quarta-feira, 27 de abril de 2016

Só ama aquele que se sente amado-Diac. José da Cruz


SEXTA FEIRA DA 5ª SEMANA DA PÁSCOA 29/04/2016
1ª Leitura Atos 15, 22-31
Salmo 56/57.10 a “ Entre os Povos Senhor vos louvarei”
Evangelho João 15, 12-17

                                         Só ama aquele que se sente amado

João vai dizer em seu evangelho que "Deus é Amor". A Encarnação de Jesus fez com que Deus mergulhasse na Vida do Homem, e possibilitou a este mergulhar na Vida de Deus. Não havia até então, na humanidade, uma expressão de amor tão autêntica e grandiosa. O amor humano era marcado por limites e tolerâncias e o apóstolo Pedro, quando indaga a Jesus se se deve perdoar até sete vêzes, mostra bem esse modo limitado do homem amar.

Por isso somente Jesus nos poderia ter dado um mandamento assim, pois o amor sem medidas, manifestado na gratuidade e incondicionalidade, era visto como uma loucura. É esse exatamente o amor que encontramos em Jesus. "Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amo...". Esse é um mandamento originariamente cristão. Não é um amor segundo os padrões humanos, mas brota de Jesus, do seu coração Sagrado e humano.

A iniciativa é toda de Deus, ainda que o ser humano permaneça na indiferença e na incredulidade, ainda que o ser humano negue ou ignore Jesus, ainda que o Ser humano ridicularize o cristianismo hostilizando os cristãos, apesar de tudo isso, Deus jamais deixará de amar o homem, e na Força desse amor sempre terá a iniciativa de se manifestar ao homem, até o derradeiro momento de sua existência.

Um dia, tocado pelo próprio Deus, o homem se abre para esta Graça e se sente amado e querido por Deus, percebe que não se trata de um amor platônico, mas de um amor ágape, totalmente gratuito e incondicional. Um amor desde toda eternidade, que não dá para ser guardado, mesmo porque não há coração humano que o comporte. Esse amor cria laços com o próximo, e assim vamos refletindo em nossas relações todo esse amor Divino e sublime e através do homem, esse amor de Deus vai se propagando, formando um grande elo que no final resultará na visibilidade do Reino de Deus que é puro amor. A Palavra "mundo" é largamente empregada pelo evangelista João, mas as vêzes com sentido diferente, neste evangelho por exemplo, mundo não é o planeta ou a Obra da Criação, mas sim o mundo do mal, dos que deliberadamente se opõe a Verdade que Deus revelou em Jesus. Odiar é o contrário do Amar, o amor quer a Vida do outro e a sua alegria, o Ódio quer a morte e a destruição daquele que é odiado.
O homem quer um Deus forte e poderoso, um ser de moral irreprensível, seguidor da lei de Moisés, um Deus que privilegie os justos e santos, e que castigue implacavelmente os injustos e pecadores. Um Deus que continue a ter uma raça escolhida, exemplo de pessoas boas, sinceras, e que por isso mesmo são sempre abençoadas com longa vida, e bens materiais. Um Deus que se valorize e que não se misture com os míseros mortais.
O primeiro problema na relação da comunidade judaica tradicional com Jesus, Ele não atende essa expectativa e ainda por cima, se relaciona com pessoas que nem de longe fazem parte da "raça escolhida e Nação Santa". Mas o que provocou o ódio e a rejeição a Jesus por parte dos Judeus tradicionais, foi ele ter se apresentado como Filho de Deus, o grande esperado e não havia outro.
Os seguidores autênticos de Jesus o imitam em tudo, ensinam suas palavras, realizam as mesmas obras, ou seja, dão continuidade á Missão de Jesus tornando-se assim a prova inequívoca de que Jesus ressuscitou, está vivo e caminha com eles. Quem odeia a alguém, quer ver esse alguém morto, esmagado e destruído para sempre, e alguém que lembre4 essa presença, só fará aumentar o ódio dos seus opositores.
Na pós modernidade essa rejeição e esse ódio por Jesus, seu evangelho e seu reino, continua. Muda-se a referência, os Judeus conservadores o odiavam porque ele não correspondia ao modelo de Messias que eles acreditavam, a partir de suas tradições e da escritura, já o homem da pós modernidade quer um Jesus que seja á sua imagem e semelhança, adequado a um estilo de vida que privilegie a busca de prazer, de realização pessoal, em um egocentrismo exacerbado onde o homem é o deus de si mesmo.
Qualquer postura, pensamento ou atitude que contrarie tudo isso, irá atrair ódio e rejeição. O discípulo de Jesus sempre navega contra a correnteza! (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP E-mail cruzsm@uol.com.br)



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