quinta-feira, 28 de julho de 2016

Lázaro. Vem para fora!-José Salviano



O Evangelho de hoje mostra claramente as  duas pessoas de Jesus. Os seus dois lados o humano e o divino.  O Jesus-homem  ficou tão triste com a morte do amigo, que até chorou. O Jesus-Deus, apesar da demora, chegou na casa de Marta e mandou ver. Num grito forte, Ele devolveu a vida do seu amigo, para o espanto dos seus inimigos ali presentes. Lázaro. Vem para fora!  Reparem que Jesus antes de dizer esta frase, fez uma oração ao Pai, e pediu que aquela manifestação de seu poder divino fosse para que todos cressem que Ele era o enviado de Deus.   
        Como em todo velório, estavam presentes na casa de Lázaro pessoas que realmente eram amigas sinceras e, portanto pesarosas com a sua morte, por outro lado, também estavam ali, os falsos amigos, fingindo pesar pelo acontecido, porém cochichavam aos cantos dizendo que se Ele era poderoso e tão amigo de Lázaro, por que não veio logo para socorrer? Por que deixou o pior acontecer?
        Lázaro, que era de Betânia, apesar de ser um judeu, era um homem honrado que tinha herdado uma boa herança, incluindo vinhedos e um sepulcro na propriedade que era uma caverna natural em uma pequena elevação do terreno de cerca de dez metros, no qual os seus ancestrais haviam sido sepultados.
        Como naquele tempo não havia telefone, nem ônibus ou qualquer meio de comunicação, as irmãs de Lázaro, Maria e Marta, enviaram um mensageiro até Jesus para avisar-lhe da doença de seu amigo com relativa antecedência. Ao receber o recado, Jesus não esquentou a cabeça, e disse: 'Esta doença não leva à morte;
ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.'

          Ao contrário do que se esperavam, Jesus  não se apressou em ir à casa de seu amigo, pelo contrário, Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava.
        E muitos estranharam a calma de Jesus, a sua demora em atender ao pedido de socorro urgente da irmã de seu amigo.
        Por que será que Jesus geralmente não atende os nossos pedidos de socorro prontamente? Na hora que lhe pedimos, do jeito que lhe pedimos?
        Outro dia uma senhora viúva estava se lastimando que vieram morar ao lado de sua casa uns vizinhos injustos que lhe incomodavam  com muitos tipos de barulhos: festas e bebedeiras, gritos, aparelhos de sons ligados a todo volume até altas horas, cinco cachorros que não param de latir, entre outros abusos. Ela tentou dialogar no início, e eles a trataram mal e disseram para ela se mudar. Aquela pobre e desvalida senhora começou a rezar diariamente, mas nada mudou. Parece que Deus não me ouve! Disse ela com lágrimas nos olhos. Meu sofrimento é muito grande! ...
        Iguais a esse caso temos milhares de outros acontecendo neste momento pelo mundo inteiro. As pessoas injustiçadas rezam, e o sofrimento continua. Por quê? Será que Deus nos abandona, às vezes?
        Caro leitor. O tempo de Deus é diferente do nosso tempo. Muitas vezes pedimos, mas pedimos mal. Muitas vezes só nos lembramos de Deus quando o circo pega fogo. Muitas vezes pedimos sem a devida fé, sem a devida caridade, ou seja, pedimos o mal para o nosso agressor, como por exemplo, a sua morte. Ou nos esquecemos dos nossos pecados, esquecemos que somos pecadores e que o sofrimento  nos é muito útil para a nossa purificação. Se você se encontra em uma situação semelhante a que mostramos, não se desespere. Não pare de rezar.  Não perca as esperanças, e jamais se revolte contra Deus! Pelo contrário, ofereça o seu sofrimento como penitência pelos seus pecados que, com certeza, não devem ser poucos, assim como os pecados de todos nós.
        E, assim como aconteceu a Marta, Jesus vai atender os seus clamores, embora pareça de início, que Ele nos ignora. Deus não nos abandona. Nós é que nos afastamos de Deus. Poderíamos repetir a frase de Marta quando Jesus finalmente chegou, com outras palavras: "Jesus, se você estivesse aqui, nada disso estaria acontecendo." E Jesus poderia nos responder. Se Você estivesse  realmente comigo, isso não teria acontecido.       
        Ah! Aquela senhora hoje está fora de perigo. No terreno daquela casa maldita, está sendo construído um prédio. Espera-se que seus novos vizinhos não a incomodem também!
        Jesus demorou para atender o pedido de Marta, porque sabia exatamente o que iria fazer.  'O nosso amigo Lázaro dorme. Mas eu vou acordá-lo.'
        Mãe, não se desespere se seu filho está preso, baleado ou coisa parecida. Continue pedindo a Deus por ele! Pode demorar, mas o socorro de Deus não lhe faltará. Às vezes Deus permite o sofrimento para testar a nossa fé. Para ver até onde realmente somos fiéis. Para ver até onde somos realmente o que mostramos ser diante das pessoas. Apresentamo-nos confiantes, seguros, e diante do perigo molhamos as calças, amarelamos, porque na verdade, a nossa fé não é tão grande quanto parece. " ...por que temeis, homens de pouca fé?"  foi o que Jesus disse naquele dia em que os discípulos tremeram nas bases, acharam que iriam morrer por causa daquela tempestade!
        Caríssimos. Vamos ter mais confiança em Deus! Naquele que disse: 'Teu irmão ressuscitará.' 'Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês nisto?' 
            Para merecermos  o pronto atendimento de Jesus, além de crermos, também precisamos evitar o pecado.
        Paulo em sua carta aos Romanos escreveu sob a inspiração do Espírito Santo que aqueles que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. E nos recomenda para que vivamos segundo o Espírito, para que este mesmo Espírito possa morar  em nós.
        Prezados irmãos: Para não viver preso aos prazeres da carne, primeiro precisamos fazer o jejum dos olhos. Evitar olhar a toda a imagem que nos incita ao pecado carnal. Então se dominarmos os pecados da carne, poderemos então ser morada do Espírito Santo e realmente pertencer a Cristo, conforme as palavras inspiradas de Paulo.
        Confiemos em Deus, porém faremos por onde merecer o que diariamente lhe pedimos.



Tenha um bom dia . José Salviano

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