quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Comentários Prof.Fernando

Comentários Prof.Fernando*                                            
                                                                                              dia de NATAL 2015

Luzes e sons de Natal
·                    Para além das luzinhas, piscando sem parar, e da agitação no comércio, procurando presentes e lembrancinhas, o Mistério do Natal se esconde de nós no silêncio da madrugada. É verdade que as confraternizações, encontros de família e celebrações religiosas compõem nosso cenárioa moldura de um sorriso invisível daquele menino pobre de Belém. É o sorriso de Deus para a humanidade dizendo para nunca perder a esperança. É grande este Mistério. Saber que ele está presente no meio da história. Uma história feita de alegrias e de tantas tristezas.
·                    O Mistério da Fé implica a esperança. E Esperança é continuar vivendo e trabalhando pela Paz e pela Justiça. Apesar das guerras e do terrorismo. Do desemprego e do milhão de refugiados que só neste ano chegaram ao interior da Europa (a maioria ainda acampados nas fronteiras). Apesar das centenas ou milhares de pessoas que sofrem ou morrem porque hospitais e unidades de emergência não estão atendendo (principalmente no Rio de Janeiro – estado de emergência). Apesar da vergonha que temos de tantos políticos e poderosos contaminados pela corrupção. O menino do presépio não vai consertar todas estas coisas. Mas é promessa de um futuro de bondade, como acontece sempre que nasce uma criança nesta terra.

Crer é reconhecer os Sinais da Esperança, aqui e agora
·                    O Natal traz também esta mensagem: Esperança de que é possível que os seres humanos cheguem à Civilização. A Conferência internacional sobre o clima e o futuro da vida em nosso planeta, recentemente concluída, é símbolo da Esperança, mesmo sem que haja solução imediata para todos os problemas, no caminho da mudança de mentalidade, convicções e ações a respeito do modo de vida humano (tem sido – por ganância e ignorância – um “modo de morte”).
·                    O cântico de Isaías, capítulo 52,  anuncia a restauração de um povo que vivia exilado e dominado: Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a felicidade, que traz as boas novas e anuncia a libertação. Tuas sentinelas gritam de alegria. Mas o grande anúncio é para toda a humanidade, conforme escreveu o autor da Carta aos Hebreus (cap.1): Muitas vezes e de diversos modos falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Recentemente nos falou por seu Filho. O capítulo 1 da Boa Nova (conforme a redação de João) resume o significado da Encarnação cuja memória celebramos a partir do seu nascimento, seu Natal: [Ele] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus. E a Palavra/o Verbo/ o Logos se fez carne e habitou entre nós.

A “imagem” perfeita de Deus tornou-se visível, humana, histórica
·                    Para compreender o Mistério do Natal não são necessários os símbolos (europeus) de neve caindo e árvores de Natal. Mas é necessário meditar no Mistério que ficou conhecido pelo termo “Encarnação. A seguir um resumo do que escreveu para o dia de Natal o conhecido teólogo e biblista de B.Horizonte (J.Konings; cf. domtotal.com/colunas/detalhes.php?artId=5603:
·                    A Bíblia proíbe imagens esculpidas e fundidas que representem Deus sob formas humanas ou animalescas, por causa dos falsos cultos dos povos que Israel devia expulsar da “terra santa”. A Bíblia nunca proibiu outras imagens, só aquelas que representassem Deus e fossem adoradas como se fossem divindades. E também não quer privar-nos de uma imagem de Deus, já que a Deus não se pode “ver” (ter experiência imediata) nesta vida. Mas nossa “imaginação” precisa ter uma imagem dele. (...).
·                    Ser humano é realizar na vida a imagem de Deus, já que Deus não é uma entidade separada de nós e fora de tudo aquilo que existe, mas antes, “nele vivemos, nos movemos, e somos” (segundo a citação de Paulo em Atos 17,28). Ora, precisamos de um modelo, de um protótipo para realizar essa nossa vocação. Esse modelo é Jesus de Nazaré, “primogênito da criação” (Colossenses 1,15). Conforme a visão do autor de Colossenses, Deus tinha Jesus diante dos olhos quando criou Adão e Eva “à sua imagem e semelhança”. Imagem e semelhança de quem? De Deus ou de Jesus? Encontrei a resposta na catedral de Chartres. No portal sul da catedral aparece, como coluna angular, uma escultura emocionante: Deus criando Adão, na estatura de um adolescente, olhando para o rosto de seu Criador. Os traços de seu rosto são os de Jesus, que, por sua vez são os traços do próprio Criador. O rosto do Pai e Criador se espelha no rosto de Adão-Jesus. Jesus nos veio mostrar como é Deus, para que nós sejamos como Ele... Jesus... Deus. Somos deiformes. Jesus como modelo perfeito, nós como fracas imitações, mas no caminho de nossa vida Deus completa sua escultura em nós pela sua graça.
·                    O evangelista João, como já a literatura sapiencial de Israel, busca sua metáfora não na escultura, mas na literatura, na linguagem. Antes de encetar o trabalho, Deus fala uma palavra para si mesmo, concebe um projeto para orientar seu afazer: a Memra (em aramaico), o Logos (em grego). “No princípio era a Palavra”. A Deus mesmo, ninguém o pode ver, mas sua palavra é o que ele mesmo é, exprime perfeitamente o que ele é para nós. “A Palavra estava junto de Deus... era deus”. E ela nos dá a conhecer tudo o que nos cabe conhecer a respeito de Deus. “A Deus, ninguém jamais viu; o Unigênito que é deus, aquele que está virado para o seio do Pai, ele no-lo deu a conhecer” (João 1,18). Assim como é esse “Unigênito”, esse único entre os muitos “gerados de Deus” (pois é assim que João, diversas vezes, chama os que creem em Jesus), assim é Deus. E na hora de dar sua vida por amor, ele diz; “Quem me viu, viu o Pai” (João 14,9). Assim é Deus: amor até o fim (1 João 4,8). E quem ama como Jesus amou, conhece Deus, porque participa na prática dele (1João 4,11).
·                    Não me interessa provar que Deus existe no sentido como entendem aqueles que O negam... Interessa-me saber como Ele é, para saber como eu devo ser.
FELIZ NATAL


ooooooooooooo ( * ) Prof. (Edu/Teo/Fil,1975-2012) fesomor2@gmail.com

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