segunda-feira, 27 de junho de 2016

O paralítico e os seus amigos-Helena Serpa

30/06/16 – 5ª. Feira - XIII semana do tempo comum – Amós 7, 10-17 -  “chamados a profetizar”
Vimos nesta leitura como acontece o chamado de Deus para que alguém seja profeta. Sem ser profeta nem filho de profeta, mas pastor de gado, Amós foi chamado por Deus para profetizar, e em Seu nome denunciar as injustiças sociais, quando ele exercia o ofício de pastor de gado. Obediente, Amós, não duvidou da sua inspiração e começou a abrir os olhos do povo de Israel contra o rei pelas suas abominações. Com o intuito de agradar ao rei Jeroboão os sacerdotes do templo se voltaram contra Amós determinando que se retirasse de Betel, pois “ali ficava o santuário do rei e a corte do reino”. Fiel ao chamado do Senhor Amós não recuou e continuou firme no seu propósito, predizendo todo mal que aconteceria ao rei e a sua família, conforme lhe fora dito. Somos chamados a ser profetas em qualquer profissão ou em qualquer estado de vida que estejamos. Somos convocados a falar a verdade segundo o coração de Deus mesmo que isso cause transtorno para alguém. Nós também muitas vezes resistimos quando alguém, em nome de Deus, vem nos alertar, exortar ou mesmo anunciar algo que nos poderá ocorrer em consequência dos nossos atos. Não queremos escuta-lo e desejamos vê-lo longe de nós. Temos medo da verdade e receamos encarar as situações difíceis, pois desejamos escutar de Deus somente as notícias boas que nos favorecem. Afastamo-nos dos mensageiros que nos alertam quando estamos errados, e estamos sempre fugindo do sofrimento. Não entendemos que o objetivo de Deus é a nossa conversão e mudança de atitudes. Por outro lado, quando somos nós que temos a obrigação de denunciar algo em nome de Deus ou evangelizar anunciando Jesus e o Seu reino, também nos omitimos, pois não queremos nos expor e não temos segurança no que dizemos. No entanto, o Senhor nos chama a colaborar com a Sua obra, mesmo que não nos sintamos aptos nem tenhamos, naturalmente, nenhum atributo que nos garanta ter sucesso.  Na maioria das vezes também nós só evangelizamos onde somos mais bem aceitos e acolhidos, mas no “santuário do rei e na corte do reino” nós nos omitimos, isto é, diante de pessoas “importantes” não ousamos abrir a boca para falar de Deus. Todavia, é justamente nesses lugares que as pessoas mais precisam enxergar as injustiças a fim de que possam tomar decisões de mudança.  Para profetizar, porém, nós precisamos primeiramente ouvir o que o Senhor quer falar. – Você tem medo de enfrentar a Palavra do Senhor quando Ela é dura? – Você é capaz de acolher uma exortação que alguém lhe faz quando erra? – Você acredita que Deus fala por meio dos profetas de hoje? – Você tem escutado as recomendações de Deus? – Você tem coragem de falar de Deus no “santuário do rei e na corte do reino”?

Salmo 18 – “ Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente”
Quando temos intimidade com o Senhor e através da oração nós O escutamos, então podemos falar em Seu Nome sem temor e com convicção. Quem já teve experiência com Deus sabe que a Sua lei é perfeita e Seus preceitos dão alegria ao coração. Os Seus mandamentos são como luz que ilumina os nossos passos e a Sua palavra é doce como mel, porque nos consola e traz com ela a Sua misericórdia. Por isso, entendemos que os julgamentos do Senhor são corretos e justos. 

Evangelho – Mateus 9, 1-8 – “o paralítico e os seus amigos”
O pecado é quem nos paralisa e nos faz enfermos. Quando curou aquele paralítico perdoando-lhe os pecados, Jesus tinha consciência disso. Ele sabia que a Sua Missão aqui no mundo era nos libertar do pecado e de toda obra do inimigo, concedendo a vida eterna não somente para depois da nossa morte, mas desde já, enquanto estamos no nosso corpo. Ele veio curar a nossa paralisia, a nossa indisposição para enfrentar as dificuldades da nossa vida que é uma decorrência do pecado que nos escraviza.     Na verdade, Jesus já nos libertou do pecado para que possamos viver uma vida harmoniosa com o Pai, conosco mesmo e com aqueles que são da nossa convivência. Por isso, somente Jesus ainda é hoje, Aquele que tem poder para nos curar, salvar e libertar de todas as nossas iniquidades. Ele hoje também conta com cada um de nós para levar até Ele os que, paralisados pelo pecado, estão acomodados na sua vidinha vazia, por isso, se tornaram desiludidos e sem esperança.  Entretanto Jesus nos cura para que possamos tomar decisões e cumprir com os compromissos os quais precisam ser assumidos. Neste Evangelho, Jesus depois de perdoar os pecados e de curar o paralítico recomendou: “Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”. Por que para casa? Porque é na nossa casa, na nossa família que temos de experimentar primeiro a vida nova que Jesus veio nos dar. Dentro de casa é que começa a obra de Salvação que o Senhor preparou para nós. É lá que fazemos o primeiro teste nos nossos relacionamentos. É lá que começamos a viver o reino dos céus aqui na terra, quando aprendemos a perdoar, a compreender, a partilhar, a dialogar e, principalmente, a exercitar a oração em comum e regar a nossa fé. A nossa fé também será como uma maca que servirá de meio de transporte para os que precisam ser curados por Jesus. – Quem é você hoje: o paralítico ou o amigo do paralítico? - Qual é a sua paralisia? – Ela é consequência de algum pecado de estimação, de algum vício, de algum mau hábito. –  Você tem apresentado a Jesus alguém que precisa de cura? – Como são os seus relacionamentos em casa?


4 comentários: