17
de Fevereiro - Quarta - Evangelho
- Lc 11,29-32
Os
judeus pediam um sinal a Jesus, uma prova de que ele é mesmo o enviado de Deus.
Jesus responde que não lhes será dado outro sinal, a não ser o sinal de Jonas.
Jonas,
como sabemos, foi atirado no mar, em seguida uma baleia o engoliu e três dias
depois o vomitou vivo na praia (Cf Jn 1,15.2,1-11).
Jesus
se refere ao seu sepultamento, em que ficou também três dias debaixo da terra e
depois ressuscitou vivo. Esta foi uma grande prova da sua divindade. Mas foi
também uma prova da radicalização do pecado dos judeus: Mataram o Filho de
Deus.
De
fato, não tinha cabimento pedir sinal a Jesus, pois fazia milagres todos os
dias. Só quem era cego não via.
Acontece
que a nossa fé é proporcional à nossa obediência a Deus. Quem não segue os
mandamentos, fica como que cego e não vê as passagens de Deus pela sua vida.
Por isso acaba se desviando da fé verdadeira.
A
nossa desobediência a Deus começa com pequenas falhas. Se não nos convertemos,
elas vão aumentando aos poucos. De repente nós caímos num pecado grande, e
levamos um susto. Esse susto é convite de Deus, sinal do amor dele a nós.
Muitos tomam um copo de cerveja para esquecer o susto e continua a vida. Esses vão
acabar fazendo pecados ainda maiores, como os judeus do tempo de Jesus, que o
mataram.
“Quem
acolhe e observa os meus mandamentos, esse me ama. Ora, quem me ama será amado
por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele” (Jo 14,21). Por outro lado,
quem não obedece os mandamentos, acaba escondendo-se de Deus, como aconteceu
com Adão e Eva.
“Assim
como o corpo sem o espírito é morto, assim também a fé, sem a prática, é morta”
(Tg 2,26).
No
Evangelho, Jesus lembra também o exemplo bonito da Rainha de Sabá: Ao ficar
sabendo da sabedoria de Salomão, veio de tão longe para ouvi-lo (Cf 1Rs
10,1-10). E Jesus, muito maior que Salomão, estava ali no meio daqueles chefes
e eles não o ouviam.
Jesus
chamou os judeus do seu tempo de geração má, quer dizer, uma geração que
pratica obras más. As obras más endurecem o nosso coração para o amor a Deus e
ao próximo e o fecham para a fé verdadeira. Quem pratica obras más torna-se
presa fácil de seitas.
Nós
buscamos instintivamente a coerência entre as várias dimensões da nossa pessoa.
Se a nossa vida prática não segue o que acreditamos, passamos a acreditar
naquilo que combina com a nossa vida prática.
“Josué
disse ao povo: Não podeis servir ao Senhor, pois ele é um Deus santo, um Deus
ciumento, que não suportará vossas transgressões e pecados” (Js 24,19).
Logo
que Jesus morreu, o centurião disse: “Este era verdadeiramente Filho de Deus!”
(Mt 27,54). Que nós não cheguemos a esse ponto, de só “acordar” depois que
cometemos um pecado horrível. Para isso, precisamos ser menos críticos e mais
dóceis diante da Palavra de Deus. Que o bom Deus tire o nosso coração de pedra
e coloque no lugar um coração de carne, mais sensível aos sinais que ele nos
manda.
Certa
vez um rapaz procurou o padre, querendo resolver umas dúvidas de fé. O padre
levou-o para a sala de atendimento, os dois se sentaram e o padre foi logo
perguntando: “Quanto tempo faz que você não se confessa?” O rapaz respondeu:
“Não é isso, padre, o meu problema são dúvidas de fé!” “Sim, respondeu o padre,
mas eu gostaria que você antes se confessasse. Depois a gente conversa sobre a
fé”. Depois de muita conversa, o padre, com sua bondade, conseguiu convencer o
jovem a se confessar. Foi uma confissão longa e o jovem até se emocionou.
Terminada, o padre lhe disse: “Agora vamos conversar sobre a fé. Pode
apresentar as suas dúvidas. “Não tenho mais dúvidas, respondeu o moço. Muito
obrigado, senhor padre!” E deu-lhe um abraço.
É
sempre assim. A vida de pecado interfere na nossa fé. Existe uma relação: Vida
de pecado = Dúvidas de fé. Prática das virtudes = Aumento de fé.
A
nossa fé cresce junto com a nossa obediência a Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário