22/04/2016
4ª Semana – Sexta-feira
Lectio
Primeira
leitura: Actos 13, 26-33
Naqueles
dias, disse Paulo na sinagoga de Antioquia da Pisídia: 26Irmãos, filhos da
estirpe de Abraão, e os que de entre vós são tementes a Deus, a nós é que foi
dirigida a palavra de salvação. 27Sem dúvida, os habitantes de Jerusalém e os
seus chefes não quiseram reconhecer Jesus, mas, condenando-o, cumpriram, sem
disso se aperceberem, as profecias que são lidas todos os sábados. 28Embora não
tivessem encontrado nele motivo algum de morte, exigiram a Pilatos que o
mandasse matar. 29Quando cumpriram tudo o que acerca dele estava escrito,
desceram-no do madeiro e sepultaram-no. 30Mas Deus ressuscitou-o dos mortos
31e, durante muitos dias, apareceu aos que tinham subido com Ele da Galileia a
Jerusalém, os quais são agora suas testemunhas diante do povo. 32E nós estamos
aqui para vos anunciar a Boa-Nova de que a promessa feita a nossos pais, 33Deus
a cumpriu em nosso benefício, para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus, como
está escrito no Salmo segundo: Tu és meu filho, Eu hoje te gerei!
O discurso
de Paulo, em Antioquia da Pisída, pode resumir-se assim: o evangelho é a
consumação de tudo quanto Deus fez, anunciou e prometeu ao seu povo. No fundo,
Paulo usa os mesmos argumentos de Pedro no seu primeiro discurso, no dia de
Pentecostes. Provavelmente era um esquema habitual para quem anunciava o
Evangelho em ambientes judaicos. Jesus, injustamente condenado, foi reconhecido
justo por Deus na ressurreição. É esta a palavra de salvação, a boa nova, a
realização da promessa feita aos pais (cf. v. 32). Deus é suficientemente forte
para vencer o mal, ainda o mais horrível. Deus salva aqueles que acreditam no
seu poder, esse poder com que ressuscitou Jesus.
Ao anunciar a ressurreição, Paulo fundamenta-se em «testemunhas» (v. 30), transmitindo aquilo que recebeu. Sabe que não é testemunha, como Pedro e os outros Apóstolos, mas tem consciência de pertencer ao grupo dos missionários. Por isso, acrescenta: «nós estamos aqui para vos anunciar a Boa-Nova de que a promessa feita a nossos pais».
Ao anunciar a ressurreição, Paulo fundamenta-se em «testemunhas» (v. 30), transmitindo aquilo que recebeu. Sabe que não é testemunha, como Pedro e os outros Apóstolos, mas tem consciência de pertencer ao grupo dos missionários. Por isso, acrescenta: «nós estamos aqui para vos anunciar a Boa-Nova de que a promessa feita a nossos pais».
Evangelho: João 14, 1-6
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: «Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito Eu que vos vou preparar um lugar? 3E quando Eu tiver ido e vos tiver preparado lugar, virei novamente e hei-de levar-vos para junto de mim, a fim de que, onde Eu estou, vós estejais também. 4E, para onde Eu vou, vós sabeis o caminho.» 5Disse-lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o caminho?» 6Jesus respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim».
As primeiras
palavras de Jesus, no quarto evangelho, «Que procurais?»(1, 38), têm resposta
neste capítulo 14: «Na casa de meu Pai há muitas moradas» (v. 2). Jesus
anunciara a sua partida no capítulo 13. A afirmação de fidelidade, por parte de
Pedro, é contrabalançada pelo anúncio da sua negação. Os discípulos estavam decepcionados. No capítulo 14, João apresenta-nos Jesus a inculcar-lhes segurança e confiança. Eles devem acreditar em Jesus como acreditam em Deus. E devem confiar que a sua partida os favorece. Mais ainda: conhecendo a Jesus, conhecem o caminho para o Pai, porque é Ele o caminho. É tudo o que o homem precisa para se salvar, porque o Pai está em Jesus para salvação do homem.
