29/02/2016 - 2ª. Feira III semana da quaresma - 2 Reis 5, 1-15 – “mergulhar nas águas do Batismo”
Naamã partiu para Samaria à procura do profeta Eliseu, um homem de
Deus, desejando ser curado da lepra. Assim, preparou-se levando dinheiro, ouro
e mudas de roupas e presentes valiosos, também cartas de apresentação do rei de
seu país para o rei de Israel, a fim de receber a cura para a sua enfermidade. A
história de Naamã reflete a mentalidade humana diante das circunstâncias que a
vida lhe impõe, quando não entende a intervenção poderosa de Deus e acha que
agradando aos “reis e soberanos” da terra, encontra a saída para as suas
moléstias. Porém,
o rei diante do que lhe era proposto reagiu com veemência e recusou os seus
presentes reconhecendo a sua incapacidade e até suspeitando ser vítima de um
embuste. No entanto, Eliseu, homem de Deus, com naturalidade, sem mesmo
precisar vê-lo, instruiu Naamã para que mergulhasse sete vezes no Jordão a fim
de que a sua carne fosse curada e limpa. E foi justamente essa sua simplicidade
que levou Naamã a desconfiar da sua orientação.
Ele, sem imaginar que Deus teria poder de tocá-lo e curá-lo sem
necessidade de que estivesse na presença de “homens”, afirmou: “Eu pensava que ele sairia para me receber e
que, de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, e que tocaria com sua mão o
lugar da lepra e me curaria”. Assim somos nós, embora que sejamos
estimados, considerados, honestos e guerreiros, somos também, leprosos (as) A
lepra é o pecado e só seremos libertos (as) do pecado quando mergulharmos nas
águas do Batismo, com Jesus. Não precisamos de pompas nem de grandes coisas,
mas, simplesmente, admitir que devemos nos humilhar, para reconhecer a
necessidade de mergulhar na perfeição de
Deus, sete vezes, isto é, sempre. O Espírito Santo é a água que nos
purifica e mergulhar no Espírito Santo é ser lavado nas águas da misericórdia
do Senhor. É pela nossa perseverança,
pela nossa constância e fidelidade que obtemos os favores de Deus que cura as
nossas enfermidades e as nossas “lepras”. É fiel quem tem fé e quem aceita os
tratamentos do Espírito Santo, que na maioria das vezes, têm efeito por meio de
uma simples oração, pela participação na Eucaristia, na confissão, ou pela
prática do jejum, da esmola, das boas ações, do perdão ao irmão (ã), feitos com
perseverança. Queremos coisas muito especiais, por isso, continuamos leprosos
(as) necessitados (as) de atenção, porém o Senhor cheio de misericórdia e de
amor nos ordena apenas que mergulhemos sete vezes no Jordão. – O que é para você mergulhar no Jordão? –
Você confia em que o Senhor pode curá-lo sem que você precise estar na presença
dos “Eliseus”? – Você é perseverante na oração e nos sacramentos?
Salmo 41 –“Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: e quando verei a face de
Deus?”
Somos enfermos, sedentos e necessitamos da água de Deus que é a Sua
Misericórdia. A sede que temos de Deus se manifesta através da tristeza,
angústia, da aflição, do medo, da falta de esperança. Porém, quando tomamos
consciência de que é o Senhor quem tem o remédio para os nossos males, aí então
sentimos a alegria de ver a Sua face que se apresenta a nós de muitas maneiras.
Cante esse salmo e tenha a sua alma refrigerada e consolada.
Evangelho –
Lucas 4, 24-30 – “precisamos apenas confiar na força e no poder do Espírito ”
“nenhum
profeta é bem recebido em sua pátria”. Com estas palavras Jesus abria os olhos do povo de Nazaré que não O
acolhia nem o reconhecia. Neste
Evangelho, reportando-se às figuras de Elias e de Naamã, o sírio, Ele quer
nos prevenir que nem sempre teremos sucesso no espaço em que as pessoas já têm
o costume de nos escutar e já estão acostumados conosco. Na maioria das
vezes não damos muita importância a quem
está perto de nós, por isso vamos procurar longe, os milagres que Deus tem
poder de fazer, perto de nós. O poder vem do alto e não depende de quem quer
que seja, mas da vontade do Senhor e da nossa fé. Assim,
Elias foi mandado para fazer prodígios na vida de uma viúva, fora de Israel e
Naamã, o sírio, precisou ir a Israel para que o profeta Eliseu o orientasse e
este fosse curado da lepra, mesmo que lá em Israel existissem muitos leprosos
que não haviam conseguido a cura. Essas interferências são próprias da nossa
natureza humana que não admite se curvar diante do poder que Deus tem sobre
nós. Jesus falava estas coisas aos judeus que não O reconheciam porque Ele era
o filho de um simples carpinteiro que morava perto deles. Todos O conheciam e não acreditavam que Nele
estava o poder do Espírito Santo. Por
isso, quando formos enviados (as) para falar de Jesus no meio da nossa família,
não precisamos nos angustiar se não conseguirmos êxito, mas, tão
somente, confiar na força e no poder do Espírito que poderá agir no meio
do nosso povo, mesmo que não acreditem em nós. Perseverar e nunca
desistir de ir, é a nossa parte. Em todos os lugares e em qualquer situação poderemos
ser os Elias, os Eliseus de hoje, assim como também, os Naamã e as viúvas de
Serepta. Às vezes, não fazemos sucesso onde queríamos, mas o Senhor nos
envia a alguém a quem nem imaginamos, para que por nosso meio ele possa
obter cura e libertação. - A quem você
se sente chamado (a) a evangelizar? – Você já fez a experiência de ir à busca
dessas pessoas? – Para você o que é evangelizar? – Você já desistiu de
evangelizar na sua casa?
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