajudar-vos-á a compreender a minha divindade, os meus mistérios, a minha vida, o meu Coração, o meu amor por vós. (Leão Dehon, OSP 3, p. 431).
É o Espírito Santo que vos une ao Coração de Jesus.
«Não vos podia dizer tudo por mim mesmo», diz-nos Nosso Senhor. A minha morte, a minha ressurreição, a minha ascensão deviam intervir para darem autoridade à minha palavra. Dou-vos o meu Espírito, para continuar o meu ensinamento. Tem de mim e de meu Pai toda a verdade. Ele há-de introduzir-vos depois de mim no santuário das verdades reveladas. Iluminará o vosso espírito, dar-vos-á a inteligência do que vos ensinei. Não vos há-de ensinar outra doutrina, porque recebe tudo de meu Pai e de mim. Nós somos um. Falo-vos pelo Espírito Santo, como meu Pai vos fala pela minha boca. Dará testemunho de mim. Ajudar-vos-á a compreender a minha divindade, os meus mistérios, a minha vida, o meu Coração, o meu amor por vós. (Leão Dehon, OSP 3, p. 431).
Actio
Repete frequentemente
e vive hoje a Palavra:
«Que todos sejam um, na justiça e na caridade»
«Que todos sejam um, na justiça e na caridade»
| Fernando Fonseca,
scj |
Obrigado Senhor, por tudo! Obrigado Dehonianos, por ajudar a entender melhor a Palavra de Deus!!!
ResponderExcluirEu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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