ANUNCIAÇÃO DO SENHOR SEGUNDA FEIRA 04/04/2016
1ª Leitura Isaias 7, 1—14;8,;10
Salmo 39 (40) 8 a 9 a “Eis
que eu venho.Fazer a vossa vontade, meu Deus, é o que me agrada”
2ª Leitura Hebreus 10, 4-10
Evangelho Lucas 1, 26-38
JESUS, O
FILHO DE MARIA!"
Depois do nome, a referência
mais importante de uma pessoa é a sua filiação, filho de fulano e de cicrana,
ter uma mãe e um pai, uma origem, algo que está na essência da nossa
humanidade, sem essa referência, até da existência se pode duvidar. Quem é ele,
filho de quem, onde mora? O Filho de Deus, onipotente, onipresente, onisciente,
aceita trilhar o mesmo caminho do homem. A encarnação é obra de Deus, mas que
irá acontecer com a colaboração do homem.
O rei Davi era a dinastia
mais famosa de Israel, pois unificara o norte e o sul formando um dos maiores
impérios do oriente, o povo sonhava com aqueles tempos em que Israel era uma
nação respeitada e temida pelas demais, pois o rei Davi impunha respeito, pelo
poder do seu numeroso exército, mas acima de tudo por ter sido ungido do
Senhor, pois ser rei era uma missão divina. As profecias falavam que o esperado
messias era dessa família e que seria igual ou até melhor que Davi, ele era
para o povo o braço poderoso de Deus lutando a favor dos pobres, alinhando-se
com os homens justos e punindo os maus.
Os grandes acontecimentos ou
decisões importantes que representem mudança na vida do povo, só poderiam
ocorrer no meio dos poderosos, ao povo cabia ouvir, dizer amém e agüentar as
conseqüências. Entretanto a vinda do messias começa a ser articulada entre Deus
e uma mocinha pobre da periferia chamada Nazaré, até ela própria fica assustada
e surpresa quando percebe que está em suas mãos mudar os rumos da história do
seu povo. A mudança dos rumos de uma nação, só começa a acontecer de fato,
quando o povo descobre a sua força. Deus nunca seguiu as estruturas humanas
para realizar a salvação da humanidade, escolhe como parceiro pessoas fracas,
aparentemente incapazes de fazer qualquer mudança.
Por caminhos tortuosos,
incompreensíveis para os homens, Deus irá cumprir com a promessa, o noivo de
Maria chama-se José e pertence a família do grande rei Davi mas apesar disso,
José é um homem do povo, que vive de sua profissão de carpinteiro. E Maria?
Quais eram seus planos de vida?
Todos nós temos de ter um
projeto de vida, quem não tem, acaba não vivendo bem e nem sabe o sentido da
vida. Maria estava prometida em casamento a José, como seu povo ela também
esperava o messias, ela também alimentava no coração a esperança de dias
melhores.
E em um momento de oração
Maria se abre para ouvir a Deus e descobrir a sua vontade a seu respeito.
Somente uma fé madura e consciente consegue se abrir diante de Deus e ao mesmo
o questiona. Há certas coisas em nossa vida de difícil solução, e que seria tão
bom se Deus fizesse do nosso jeito. Não que Deus seja sempre do contra, mas
nunca vai ser do nosso jeito. Em Maria vemos o que é realmente a fé, quando não
fazemos questão que seja do nosso jeito, mas sim do jeito de Deus, daí é que as
coisas vão acontecer. Só que o jeito de Deus não é muito fácil de aceitar
porque ultrapassa a lógica humana.
Maria não é casada, não tem
marido, quando ela apresenta essa dificuldade o anjo anuncia que as coisas irão
acontecer do jeito de Deus e para que Maria possa confiar é lhe dado um sinal,
a prima Isabel, avançada em idade e ainda por cima estéril, irá conceber uma
criança. Os sinais de Deus nunca seguem a lógica humana, mas é preciso confiar.
E Maria aceita totalmente a missão, que não será das mais fáceis, abre mão de
todos os seus planos, inclusive o casamento com José, ela aceita o risco de ser
acusada de infidelidade, o que poderia fazer com que fosse condenada á morte,
caso o noivo a denunciasse.
Eis aqui a serva do Senhor,
faça-se em mim segundo a vossa palavra - Para nós, hoje é muito fácil aceitar e
entender essa história. Mas pensemos um pouco em Maria, que não fazia idéia do
que vinha pela frente, mas sabia que Deus estava com ela.
Hoje o reino de Deus vai
acontecendo e sendo edificado em meio aos homens, na medida em que, como Maria,
nós aceitamos o desafio, fazendo de nossa vida uma entrega total e silenciosa
nas mãos do Pai. Para isso é sempre preciso renovar a cada dia a decisão em
favor de Jesus e seu reino...(Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)
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