quarta-feira, 15 de junho de 2016

QUEM É JESUS PARA VOCÊ? – Maria de Lourdes Cury Macedo


Domingo, 19 de junho de 2016.
Evangelho de São Lucas 9, 18-24.


O povo judeu esperava o Messias prometido.  A ideia que fazia do Messias é que ele deveria ser um herói, um guerreiro forte como Sansão, um rei vitorioso como Davi, um político inteligente e habilidoso como Salomão, um chefe protegido por Deus como Ezequias.
Depois de os discípulos já terem convivido com Jesus durante três anos, testemunhado os inúmeros milagres realizados por ele, seus ensinamentos sempre mostrando o amor, o perdão, a misericórdia, a compaixão, a fraternidade, a paz, a justiça, o Senhor quer saber qual conceito que eles faziam dele. Jesus quer saber se eles tinham entendido que Ele era o próprio Messias.  Por isso leva-os a pensar com a seguinte pergunta: “Quem dizem os homens que eu sou?”. Os discípulos lhe respondem: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. Jesus escuta o que eles dizem, mas vai além. Olhando para os discípulos, Ele pergunta: “E para vós, quem eu sou?”. Pedro lhe responde: “Tu és o Messias de Deus”.
A resposta que os discípulos dão mostra que não descobriram a verdadeira identidade de Jesus, ele acaba sendo confundido com João Batista, Elias ou um dos antigos profetas. Ainda não enxergavam Jesus como Messias idealizado por eles.
Pedro inspirado por Deus dá a resposta certa. Jesus elogia Pedro por ter acertado, mas proíbe a todos de contar que Ele era o Messias e acrescenta “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar depois de três dias”.
O Senhor disse isso abertamente a seus discípulos, hora alguma, Jesus disse que seria um Messias forte, valente, militar, mas anunciou que era o Messias servo sofredor anunciado por Isaías. Jesus teria que enfrentar com sua fragilidade humana, na qualidade de “Filho do Homem”, sem os recursos divinos, os anciãos, sumos sacerdotes e doutores da Lei, esses compunham o Sinédrio, o adversário de Jesus.
Os anciãos eram aristocratas leigos, latifundiários, donos do dinheiro; os sumos sacerdotes eram a aristocracia sacerdotal, detentores dos mais elevados degraus da hierarquia sacerdotal, eram os donos do poder; os doutores da Lei, em sua maioria pertenciam ao partido dos fariseus, eram os donos da verdade. Enfim, Jesus iria enfrentar as classes dirigentes, os donos do dinheiro, do poder e da verdade. Em suas mãos Jesus deveria ser morto, porque seus ensinamentos e o seu modo de agir eram contrários ao modo de ser do Sinédrio. Desta forma Jesus realizaria seu messianismo morrendo, vencendo a morte e com sua ressurreição comunicou a vida.
E para nós quem é Jesus?
Para muitos, ainda hoje, continuam com a mesma visão do povo do tempo de Jesus, interessados nos milagres e também para obter benefícios pessoais. Muitos não estão preocupados em conhecer Jesus, Caminho, Verdade e Vida, e se comprometer com seu projeto. Muitos católicos, que frequentam a missa, se esquivam quando são convidados para assumir algum serviço em uma pastoral. Assim não se envolvem e deixam de conhecer o essencial de sua fé, que é Jesus.
Só descobrimos Jesus e passamos a conhecê-Lo quando nos comprometemos com Ele, quando aprendemos ter envolvimento e responsabilidade com seu Reino. Só conheceremos Jesus quando conhecermos sua missão e as consequências dela. Seguir Jesus não é fácil, teremos cruzes para enfrentar. E a maioria das pessoas quer um caminho de honras, glórias, coisas boas, elogios, lugares de destaque, privilégios. Para chegar a isso é preciso primeiro passar pela cruz. Nenhuma conquista é fácil, principalmente a conquista do Reino de Deus.
Assim Jesus mostra para seus discípulos e para todos nós, que ser cristãos é comprometer-se com Ele e com seu Reino de Amor. Nunca vamos saber quem é Cristo se Ele não for o centro da nossa vida, das nossas ações e preocupações. Ele o centro e não nós. Colocar Deus em segundo lugar é demonstrar que não o conhecemos. Conhecer Jesus é aceitá-Lo como o Senhor da nossa vida. Trilhar o caminho que Ele trilhou.
Quantos católicos quando mudam de religião dizem que agora encontraram Jesus, poderia ter se encontrado com Jesus antes, no catolicismo, acontece que não se interessavam em estudar o Evangelho, e nem participar da missão de Jesus. Daí a necessidade da formação permanente, pois praticam um catolicismo sem conhecer verdadeiramente Jesus e a sua proposta. Quando conhecemos Jesus, temos nossa vida transformada, viveremos de acordo com as propostas da nossa Igreja, propostas cristãs. 
Quantas pessoas em seus discursos citam passagens belíssimas do Evangelho, da Bíblia, conhecem a teoria, mas na prática não se comprometem e nem se envolvem com Ele e sua missão, poucos fizeram a experiência de Jesus em sua vida. Só conheceremos Jesus na medida, que nos envolvemos com Ele, nos comprometemos com seu Reino de justiça, paz, união, compaixão, fraternidade, misericórdia... Portanto, quem não se compromete com Cristo, não pode dizer que é cristão, não conhece Jesus e sua mensagem libertadora.
Jesus nos convida a segui-Lo, mas nos apresenta a cruz de cada dia. É o caminho da vida, é a conversão no dia a dia. Esse convite de Jesus não obriga ninguém. Isso é para nós aprendermos com Ele, que quando convidarmos alguém para seguir o caminho de Jesus, que seja com doçura, amor, entusiasmo, humildade, simplicidade e bondade, testemunhando o que Cristo fez e realizou na nossa vida.  O que o Senhor fez em nós pelo seu amor e misericórdia.
 Quem sabe responder quem é Jesus é todo aquele que crê que Jesus é o Messias, o Senhor e com disposição, amor, doação segue-O, faz o que Ele fez e ensinou.

Abraços em Cristo!

Maria de Lourdes



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