quarta-feira, 13 de julho de 2016

As sementes são sempre boas-Diac. José da Cruz

QUARTA FEIRA DA 16ª SEMANA DO TC 20/07/2016
1ª Leitura Jeremias 1, 1.4 - 10
Salmo 70(71), 15 “Minha boca proclamará vossa justiça”
Evangelho Mateus 13, 1-9
As sementes são sempre boas... o problema é o solo

Com certeza Jesus passava perto de algum sítio com seus discípulos e viu um homem semeando seu campo. Naquele tempo não havia tecnologia para a semeadura, que era feita manualmente. Todos nós, mesmo não sendo agricultores, sabemos que, para  uma semente  desenvolver-se é necessário que ela atinja as profundezas da terra, seja esmagada e morra, para que possa brotar. Certa ocasião Jesus comparou-se a um grão de trigo que tem que passar por esse processo de permanecer na escuridão e ser esmagado , referindo-se á sua ressurreição, o que levou mais tarde Santo Inácio a fazer também essa comparação.
Podemos aplicar o mesmo raciocínio em relação a esta Parábola do Semeador. Quando não se está disposto a morrer interiormente, mediante a Palavra Escutada e Meditada, ocorrem as situações que Jesus exemplifica nesta parábola.
 As sementes que caíram ao longo do caminho eram boas e poderiam produzir, mas não foram recolhidas, são os recados que em nosso dia a dia Deus nos dá, através de acontecimentos do quotidiano, ou pessoas com quem nos relacionamos.  Como não foi anunciada de um presbitério ou púlpito,  não damos muito crédito, foi á beira do caminho, não demos tanto valor ou importância e os pássaros comeram tudo.
Outra parte caiu em solo pedregoso... Certa ocasião eu estava em meio a uma torcida, vi alguém ser solidário a uma pessoa que não estava bem, inclusive abandonou a arquibancada para acompanhar o outro. Deus falou forte naquele momento, mas como eu iria adivinhar que Deus me falaria no meio da torcida do time da minha cidade, que disputava um título importante em uma das divisões do Campeonato Paulista? O solo era pedregoso, até dei atenção ao fato, achei maravilhoso, porém, minhas atenções logo voltaram para  a partida e a Palavra não frutificou.
Outras sementes caíram entre os espinhos, estas não têm nenhuma chance de frutificar. Contou-me um jovem que estava em uma balada onde rolava droga pesada, promiscuidade e até certas manifestações satânicas de um elemento da Banda que animava o evento. Em meio aquela balbúrdia surgiu uma jovem que ele não conhecia, mostrou-lhe no peito um crucifixo e cantou aos seus ouvidos “No peito eu trago uma cruz, no meu coração o que disse Jesus”. Ele ficara perplexo, a jovem sumiu em meio a multidão. Tentou procurá-la, mas foi inútil. Logo a sua patota o arrastou para o “delírio”. A sua conversão ocorreu muito tempo depois em um retiro de carnaval onde ele lembrou-se que Deus lhe falara em meio a uma Balada, mas os “espinhos” do mundo a sufocaram.
A conclusão a que chegamos é bem simples: as sementes em si são ótimas, mas elas são semeadas em todo tipo de terreno e podem sim, frutificar, se soubermos acolhê-las, independente do ambiente onde estamos, pois, se Deus só semeasse as sementes em terra boa e fértil,  a Salvação não seria universal. Há sementes que caem em terra boa. São as nossas comunidades, local propício para a semeadura, entretanto, a produção é diversificada, uns rendem cem por cento, outros sessenta e outros trinta. Deus não é um empreendedor que exige retorno total do seu investimento. Ele tem infinita paciência e misericórdia e a mínima abertura e atenção que dermos á sua Palavra, estaremos )em comunhão com Ele e Ele fará maravilhas em nós.  (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br )


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