terça-feira, 26 de janeiro de 2016

-JESUS NÃO FOI JOGADO NO PENHASCO-José Salviano

4º DOMINGO COMUM
Ano C
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31 de Janeiro


Evangelho Lc 4,21-30

PRIMEIRA LEITURA

         Profeta é todo aquele que denuncia as injustiças, e anuncia a palavra de Deus. Profeta é aquele que antes de nascer já é profeta, pois Deus assim o predestinou, para cumprir uma missão. Profeta é aquele que mesmo sabendo que está remando contra a maré, que não está agradando a todos, continua mostrando o que há de errado no meio da comunidade, mesmo sabendo que sofrerá as consequências: Exclusão, abandono, discriminação, inveja, etc.
         O profeta não tem medo, porque ele sabe que a força do Todo poderoso está com ele.
         Vá em frente! Seja você um profeta! Denuncie as injustiças sem medo. Pois o Senhor está sempre do seu lado dando-lhe força e proteção.

SALMO
         O Senhor Deus é o Rei dos Céus e da Terra, e nós devemos anunciar suas graças infinitas todos os dias da nossa existência. Ele é o nosso Pai todo poderoso.
         O Senhor nosso Deus é o nosso refúgio, para o qual nos escondemos nos abrigamos das intempéries, e das investidas injustas dos nossos inimigos.
         O Senhor é a nossa esperança e por isso nossa boca anuncia sempre a sua palavra aos que querem ouvir.

SEGUNDA LEITURA
         A segunda leitura nos ensina o que significa ser bom, ser puro ser caridoso e santo. Muitos de nós se apresenta aos demais como se fosse “o cara”! Como se fosse o homem, a mulher modelo a ser seguido por todos que querem ser bons, que querem ser os melhores. Assim, muitos de nós aparecem com um sorriso, com um ar de sinceridade, com uma cara de honestos, com um palavreado que até nos parece palavras sérias. Muitos de nós fazem doações a casas de caridade, ou até constroem orfanatos em países distantes, muitos de nós dão esmolas a muitos necessitados, etc.  Mas será que fizeram ou fazemos tudo isso do fundo do coração? Será que suas intenções são verdadeiras? São sinceras? Será que lá no fundo estão mesmo querendo aliviar o sofrimento do irmão ou estão querendo mesmo é se promover?
O que o texto nos mostra, é que certas atitudes de generosidade, nem sempre são acompanhadas da devida disposição interior de plena ou perfeita caridade. O que Paulo, o inspirado pelo Espírito de Deus quer nos mostrar, é que nem sempre as nossas atitudes ou gestos de amor ao próximo, são verdadeiro, são reais, são merecedores de méritos diante de Deus, pelo fato de não serem acompanhados da uma forte vontade de ajudar realmente o irmão carente, necessitado, derrubado, excluído... Podem ser gestos sociais, interesseiros, politicamente corretos, são sorrisos falsos, apertos de mão mecânicos e interesseiros. Pouco ou nada disso vai ser contabilizado para a nossa entrada na vida eterna.
Por que a verdadeira caridade  é ter paciência com os defeitos dos outros,  é desrevestida de qualquer maldade, e de inveja,  não é feita por vaidade, para satisfazer os nossos propósitos de sermos vistos ou benquistos por todos, ela não tem o objetivo de nos elevar ao pedestal de um homem ou mulher poderosa. E acima de tudo, a verdadeira caridade não é feita por interesse, seja econômico, amoroso ou sexual.
O VERDADEIRO CARIDOSO É AQUELE, AQUELA, QUE SE SENTE FELIZ LOGO APÓS TER FEITO UMA AJUDA A UM NECESSITADO, sentindo uma sensação benigna, de satisfação plena, uma alegria interior por ter contribuído para matar a fome daquela pessoa que não tem nenhuma fonte de renda. Aquela pessoa que na verdade é o próprio Cristo que lhe apareceu na sua frente para lhe dar uma oportunidade de demonstrar o seu amor ao próximo, seu afeto verdadeiro ao irmão. 
Mas a perfeita caridade não é somente dar o sustento, ou vestir a quem está nu. Ser caridoso é também aturar, perdoar, compreender, ouvir os desabafos dos oprimidos, suportar suas ingratidões, suas agressões, calúnias, o seu ciúme, a sua inveja por você ter tudo o  que precisa, por você ter vencido na vida enquanto ele está na miséria.
A perfeita caridade, meus irmãos e minhas irmãs, é crer que aquela irmã, ou irmão que está caído, derrotado, derrubado que está lhe estendendo a mão, é o próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, que está bem ali presente diante  da sua pessoa!

