sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

BEM AVENTURADA ÉS TU QUE CRESTES-Diac José da Cruz

SÁBADO  DA III SEMANA DO ADVENTO 21/12/2015
1ª Leitura Cânticos 2, 8-14
Salmo 32(33), 1ª, 3ª “Exultai no Senhor, ó Justos. Cantai-lhe um cântico novo”
Evangelho Lucas 1, 39-45
BEM AVENTURADA ÉS TU QUE CRESTES
Este evangelho nos apresenta duas figuras de mulher que devem ser uma prefiguração das nossas comunidades. Em Maria vemos a pressa de se doar, de sair de si mesma e de caminhar ao encontro daqueles quer têm necessidades. O que impulsiona Maria é o espírito santo em sua plenitude, é esse espírito santo que impulsiona nossas comunidades a servirem os irmãos e irmãs. Entretanto há algo ainda mais profundo e que nos encanta: as comunidades cristãs, fecundadas pelo Espírito Santo, tornam-se também geradoras de Jesus.
 Em Maria não celebramos simplesmente algo do passado, mas enquanto igreja nós celebramos a encarnação no presente, as pias Batismais mais antigas têm a forma ovalada semelhante a um útero, no ventre da igreja mãe nascem os Filhos e as Filhas de Deus, e já que somos templos do Espírito Santo, em nós é gerado também o Verbo Divino, não em seu sentido biológico como foi em Maria, mas nos sentido espiritual. Em Isabel o Espírito Santo ajuda a perceber em Maria, o mistério de Deus acontecendo, mas em uma visão de conjunto de um lado vemos como o agir de Deus é diferente do homem, o Messias que estava por nascer e que iria mudar a sorte de toda humanidade, buscou acolhimento não nos poderosos, nas lideranças religiosas, nos suntuosos palácios ou no templo sagrado, mas sim na casa dos humildes e pequenos como Isabel e Maria.
Ambas inauguram um tempo novo em que para fazer grandes mudanças e construir um mundo melhor a partir do reino de Deus, já não será mais preciso esperar a decisão dos grandes, dos que mandam,, as mudanças verdadeiras que ocorreram na humanidade sempre foram aquelas que nasceram das aspirações,dos sonhos e da luta do povo.
O Messianismo de Jesus está dentro desse contexto, Maria se sentiu pequena diante do mistério de Deus que estava para envolvê-la, mas o Senhor a engrandeceu e a capacitou para a missão que estava lhe reservada. Da mesma forma nossas comunidades, grandes ou pequenas, nas grandes metrópoles ou nas periferias e zonas rurais, devem sempre ter presente que estão envolvidas no mistério de Deus que as chama e as capacita para serem portadoras do Cristo para o mundo, do mesmo modo como fez com Maria, ressalvando=-se que Maria foi preservada de todo pecado, enquanto que nossas comunidades, embora contenha em seu ventre a semente de um Deus Santo e Perfeito, está sujeita ao pecado. Um dia Jesus teve uma conversa com Nicodemos e afirmou que é preciso que o homem nasça de novo, quem aceita ser membro da comunidade Cristã, está sendo gerado para um novo nascimento, cuja vida embrionária já recebeu pelo Batismo, esse útero não é muito bonito, mas como o ventre materno oferece toda segurança de que precisamos, para desenvolver em nós essa semente de eternidade da Vida Nova que há de acontecer um dia.
Nesse sentido precisamos sair e ter pressa para levar ao mundo este anúncio, romper com a religião do formalismo religioso, deixar de ser a Igreja fechada em si mesma para doar-se aos irmãos e irmãs que ainda não ouviram o anúncio. Como Maria, certamente nós iremos ficar admirados quando percebermos o modo como Deus age: sempre diferente da nossa lógica, ás vezes até de um jeito que não entendemos. Maria sentiu toda essa alegria incontida em sua alma ao sentir-se totalmente de Deus, a ponto de dizer “O Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o seu nome, a minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.
Não é o ritualismo religioso que agrada a Deus, mas sim a nossa disposição para uma entrega total, fazendo assim a vontade de Deus, é o próprio Cristo que nos dirá na carta de Paulo aos hebreus; Eis que venho para fazer a vossa vontade. Quando o amor chega a esse ponto, o sacrifício ritualista torna-se secundário diante do verdadeiro e autêntico sacrifício agradável a Deus: dar a vida pelos irmãos e irmãs.



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