segunda-feira, 23 de maio de 2016

“O CÁLICE E O BATISMO DO MESSIAS” (Pe. Jaldemir Vitório)



 (Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta)


8ª SEMANA DO TEMPO COMUM – 25 de maio de 2016

Evangelho: Marcos 10,32-45
 (Verde – Ofício do Dia)


Os discípulos enganavam-se ao considerar Jesus como um Messias poderoso, disposto a restaurar o reino davídico no seu antigo esplendor. O interesse de Jesus superava a simples reversão da ordem político-social. Na qualidade de servidor, seu intento era recuperar o senhorio de Deus no coração humano, de maneira a começar aí a "revolução" que lhe interessava.
           
Ele estava destinado a beber não a copa dos reis, e sim, o cálice da solidariedade com a humanidade, destinada à morte por causa do pecado. Cálice de sofrimento, de amargura e tristeza, devido à violência, à injustiça e à maldade humanas. Cálice de dor e de abandono, porque cálice de morte violenta. Cálice bebido num contexto de serviço redentor da humanidade.
           
Também estava reservado para Jesus um batismo. Não mais de água, e sim, o de sangue a ser derramado na cruz. O batismo conclusivo do sua missão, diferente do batismo simbólico no Jordão, no início de seu ministério. Batismo em função dos pecadores a serem redimidos pela cruz.
           
Nisto consistia a glória de Jesus: servir como Servo sofredor, desprovido de grandezas humanas, mas revestido da glória concedida pelo Pai ao Filho fiel.

 Oração

Espírito de redenção, faze-me compreender o ideal de Jesus: fazer-se servidor da humanidade, sem se deixar contaminar pela vanglória humana.







Santo do Dia / Comemoração (São Beda):

Todas as informações que temos sobre o extraordinário Beda foram escritas por ele mesmo no livro "História da Inglaterra", um dos mais raros e completos registros da formação do povo inglês antes do século VIII, narradas assim: "Eu, Beda, servo de Cristo e sacerdote, e monge do mosteiro de São Pedro e São Paulo, da Inglaterra, nasci neste país. Aos sete anos, fui levado ao mosteiro para ser educado pelos monges. 

Desde então, passei toda a minha vida no mosteiro, e me dediquei sobretudo ao estudo da Sagrada Escritura. Além de cantar e rezar na Igreja, minha maior alegria foi poder dedicar-me a aprender, a ensinar e a escrever.

Aos dezenove anos, recebi o diaconato e aos trinta, o sacerdócio.

Todos os momentos livres eu os dediquei a buscar explicações da Sagrada Escritura, especialmente extraídas dos escritos dos santos Padres". 

Além desses dados, podemos acrescentar ainda, com segurança, que Beda nasceu no ano 672, tendo sido educado e orientado espiritualmente pelo próprio são Bento Biscop, abade do mosteiro, que, impressionado com seus dons e inteligência, o tratava como próprio filho, na cidade de Wearmouth. 

Cedo, Beda percebeu que um sermão podia ser ouvido por apenas algumas pessoas, mas podia ser lido por milhares delas e por muitos séculos. Por isso ele desejou escrever, e escreveu muito, sem se cansar, com cuidado e esmero no conteúdo e estilo, resultando em livros agradáveis de ler, verdadeiras obras literárias, sobre os mais variados temas, indo do teológico ao intelectual. 

Ao todo, foram sessenta obras sobre teologia, filosofia, cronologia, aritmética, gramática, astronomia, música e até medicina. Beda gostava de aprender, por isso pesquisava e estudava; e também de ensinar, por isso escrevia e dava aulas. Ajudou a formar várias gerações de monges, que, atraídos pela linguagem simples, encantadora e acessível, eram dirigidos, por meio dessas matérias, para os ensinamentos de Deus. 

O papa Gregório II chamou-o a Roma, para tê-lo como seu auxiliar, mas Beda implorou para permanecer na solidão do mosteiro, onde ficou até seus últimos momentos de vida.

Só saiu por poucos dias para estabelecer as bases da Escola de York, na qual, depois, estudou e se formou o famoso mestre Alcuíno, fundador da primeira universidade de Paris. 

Ainda em vida, era chamado de "venerável Beda", ou "Beda, o Venerável". Morreu com sessenta e três anos, na paz do seu mosteiro, em Jarrow, Inglaterra, no dia 25 de maio de 735.

Muitos séculos depois, pelo imensurável serviço prestado à Igreja, o papa Leão XIII, em 1899, proclamou-o santo e doutor da Igreja. São Beda, único santo inglês que possui o título de doutor da Igreja, é celebrado no dia 25 de maio.

São Beda, rogai por nós.



Enviado por: Ademilson Moura – Paróquia Santo Antônio – Pirassununga-SP.

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