EVANGELHO
         Logo após Jesus ter dito que o Espírito de Deus estava com Ele, Ele afirmou que :Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura  que acabastes de ouvir.”  E a maioria ali presente ficou entusiasmados com suas palavras bonitas e cheias de magia celestial. Eles ficaram admirados com as palavras cheias de encanto  que saíram de sua boca. 
Porém, eis que Jesus se revela como profeta, o que fez com que alguns questionassem a sua origem, perguntando:  “Não é este o filho de José?”   Como quem querendo dizer: Que autoridade ele tem sobre nós  para falar desse jeito? Quem ele pensa que é?
Isso até nos lembra de certos acontecimentos paroquiais, nos quais algum leigo devidamente preparado se propõe a fazer a homilia, ou mesmo a fazer a celebração na ausência do padre, e não é bem aceito por alguns. Muitos pensam:  Que exibido!... Quem ele pensa que é? Outros. Ele não é o seu fulano? Como pode orar e falar com essa autoridade?  
Percebe-se aí, uma pontinha de ciúmes, de inveja, embutida nesses pensamentos, ou mesmo comentários bem baixinhos feitos com a colega ou o colega do lado. Na verdade, quem age assim, é porque queria estar no lugar dele. Queria estar lá no altar aparecendo diante da assembleia, pois afinal, se acha com mais direito de fazer isso, por pertencer ao grupo dos mais chegados da paróquia.
É isso aí, meus irmãos. Infelizmente  nós somos assim! Os próprios discípulos discutiram pelo caminho, qual deles era o maior, o mais importante... Muitas vezes, um leigo bem intencionado e preparado, deixa ou desiste de tentar se inserir na comunidade paroquial para catequisar, pelo fato de ser constantemente ignorado, excluído, mantido fora das atividades paroquiais, de ser cortado, barrado, impedido, e até criticado. Tudo isso por inveja e ou ciúmes.  Isso é um fato muito lamentável!
Naquele dia Jesus tomou um menino no colo e disse aos seus discípulos que para ser o mais importante, temos de ser inocentes e puros como uma criança.  
Quando que ao contrário, aquele ou aquela que muito tem para dar, que recebeu de Deus o dom da palavra, deveria ser acolhido, acolhida, e aproveitado ou direcionado para a alta catequese. Para que não continuemos com essa catequese meia boca, essa catequese caseira, fraca, repetida, que passa a mão na cabeça dos poderosos injustos, uma catequese que não converte ninguém, principalmente os jovens, sedentos de Deus, buscando substituí-Lo na libertinagem e nos entretenimentos virtuais.
Então, Jesus após dizer que “...nenhum profeta
é bem recebido em sua pátria”.
Com isso Jesus começa a mostrar que ali estava alguém  que é muito mais do que qualquer profeta.  E em seguida, Jesus deu alguns exemplos: Disse que no tempo do profeta Elias, houve grande seca, muita fome, e consequentemente muitas mortes. havia muitas viúvas em Israel”.
Lembrou também que: no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado”.
Ao falar essas coisas, Jesus quis dizer que Realmente o Espírito de Deus pousava sobre a sua pessoa. Quis dizer, que Ele era o Filho de Deus. Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos”.
         O texto não explica, mas com toda certeza, essa fúria, essa revolta, iniciou-se porque  foi incitada pelos líderes judaicos, ali presentes, os quais estavam muito incomodados com pessoa de Jesus. Pois em momentos atrás, o povo estava encantado com as sábias palavras do Mestre. E de repente eles todos ficaram furiosos?
Então expulsaram Jesus da cidade, e lavaram-no até o alto do monte. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte para jogá-Lo penhasco abaixo.  Porém, Jesus pelo seu poder, voltou-se, e passou pelo meio de todos, os quais ficaram patéticos, imobilizados, sem saber o que fazer... E Jesus continuou o seu caminho...
Neste Evangelho, vemos o infinito poder de Jesus. Ele poderia ter se livrado da prisão no Horto das Oliveiras, fazendo o mesmo.  Jesus podia ter saído andando naquela noite em que o prenderam, na noite em que o flagelaram. Jesus poderia ter saído andando também naquela hora em que começaram a pregá-lo na cruz.  Porém, nesses episódios, o Filho de Deus não tomou nenhuma atitude de autodefesa pelo fato  de que tudo estava previsto, tudo o que Ele tinha de sofrer  já estava prescrito, e escrito pelos profetas, e fazia parte do Plano de Deus.
Mas naquele dia em que tentaram jogá-lo no precipício, Jesus usando do seu poder, se livrou do pior, pois AINDA NÃO ERA CHEGADA A HORA DO SEU SUPLÍCIO.


Tenha um bom domingo. José Salviano.

2 comentários:

  1. Às vezes eu dou uma esmola a alguém e fico imaginando se ele ou ela realmente necessita mesmo ou é mais um espertalhão, também me sinto bem ao fazer isso mas também me achando máximo. Pelo que entedi não estou fazendo caridade, pois também fico pensando, hoje eu ajudei alguém o Senhor vai me ajudar nessa minha situação difícil que estou passando e isso não é caridade.

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  2. Às vezes eu dou uma esmola a alguém e fico imaginando se ele ou ela realmente necessita mesmo ou é mais um espertalhão, também me sinto bem ao fazer isso mas também me achando máximo. Pelo que entedi não estou fazendo caridade, pois também fico pensando, hoje eu ajudei alguém o Senhor vai me ajudar nessa minha situação difícil que estou passando e isso não é caridade.

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