domingo, 31 de janeiro de 2016

“... MEUS OLHOS VIRAM A TUA SALVAÇÃO.”- Olivia Coutinho

 
Dia 02 de Fevereiro de 2016
 
Evangelho de Lc2,22-40

        O evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, nos coloca no templo de Jerusalém contemplado a apresentação de Jesus!
Quarenta dias após o seu nascimento, Jesus é levado ao templo pelos seus pais, para cumprir um ritual judaico, isto é, todo primogênito do sexo masculino deveria ser consagrado ao Senhor!
Maria e José, num gesto de entrega total, apresentam Jesus, o preciosíssimo tesouro que eles sabiam não lhes pertencer, pois  pertencia  a Deus! Com este gesto, eles nos dão um grande exemplo de responsabilidade para com o que é de Deus, mostrando-nos que a vida dos nossos filhos não nos pertence, somos apenas depositários destes tesouros pertencentes a Deus!
Em se tratando da apresentação do próprio Filho de Deus, este ritual adquire um significado muito profundo, estreitamente ligado ao mistério da encarnação.
O rito da apresentação de Jesus foi diferente dos ritos habituais em que os pais apresentavam seus filhos a Deus, num sinal de oferta e de pertença a Ele. Já, no rito da apresentação de Jesus, acontece o inverso, é Deus quem apresenta o seu Filho aos homens pela boca do profeta Simeão. 
Tanto, na apresentação de Jesus no templo, quanto na ocasião do seu nascimento, Deus deixa transparecer a sua predileção pelos “pequenos”, pois foi para os “pequenos” que Ele se manifestou primeiro,  na gruta de Belém, os primeiros visitantes de Jesus, foram os pastores, pessoas simples que nem eram reconhecidas como gente pela sociedade. E  na sua apresentação no templo, foi também para os pobres, que Jesus se manifestou primeiro, ou seja, para os “pobres de Javé”: Simeão e Ana, que podemos intitulá-los como profetas da esperança!
O velho Simeão, esperava pela libertação de Israel, ele já havia recebido a promessa de Deus de que ele não morreria sem  antes ter visto o Messias!
Movido pela inspiração divina, Simeão chega  ao templo exatamente no momento em que Maria e José levam Jesus para ser apresentado a Deus, suas palavras proféticas, sobre o futuro de Jesus, constituem o centro do relato. 
Já prestes do fim de sua existência terrena, Simeão toma o menino Jesus em seus braços definindo-o como: “a salvação que chegou para todos os povos!” Salvação, que chegou na fragilidade de um menino que estava começando a vida e que mais tarde daria esta vida para o resgate da humanidade que se deixou corromper pelo pecado.
Os olhos de Simeão viram longe, viram  naquele menino, ainda totalmente dependente do humano, a salvação do próprio humano!
Na cena, Maria permanece silenciosa, certamente ela ainda não havia entendido tudo a respeito da trajetória do seu filho, mas acolhe as profecias de Simeão sobre o seu futuro, aceitando silenciosamente os desígnios de Deus.
Após ter tido a felicidade de ter o Messias em seus braços, Simeão sente que já podia partir deste mundo, afinal, seus olhos já tinham visto o que ele tanto esperava: a “libertação do povo de Israel".
Contemplando o Messias em seus braços, ele pensou somente no bem do povo, pois ele sabia que não iria usufruir da alegria de ver Jesus caminhando  neste chão!
Contemplemos a figura de Simeão, tomando para nós, o seu exemplo, exemplo de um homem que via longe, que apesar da fragilidade de sua idade avançada, sonhava grande!
Simeão e Ana representam o povo fiel, o povo persistente que não perde a esperança porque confia nas realizações das promessas de Deus! Assim como eles, sejamos também, persistentes em nossas esperas, sem nunca desistirmos dos nossos sonhos, afinal, se temos Deus conosco, tudo nos será possível!
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
 
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