SEXTA FEIRA DA 5ª SEMANA DA PÁSCOA 29/04/2016
1ª Leitura Atos 15, 22-31
Salmo 56/57.10 a “ Entre os Povos Senhor vos louvarei”
Evangelho João 15, 12-17
Só ama
aquele que se sente amado
João vai dizer em seu evangelho que
"Deus é Amor". A Encarnação de Jesus fez com que Deus mergulhasse na
Vida do Homem, e possibilitou a este mergulhar na Vida de Deus. Não havia até
então, na humanidade, uma expressão de amor tão autêntica e grandiosa. O amor
humano era marcado por limites e tolerâncias e o apóstolo Pedro, quando indaga
a Jesus se se deve perdoar até sete vêzes, mostra bem esse modo limitado do
homem amar.
Por isso somente Jesus nos poderia
ter dado um mandamento assim, pois o amor sem medidas, manifestado na
gratuidade e incondicionalidade, era visto como uma loucura. É esse exatamente
o amor que encontramos em Jesus. "Amai-vos uns aos outros assim como eu vos
amo...". Esse é um mandamento originariamente cristão. Não é um amor
segundo os padrões humanos, mas brota de Jesus, do seu coração Sagrado e
humano.
A iniciativa é toda de Deus, ainda
que o ser humano permaneça na indiferença e na incredulidade, ainda que o ser
humano negue ou ignore Jesus, ainda que o Ser humano ridicularize o
cristianismo hostilizando os cristãos, apesar de tudo isso, Deus jamais deixará
de amar o homem, e na Força desse amor sempre terá a iniciativa de se
manifestar ao homem, até o derradeiro momento de sua existência.
Um dia, tocado pelo próprio Deus, o
homem se abre para esta Graça e se sente amado e querido por Deus, percebe que
não se trata de um amor platônico, mas de um amor ágape, totalmente gratuito e
incondicional. Um amor desde toda eternidade, que não dá para ser guardado,
mesmo porque não há coração humano que o comporte. Esse amor cria laços com o
próximo, e assim vamos refletindo em nossas relações todo esse amor Divino e
sublime e através do homem, esse amor de Deus vai se propagando, formando um
grande elo que no final resultará na visibilidade do Reino de Deus que é puro
amor. A Palavra "mundo" é largamente empregada pelo evangelista João,
mas as vêzes com sentido diferente, neste evangelho por exemplo, mundo não é o
planeta ou a Obra da Criação, mas sim o mundo do mal, dos que deliberadamente
se opõe a Verdade que Deus revelou em Jesus. Odiar é o contrário do Amar, o
amor quer a Vida do outro e a sua alegria, o Ódio quer a morte e a destruição
daquele que é odiado.
O homem quer um Deus forte e
poderoso, um ser de moral irreprensível, seguidor da lei de Moisés, um Deus que
privilegie os justos e santos, e que castigue implacavelmente os injustos e
pecadores. Um Deus que continue a ter uma raça escolhida, exemplo de pessoas boas,
sinceras, e que por isso mesmo são sempre abençoadas com longa vida, e bens
materiais. Um Deus que se valorize e que não se misture com os míseros mortais.
O primeiro problema na relação da
comunidade judaica tradicional com Jesus, Ele não atende essa expectativa e
ainda por cima, se relaciona com pessoas que nem de longe fazem parte da
"raça escolhida e Nação Santa". Mas o que provocou o ódio e a
rejeição a Jesus por parte dos Judeus tradicionais, foi ele ter se apresentado
como Filho de Deus, o grande esperado e não havia outro.
Os seguidores autênticos de Jesus o
imitam em tudo, ensinam suas palavras, realizam as mesmas obras, ou seja, dão
continuidade á Missão de Jesus tornando-se assim a prova inequívoca de que
Jesus ressuscitou, está vivo e caminha com eles. Quem odeia a alguém, quer ver
esse alguém morto, esmagado e destruído para sempre, e alguém que lembre4 essa
presença, só fará aumentar o ódio dos seus opositores.
Na pós modernidade essa rejeição e
esse ódio por Jesus, seu evangelho e seu reino, continua. Muda-se a referência,
os Judeus conservadores o odiavam porque ele não correspondia ao modelo de
Messias que eles acreditavam, a partir de suas tradições e da escritura, já o
homem da pós modernidade quer um Jesus que seja á sua imagem e semelhança,
adequado a um estilo de vida que privilegie a busca de prazer, de realização
pessoal, em um egocentrismo exacerbado onde o homem é o deus de si mesmo.
Qualquer postura, pensamento ou
atitude que contrarie tudo isso, irá atrair ódio e rejeição. O discípulo de
Jesus sempre navega contra a correnteza! (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa
Senhora Consolata – Votorantim – SP E-mail cruzsm@uol.com.br)
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