22- Terça - Evangelho
- Lc 1,46-56
O
Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor.
Este
Evangelho traz para nós o belíssimo hino que Maria cantou na casa de Isabel, o
Magnificat. É a mais bela oração de agradecimento a Deus, de todos os tempos.
Maria
fica feliz e agradece a Deus a Redenção, já presente naquela criança que ela
traz em seu ventre. Agora sim, realizou-se a esperança multissecular do seu
povo.
Nosso
Deus é poderoso, e vem com a força de seu braço. A sua misericórdia,
manifestada no passado, “se estende de geração em geração, a todos os que o
temem”. Portanto, também a nós, do Séc. XXI. E Maria se alegra por Deus mostrar
o seu amor preferencial aos pequenos e necessitados.
É
interessante o local em que Maria canta o Magnificat: A casa de Isabel, onde
ela estava para ajudar a prima. É assim que se constrói o Reino de Deus, nós
dando o primeiro passo.
Maria
mostra uma fé tão grande, que já canta a realização da redenção, mesmo antes de
esta acontecer. Ela via a encarnação como o início de um mundo novo, onde os
soberbos são dispersados, os poderosos são derrubados de seus tronos, os
famintos têm abundância de bens e os ricos são despedidos de mãos vazias.
Vemos
neste hino que Maria não vê a salvação de Deus como algo apenas espiritual ou
do futuro. Ela vê a vida nova trazida pelo Filho como um programa para aqui e
agora, transformando radicalmente a sociedade. Deus é poderoso, santo, justo e
misericordioso.
“A
sua misericórdia se estende de geração em geração.” Portanto, nós também somos
beneficiários dela. Deus continua hoje mostrando a força de seu braço.
“O
Senhor olhou para a humildade de sua serva... Ele fez grandes coisas em meu
favor. O seu nome é santo!” Em outras palavras: Tudo isso é mérito de Deus, não
meu.
Antífona
do Ó: “Ó Rei das nações, Desejado dos povos; Ó Pedra angular, que os opostos
unis: Ó, vinde e salvai este homem tão frágil, que um dia criastes do barro da
terra!”
Existe
no Nordeste brasileiro um peixinho cor de terra, cascudinho, chamado bodó. Ele
é o terror do povo, pois, aos milhares, vão roendo as barragens das represas e
açudes e estas acabam se rompendo, ficando o povo sem água.
O
bodó é pequeno, mas a sua força está no trabalho conjunto do cardume. Neste
ponto ele é um exemplo para nós. “Não tenhas medo, pequeno rebanho, pois foi do
agrado do vosso Pai dar a vós o Reino” (Lc 12,32). A mesma força mostraram os
cristãos no tempo do império romano. A união dos discípulos de Jesus acabou
derrubando o gigante.
Vamos
também nós, neste advento, nos alegrarmos pela vinda do Salvador e, quem sabe,
darmos o primeiro passo, saindo de nossas casas para visitar alguém. A
sociedade só será transformada no dia em que cada coração humano for
transformado, começando pelo nosso.
O
Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor.
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