21 de Fevereiro - DOMINGO - Evangelho - Lc 9,28b-36
A
Festa da Transfiguração do Senhor remonta ao século V, no Oriente. Na Idade
Média estendeu-se por toda Igreja Universal, especialmente com o Papa Calisto
III.
Presente
Pedro, João e Tiago Jesus se transfigura diante deles! Seu corpo ficou luminoso
e resplandecentes as suas vestes. Com isto Jesus quis manifestar aos discípulos
que Ele era realmente o Filho de Deus, enviado pelo Pai. Jesus é o cumprimento
de todas as promessas de Deus; é Deus conosco, a manifestação da ternura e da
misericórdia do Pai entre os homens. A sua paixão e morte não serão o fim, mas
tudo recobrará sentido quando Deus Pai o ressuscitar e o fizer sentar à Sua
direita, na Sua glória. Tudo isto é dito de uma maneira plástica – luz,
brancura, glória, nuvem… que indicam a presença de Deus.
Jesus
nos revela um Deus que surpreende. Fala da Glória. Todavia nos mostra que o
caminho necessário para ela é o caminho da cruz, da paixão e morte, da entrega
total de Sua vida pelo perdão dos pecados.
Já o
profeta Daniel ficou surpreendido, de ver entrar na glória e receber uma
realeza divina, com poder eterno, alguém semelhante a qualquer filho do homem.
Mas teve que passar pela cova de leões.
Surpreendidos
ficaram também os três apóstolos no Tabor ao verem Jesus tão divinamente
transfigurado, estando precisamente a rezar preocupado, como qualquer homem,
com o que ia sofrer em Jerusalém.
Na
liturgia de hoje, o Evangelista refere que Jesus levou consigo Pedro, Tiago e
João a um monte elevado e se transfigurou diante deles, tornando-se
resplandecente de tal brancura que «lavadeiro algum da terra poderia branquear
as suas vestes assim». É neste mistério de luz que hoje a liturgia nos convida
a fixar o nosso olhar. No rosto transfigurado de Jesus brilha um raio da luz
divina que Ele conservava no seu íntimo. Esta mesma luz resplandecerá no rosto
de Cristo no dia da Ressurreição. Neste sentido, a Transfiguração manifesta-se
como uma antecipação daquilo que nós nos revestiremos quando tudo se consumar
em todos. Aí sim celebraremos o mistério pascal.
A
Transfiguração convida-nos a abrir os olhos do coração para o mistério da luz
de Deus, presente em toda a história da salvação. Já no início da criação, o
Todo-Poderoso diz: «Faça-se a luz!» (Gn 1, 3), e verifica-se a separação entre
a luz e as trevas. Como as outras criaturas, a luz é um sinal que revela algo
de Deus: é como o reflexo da sua glória, que acompanha as suas manifestações.
Quando Deus aparece, «o seu esplendor é como a luz, das suas mãos saem raios»
(Hab 3, 4 s.). Como se afirma nos Salmos, a luz é o manto com que Deus se
reveste (cf. Sl 104, 2). No Livro da Sabedoria, o simbolismo da luz é utilizado
para descrever a própria essência de Deus: a sabedoria, efusão da glória de
Deus, é «um reflexo da luz eterna», superior a todas as luzes criadas (cf. Sb
7, 26.29 s.). No Novo Testamento, é Cristo que constitui a plena manifestação
da luz de Deus. A sua Ressurreição aboliu para sempre o poder das trevas do
mal.
Com
Cristo ressuscitado a verdade e o amor triunfam sobre a mentira e o pecado.
Nele, a luz de Deus já ilumina definitivamente a vida dos homens e o percurso
da história. «Eu sou a luz do mundo afirma Ele no Evangelho Quem me segue não
caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8, 12).
Marcos no Evangelho de hoje recorrendo a
elementos simbólicos do Antigo Testamento, faz uma catequese sobre Jesus, o
Filho amado de Deus, que vai concretizar o seu projeto libertador em favor dos
homens através do dom da vida. A ti que muitas
vezes estás, desanimado e assustado, Jesus diz: o caminho do dom da vida não
conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva. Segui-l’O é a garantia da
vitória final.
Portanto,
neste segundo Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o
verdadeiro discípulo deve seguir para chegar à vida nova. E este não é senão o
caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projetos, o caminho da obediência
total e radical aos planos do Pai.
Bela reflexão; Que Deus continue dando-os sabedoria da sua palavra.
ResponderExcluirBela reflexão; Que Deus continue dando-os sabedoria da sua palavra.
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