Domingo,
19 de junho de 2016.
Evangelho
de São Lucas 9, 18-24.
O povo judeu esperava o Messias
prometido. A ideia que fazia do Messias
é que ele deveria ser um herói, um guerreiro forte como Sansão, um rei
vitorioso como Davi, um político inteligente e habilidoso como Salomão, um
chefe protegido por Deus como Ezequias.
Depois de os discípulos já terem
convivido com Jesus durante três anos, testemunhado os inúmeros milagres
realizados por ele, seus ensinamentos sempre mostrando o amor, o perdão, a
misericórdia, a compaixão, a fraternidade, a paz, a justiça, o Senhor quer
saber qual conceito que eles faziam dele. Jesus quer saber se eles tinham
entendido que Ele era o próprio Messias.
Por isso leva-os a pensar com a seguinte pergunta: “Quem dizem os homens
que eu sou?”. Os discípulos lhe respondem: “Alguns dizem que tu és João
Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. Jesus
escuta o que eles dizem, mas vai além. Olhando para os discípulos, Ele
pergunta: “E para vós, quem eu sou?”. Pedro lhe responde: “Tu és o Messias de
Deus”.
A resposta que os discípulos dão mostra
que não descobriram a verdadeira identidade de Jesus, ele acaba sendo
confundido com João Batista, Elias ou um dos antigos profetas. Ainda não
enxergavam Jesus como Messias idealizado por eles.
Pedro inspirado por Deus dá a resposta
certa. Jesus elogia Pedro por ter acertado, mas proíbe a todos de contar que Ele
era o Messias e acrescenta “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado
pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e
ressuscitar depois de três dias”.
O Senhor disse isso abertamente a seus
discípulos, hora alguma, Jesus disse que seria um Messias forte, valente,
militar, mas anunciou que era o Messias servo sofredor anunciado por Isaías.
Jesus teria que enfrentar com sua fragilidade humana, na qualidade de “Filho do
Homem”, sem os recursos divinos, os anciãos, sumos sacerdotes e doutores da
Lei, esses compunham o Sinédrio, o adversário de Jesus.
Os anciãos eram aristocratas leigos,
latifundiários, donos do dinheiro; os sumos sacerdotes eram a aristocracia
sacerdotal, detentores dos mais elevados degraus da hierarquia sacerdotal, eram
os donos do poder; os doutores da Lei, em sua maioria pertenciam ao partido dos
fariseus, eram os donos da verdade. Enfim, Jesus iria enfrentar as classes
dirigentes, os donos do dinheiro, do poder e da verdade. Em suas mãos Jesus
deveria ser morto, porque seus ensinamentos e o seu modo de agir eram
contrários ao modo de ser do Sinédrio. Desta forma Jesus realizaria seu
messianismo morrendo, vencendo a morte e com sua ressurreição comunicou a vida.
E para nós quem é Jesus?
Para muitos, ainda hoje, continuam com a
mesma visão do povo do tempo de Jesus, interessados nos milagres e também para
obter benefícios pessoais. Muitos não estão preocupados em conhecer Jesus,
Caminho, Verdade e Vida, e se comprometer com seu projeto. Muitos católicos,
que frequentam a missa, se esquivam quando são convidados para assumir algum
serviço em uma pastoral. Assim não se envolvem e deixam de conhecer o essencial
de sua fé, que é Jesus.
Só descobrimos Jesus e passamos a
conhecê-Lo quando nos comprometemos com Ele, quando aprendemos ter envolvimento
e responsabilidade com seu Reino. Só conheceremos Jesus quando conhecermos sua
missão e as consequências dela. Seguir Jesus não é fácil, teremos cruzes para
enfrentar. E a maioria das pessoas quer um caminho de honras, glórias, coisas
boas, elogios, lugares de destaque, privilégios. Para chegar a isso é preciso
primeiro passar pela cruz. Nenhuma conquista é fácil, principalmente a
conquista do Reino de Deus.
Assim Jesus mostra para seus discípulos
e para todos nós, que ser cristãos é comprometer-se com Ele e com seu Reino de
Amor. Nunca vamos saber quem é Cristo se Ele não for o centro da nossa vida,
das nossas ações e preocupações. Ele o centro e não nós. Colocar Deus em
segundo lugar é demonstrar que não o conhecemos. Conhecer Jesus é aceitá-Lo
como o Senhor da nossa vida. Trilhar o caminho que Ele trilhou.
Quantos católicos quando mudam de
religião dizem que agora encontraram Jesus, poderia ter se encontrado com Jesus
antes, no catolicismo, acontece que não se interessavam em estudar o Evangelho,
e nem participar da missão de Jesus. Daí a necessidade da formação permanente, pois
praticam um catolicismo sem conhecer verdadeiramente Jesus e a sua proposta.
Quando conhecemos Jesus, temos nossa vida transformada, viveremos de acordo com
as propostas da nossa Igreja, propostas cristãs.
Quantas pessoas em seus discursos citam
passagens belíssimas do Evangelho, da Bíblia, conhecem a teoria, mas na prática
não se comprometem e nem se envolvem com Ele e sua missão, poucos fizeram a
experiência de Jesus em sua vida. Só conheceremos Jesus na medida, que nos
envolvemos com Ele, nos comprometemos com seu Reino de justiça, paz, união,
compaixão, fraternidade, misericórdia... Portanto, quem não se compromete com
Cristo, não pode dizer que é cristão, não conhece Jesus e sua mensagem libertadora.
Jesus nos convida a segui-Lo, mas nos
apresenta a cruz de cada dia. É o caminho da vida, é a conversão no dia a dia.
Esse convite de Jesus não obriga ninguém. Isso é para nós aprendermos com Ele,
que quando convidarmos alguém para seguir o caminho de Jesus, que seja com
doçura, amor, entusiasmo, humildade, simplicidade e bondade, testemunhando o
que Cristo fez e realizou na nossa vida.
O que o Senhor fez em nós pelo seu amor e misericórdia.
Quem
sabe responder quem é Jesus é todo aquele que crê que Jesus é o Messias, o
Senhor e com disposição, amor, doação segue-O, faz o que Ele fez e ensinou.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
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