terça-feira, 19 de julho de 2016

-REZAR O PAI NOSSO COM ATENÇÃO-José Salviano

17º DOMINGO TEMPO COMUM

24 de Julho – ANO C

1ª Leitura - Gn 18,20-32

Salmo - Sl 137

2ª Leitura - Cl 2,12-14



Evangelho - Lc 11,1-13


Jesus estava rezando, como sempre o fazia, e então os discípulos pediram que Ele os ensinasse a rezar. E foi assim que surgiu o Pai Nosso, que é a oração mais perfeita, por ter sido composta pelo Filho de Deus, e por conter tudo o que necessitamos pedir ao Pai. E por isso devemos rezá-la com a devida atenção meditando em cada frase.

O Pai Nosso começa pedindo ao Pai que Ele conduza os seres humanos a reconhecerem o seu próprio nome, a adorar o Criador do universo infinito, e que todos os mortais O busquem como luz de suas vidas, e que a vontade de Deus seja prioridade em todas as mentes humanas, em vez da vontade de satanás.
Pedimos ainda que Deus nos conceda a graça de conseguir o nosso pão de cada dia, que representa o nosso alimento diário: um emprego, uma esmola, uma ajuda de quem pode trabalhar e possuir o que precisa, que a chuva não nos falte para o sucesso da plantação...
Contudo, é interessante observar, que Jesus disse: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”.  E amanhã? O que vou comer?  Amanhã? Você deve rezar de novo. A oração não para! Todos os dias, todos os momentos, devemos rezar. “Vigiai e orai. O espírito pode estar preparado, mas a carne é fraca”.
Pedir sempre. Pedir todo dia! 
Jesus nos ensinou que devemos pedir perdão pelos nossos muitos pecados, porém com uma condição: “Perdoai os nossos pecados assim como perdoamos a quem nos tem ofendido”. Quantos de nós rezamos o Pai Nosso, mesmo com mágoa, com ressentimentos, com raiva do nosso irmão, da nossa irmã que nos ofendeu?
Jesus disse: vai primeiro pedir desculpas ao teu irmão, e depois vem fazer a tua oferta...
É, meus irmãos! Ser cristão não coisa fácil! O que mais jesus nos exige, é o mais difícil de se praticar: O perdão, o reconhecimento dos nossos defeitos, o nosso egoísmo, a nossa ânsia de ser importantes, a nossa ânsia de dominar os outros, a tendência de fazer prevalecer a nossa opinião, a vontade de fazer fofoca, o desprezo pelos defeituosos, pelos fracos, pelos que não pensam como nós, pelos imigrantes, pelos estrangeiros, pelos fracos e por todos que não são do nosso nível, a exploração dos fracos e ingênuos na fé...
Cuidado! Pois um dia iremos responder diante do Tribunal, por tudo isso, quando surpreendidos pela condenação, interrogarmos ao Filho de Deus: como? Não fui eu que evangelizei a minha vida toda? Não fui eu quem cuidou das pastorais, da administração da paróquia...
E Jesus irá responder: não vos conheço. Ide para o fogo eterno por ter praticado a iniquidade... Por não ter obedecido ao segundo mandamento: Amar ao próximo como a ti mesmo!
Não nos deixeis cair em tentação – meus irmãos, minhas irmãs. As tentações existem. É uma realidade que sufoca a nossa alma, a nossa espiritualidade, a nossa aproximação com Deus. Porém, é importante não nos esquecer que não seremos tentados acima das nossas forças. Às vezes dizemos ao padre na hora da confissão. É padre. Não deu! Não resisti! Mas no fundo, não resistimos por falta de oração.
Nas nossas orações geralmente pedimos a Deus por nós, para nós, e nada fora de nós. Se pedimos pelos outros, a nossa intenção é sempre voltada para o nosso benefício.  Assim, pedimos: pela saúde da esposa,  do  marido,  para que o filho consiga um bom emprego, senão, você vai ter de sustentá-lo por muito tempo, igualmente pedimos pela  saúde do nosso pai senão ele vai nos dar trabalho... e assim por diante.  
            Cada um pede para si, dizendo: Meus Deus: Eu preciso de... eu quero... eu gostaria de ... eu estou muito doente e ... eu, eu, e eu.
            Não foi isso que Jesus nos ensinou. Ele não disse Pai meu, mas sim, Pai NOSSO.   Venha a NÓS o vosso reino. ...o pão NOSSO ...  NOS dai hoje...    ... não NOS deixeis cair em...  ... mas livrai-NOS do mal...
            O Pai nosso, portanto, não é uma oração egoísta.  Jesus nos ensina a rezar não só pela nossa pessoa, mas sim por todos nós.  Mas infelizmente a nossa atitude durante as orações é: Eu e Deus, Deus e eu. É uma postura vertical, ao contrário do que Jesus nos ensinou:  Que a prática da nossa fé deve ser: Vertical (amar a Deus) e Horizontal ( amar ao irmão).
            Faça um breve exame de sua consciência, e se pergunte: Ontem eu rezei pela Igreja? Pelos sacerdotes? Pelas vocações?  Pelos doentes? Pelos jovens que estão entregues ao poder do mal?  Rezei pelos desempregados?
            Você já imaginou quantos desempregados têm hoje no mundo inteiro? Com o colapso das economias de muitos países, é grande o número daqueles que neste momento não têm o que comer, não têm como pagar suas contas, e o futuro é sombrio.  E a pior reação do desempregado é de desânimo, e de se afastar de Deus.  Diante do perigo, o ser humano logo se lembra de pedir o socorro e a proteção de Deus.  Pintou um incêndio, logo dizemos: Meu Deus! E talvez começamos a rezar.  Diante de uma ameaça de morte, a nossa reação é quase sempre de começar a rezar o Pai nosso, e não o terminamos.  Aí começamos de novo...
            Mas diante do desemprego, o trabalhador desanima.  Fica com pena de si mesmo, e não sente forças para se levantar e ir à luta, e de modo geral, muito menos pensa em Deus.  Já reparou que o mendigo fica na porta da igreja o dia inteiro confiante na caridade de quem ali vai para rezar, mas ele mesmo não reza? Sequer fica de pé diante da entrada do templo e fala alguma coisa a Deus...
            Caríssimos. A oração funciona!  Pedir com fé, às vezes com lágrimas, toca a Deus, que é Pai amoroso e misericordioso e que quer o nosso bem e não fica feliz quando estamos sofrendo.  Mesmo que o sofrimento tenha sido causado por nossa própria culpa, podemos contar com a bondade infinita de Deus.  Não reze somente para você. Reze pelos outros.  Comece sempre suas orações com pedidos de perdão. Depois agradeça, e em seguida peça. Para você, pelos seus familiares, enfim, peça por todos.
            Nunca pare de rezar!  Em casa, na igreja, na rua, no carro, no ônibus, na praia, no mato, onde quer que você esteja, fale sempre com Deus. Nem que seja só uma frase, um breve pedido, um agradecimento por algo que está lhe acontecendo. Mas nunca perca a conexão com Esse Deus maravilhoso que criou o mundo, e nos criou e nos ama apesar dos nossos pecados.   Lembre-se:  Deus sabe de tudo o que você precisa. Mas Ele quer que você peça, e depois agradeça.

Obrigado por ter rezado pela minha saúde. Deus está fazendo um milagre em mim. Bom domingo, José salviano.

Faz um milagre em mim. Pe. Marcelo Rossi.
 Ouça rezando. É lindo!

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