29 de Fevereiro - Segunda - Evangelho - Lc 4,24-30
Bom
dia!
Frei
Alceu disse algo interessante: “Pela oração vamos ao encontro de Deus e
ao sermos expostos ao sofrimento, Deus vem a nosso encontro”. Sim! Deus bem
sabe a quem envia os seus profetas, no entanto mesmo sendo Deus a enviá-los,
nem sempre serão bem recebidos, ouvidos, (…).
Primeiro
ponto…
Levar
a palavra de Deus aos irmãos requer muita coragem nossa, pois essa mesma
palavra que edifica, consola e renova a vida também exorta, chama a atenção,
corrige. Falo isso, pois enquanto ouvirem palavras de edificação, consolo ou vida
não terá problemas, mas todas as vezes que o profeta levantar sua voz para
denunciar, causará a revolta daqueles que vivem nas sombras.
Anunciar
a Palavra é “acostumar-se” com expressões “santo de casa não faz milagres”,
“quem é você”, “quem você pensa que é”, entre outras. É acostumar ouvir
criticas sem fundamento, apelidos pejorativos, ofensas, perseguições,
deslocamentos e projeções. É “acostumar” com a idéia de isolamento social,
fofocas, “disse-me-disse”, no entanto… VALE MUITO A PENA CONTINUAR…
Segundo
ponto…
Deus
nos manda, portanto devemos ir. Nunca disse que seria fácil. Nunca escondeu as
perseguições e as dificuldades pelo caminho. Nunca disse que seria um mar de
flores, (…), mas SEMPRE nos alertou. Alertou dos falsos profetas, das noites
mal dormidas, das perseguições por causa do Seu nome. Ordenou que vigiássemos e
orássemos; que não pulássemos do barco; que as inconstâncias seriam passageiras
(…). Disse que pela fé caminharíamos sobre as águas, removeríamos montanhas,
venceríamos o inimigo.
“(…)
Vede, eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos. Sede, portanto, prudentes
como as serpentes e simples como as pombas”. (Mateus 10, 16)
Se
tivermos que falar, falemos; denunciar, denunciaremos! Se pudéssemos buscar um
culpado para a vida que o povo de Deus leva hoje em relação às diferenças
sociais, pobres e ricos, assistidos e abandonados, teríamos muitos personagens.
Mas se procurássemos cúmplices teríamos começar por nós.
A
campanha da fraternidade desse ano expõe isso e deve ser então que muita gente
corra de discuti-la, cantá-la, pregá-la. Tememos o envolvimento, não queremos
nos indispor. Nosso povo é carente, pois em média, é um povo simples, pacifico
e amoroso. Um povo bom, supersticioso, mas temente a Deus; que confia nas
pessoas que não cansam de traí-las por dinheiro, poder e status. Um povo que vê
seus profetas se omitir, se calar, se esconder…
Deus
nos chama a ser sacerdote, rei e profeta. Para postos, cargos, lugares de
destaque aparecem aos montes, mas o que nos falta são aqueles que desejam beber
o mesmo cálice, ou seja, abraçar a comunidade, as pessoas, as pastorais, a
família, a vida cristã. Tem gente que acha que ser pregador, intercessor,
ministro, coordenador, chefe é status, engano, é serviço!
Ainda
nos falta coragem pra assumir que DE FATO o REINO DE DEUS É POSSÍVEL.
Espelho
em Dom Bosco que testava a batina dos seus seminaristas para ver se eram
resistentes aos puxões das crianças; se eram próprias e fortes para a lida com
os adolescentes.
Deseja
o reino? Ponha-se a serviço! A começar em mim!
Isso
me fez lembrar quando dois discípulos, através de sua mãe, foram citados para
ocupar um lugar de destaque perante aos outros:
“(…)
Jesus lhes disse: ‘Não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber o cálice que
eu vou beber? Ou ser batizados com o batismo com que eu vou ser batizado?’
Responderam: ‘Podemos’. Jesus então lhes disse: ‘Sim, do cálice que eu vou
beber, bebereis, com o batismo com que eu vou ser batizado, sereis batizados.
Mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não depende de mim; É PARA
AQUELES PARA QUEM FOI PREPARADO”. (Marcos 10, 38-40)
Um
imenso abraço fraterno!
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