02/09/2016
Pe. Antônio Queiroz CSsR
Mas dias virão em que o noivo
será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão.
Neste Evangelho, partindo da
pergunta sobre o jejum, Jesus nos mostra a radicalidade da Boa Nova trazida por
ele. Não podemos misturar a Boa Nova de Jesus com outros caminhos ou projetos.
Ou nos jogamos inteiramente no seguimento do Evangelho, ou não o seguimos. Meio
termo não existe.
“Os convidados a um casamento
podem jejuar enquanto o noivo está com eles?” Numa festa de casamento, ninguém
jejua. Conforme a tradição bíblica, Deus é o noivo e a humanidade é a noiva.
Com o pecado original, a noiva havia abandonado o noivo; mas agora o noivo a
procurou e fez com ela uma Aliança, que se desdobra em duas Alianças: antiga e
nova. No nova Aliança, Jesus é o noivo, o que significa que ele é Deus.
E Jesus acrescenta duas
parábolas que vêm justificar a sua resposta à questão do jejum: ninguém remenda
uma roupa velha com pano novo. A roupa velha representa, naquele tempo, a
religião judaica com seus jejuns e ritos de purificação. Hoje, essa roupa velha
é a mentalidade do mundo, pluralista e pecador. Não podemos remendar essa roupa
velha com o pano novo que é o Evangelho, pois, além de não ficar bonito,
acabamos estragando o pano novo, que é a Boa Nova de Jesus.
Uma roupa remendada desse jeito
fica feia e repuxada; um cristão com mentalidade velha, apenas com remendos da
fé cristã, fica a mesma coisa.
A comparação do vinho nos odres
vai na mesma linha. Não podemos colocar o vinho novo, trazido por Jesus, em
odres velhos, seja do Antigo Testamento, seja do mundo caduco e pecador. Jesus
nos pede para escolher um dos dois caminhos e segui-lo integralmente. Ficar com
os pés em duas canoas não dá certo. O Evangelho do Reino não é compatível com
instituições ou mentalidades caducas.
A fé cristã é uma proposta de
vida, não de leis. E a vida muda, evolui constantemente, estourando qualquer
código de leis. A lei é necessária, mas é morta, e o Reino de Deus é vivo.
Um dia, Jesus recriminou os
judeus por serem muito ciosos na prática da letra da Lei, e se esquecerem do
principal que é o espírito da Lei: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito:
este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mc 7,6;
Is 29,13).
Uma pergunta: nós estamos em
condições de receber o Vinho Novo de Jesus, ou ainda estamos “com os pés em
duas canoas”? Somos uma roupa nova, uma roupa velha, ou uma roupa remendada?
Diógenes foi um grande filósofo
que viveu em Atenas, na Grécia, no Séc. IV A/C. Ele tinha fama de doido, porque
fazia coisas exóticas. Não era doido nada. Um dia, ele foi ao centro da cidade
e, em pleno meio dia, com o sol quente, começou a andar numa rua movimentada,
com uma candeia acesa na mão. As pessoas lhe perguntavam: “O que você está
fazendo, Diógenes?” Ele respondia: “Estou procurando um amigo”.
Nós podemos imitar Diógenes e,
se as pessoas nos perguntarem o que estamos fazendo, vamos respondeu: “Estou
procurando um cristão integral, sem mistura de outros “valores”.
Maria Santíssima, na hora da
Anunciação, jogou-se inteiramente nas mãos de Deus, como uma criança se joga
nos braços da mãe. O amor é totalizante, ele se dá totalmente. Que Maria nos
ajude a fazer o mesmo, no seguimento do seu Filho.
Mas dias virão em que o noivo
será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão.
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
ResponderExcluirAgora estão claras as duas parábolas. Muito Obrigado.
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