A partida de Jesus implica o seu regresso, para completar a missão que o Pai
lhe confiou. Jesus voltará aos seus amigos depois da crucifixão; Ele e o Pai viverão naqueles ques os amam e guardam as suas palavras; não se trata de uma manifestação expectacular, mas de uma manifestação captada pela fé, através do Espírito; ainda que Jesus volte, depois da sua morte, permanece em pé a sua vinda no fim dos tempos.
«Na casa de meu Pai há muitas moradas» (v. 2), dizia Jesus. Na mentalidade
da época, o mais além tinha uma capacidade limitada. Por isso, havia que pesar os vícios e as virtudes dos candidatos à entrada. Só entraria quem tivesse um peso de virtudes superior ao dos vícios. Jesus afirma que, na vida do além, há lugar para todos os seus discípulos. Estarão com Ele. E Ele é o caminho que leva à vida eterna:
«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim».
Pedro, é contrabalançada pelo anúncio da sua negação. Os discípulos estavam decepcionados. No capítulo 14, João apresenta-nos Jesus a inculcar-lhes segurança e confiança. Eles devem acreditar em Jesus como acreditam em Deus. E devem confiar que a sua partida os favorece. Mais ainda: conhecendo a Jesus, conhecem o caminho para o Pai, porque é Ele o caminho. É tudo o que o homem precisa para se salvar, porque o Pai está em Jesus para salvação do homem.
A partida de Jesus implica o seu regresso, para completar a missão que o Pai
lhe confiou. Jesus voltará aos seus amigos depois da crucifixão; Ele e o Pai viverão naqueles ques os amam e guardam as suas palavras; não se trata de uma manifestação expectacular, mas de uma manifestação captada pela fé, através do Espírito; ainda que Jesus volte, depois da sua morte, permanece em pé a sua vinda no fim dos tempos.
«Na casa de meu Pai há muitas moradas» (v. 2), dizia Jesus. Na mentalidade
da época, o mais além tinha uma capacidade limitada. Por isso, havia que pesar os vícios e as virtudes dos candidatos à entrada. Só entraria quem tivesse um peso de virtudes superior ao dos vícios. Jesus afirma que, na vida do além, há lugar para todos os seus discípulos. Estarão com Ele. E Ele é o caminho que leva à vida eterna:
«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim».
Meditatio
«Não se
perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim» (v. 1). A
crucificação de Jesus causará grande perturbação aos discípulos. Por isso,
Jesus prepara-os dizendo-lhes palavras de consolação e de esperança. Irá
repeti-las depois da ressurreição. Essas palavras mostram aos apóstolos que a
paixão era o meio querido por Deus para renovar e salvar o homem. Também para
nós chegará, mais cedo ou mais tarde, o momento da perturbação, motivado pelos
ódios, pelas vinganças, pelas violências, pela corrupção, pela indiferença,
pela fome de dinheiro e de poder que campeiam pelo mundo. As nossas cidades
tornaram-se semelhantes a Sodoma e a Gomorra. Como é possível não ficar
perturbados? A perturbação do coração acrescenta dificuldades às dificuldades.
É uma reacção natural. Mas o Senhor diz-nos que podemos ultrapassar tudo com
uma atitude de fé, apoiando-nos no seu poder, na sua riqueza. Somos fracos e
pobres. Mas as riquezas do Senhor são também nossas, e Ele está connosco
sempre. Quando diz que nos vai preparar um lugar, não quer dizer que nos
abandona, mas que sofrerá para transformar o homem, para o tornar capaz de se
aproximar de Deus. «Em Cristo, mediante a fé nele, temos a liberdade e coragem
de nos aproximarmos de Deus com confiança», escreve Paulo aos Efésios (3, 12).
E acrescenta «por isso, peço-vos que não desanimeis com as tribulações que
sofro por vós; elas são a vossa glória» (3, 13). Graças à morte e à
ressurreição do Filho, o homem pode aproximar-se de Deus sem tremer, e cheio de
um amor confiante e agradecido. Foi desse modo que Jesus nos preparou um lugar na
casa do Pai. Ele continua a ser para nós, hoje, o caminho a verdade e a vida.
