8
de Abril de 2016 - Sexta - Evangelho - Jo 6,1-15
Bom
dia!
Fechando
assim todo esse pensamento que iniciou na segunda-feira sobre as conseqüências
do nosso livre arbítrio na comunidade chegamos a diversas reflexões:
Fechar-se
somente no grupo ou na sua pastoral precisa ser revisto. A identidade cristã
está também em buscar quem se perdeu ou se afastou. Não posso ficar a esperar
que nos procurem;
A
salvação não está condicionada a aquela ou esta pastoral ou movimento da
igreja. Ela está condicionada ao
entendimento do que é mais importante para Deus e no seu projeto salvífico;
Todo
trabalho pastoral precisa de pessoas empolgadas e bem resolvidas. As
comunidades precisam de operários e de lideranças que formem novas lideranças.
Irmãos que ainda não olham a seu redor, ainda não têm maturidade para liderar,
pois convém que Cristo cresça e que eu desapareça;
Nossa
preguiça e nossa irresponsabilidade social nos privam de assumir o chamado
individual que Deus nos faz de sermos semeadores da mensagem a toda criatura.
E
o evangelho de hoje? Como ele finaliza esse pensamento?
Preciso
notar que Jesus usa o que tem em mãos, os que estão ao seu redor. Em meio às
dúvidas e questionamentos de Felipe, Jesus torna o pouco de um pequeno garoto
em muito para atender a muitos.
Esperamos
de Deus que surjam em nossas comunidades músicos habilidosos para assumir as
missas e grupos, deixamos assim de ver o pouco mais fiel que cresce e vive em
nosso redor. Jesus não mandou ninguém comprar nada, pois ali mesmo tinha alguém
que podia ajudar com que possuía. Reclamamos (e como reclamamos) da falta de
pessoas para proclamarem as leituras nas missas, que são sempre as mesmas, e
blá, blá, blá, (…), mas não vamos atrás da pastoral da catequese, da crisma,
onde existem muitos que esperam uma pequena oportunidade…
Jesus
promove pequenas habilidades e singelos dons em grandes ministérios de serviço.
Deus chama, mas por vezes não damos a devida oportunidade e crédito aos
escolhidos.
“(…)
O Senhor chamou Samuel, o qual respondeu: Eis-me aqui. Samuel correu para junto
de Heli e disse: Eis-me aqui: chamaste-me. Não te chamei, meu filho, torna a
deitar-te. Ele foi e deitou-se. O Senhor chamou de novo Samuel. Este
levantou-se e veio dizer a Heli: Eis-me aqui, tu me chamaste. Eu não te chamei,
meu filho, torna a deitar-te. Samuel ainda não conhecia o Senhor; a palavra do
Senhor não lhe tinha sido ainda manifestada. Pela terceira vez o Senhor chamou
Samuel, que se levantou e foi ter com Heli: Eis-me aqui, tu me chamaste.
Compreendeu então Heli que era o Senhor quem chamava o menino. Vai e torna a
deitar-te, disse-lhe ele, e se ouvires que te chamam de novo, responde: Falai,
Senhor; vosso servo escuta! Voltou Samuel e deitou-se. Veio o Senhor pôs-se
junto dele e chamou-o como das outras vezes: Samuel! Samuel! Falai, respondeu o
menino; vosso servo escuta”. (I Samuel 3, 4-10)
E
quanto a nós? Aonde entra o nosso livre arbítrio, nossa vontade? Esta muitas
vezes agarrado ao orgulho.
Se
é mentira, por que não chamamos as pessoas? Por que não convidamos? Por que nos
fechamos, fazemos “panelinhas” em nossos grupos e pastorais? Por que não
convencemos como antes? Por que segregamos?
O
começo pode ser difícil, mas por que não arriscar? Por que não mudar?
Escolhemos demais com os nossos critérios. As pessoas têm necessidades de Deus
que nosso orgulho não nos deixa ver e uma dessas necessidades é a de servir,
ser útil. O serviço pastoral precisa de gente empolgada e Deus não cansa de
trazê-los para Ele e nós afugentá-los.
Por
fim deixo a reflexão proposta pela CNBB
“(…)
O capítulo sexto do evangelho de São João é reservado para o discurso sobre o
sacramento da Eucaristia, e Jesus, no uso da sua pedagogia, prepara os judeus
para esse discurso através da multiplicação dos pães. A prática pedagógica de
Jesus deve ser o grande iluminativo PARA A NOSSA PRÁTICA MISSIONÁRIA, PASTORAL
E EVANGELIZADORA. NÓS DEVEMOS ANUNCIAR O EVANGELHO A PARTIR DA REALIDADE DAS
PESSOAS, DE SUAS EXPERIÊNCIAS DE VIDA, DOS SEUS VALORES E DAS SUAS
EXPECTATIVAS. Antes de anunciar a palavra de deus, precisamos criar a
necessidade dela no coração das pessoas como Jesus, que a partir da necessidade
do pão, cria a necessidade do pão da vida eterna”.
Um
imenso abraço fraterno
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