quarta-feira, 20 de abril de 2016

Abstive-me da tv no domingo-Prof. Fernando

Abstive-me da tv no domingo. Achei que seria estressante ouvir discursos de suas Excelências. Na segunda vi trechos da sessão de votação na internet e nos noticiários. Foi bom não ter assistido ao vivo. Ficaria mais envergonhado do que fiquei verificando que temos uma Câmara deste nível.
Foi bom não ter assistido à comédia (ou tragédia - horríbile vísu,(Eneida XI,271), diria o poeta Virgílio). Foi bom não ter participado do clima de "copa do mundo" em que transformaram uma votação tão importante e séria para o país. Num jornal (por sinal favorável ao Sim) leio nesta segunda reportagem que diz ter havido, entre 367 votos, apenas 16 que se referiram ao crime a que se referia o processo. A maioria dedicou o voto à neta, à sogra, ao marido (por sinal preso pela PF na 2a.feira).

Não vi o vídeo e não me agrada referir (horrésco réferens, Eneida II,204, diria o poeta latino), mas soube que houve até elogios à ditadura e a um torturador. Conforme comentou um conhecido âncora de tv,  é normal que os deputados expressem sua ideologia, mas torturador não tem ideologia nem é a favor ou contra o impeachment. Aquele que alcançou o nível mais baixo da natureza humana é simplesmente... torturador.

Pessoalmente não gosto de teorias conspiratórias. Mas reconheço que, há meses achava que não havia assim tanta espontaneidade nas manifestações de rua. Dias antes de uma delas,uma gravação no meu telefone dizia: se você for digite um. Se não for digite dois. Domingo foi espetáculo preparado ao longo de meses. Mas não precisava terminar em circo. O nosso congresso me envergonha.



Pessoalmente também não costumo enviar emails a amigos e conhecidos com conteúdo político. Mas hoje, como nos tempos da ditadura, é preciso algum gesto político. Repasso o convite que recebi de amigos - ver o link abaixo. Se você já recebeu, delete o meu email. Este email não visa retomar debate próXcontra (de futuro incerto no Senado mas parece q. são favas contadas), nem a discussão Lava Jato e se Moro é CIA ou Opus Dei. Visa apenas fazer crescer o grito de indignação contra o circo em que transformaram o Congresso e apoiar a recuperação da dignidade do poder legislativo.

Não devemos julgar suspeitos nem réus. Precisamos guardar a presunção de inocência até o julgamento e a sentença. Mesmo no caso Cunha. Mas em países mais sérios a democracia exige no mínimo, o afastamento de cargos públicos até o esclarecimento de denúncias e o julgamento. Aliás o impeachment também é assim. Quem sabe nossa colaboração atendendo ao apelo referido no link contribua para limparmos um pouco o lixo e a hipocrisia presentes na Casa do Povo.
abrçs. indignados
fernando

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