terça-feira, 20 de outubro de 2015

Evangelhos Dominicais Comentados-O cego Bartimeu-Jorge Lorente

Evangelhos Dominicais Comentados

25/outubro/2015 – 30o Domingo do Tempo Comum

Evangelho: (Mc 10, 46-52)

Quando Jesus saía de Jericó com os discípulos e numerosa multidão, um cego estava sentado à beira do caminho pedindo esmolas. Era Bartimeu, o filho de Timeu. Ao saber que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Muitos o repreendiam para que se calasse, mas ele gritava ainda mais alto: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Jesus parou e disse: “Chamai-o!” Eles chamaram o cego, dizendo-lhe: “Coragem! Levanta-te que ele te chama”. Jogando para o lado o manto, levantou-se de um pulo e foi até Jesus. Tomando a palavra, Jesus lhe perguntou: “O que queres que te faça?” O cego respondeu: “Mestre, eu quero ver de novo!” E Jesus lhe disse: “Vai, tua fé te curou!” No mesmo instante ele começou a ver de novo e se pôs a segui-lo pelo caminho.
COMENTÁRIO

No Evangelho de hoje nos deparamos com um cego pobre e mendigo, sentado à beira da estrada. Como sempre, a palavra de Deus é muito atual. Quantos pobres, cegos ou coxos encontramos no nosso dia-a-dia, sentados à margem das calçadas ou jogados pelas esquinas, e nem percebemos suas presenças.

Este fato também passaria despercebido, nunca ficaríamos sabendo do ocorrido se Bartimeu não fosse persistente, corajoso e dono de uma fé sem limites. Sabia o que queria e sabia onde buscar a solução.

Sua esperança era o Filho de Davi. Somente Ele tinha a solução para o seu problema. Jamais vira Jesus, mas acreditou em tudo aquilo que Dele se dizia. Tratou de aproximar-se e, com muita fé, pediu ajuda.

Era cego e diante da impossibilidade de ir até ao Nazareno, começou a gritar. Gritou tanto a ponto de incomodar a multidão que rodeava Jesus. Mandaram que se calasse. Não queriam ser incomodados, pois estavam ouvindo Jesus.

O comportamento do povo é algo que deve ser ressaltado neste episódio. Quantas vezes mandamos calar-se aquele que nos pede ajuda, muitas vezes com a desculpa que não podemos atendê-lo, pois estamos ouvindo Jesus. Não queremos ser incomodados no nosso momento de oração e de louvor, não queremos interrupções durante nossa conversa com o Mestre.



Ainda bem que as mesmas pessoas que não queriam ser incomodadas e que mandavam o cego calar-se ficaram muito animadas quando Jesus o chamou. Felizes correram até Bartimeu dizendo, vai, Ele te chama e, provavelmente, devem tê-lo guiado até Jesus.

A felicidade do povo, essa mudança repentina é sinal de que ouviram e entenderam a mensagem de Jesus. Estavam diante do Salvador do Mundo, diante Daquele que tudo pode. Trataram então de encorajar aquele enjeitado. Deixam de repreendê-lo e o animam para que se aproxime de Jesus.

Bartimeu também não pensou duas vezes. Bastou ouvir o chamado para jogar de lado o seu manto e dar um pulo em direção a Jesus. Essa pressa e essa disposição de Bartimeu é uma grande lição para cada um de nós. Ao ouvir o chamado de Jesus, devemos correr prontamente ao seu encontro.

Mais uma vez Jesus quis mostrar que veio para os pobres, para os pequeninos e sofredores. Apesar de já saber a resposta, Jesus perguntou-lhe o que queria. Jesus fez esta pergunta, pois queria ouvir o pedido do cego e queria também provocar a profissão de fé daquele homem. Sabia que dele receberia uma grande demonstração de fé no poder e no amor de Deus.

Bartimeu nos deixa aqui um grande exemplo; basta pedir com fé para Jesus atender. É preciso acreditar e aproximar-se com simplicidade e confiança. Bartimeu nos ensina também a fórmula infalível de oração, dizendo: "Senhor, tende piedade de mim!" Uma oração simples, mas carregada de fé. Assim é a oração que Jesus entende.

Bartimeu representa a humanidade que desconhece a Verdadeira Luz e por isso padece na escuridão das trevas. Precisamos levar Luz ao mundo. Um mundo que precisa recuperar a sua fé, que precisa correr humildemente aos pés de Jesus e pedir que lhe seja devolvida a luz da verdade e da vida.

Para recuperar a fé é necessário reconhecer a própria cegueira e, como Bartimeu, reconhecer-se pobre e necessitado. Voltaremos a enxergar quando nos aproximarmos de Jesus suplicando seu perdão e sua graça através destas palavras: "Senhor, abre meus olhos, faz com que eu veja!"

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