segunda-feira, 21 de março de 2016

“UM DE VÓS ME TRAIRÁ” (Pe. Jaldemir Vitório)



(Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta)



DIA 22 DE MARÇO - TERÇA-FEIRA EVANGELHO (JOÃO 13,21-33.36-38)
SEMANA SANTA
(ROXO, PREFÁCIO DA PAIXÃO II – OFÍCIO DO DIA)



 A dureza do coração de Judas impediu-o de reconhecer quem, de fato, era o Messias Jesus. Sua decepção deveu-se ao fato de o Mestre não corresponder às suas expectativas messiânicas. Sem dúvida, Judas imaginava-o como um Messias glorioso, cheio de poder, líder de uma revolta contra os romanos, objeto da admiração popular. Evidentemente, os discípulos haveriam de tirar partido da situação, se as coisas fossem assim.

O projeto de Judas não encontrou guarida no coração de Jesus. O Mestre não buscava a própria glória, mas a fidelidade à vontade do Pai. Seu poder era usado para servir e libertar, e não para oprimir e dominar. Não estava tanto preocupado com os romanos, quanto com seus próprio compatriotas, que tinham transformado a religião em instrumento de opressão. Jesus tornara-se objeto da admiração popular, mas também vítima da perseguição sistemática por parte de seus adversários.

Nada do que Judas imaginava, acontecia com o Mestre. Daí a sua decepção. Sua decisão de trai-lo resultou de uma paixão precipitada. Não foi capaz de abrir mão de seu preconceito com relação a Jesus. Por isso, não vendo realizar-se o que imaginava, Judas optou por vender o seu Mestre.

A atitude do discípulo traidor repete-se cada vez que os seguidores de Jesus caem na tentação de medi-lo com os parâmetros que têm na cabeça. É o erro fatal de quem o desconhece.

 

Oração


Espírito de despojamento, aproxima-me de Jesus despojando-me de minhas ideias preconcebidas, a fim de que eu possa reconhecer o sentido de sua presença no meio de nós.





Santo do Dia / Comemoração (Santa Léia):



Muito poucos são os registros sobre Santa Léia.

Léia, jovem viúva cristã, recusou-se contrair segundas núpcias com um rico nobre romano, desistindo de uma vida de luxo e riqueza para aderir às primeiras comunidades cristãs. 

São Jerônimo, organizador das comunidade desta época, foi acusado de atrair Léia e outra viúvas para o cristianismo. Exilou-se então em Belém. 

Ao saber da morte de Léia, Jerônimo escreveu uma carta sobre a vida desta viúva, e este é o único documento que temos sobre ela.

Segundo São Jerônimo, Léia consagrou-se à vida religiosa, tornou-se madre superiora, e com seu exemplo de humildade, oração e serviço, testemunhou seu amor a Cristo. 

Passou a vida envolta em vestes simples e gastava horas em profunda oração. Nunca fez nada que lhe servisse de vanglória ou que lhe trouxesse benefícios pessoais. 

Sua vida era sua quarto, pequeno no espaço, mas grande como local de louvor a Deus. Ali ela tinha tudo o que precisava. Nada lhe faltou por ter trocado um rica mansão pela singeleza de um monastério. Ao contrário, sua grande riqueza foi a coroa da santidade, que perpetua até hoje sua memória entre nós. 

Santa Léia morreu em Roma no ano de 384. 


          Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR


 REFLEXÃO 

O silêncio nos permite recolhermo-nos para orar a Deus em segredo. Ele nos permite viver em solidão no meio dos irmãos. De certa forma, ele nos separa uns dos outros. Ele nos força a nos desprendermos das afeições naturais que seriam obstáculos, das presenças que nos tornariam menos disponíveis para escutar a voz do Espírito que está em nós. Aprendamos de Santa Léia o cultivo do silêncio como forma de alimentar nosso maior contato com o amor de Deus.

ORAÇÃO 

Senhor Jesus, vós nos dissestes: "Eu vim para servir e não para ser servido". Rogamos, pelo exemplo de Santa Léia, que embora fosse superiora colocou-se como escrava das outras religiosas, saibamos também nós encontrarmos alegria em servir e em todas as circunstâncias exercer a verdadeira caridade.


Santa Léia, rogai por nós.





        Enviado por: Ademilson Moura – Paróquia Santo Antônio – Pirassununga-SP.

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