terça-feira, 15 de março de 2016

Jesus não se prevaleceu de sua igualdade com Deus!-Helena Serpa

20/03/2016 - Domingo de Ramos -  Primeira Leitura: Isaías 50, 4-7 – “Jesus abriu o caminho para nós como servo sofredor”
O profeta Isaias nos apresenta hoje a figura do servo sofredor, sensível aos apelos de Deus e conformado à Sua vontade. Assim, pois, o servo sofredor é a prefiguração de Jesus, o modelo de servo que soube dizer palavras de conforto à pessoa abatida, que foi obediente oferecendo-se como vítima expiatória pelos pecados da humanidade.  Cada homem e cada mulher que se propõem a seguir Jesus devem ter entendimento e trazer para si estas palavras: “O Senhor deu-me uma língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida “;   “Ele me excita o  ouvido para prestar atenção como um discípulo”.   Servo é aquele (a) que se compromete livremente com um serviço desinteressado e abnegado, deixando-se reger por um condutor. O servo que é fiel ao projeto de Deus está sempre atento às orientações e ensinamentos do Senhor como um discípulo atencioso. Jesus é o servo e ao mesmo tempo é o Mestre e nós, somos os seus discípulos, por isso, precisamos, como Ele, ter os ouvidos bem abertos e não resistir ao seu chamado, apesar de todas as dificuldades.  O Senhor Deus é o nosso auxiliador e não nos deixa desanimar.  Ele mesmo é quem nos conduz e, até enfrentando a fúria e a rebeldia dos inimigos, nós podemos permanecer firmes e não desanimar.  Jesus abriu o caminho para nós, como servo sofredor, por isso, todos nós que nos dizemos servos e servas precisamos nos pôr a disposição do Espírito Santo que é quem nos inspira e conduz por meio das pessoas, dos fatos e dos acontecimentos. Somos servos (as) de Deus quando prestamos serviço ao nosso próximo, por amor, não desviando o rosto, nem procurando nos esquivar dos encargos e compromissos confiando em que o Senhor Deus é o nosso auxiliador e não sairemos humilhados (as). - Para você quem é o Servo perfeito? – Você tem sido servo (a) de alguém? – Você tem se deixado guiar por alguém? – Você tem enfrentado dificuldades no seu serviço ao próximo? – Quem o (a) tem auxiliado? – Com quem você tem contado nas horas difíceis?  - Você tem tido medo de enfrentar os desafios da sua vida? – Você tem ajudado a alguém, encorajando-o a enfrentar as suas dificuldades? – Você tem usado a sua língua para dizer palavras de conforto a alguém? -  Existe alguém perto de você precisando de consolo?
Salmo 21 – “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”
Na liturgia de hoje nós acompanhamos os passos de Jesus na caminhada para o calvário. O salmista antecipa tudo o que Jesus iria passar durante o Seu martírio até o momento em que Ele sentiu-se abandonado pelo próprio Deus. Isso nos leva a pensar nos momentos em que nós também nos sentimos sem ninguém, vivendo a nossa dor, solitários no meio da multidão ao nosso redor. São momentos em que precisamos enfrentar o deserto tão necessário para o nosso crescimento. Mesmo assim, como Jesus, nós ainda temos força para dizer: “anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos!” O Pai que sofre conosco mesmo sem percebermos, alegrar-se-á com o nosso louvor.                                               
2ª. leitura – Filipenses 2, 6-11 – “Jesus não se prevaleceu de sua igualdade com Deus!

Ele esvaziou-se e humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz.” Com estas palavras São Paulo nos esclarece a respeito da vivencia de Jesus como homem, aqui na terra, e nos motiva a meditar como tem sido a nossa própria experiência de vida.  Mesmo sendo Deus, Jesus Cristo não se prevalecia desta condição e agia livremente, igual a qualquer homem, assumindo até a condição de escravo, sujeitando-se aos homens.  Fazendo um paralelo com a nossa vida chegamos à conclusão de que Jesus fez exatamente o contrário do que nós sempre costumamos fazer. Na nossa condição humana nós nos prevalecemos da posição social ou de qualquer outra justificativa para sermos privilegiados e não precisarmos passar por alguma situação de humilhação!  Nas ocasiões em que disputamos algum pleito, queremos sempre ser considerados, adulados, admirados e, na maioria das vezes, cheios de orgulho, temos o impulso de argumentar: “Você sabe com quem está falando?” “Você sabe quem sou eu? O nosso primeiro impulso é de continuamente querer mostrar quem somos nós, o nosso status, poder, situação financeira, contanto que nos livremos da obediência ao tributo que nos é imposto. Com Jesus Cristo, o Senhor, aconteceu exatamente o oposto: “Mesmo sendo de condição divina, Ele não se prevaleceu de sua igualdade com Deus,  mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens”.  Por isso, Deus o exaltou acima de tudo, dando-lhe o Nome diante do qual todos nós devemos nos ajoelhar. Portanto, hoje, nós devemos tomar consciência da nossa condição humana imperfeita e, assim, seguindo o exemplo de Jesus, também diante de Deus nos humilharmos. Assim fazendo, com certeza, também seremos exaltados e acolhidos no reino dos céus. – Você costuma se exaltar quando tem que enfrentar alguma situação constrangedora? – Você acha que a recompensa de ser exaltado mais adiante, compensa a vergonha de hoje ser humilhado? – Como você age quando passa por alguma situação vexatória no trânsito, nas repartições, nas filas de bancos, etc?

Evangelho  (Antes da Procissão dos Ramos Evangelho – Lucas 19,28-40 “ somos o jumentinho que leva Jesus”


Hoje nós somos chamados a reviver a entrada de Jesus em Jerusalém, quando Ele foi aclamado Rei pela multidão. O povo recebeu Jesus com palmas e cânticos de júbilo! Jesus chegou montado em cima de um jumentinho mostrando-se um rei humilde que não precisava de carruagens nem de grandes aparatos. Por isso, Ele escolheu um animal, criação de Deus, o mais simples, o mais rude. O jumentinho desempenhou bem o seu papel carregando Jesus a fim de que Ele fosse reconhecido pelo povo. O nosso desempenho também não deve ser maior do que o de um simples jumentinho do povo. A nossa parte é levar Jesus para que todos O conheçam. Porém, para que isto possa acontecer precisamos ter consciência de que somos apenas o jumentinho que leva Jesus. Do contrário, se tentarmos aparecer mais que Ele, nós  poderemos derrubá-Lo e o desastre será fatal! Não teremos mais serventia e o nosso destino será o anonimato. Jesus precisa de nós de diversas formas: como um jegue comportado e consciente da sua limitação, mas também para desamarrar os “jumentinhos” que ainda estão inertes e que precisam também levar Jesus até Jerusalém para que seja aclamado Rei. Eles podem estar até perto de nós, dentro da nossa comunidade ou  nas nossa casas. São os que ainda não assumiram a ordem de Jesus. Por isso, Jesus também nos diz: “Desamarrai-o e trazei-o aqui” Este também é um ultimato de Jesus para nós: o jumentinho é alguém que está preso, amarrado, amordaçado. O Senhor liberta-o e conta também com Ele para que O conduza pelos caminhos conquistando as nações. Todos precisamos ser os jumentinhos que levamos Jesus ao mundo! Aceite o desafio! Jesus lhe será grato!   - Você já fez a experiência de levar Jesus ao mundo? - Como foi o seu desempenho: quem apareceu mais, Jesus ou você?  - Você ainda se sente um jumentinho amarrado? – Existe alguém perto de você que precisa ser “desamarrado” para conduzir Jesus? 

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