4 de Fevereiro- Quinta -
Evangelho - Mc 6,7-13
O chamado e consequentemente o envio é uma tarefa que não se pode realizar no individualismo. O chamado é pessoal, a resposta também, mas o ministério, o serviço deve ser entendido numa dimensão comunitária. Pois a igreja é mistério de comunhão. E para que os apóstolos entendessem isso, Ele os envia em missão, dois a dois, colocando como centro vida em comunidade na ação missionária. Este foi o espírito do Concílio Vaticano II: A missão na Igreja-comunhão.
A
comunhão entre os fiéis em seus vários estados e estilos de vida faz com que a
Igreja se sinta por dentro da missão de Jesus.
Para
Marcos no Evangelho de hoje a missão dos Doze, portanto da Igreja hoje, é a
mesma missão de Jesus. Cristo nos envia a pregar o Evangelho, a penitência,
expulsar os demônios e a curar todas as enfermidades.
Em
São Tiago, em lugar dos Doze estão os presbíteros que são os cooperadores na
missão dos Doze e em lugar do envio direto de Jesus temos a unção em nome do
Senhor, isto é, de Cristo glorioso no Céu. Em nossos dias os cooperadores, os
enviados em missão somos todos nós. Leigos ou clérigos. Cristo nos unge e envia
em issão para que todos os homens conheçam a verdade e se salvem.
Ele nos pede ao nos enviar, a comunhão,
simbolizada pelo envio de dois em dois. Que sejamos
despojados de riquezas, ganância, orgulho, avareza e vaidade: nada tomar
para o caminho, exceto um bastão, a coerência em uma conduta simples e
humilde: não andeis de casa em casa, em uma conduta regida pela
liberdade de espíritose em algum lugar não os receberem, sair e
sacudir o pó dos vossos pés.
Ele
ainda nos adverte: Assim como as palavras de Jesus não foram bem acolhidas até
pelos próprios parentes, assim também os Doze na missão encontrarão
dificuldades. Como não acolheram nem escutaram a Jesus, assim algumas vezes
também não escutarão aos Doze. Quanto falo dos doze falo de mim, falo de ti.
Mas é preciso não perder o fôlego. É preciso que tenhamos bem presente que com
Cristo e em Cristo nós somos mais do que vencedores.
Segundo
João Paulo II na Exortação Apostólica Redemptoris Missio, a missão confiada à
Igreja está muito longe de ser atingida. Estas palavras podem ser pronunciadas
em cada geração e em cada época histórica, porque é necessário estar sempre
começando.
A
única coisa que nesta hora de Deus não podemos fazer é cruzarmos os braços,
estar sem fazer nada. Seria uma postura irresponsável e indigna de um bom
cristão!
Livres
para a missão. Para sermos “missionários” precisamos ser livres. Livres para
aceitar esta dimensão própria da vocação cristã. Livres para responder a Deus
com generosidade, sem laços de instintos e paixões egoístas; livres para seguir
docilmente as luzes e os movimentos do Espírito Santo dentro de nós mesmos.
Precisamos
ser livres de todo apego aos bens e meios materiais, para nos apresentarmos com
o evangelho puro, sem alterações, livres de todo orgulho e ânsia de poder, com
a consciência clara de que somos servidores do homem.
Precisamos
estar equipados somente com um grande amor a Jesus Cristo, nosso modelo;
equipados com o Evangelho feito vida; equipados com a confiança em Deus e com a
esperança na ação do Espírito Santo no coração dos homens.
Como
cristãos somos chamados a abrir caminhos que para, pelo e por amor rompam as
cercas levantadas pelo sistema do poder, que gera ódio, vingança, injustiças,
fome e morte de todos os homens e mulheres. E nesta luta não temos dia nem
horas. O nosso Guia nos disse: Meu Pai trabalha todos os dias e eu também
trabalho. Assim, sendo, não temos que procurar descanso, a não saber que
fazemos a santa vontade de Deus.
Senhor
Jesus ensinai-me a ser generoso, a servir-Vos como Vós o mereceis. A dar-me sem
medias, a combater se cuidar das feridas. A trabalhar sem procurar descanso. A
gastar-me sem esperar outra recompensa. Senão saber que faço a vossa vontade
santa. Amén!
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