Só com Ele podemos ultrapassar os ciclones da ganância e da sensualidade sem
limites, e os ventos gélidos da injustiça e do cinismo. Se alguém nos quiser
levar por outros caminhos, não esqueçamos que só Ele é o caminho. Se nos
propuserem soluções mais avançadas, lembremo-nos que só Ele é a verdade. Se nos
quiserem ensinar a viver mais intensamente e com mais liberdades, recordemo-nos
de que só Ele é a vida.
Oratio
Senhor,
ampara o meu coração vacilante. Como é difícil resistir a tantos vendavais que
parecem varrer da face da terra o património espiritual acumulado
durante séculos pelo trabalho generoso dos teus missionários e pastores. As nossas comunidades envelhecem, declina a prática religiosa, são cada vez menos as vocações. Vem, Senhor, em auxílio da minha fé vacilante. Não quero abandonar-te, porque és tudo para mim. Apoia a minha esperança fraca, que gostava de ver os novos tempos iluminados pela tua verdade. Atiça a frágil chama do meu amor pelos irmãos, que gostaria de ajudar a pôr em contacto Contigo. Sê para mim o caminho, a verdade e a vida. Amen.
durante séculos pelo trabalho generoso dos teus missionários e pastores. As nossas comunidades envelhecem, declina a prática religiosa, são cada vez menos as vocações. Vem, Senhor, em auxílio da minha fé vacilante. Não quero abandonar-te, porque és tudo para mim. Apoia a minha esperança fraca, que gostava de ver os novos tempos iluminados pela tua verdade. Atiça a frágil chama do meu amor pelos irmãos, que gostaria de ajudar a pôr em contacto Contigo. Sê para mim o caminho, a verdade e a vida. Amen.
Contemplatio
Jesus é o
caminho. «Para onde vou, vós sabeis e sabeis o caminho». A questão de Tomé é
surpreendente, Jesus falou sempre tão claramente!
Para onde vai? Vai para o seu Pai, disse-o muitas vezes e acaba de o repetir:
«Vou preparar-vos um lugar na casa de meu Pai».
Jesus é o caminho. Não disse ele a todos os que chamava: «Sequere me, segui-me? Mostrou-nos o caminho que conduz ao céu, é aquele que ele mesmo percorreu primeiro. É o caminho da humildade e da doçura, é o caminho do desapego e da renúncia, a via da penitência e da reparação, é a via da dedicação e do sacrifício.
É também a via de união e de amor. Quantas vezes, Nosso Senhor nos disse:
«Vivo no meu Pai, e o meu Pai em mim; faço sempre a vontade de meu Pai; amo o meu Pai, observo os seus preceitos e permaneço no seu amor». Eis o caminho: manter-nos unidos a Jesus, ao seu divino Coração: fazer em tudo a sua vontade, permanecer no seu amor; aprender dele que é doce e humilde, que foi sacrificado e imolado, que se abandonou nas mãos do Pai (Leão Dehon, OSP 3, p. 441s.).
Para onde vai? Vai para o seu Pai, disse-o muitas vezes e acaba de o repetir:
«Vou preparar-vos um lugar na casa de meu Pai».
Jesus é o caminho. Não disse ele a todos os que chamava: «Sequere me, segui-me? Mostrou-nos o caminho que conduz ao céu, é aquele que ele mesmo percorreu primeiro. É o caminho da humildade e da doçura, é o caminho do desapego e da renúncia, a via da penitência e da reparação, é a via da dedicação e do sacrifício.
É também a via de união e de amor. Quantas vezes, Nosso Senhor nos disse:
«Vivo no meu Pai, e o meu Pai em mim; faço sempre a vontade de meu Pai; amo o meu Pai, observo os seus preceitos e permaneço no seu amor». Eis o caminho: manter-nos unidos a Jesus, ao seu divino Coração: fazer em tudo a sua vontade, permanecer no seu amor; aprender dele que é doce e humilde, que foi sacrificado e imolado, que se abandonou nas mãos do Pai (Leão Dehon, OSP 3, p. 441s.).
Actio
Repete
frequentemente e vive hoje a palavra:
«Eu sou o Caminho» (Jo 14, 6).
«Eu sou o Caminho» (Jo 14, 6).
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